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sábado, 3 de dezembro de 2016

Conclusão do Ano e do Centenário de morte de Charles de Foucauld


Charles de foucauld (Vatican News)
Argel (RV) – Concluíram-se oficialmente, neste 1° de dezembro, as celebrações do Centenário de morte de Charles de Foucauld e do Ano dedicado a este religioso francês, explorador do deserto do Saara e estudioso da língua e da cultura dos Tuaregues.
Os tuaregues fazem parte do povo berbere, nômade, que se desloca entre o centro e o Oeste do deserto do Saara.
No final da missa celebrada na Casa Santa Marta na quinta-feira, o Papa Francisco recordou que se celebrava os 100 anos do assassinato do Beato Charles de Foucauld, ocorrido na Argélia em primeiro de dezembro de 1916. Era “um homem – disse – que venceu tantas resistências e deu um testemunho que fez bem à Igreja. Peçamos que nos abençoe do céu e nos ajude a caminhar nos caminhos de pobreza, contemplação e serviço aos pobres”.
Por ocasião do Centenário de morte de Charles de Foucauld, os Bispos argelinos divulgaram uma Carta destacando o exemplo deste bem-aventurado, que continua a inspirar aquela Igreja. Em concomitância com o Jubileu da Misericórdia, que acaba de se encerrar, foi dedicado um Ano a Charles de Foucauld, cujas celebrações tiveram início em 4 de dezembro de 2015.
"Este religioso se fez tudo para todos", escrevem os Bispos, dedicando-se ao "apostolado da bondade" na Argélia, longe de fazer qualquer proselitismo. Sua vida foi marcada pela imitação de Jesus de Nazaré, pela oração e preocupação com os pobres. O seu desejo era o de ser o "irmão universal", a exemplo de Jesus, aberto à acolhida de todos, independente da condição social, religiosa ou étnica".
Até aos 28 anos, Charles de Foucauld viveu distante da fé. Mas, em uma viagem ao Marrocos, ao ver o testemunho da fé dos muçulmanos, refletiu sobre a existência de Deus e se questionou: “Mas Deus, existe? Se você existir, faça com que eu o conheça”. 
Voltando ao convívio familiar, Charles de Foucauld descobriu a fé cristã e, após uma viagem à Terra Santa, decidiu dedicar-se totalmente a Deus.
Recebeu a ordenação sacerdotal com 43 anos, quando se transferiu para o deserto do Saara, onde conviveu com o povo Tuaregue. Ali viveu como pobre entre os pobres e descobriu uma vida de oração e adoração.
Hoje, no mundo, existem 11 Congregações religiosas e oito Associações de fiéis, espalhadas pelos cinco Continentes, que levam adiante a regra de vida de Charles de Foucauld, baseada na ‘Vida de Nazaré', uma vida simples, pobre e oculta.
Charles de Foucauld foi beatificado pelo Papa emérito Bento XVI, em 13 de novembro de 2005.
(JE/MT)
Fonte: Radio Vaticano

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Bispo responde à decisão do STF de que aborto até terceiro mês de gestação não é crime


BRASILIA, 30 Nov. 16 / 04:30 pm (ACI).- Após a maioria da primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) declarar, na terça-feira, 29, que o aborto até o terceiro mês de gestação não é crime, o Bispo de Frederico Westphalen, Dom Antonio Carlos Rossi Keller, afirmou que tal prática decreta a pena de morte aos não nascidos.

A decisão se deu quando os ministros analisavam o pedido de habeas corpus de cinco funcionários de uma clínica clandestina de aborto de Duque de Caxias (RJ). Votaram no sentido de não considerar o aborto um crime os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Edson Fachin. Com isso, abriram um precedente para decisões de outros juízes no Brasil.
Em sua página no Facebook, Dom Antonio Keller ressaltou que “o Supremo Tribunal Federal existe para garantir o cumprimento da Constituição” e acrescentou que “a Constituição brasileira determina que, no Brasil, não há pena de morte”.
“Contrariando este princípio, por meio do aborto, decreta-se a pena de morte àqueles que tem uma única culpa: a de existir. O aborto é uma barbárie”, afirmou o Bispo.
Diante dessa realidade, Dom Antonio pontuou que “uma Sociedade que defende, justificadamente, os ovos das tartarugas, mas admite o aborto, é no mínimo uma Sociedade na qual predomina a hipocrisia”.
Por sua vez, Padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco (SP), observou que “justo no Advento, quando celebramos a gravidez de Nossa Senhora, satanás vem atacar os bebês”. O sacerdote lembrou ainda que na próxima semana, dia 7 de dezembro, “julgarão o aborto em caso de zika”.
Decisão do STF
Em 2014, o relator, ministro Marco Aurélio, já havia concedido liminar para soltar os cinco envolvidos no caso da clínica clandestina de aborto de Duque de Caxias, considerando que não existiam requisitos legais para a prisão preventiva.
No voto desta terça-feira, o ministro Luís Roberto Barroso concordou com os motivos do relator e declarou que os artigos do Código Penal que criminalizam o aborto nos três primeiros meses de gestação violam os direitos fundamentais da mulher, entre os quais listou: autonomia da mulher, integridade física e psíquica, direitos sexuais e reprodutivos e igualdade de gênero.
Para o ministro, “na medida em que é a mulher que suporta o ônus integral da gravidez, e que o homem não engravida, somente haverá igualdade plena se a ela for reconhecido o direito de decidir acerca da sua manutenção ou não”.
Além disso, considerou que “o direito à integridade psicofísica protege os indivíduos contra interferências indevidas e lesões aos seus corpos e mentes, relacionando-se, ainda, ao direito, à saúde e à segurança”.
O ministro afirmou ainda que “países democráticos e desenvolvidos” não criminalizam o aborto no início da gravidez e citou exemplos como Estados Unidos, Alemanha, França, entre outros.
O voto de Barroso foi seguido por Rosa Weber e Edson Fachin. Os ministros Marco Aurélio e Luiz Fux também votaram pela revogação das prisões preventivas, mas não se manifestaram sobre a descriminalização do aborto no primeiro trimestre da gestação.
A decisão da primeira Turma do STF foi considerada “extraordinária” pela secretária de Direitos Humanos, Flávia Piovesan, conhecida por sua postura a favor da descriminalização do aborto.
Em entrevista ao ‘Estado de S. Paulo’, Piovesan assumiu que no governo há uma divergência entre ela e a secretária das Mulheres, Fátima Pelaes, que é contra o aborto. “No terreno de direitos sexuais e reprodutivos, o Congresso é um ambiente desafiador. O Supremo realiza sua missão ‘contra majoritária’, preservando direitos”, acrescentou.
Comissão especial quer rever a decisão
Na madrugada desta quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maria (DEM-RJ), anunciou em plenário que irá instalar uma comissão especial a fim de rever a decisão do STF sobre o aborto.
“Informo ao plenário que eu já tinha conversado desse assunto com alguns líderes que, do meu ponto de vista e vou exercer o poder da presidência, toda vez que nós entendermos que o Supremo legisla no lugar da Câmara dos Deputados ou do Congresso Nacional, nós deveríamos responder ou ratificando ou retificando a decisão do Supremo, como a de hoje”, disse.
A comissão irá discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 58/2011que trata de licença-maternidade no caso de bebês prematuros, mas a intenção é deixar claro no texto que o aborto deve ser considerado crime a qualquer tempo da gestação.
Em plenário, o deputado Evandro Gussi (PV-SP) declarou que a decisão do STF “trata-se de uma calorosa afronta à Constituição, que prevê a separação de poderes, que prevê que deliberações dessa ordem hão de ser feitas no âmbito do poder legislativo”.
Ressaltou ainda que “é o Código Penal que regulamente o aborto como crime contra a vida”. “O Código Penal jamais falou de aborto legal”, acrescentou, explicando que a punição é excluída apenas em casos específicos, que são: gravidez resultante de estupro, quando há risco para a vida da mãe ou de fetos com microcefalia.
Para o deputado, se “nem as penas podem passar da pessoa do condenado, quanto mais alguém decidir sobre a vida do outro, especialmente sobre a vida de um inocente, que nada fez de mal e que pagará com a pena capital”.
ACIDIGITAL

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Cardeal dom Sergio na Missa de acolhida: “ninguém permanece na fé a não ser pela Graça de Deus”

Nem o frio e a chuva da manhã deste último domingo, 27, atrapalharam a grande festa da comunidade de Brasília para receber o seu pastor, cardeal dom Sergio da Rocha, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida.

Cerca de 2 mil pessoas participaram da Missa de acolhida ao cardeal. Muitas comunidades organizaram caravanas com ônibus para levar os fiéis que com faixas e cartazes deram as boas vindas ao novo cardeal do Brasil.
Participaram também  o arcebispo de Goiânia (GO), dom  Washington Cruz  e o bispo emérito de Floriano (PI), dom Augusto Alves, os bispos auxiliares de Brasília, dom José Aparecido, dom Leonardo Ulrich e dom Marcony Ferreira, além de padres, diáconos e seminaristas de nossa Arquidiocese. O bispo auxiliar dom Valdir não compareceu pois estava representando dom Sergio na Visita pastoral  Missionária, que aconteceu neste final de semana, na paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Planaltina.
Antes da celebração, dom Sergio entrou na Catedral e foi recebido por todos com uma grande salva de palmas. No altar foi homenageado por diversas crianças, que vestidas de ovelhinhas e guiadas por um pastor, se dirigiram até o altar para ficar perto do cardeal, enquanto ele ouvia as palavras de agradecimento e felicitação. Logo após a homenagem, dom Sergio recebeu de presente um novo Báculo, que para a Igreja representa o cajado que o pastor usa para conduzir o rebanho do Senhor.
Confira as fotos deste momento especial no facebook da Arquidiocese: https://www.facebook.com/ArqBrasilia/

Por Kamila Aleixo
Fotos: Anderson Medanha

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Profundo pesar do Papa Francisco por tragédia da Chapecoense

Papa Francisco. Foto: L'Osservatore Romano
MEDELLIN, 29 Nov. 16 / 03:30 pm (ACI).- Após a tragédia do avião que caiu na Colômbia nesta madrugada, no qual morreram mais de 70 pessoas, o Papa Francisco expressou seu profundo pesar, assim como sua proximidade e orações pelas vítimas e seus entes queridos.

No avião, que ia de Santa Cruz (Bolívia), viajava a equipe brasileira da Chapecoense, que ia disputar a final da Copa Sul-Americana na quarta-feira com o Atlético Nacional de Medellín. Também viajavam 21 jornalistas.
O avião caiu por volta das perto do município La Unión, em Atioquia, quando se registrava um clima complicado, segundo informou a Aeronáutica Civil da Colômbia.
Em uma mensagem enviada ao Bispo de Sonsón Rionegro, Dom Fidel León Cadavid, através da Secretaria de Estado do Vaticano, assinala-se que “o santo Padre, profundamente triste ao saber da dolorosa notícia do grave acidente aéreo que ocasionou inúmeras vítimas, eleva orações pelo eterno descanso dos falecidos”.
“Do mesmo modo, roga a vossa excelência que transmita o sentido pêsame de Sua Santidade aos familiares e a quantos choram tão sensível perda, junto com expressões de afeto, solidariedade e consolo aos feridos e atingidos pelo trágico ocorrido”, acrescenta.
Por sua parte, o Bispo de Sonsón Rionegro também divulgou um comunicado no qual lamenta a morte das mais de 70 pessoas no acidente aéreo.
“Expressamos nosso mais profundo sentimento de dor às famílias das pessoas que perderam a vida neste acidente fatal; animamos os sobreviventes e todos os esportistas do mundo a seguir, como disse o Papa Francisco, na construção de um mundo mais fraterno e solidário através do esporte”, assinala o comunicado do Bispo.
O Prelado expressou votos de que “Deus abençoe e acompanhe as famílias dos defuntos e lhe dê o consolo nesta situação difícil; aos sobreviventes e a todos os que fazem parte desta família desportiva, fortaleça neste momento de dor e pronta recuperação. A todos nos abençoe o Pai, o Filho e o Espírito Santo”. AciDigital

sábado, 26 de novembro de 2016

Exposição histórica de 100 presépios é inaugurada em Roma

Presépio do Peru - RV
Roma (RV) – Já é considerada histórica a Exposição Internacional “100 Presépios” que todos os anos é realizada em Roma e foi inserida no “The New York Times” entre as seis coisas para se visitar no mundo durante o período de Natal. A edição de número 41 foi inaugurada na quinta-feira (24) e permanecerá aberta até 8 de janeiro.
Na cerimônia de inauguração estava presente o arcebispo Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia pela Vida. Na ocasião, as crianças da Escola Infantil Giuseppe Mazzini fizeram um presépio vivo com o tema “Em Amatrice, o campanário bate à meia-noite santa”: um abraço dos atores-mirins às populações atingidas pelo terremoto em 24 de agosto no centro da Itália.
A exposição “100 Presépios” se transformou numa iniciativa de grande valor artesanal e a sua vocação internacional rendeu a chegada de outros 150 presépios novos, provenientes de 13 regiões italianas e de 40 países. São obras artísticas-artesanais, clássicas ou de fantasia realizadas com materiais tradicionais ou oriundos do próprio território como uma grande representação da arte mundial de presépios.
Laboratórios para crianças inspirados na Laudato Si
Durante o período da exposição as crianças podem participar de laboratórios guiados por professores e estudantes de Belas Artes para produzir os personagens do presépio que depois poderão ser levados pra casa. Neste ano, inspirados na encíclica do Papa Francisco Laudato Si, as atividades serão realizadas com material reciclável para sensibilizar sobre a importância do meio ambiente.
Radio Vaticano

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Divulgados os temas para próximas Jornadas Mundiais da Juventude (www.gaudiumpress.org)

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 22-11-2016, Gaudium Press) As próximas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) de 2017 a 2019 já têm temas a serem desenvolvidos por ocasião de suas realizações.
O estabelecer a temática para essas JMJ, o convida os jovens católicos a fazerem reflexões sobre figura da Virgem Maria, informa um comunicado emitido pelo Vaticano.
Os Temas
A 32.ª JMJ, que vai ser celebrada em 2017 a nível diocesano, tem como tema ‘O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas", partindo de uma frase do diálogo entre o Anjo e Nossa Senhora, relatada pelo Evangelho segundo São Lucas (Lc 1,49)
No ano seguinte, o tema escolhido pelo Papa é "Não temas, Maria, porque encontrastes graça diante de Deus", da mesma passagem do Evangelho (Lc 1,30).
A 34ª JMJ, de caráter internacional, vai acontecer em 2019, no Panamá, tendo como tema ‘Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38).
O itinerário de três anos, explica o Vaticano, propõe um "caminho espiritual" relacionada com a reflexão iniciada com as três anteriores JMJ (2014-2016), "centradas nas Bem-Aventuranças".
"Os três temas anunciados dão ao itinerário espiritual das próximas JMJ uma forte conotação mariana, sublinhando ao mesmo tempo uma imagem de juventude em caminho entre o passado (2017), o presente (2018) e o futuro (2019), animada pelas três virtudes teologais: fé, caridade e esperança".
O comunicado do Vaticano recorda o discurso preparado pelo Papa Francisco para o encontro com os voluntários da JMJ 2016, em Cracóvia, na qual se aludiam às atitudes da Mãe de Jesus, mostrando-a como "modelo a imitar".
"O caminho proposto aos jovens mostra também uma evidente sintonia com a reflexão que o Papa Francisco confiou ao próximo Sínodo dos Bispos: Os jovens, a fé e o discernimento vocacional", acrescenta a nota oficial.

Recordando
As JMJ nasceram por iniciativa de João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível diocesano no Domingo de Ramos, alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos numa grande cidade:
em 1987, Buenos Aires (Argentina);
em 1989, Santiago de Compostela (Espanha);
em 1991, Czestochowa (Polónia);
em 1993 em Denver (EUA);
em 1995, Manila (Filipinas);
em 1997, Paris (França);
em 2000, Roma (Itália);
em 2002, Toronto (Canadá);
em 2005, Colónia (Alemanha);
em 2008, Sidney (Austrália);
em 2011, Madrid (Espanha);
em 2013, Rio de Janeiro (Brasil);
e em 2016, Cracóvia (Polónia). (JSG)
Fonte: www.guadiumpress.org

domingo, 20 de novembro de 2016

Papa: Continua escancarada porta da misericórdia que é o Coração de Cristo

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu, neste domingo (20/11), Solenidade de Cristo Rei, a missa de encerramento do Jubileu da Misericórdia com o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro.
“A solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo coroa o ano litúrgico e este Ano Santo da Misericórdia. O Evangelho apresenta a realeza de Jesus no auge de sua obra salvadora e o faz de maneira surpreendente. «O Messias de Deus, o Eleito, (…) o Rei» aparece sem poder nem glória: está na cruz, onde parece mais um vencido do que um vencedor. A sua realeza é paradoxal: o seu trono é a cruz; a sua coroa é de espinhos; não tem um cetro e não usa vestidos suntuosos, mas é privado da própria túnica; não tem anéis brilhantes nos dedos, mas as mãos transpassadas pelos pregos; não possui um tesouro, mas é vendido por trinta moedas.”
Amor humilde
“O Reino de Jesus não é deste mundo, mas Nele – como nos diz o Apóstolo Paulo na segunda leitura, encontramos a redenção e o perdão, pois a grandeza do seu reino não está na força segundo o mundo, mas no amor de Deus, um amor capaz de alcançar e restaurar todas as coisas. Por este amor, Cristo abaixou-se até nós, viveu a nossa miséria humana, provou a nossa condição mais ínfima: a injustiça, a traição, o abandono; experimentou a morte, o sepulcro, a morada dos mortos. Assim, se aventurou o nosso Rei até os confins do universo, para abraçar e salvar todo o vivente. Não nos condenou, nem sequer nos conquistou, nunca violou a nossa liberdade, mas abriu caminho com o amor humilde, que tudo desculpa, tudo espera, tudo suporta. Somente este amor venceu e continua vencendo os nossos grandes adversários: o pecado, a morte e o medo.”
“Seria demasiado pouco crer que Jesus é Rei do universo e centro da história, sem fazê-lo tornar-se Senhor de nossa vida”. E o Papa citou três personagens presentes no Evangelho deste domingo. 
Distância
O primeiro personagem, o povo, que “permanece longe, a ver o que sucedia. É o mesmo povo que, levado pelas próprias necessidades, se aglomerava em torno de Jesus e, agora, se mantém à distância. Diante das circunstâncias da vida ou de  nossas expectativas não realizadas, podemos também nós ser tentados a manter distância da realeza de Jesus, não aceitando completamente o escândalo do seu amor humilde, que interpela o nosso eu e o desassossega. Prefere-se ficar à janela, afastado, em vez de se aproximar e fazer-se próximo. Mas o povo santo, que tem Jesus como Rei, é chamado a seguir o seu caminho de amor concreto; a interrogar-se diariamente: «O que me pede o amor, para onde me impele? Que resposta dou a Jesus com a minha vida?»
Zombaria
O segundo grupo são vários personagens: os chefes do povo, os soldados e um dos malfeitores. Todos eles zombam de Jesus, dirigindo-Lhe a mesma provocação: «Que salve a si mesmo». É uma tentação pior que a do povo. Aqui tentam Jesus, como fez o diabo ao início do Evangelho para que renuncie a reinar à maneira de Deus e o faça segundo a lógica do mundo: desça da cruz e derrote os inimigos! Se é Deus, demonstre força e superioridade! Esta tentação é um ataque contra o amor: «Salve a si mesmo» (Lc 23, 37.39); não os outros, mas a si mesmo. Prevaleça o eu com a sua força, a sua glória, o seu sucesso. É a tentação mais terrível; a primeira e a última do Evangelho. Entretanto Jesus, diante desse ataque ao seu próprio modo de ser, não fala, não reage. Não se defende, não tenta convencer, não há uma apologética da sua realeza, mas continua a amar, perdoa, vive o momento da prova segundo a vontade do Pai, certo de que o amor dará fruto.”
“Para acolher a realeza de Jesus, somos chamados a lutar contra esta tentação, a fixar o olhar no Crucificado, para Lhe sermos fiéis cada vez mais. Mas, em vez disso, quantas vezes se procuraram – mesmo entre nós – as seguranças gratificantes oferecidas pelo mundo! Quantas vezes nos sentimos tentados a descer da cruz! A força de atração que tem o poder e o sucesso pareceu um caminho mais fácil e rápido para difundir o Evangelho, esquecendo depressa como atua o reino de Deus. Este Ano da Misericórdia convidou-nos a descobrir novamente o centro, a regressar ao essencial. Este tempo de misericórdia nos chama a contemplar o verdadeiro rosto do nosso Rei, aquele que brilha na Páscoa, e a descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor, missionária. A misericórdia, levando-nos ao coração do Evangelho, nos exorta também a renunciar a hábitos e costumes que podem obstaculizar o serviço ao reino de Deus, a encontrar a nossa orientação apenas na realeza perene e humilde de Jesus, e não na acomodação às realezas precárias e aos poderes mutáveis de cada época.”
Abertura
O outro personagem, mais perto de Jesus, é o malfeitor que o invoca dizendo: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino». “Com a simples contemplação de Jesus, ele acreditou no seu Reino. E não se fechou em si mesmo, mas, com os seus erros, os seus pecados e os seus problemas, dirigiu-se a Jesus. Pediu para ser lembrado, e saboreou a misericórdia de Deus: «Hoje estarás comigo no Paraíso». Deus, quando lhe damos tal possibilidade, se lembra de nós. Está pronto a apagar completamente e para sempre o pecado, porque a sua memória não é como a nossa: não registra o mal feito, nem continua a ter em conta as ofensas sofridas. Deus não tem memória do pecado, mas de nós, de cada um de nós, seus filhos amados. E crê que é sempre possível recomeçar, levantar-se”, disse o Papa.
Cristo, porta da misericórdia
Francisco nos convidou a pedir “o dom desta memória aberta e viva”. “Peçamos a graça de não fechar nunca as portas da reconciliação e do perdão, mas saber ir além do mal e das divergências, abrindo todas as vias possíveis de esperança. Assim como Deus acredita em nós, infinitamente para além de nossos méritos, também nós somos chamados a infundir esperança e a dar uma oportunidade aos outros. Com efeito, embora se feche a Porta Santa, continua sempre escancarada para nós a verdadeira porta da misericórdia que é o Coração de Cristo. Do lado transpassado do Ressuscitado jorram até o fim dos tempos a misericórdia, a consolação e a esperança”, frisou o Pontífice.
“Muitos peregrinos atravessaram as Portas Santas e, longe do fragor dos noticiários, saborearam a grande bondade do Senhor. Agradeçamos ao Senhor por isso e recordemo-nos de que fomos investidos em misericórdia para nos revestir de sentimentos de misericórdia, para nos tornarmos instrumentos de misericórdia. Prossigamos, juntos, este nosso caminho. Acompanhe-nos Nossa Senhora! Ela também estava junto da cruz; lá nos deu à luz enquanto terna Mãe da Igreja, que a todos deseja abrigar sob o seu manto. Ao pé da cruz, Ela viu o bom ladrão receber o perdão e tomou o discípulo de Jesus como seu filho. É a Mãe de misericórdia, a quem nos confiamos: toda situação nossa, toda oração nossa, dirigida aos seus olhos misericordiosos, não ficará sem resposta.”
Segundo a Gendarmaria Vaticana, participaram da missa de encerramento do Jubileu da Misericórdia, presidida pelo Papa Francisco, cerca de 70 mil pessoas.
(MJ)
Radio Vaticano

Cardeal Sérgio após receber o barrete: alegria, gratidão e esperança

Cardeal Dom Sérgio da Rocha

Cidade do Vaticano (RV) - O Arcebispo de Brasília (DF), Dom Sérgio da Rocha, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi criado cardeal no Consistório deste sábado. 
Silvonei José conversou com Dom Sérgio após receber a púrpura cardinalícia.
“Uma alegria imensa poder receber esta graça, com o sentimento também de gratidão diante desse gesto tão bonito do Papa Francisco, um gesto de bondade, confiança, mas também um gesto de amor pela Igreja no Brasil. Ao mesmo tempo, com a responsabilidade, porque o Papa está confiando um serviço esperando certamente que eu, o episcopado brasileiro, a Igreja no Brasil ofereça a sua contribuição para a Igreja presente aqui em Roma e no mundo inteiro. O momento ali da celebração do Consistório é muito significativo, a proximidade com o Santo Padre, a comunhão com ele, mas também a oração, a presença de tanta gente que aqui veio. Nós não organizamos caravanas a partir de Brasília, preferimos evitar mas as pessoas se organizaram. Há muitos brasileiros, em Roma, na Europa que estiveram aqui e eu senti o Brasil muito perto da gente”, disse o novo cardeal.
(MJ/SP)
Radio Vaticano

sábado, 19 de novembro de 2016

Dom Sergio da Rocha foi criado cardeal durante Consistório na manhã deste sábado


CNBB

Consistório: Papa exorta a "descer do monte e ser misericordiosos"

Consistório Ordinário Público para a Criação de 17 novos Cardeais - RV

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu, na manhã deste sábado (19/11), na Basílica Vaticana, ao Consistório Ordinário Público para a Criação de 17 novos Cardeais, provenientes de diversos países, entre os quais o Brasil, na pessoa de Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF).
Em sua homilia, o Santo Padre partiu da passagem evangélica, chamada “discurso da planície”: depois que Jesus escolheu os Doze apóstolos, pôs-se a caminho e desceu com eles para uma região plana, onde era aguardado por uma grande multidão, queria ouvir suas palavras e ser curada por Ele.
A vocação dos Apóstolos é associada a este “pôr-se a caminho” rumo à planície, para encontrar uma multidão “atormentada”. E o Papa explicou:
«A escolha, ao invés de mantê-los no alto da montanha, levou-os para o meio da multidão, em meio às suas tribulações, ao nível da sua vida. Assim, o Senhor revela, a eles e a nós, que o verdadeiro cume se alcança a partir da planície, que nos lembra que o cume se situa em um horizonte, que se torna um convite especial: ‘Sejam misericordiosos como o Pai é misericordioso’».
Trata-se de um convite, acrescentou Francisco, que é acompanhado de quatro imperativos ou quatro exortações – que o Senhor lhes dirige, para moldar a sua vocação no dia-a-dia. São quatro ações que darão forma, encarnarão e tornarão palpável o caminho do discípulo, como afirmou o Papa:
“Poderíamos dizer que são quatro etapas da mistagogia da misericórdia - iniciação nos mistérios de uma religião -: amar, fazer o bem, abençoar e rezar. Penso que, sobre estes aspetos, que parecem razoáveis, estamos todos de acordo. São quatro ações que facilmente realizamos com os nossos amigos, com as pessoas mais ou menos próximas na estima, nos gostos, nos costumes”.
O problema, diz o Pontífice, surge quando Jesus nos apresenta os destinatários destas ações: “Amem seus inimigos, façam o bem aos que lhes odeiam, abençoem os que lhes amaldiçoam, rezem pelos que lhes caluniam:
“Encontramo-nos diante de uma das caraterísticas mais específicas da mensagem de Jesus, onde se oculta a sua força e o seu segredo e da qual brota a fonte da nossa alegria, a força da nossa missão e o anúncio da Boa Nova. O inimigo é alguém que devo amar”.
O coração de Deus não tem inimigos; Deus tem apenas filhos. Nós erguemos muros, construímos barreiras e classificamos as pessoas. O amor de Deus é fiel, materno e paterno, incondicional, que exige conversão do coração, que tende a julgar, dividir, contrapor e condenar. E Francisco ponderou:
“A nossa época é caraterizada por problemáticas e interrogativos fortes em escala mundial. Vivemos em um tempo em que ressurgem, como uma epidemia nas sociedades, a polarização e a exclusão, como única forma  de se resolver os conflitos, ao invés, se torna uma ameaça e adquire a condição de inimigo”.
O inimigo, para muitos, explicou o Santo Padre, vem de terras distantes, tem outros costumes e cor da pele, língua ou condições sociais diferentes; porque pensa de outro modo ou professa outra fé. Aos poucos, essas diferenças se transformam em hostilidade, ameaça e violência. Quantas feridas por causa desta epidemia de inimizade e violência, desta patologia da indiferença! Quantas situações de precariedade, sofrimento e inimizade entre os povos, existem entre nós, em nossas comunidades, presbitérios e reuniões. E o Papa acrescentou:
“O vírus da polarização e da inimizade permeia em nosso modo de pensar, sentir e agir. Devemos estar atentos para que esta conduta não ocupe o nosso coração, porque vai contra a riqueza e a universalidade da Igreja, que se reflete no Colégio Cardinalício. Viemos de terras distantes, temos costumes, cor da pele, línguas e condições sociais diferentes; pensamos e celebramos a fé com vários ritos. Isso não nos torna inimigos, mas é uma das nossas maiores riquezas”.
O Santo Padre concluiu sua homilia, recordando que Jesus não cessa de “descer do monte” para nos inserir na história e anunciar o Evangelho da Misericórdia. Ele continua a enviar-nos à “planície” dos nossos povos e a dar-lhes a vida e a esperança, sinais de reconciliação.
Como Igreja, disse por fim Francisco aos Cardeais, somos convidados a abrir os nossos olhos para ver as feridas de tantos irmãos e irmãs privados e provados na sua dignidade. Sejam misericordiosos como o Pai!
Ao término da celebração do Consistório Ordinário Público, o Santo Padre e os novos Cardeais, a bordo de dois microônibus, foram visitar o Papa emérito, Bento XVI, no mosteiro Mater Ecclesiae, onde reside nos Jardins do Vaticano. (MT)
Radio Vaticano

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF