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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Por que maio é o Mês de Maria?

Virgem Maria / Pixabay (Domínio Público)
REDAÇÃO CENTRAL, 02 Mai. 17 / 09:20 am (ACI).- Durante vários séculos a Igreja Católica dedicou todo o mês de maio para honrar a Virgem Maria, Mãe de Deus. A seguir, explicamos o porquê.
A tradição surgiu na antiga Grécia. O mês de maio era dedicado a Artemisa, deusa da fecundidade. Algo semelhante ocorreu na antiga Roma, pois maio era dedicado a Flora, deusa da vegetação. Naquela época, celebravam os ‘ludi florals’ (jogos florais) no fim do mês de abril e pediam sua intercessão.
Na época medieval abundaram costumes similares, tudo centrado na chegada do bom clima e o afastamento do inverno. O dia 1º de maio era considerado como o apogeu da primavera.
Durante este período, antes do século XII, entrou em vigor a tradição de Tricesimum ou “A devoção de trinta dias à Maria”. Estas celebrações aconteciam do dia 15 de agosto a 14 de setembro e ainda são comemoradas em alguns lugares.
A ideia de um mês dedicado especificamente a Maria remonta aos tempos barrocos – século XVII. Apesar de nem sempre ter sido celebrado em maio, o mês de Maria incluía trinta exercícios espirituais diários em homenagem à Mãe de Deus.
Foi nesta época que o mês de maio e de Maria combinaram, fazendo com que esta celebração conte com devoções especiais organizadas cada dia durante todo o mês. Este costume durou, sobretudo, durante o século XIX e é praticado até hoje.
As formas nas quais Maria é honrada em maio são tão variadas como as pessoas que a honram.
As paróquias costumam rezar no mês de maio uma oração diária do Terço e muitas preparam um altar especial com um quadro ou uma imagem de Maria. Além disso, trata-se de uma grande tradição a coroação de Nossa Senhora, um costume conhecido como Coroação de Maio.
Normalmente, a coroa é feita de lindas flores que representam a beleza e a virtude de Maria e também lembra que os fiéis devem se esforçar para imitar suas virtudes. Em algumas regiões, esta coroação acontece em uma grande celebração e, em geral, fora da Missa.
Entretanto, os altares e coroações neste mês não são apenas atividades “da paróquia”. Mas, o mesmo pode e deve ser feito nos lares, com o objetivo de participar mais plenamente na vida da Igreja.
Deve-se separar um lugar especial para Maria, não por ser uma tradição comemorada há muitos anos na Igreja ou pelas graças especiais que se pode alcançar, mas porque Maria é nossa Mãe, mãe de todo o mundo e porque se preocupa com todos nós, intercedendo inclusive nos assuntos menores.
Por isso, merece um mês inteiro para homenageá-la.
Acidigital

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Dessacralização, descritianização e secularização

Imagens da câmera de segurança mostram ação dos ladrões / Foto: Arquidiocese de Aracaju (SE)

Ladrões fazem arrastão dentro de Igreja durante a Missa

Aracaju, 02 Mai. 17 / 06:00 pm (ACI).- Na manhã de domingo, fiéis participavam da Santa Missa em Aracaju (SE), quando foram surpreendidos por três homens armados que entraram no templo e realizaram um arrastão, em um ato que, conforme o pároco, demonstra grande desrespeito ao sagrado.
Era por volta de 8h40 do dia 30 de abril, quando os três indivíduos invadiram a Paróquia de São Mateus, no bairro Aruana. Naquele momento, a celebração dominical já estava se aproximando do momento da comunhão.
Câmeras de segurança registraram quando os três ladrões se aproximaram da Igreja, renderam um homem que estava na porta. Logo após, dois deles entraram no templo com uma faca e um revólver que, segundo testemunhas, parecia de fabricação caseira.
Eles anunciaram o assalto e levaram dinheiro, celulares, bolsas e outros pertences dos fiéis. Em seguida, saíram e adentraram em um matagal próximo à igreja.
“Lamento que a violência agora esteja chegando aos templos religiosos nos seus horários de celebrações, em completo desrespeito ao sagrado, e isso é fruto de uma sociedade que está se afastando de Deus”, expressou o pároco, Padre Benjamin Júnior, segundo o site da Arquidiocese de Aracaju.
Após o ocorrido, a Paróquia de São Mateus informou em sua página no Facebook que a Missa das 17h daquele domingo havia sido suspensa, por motivos de segurança. Além disso, fez um pedido para que “todos os paroquianos que foram vítimas do assalto” prestassem queixa na delegacia. 
“Pedimos a todos que redobrem seus cuidados, às autoridades pedimos segurança e aos cristãos pedimos orações por todos nós, inclusive para estas pessoas que se perderam na vida”, completa o texto.
O pároco também publicou uma mensagem na qual assume que o ocorrido o “deixou em estado de choque”. Diz ainda acreditar que “muitos que estavam na igreja ainda estão neste estado”.
Entretanto, ressalta que “o importante foi naquele momento pedir a Deus que nada acontecesse”.
O sacerdote recordou sua homilia de domingo, sobre os discípulos de Emaús, quando questionou “quantas vezes nós reconhecemos o Cristo” e “a gente percebe que o Cristo está sempre ao nosso lado e muitas vezes a gente só reconhece ao Partir do Pão”.
Pe. Benjamin assegurou que, “diante de toda a situação, a gente louva a Deus e agradece pela calma de todas as pessoas, mesmo sabendo que estavam levando seus pertences”.
“Essa foi a força que o Cristo nos disse que estava conosco e não deixou que nada acontecesse”, observou, ao pontuar que assim se percebe “como Deus é muito mais forte em nossas vidas” e que “não deixou que tivesse uma tragédia”.
Por fim, agradeceu a Deus, a Cristo, a Nossa Senhora e a São Mateus, pela proteção; bem como ao apoio do Arcebispo, Dom João José Costa, dos demais sacerdotes, da polícia, dos meios de comunicação, de toda a comunidade.
“Rezo por todos: pelos meus paroquianos, que Deus dê o consolo; pelos ladrões, para que se convertam. Peço a Deus paz para todos”, completou.
Acidigital

Do Tratado sobre a prescrição dos hereges, de Tertuliano, presbítero


(Cap.20,1-9;21,3;22,8-10:CCL1,201-204)             (Séc. III)

A pregação apostólica
        Cristo Jesus, nosso Senhor, durante a sua vida terrena, ensinou quem era ele, quem tinha sido desde sempre, qual era a vontade do Pai que vinha cumprir e qual devia ser o comportamento do homem. Ensinava estas coisas ora em público, diante de todo o povo, ora em particular, aos seus discípulos. Dentre estes escolheu doze para estarem a seu lado, e que destinou para serem os principais mestres das nações.
        Quando, depois da sua ressurreição, estava prestes a voltar para o Pai, ordenou aos onze – pois um deles se havia perdido – que fossem ensinar a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
        Imediatamente os apóstolos (palavra que significa “enviados”) chamaram por sorteio a Matias como duodécimo para ocupar o lugar de Judas, segundo a profecia contida num salmo de Davi. Depois de receberem a força do Espírito Santo com o dom de falar e de realizar milagres, começaram a dar testemunho da fé em Jesus Cristo na Judéia, onde fundaram Igrejas; partiram em seguida por todo o mundo, proclamando a mesma doutrina e a mesma fé entre os povos. Em cada cidade por onde passaram fundaram Igrejas, nas quais outras Igrejas que se fundaram e continuam a ser fundadas foram buscar mudas de fé e sementes de doutrina. Por esta razão, são também consideradas apostólicas, porque descendem das Igrejas dos apóstolos.
        Toda família deve ser necessariamente considerada segundo sua origem. Por isso, apesar de serem tão numerosas e tão importantes, estas Igrejas não formam senão uma só Igreja: a primeira, que foi fundada pelos apóstolos e que é origem de todas as outras. Assim, todas elas são primeiras e apostólicas, porque todas formam uma só. A comunhão na paz, a mesma linguagem da fraternidade e os laços de hospitalidade manifestam a sua unidade. Estes direitos só têm uma razão de ser: a unidade da mesma tradição sacramental.
        Se quisermos saber o conteúdo da pregação dos apóstolos, e, portanto, aquilo que Jesus Cristo lhes revelou, é preciso recorrer a estas mesmas Igrejas fundadas pelos próprios apóstolos e às quais pregaram quer de viva voz, quer por seus escritos.
        O Senhor realmente havia dito em certa ocasião: Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora; e acrescentou: quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade (Jo 16,12-13). Com estas palavras revelou aos apóstolos que nada ficariam ignorando, porque prometeu-lhes o Espírito da Verdade que os levaria ao conhecimento da plena verdade. E, sem dúvida alguma, esta promessa foi cumprida, como provam os Atos dos Apóstolos ao narrarem a descida do Espírito Santo.
www.liturgiadashoras.org

terça-feira, 2 de maio de 2017

Dos Sermões de Santo Atanásio, bispo

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(Oratio de incarnatione Verbi, 8-9:PG 25,110-111)        (Séc. IV)


A encarnação do Verbo
        O Verbo de Deus, incorpóreo, incorruptível e imaterial, veio habitar no meio de nós, se bem que antes não estivesse ausente. De fato, nenhuma região do mundo jamais esteve privada de sua presença, porque, pela união com seu Pai, ele estava em todas as coisas e em todo lugar.
        Por amor de nós, veio a este mundo, isto é, mostrou-se a nós de modo sensível. Compadecido da fraqueza do gênero humano, comovido pelo nosso estado de corrupção, não suportando ver-nos dominados pela morte, tomou um corpo semelhante ao nosso. Assim fez para que não perecesse o que fora criado nem se tornasse inútil a obra de seu Pai e sua ao criar o homem. Ele não quis apenas habitar num corpo ou somente tornar-se visível. Se quisesse apenas tornar-se visível, teria certamente assumido um corpo mais excelente; mas assumiu o nosso corpo.
        Construiu no seio da Virgem um templo para si, isto é, um corpo; habitando nele, fê-lo instrumento mediante o qual se daria a conhecer. Assim, pois, assumindo um corpo semelhante ao nosso, e porque toda a humanidade estava sujeita à corrupção da morte, ele, no seu imenso amor por nós, ofereceu-o ao Pai, aceitando morrer por todos os homens. Deste modo, a lei da morte, promulgada contra a humanidade inteira, ficou anulada para aqueles que morrem em comunhão com ele. Tendo ferido o corpo do Senhor, a morte perdeu a possibilidade de fazer mal aos outros homens, seus semelhantes. Além disso, reconduziu o gênero humano da corrupção para a incorruptibilidade, da morte para a vida, fazendo desaparecer a morte – como a palha é consumida pelo fogo – por meio do corpo que assumira e pelo poder da ressurreição. Assumiu, portanto, um corpo mortal, para que esse corpo, unido ao Verbo que está acima de tudo, pudesse morrer por todos. E porque era habitação do Verbo, o corpo assumido tornou-se imortal e, pelo poder da ressurreição, remédio de imortalidade para toda a humanidade.
        Entregando à morte o corpo que tinha assumido, ele o ofereceu como sacrifício e vítima puríssima, libertando assim da morte todos os seus semelhantes; pois o ofereceu em sacrifício por todos.
        O Verbo de Deus, que é superior a todas as coisas, entregando e oferecendo em sacrifício o seu corpo, templo e instrumento da divindade, pagou com a sua morte a dívida que todos tínhamos contraído. Deste modo, o Filho incorruptível de Deus, tornando-se solidário com todos os homens por um corpo semelhante ao seu, tornou a todos participantes da sua imortalidade, a título de justiça com a promessa da imortalidade.
        Por conseguinte, a corrupção da morte já não tem poder algum sobre os homens, por causa do Verbo que por meio do seu corpo habita neles.
www.liturgiadashoras.org

Expectativas da Pessoa Humana

Dom Orlando Brandes – Arcebispo de Aparecida (SP)
Vivemos hoje uma situação confusa em relação à dignidade da pessoa humana. De um lado, imperam o individualismo, a autonomia e a liberdade com atitudes bem egocêntricas. De outro lado, perdemos a sensibilidade humana, pois, tratamos melhor determinados animais que as pessoas e a banalização da vida nos leva a ter atitudes de vingança, violência e desrespeito pelo ser humano. Quais são, então, as expectativas da pessoa humana para que se sinta bem e seja uma pessoa centrada?
Todo ser humano deseja e gosta de ser:
1. Valorizado. Ser bem acolhida, elogiada, valorizada nos seus dons. Alegra-se quando lhe são confiadas responsabilidades e tarefas. Ela gosta de receber a confiança dos outros. Toda atitude de exclusão, humilhação, rejeição, abre feridas e traumas. Mesmo quem errou, merece confiança para poder recuperar-se.
2. Bem tratado. Toda pessoa gosta de ser notada e bem atendida nos lugares públicos, receber respostas educadas, gestos de solidariedade, ser correspondida, ser saudada e cumprimentada, ser ajudada por alguém em situações especiais.
3. Apreciado. Todos nos sentimos bem ao receber incentivo, elogio, gratidão e compreensão dos outros. Isso nos eleva e promove. A pessoa humana quer ser aceita, compreendida e isso aumenta a sua auto-estima. Como é bom a gente se sentir importante, porque assim nos sentimos amados.
4. Encorajado. Um bom conselho, palavras de consolação e de encorajamento, apoio e incentivo são fatores que dão coragem às pessoas e as levam a agir com entusiasmo, perseverança e de bom grado. Um pequeno toque, um gesto, uma palavra podem fazer milagres.
5. Reconhecido. As pessoas apreciam a gratidão, o elogio, a valorização de si. Todo gesto de atenção, de carinho, de boas maneiras faz a pessoa sentir-se importante e útil. Falar o nome, lembrar fatos positivos, retribuir o bem com bem, elogiar os dons, promover a vida e a dignidade são gestos de ouro.
6. Premiado. Receber o prêmio pelo esforço e o sacrifício realizado, colher frutos do que se plantou, obter retorno, gratificação, reconhecimento, tudo isso aumenta o estímulo para a pessoa crescer e melhorar.
7. Amado. Desde o útero a criança percebe se é amada ou rejeitada. A pior experiência é a rejeição, a máxima felicidade é a aceitação. Só as pessoas amadas crescem sadiamente, aprendem facilmente, desenvolvem-se e mudam. Só os amados mudam. A pessoa precisa saber e perceber que é amada. O amor regenera, cura, liberta, transforma.
CNBB

segunda-feira, 1 de maio de 2017

O Seminarista

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Um dos romances que rendeu popularidade ao escritor mineiro Bernardo Guimarães, “O Seminarista” (1872) surge um ano depois de uma forte campanha através dos jornais contra o episcopado no Rio de Janeiro, num episódio conhecido na nossa história como a “Questão Religiosa”.
Não que o romancista tenha aproveitado o ensejo para elaborar a obra. É que seu primeiro romance, “O Garimpeiro”, inspirou-se na descoberta do “Diamante do Sul”, livro cuja trama ambienta-se na zona diamantina. De qualquer maneira, tudo o que envolvia a Igreja nessa época despertava o interesse geral. Portanto, nada mais prático do que se utilizar desse recurso.
Alguns críticos vêem essa obra como um romance de tese, cujas intenções equiparam-se a “Eurico, o presbítero”, do escritor português Alexandre Herculano e a “O Crime do Padre Amaro", do também português Eça de Queiroz. Apesar de “O Seminarista” tocar no problema do celibato clerical, ele não pretende polemizar o assunto como nessas obras portuguesas. O caso de Eugênio e Margarida pode ser tomado sob outro aspecto, com boas e seguras razões para tal.
Esse romance está mais para um relato pastoral, uma história de amor iniciada na infância, em meio a um ambiente campestre onde os indícios da “desgraça”, prenunciados na aparição da serpente e somados à imposição dos pais, à educação, à formação no seminário, servem como sinal de desgraça futura.
Apenas por conta de algumas qualidades, como sua dedicação e zelo pelas coisas da Igreja, Eugênio passa a ser visto como “o escolhido” para o serviço do altar. Assim, os pais impõem ao rapaz o caminho sacerdotal, pois viam no filho padre um meio de subir na escala social; o serviço do altar era uma carreira até que brilhante ou pelo menos a garantia de um ganha-pão para o sustento da família. Eugênio deixa-se levar pela vontade alheia até o momento em que enfurecido por descobrir a mentira do pai – Margarida não se casou –e desesperado com a morte de Margarida, despoja-se das vestes sacerdotais, do ofício de padre e entrega-se à loucura.
O narrador desenvolve uma espécie de esquematismo na narrativa que vai, de alguma maneira, determinar o comportamento de Eugênio. Esse esquematismo instaura-se na divisão dos espaços abertos e fechados. Os fechados revelam um sentimento sufocante e deprimente em Eugênio, como a casa do pai, o seminário... É nos abertos, porém, em meio aos campos, às luzes da tarde e na escuridão da noite que o enredo revela seus melhores momentos.
Nos momentos finais, entretanto, esse esquematismo inverte-se: na cena do quarto de Margarida – o reencontro inesperado entre a amada enferma e o já padre Eugênio, cheio de boas lembranças e afagos; na cena de encomendação do corpo de uma mulher, que Eugênio reconhece ser Margarida – momento em que ele desiste do sacerdócio e foge para o espaço aberto, possesso de fúria e loucura.
Esse romance deve ser lido como uma pastoral, um idílio aonde as pequenas nuvens vão se aglomerando de tal maneira que provocam uma imensa tempestade, que se transforma em escuridão o que há pouco era um dia radiante. Segundo o crítico Hélio Lopes, o desfecho trágico dado por Bernardo Guimarães ao seu romance não é apenas uma simples imposição da estética romântica. Como romance de linha pastoril, “O Seminarista” encaixa-se perfeitamente dentro de boa tradição, já que os cantos de Tomás Antonio Gonzaga e de Cláudio Manuel da Costa também estavam cheios de lamentos de desgraça por suas histórias de amor impossível e não-correspondido.
Fontes
LOPES, Hélio. Um retrato de gente simples. In: GUIMARÃES, Bernardo. O Seminarista. 23 ed. São Paulo, Ática, 1997, p. 03-06.
www.infoescola.com/livros

“Espetáculo digno de ser visto por todos”, comenta dom Antônio Roberto sobre “1717”

O Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP), recebeu na noite deste domingo, dia 30, um grupo de bispos – principalmente das dioceses do Norte e do Nordeste – que assistiu ao espetáculo de dança-teatro “1717”, apresentado pela companhia catarinense Dois Pontos. Inspirada na devoção dos brasileiros à Nossa Senhora Aparecida, a apresentação dirigida por Alexandra Klen e Ricardo Tetzner rendeu elogios dos membros do episcopado, que saíram impressionados com a resistência dos artistas, que mantiveram uma intensa série de coreografias e gestos marcantes por mais de uma hora de espetáculo.
“É um espetáculo muito bem trabalhado, muito bem coreografado, os dançarinos são muito competentes têm muita capacidade, muitos dons que expressam na dança, então merece ser visto em todo o mundo, rodar o Brasil todo e até fora, digno de ser visto e admirado por todos”, comentou o bispo de Itapipoca (CE), dom Antônio Roberto Cavuto.
Dom Antônio considerou que o espetáculo possui uma abordagem plástica muito interessante, incluindo a história, que contempla os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a cultura, a arte e a música popular brasileira. “Eles souberam mostrar pela arte e pela dança toda a beleza da nossa história e cultura, principalmente da nossa tradição religiosa”, destacou. O bispo conta que em sua região procura incentivar os grupos que trabalham com expressões artísticas, principalmente aqueles que envolvem a juventude.
O espetáculo possui quatro atos: “Anunciação”, que retrata a feitura em barro da mãe de Jesus e sua aparição no rio; “Peregrinação”, expressão da fé a caminho do santuário ou de si mesmo; “Pedidos e Agradecimentos”, relatando a profusão de milagres; e “Destruição e Coroação, com a tempestade de pecados e a nova rainha, a coroação da virgem de Aparecida como Rainha e Padroeira do Brasil.
O bispo de Tianguá (CE), dom Francisco Edimilson Neves Ferreira, destacou a narrativa e a linguagem empregadas pelos autores da apresentação, que exigiram dos espectadores “um olhar muito profundo”. O bispo também chamou atenção para o preparo físico dos artistas. “É um espetáculo que exige dos artistas muita resistência”, comentou. Dom Edimilson considerou ainda que foram felizes as intervenções de fala durante a apresentação e a inclusão dos elementos da religiosidade e do cenário atual, “inclusive o contexto que o Brasil experimenta”, afirmou indicando o trecho que, com dança e com a Língua Brasileira de Sinais (Libras), os dançarinos interpretam a letra “Só de Sacanagem”, de Elisa Lucinda.

Sobre “1717”

A apresentação é a primeira montagem da companhia de Florianópolis, fundada em 2015. A estreia do espetáculo foi no mesmo ano da fundação do grupo, no dia 12 de outubro, na catedral Metropolitana da cidade. Um ano depois, a montagem foi a Roma, também no dia 12 de outubro, para uma exibição na comemoração do dia de Nossa Senhora Aparecida, a convite do Colégio Pio Brasileiro, depois que “1717” recebeu o apoio do Pontifício Conselho para a Cultura, em “reconhecimento ao valor cultural e artístico da montagem”.
O grupo destaca que a apresentação ocorreu após uma missa presidida pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, que também é catarinense. Na ocasião, estava presente o prefeito para a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, cardeal João Braz de Aviz.

Diversidade e inclusão

A história apresentada mescla arte, religiosidade e cultura popular. Em grupo e em duplas, sete bailarinos atuam no cenário projetado para o caráter itinerante de “1717”. A coreografia costura estilos, como samba, danças urbanas, forró e ainda o improviso com jogos teatrais, refletindo a diversidade cultural das cidades brasileiras.
O elenco conta com uma tradutora e intérprete de Libras, que faz parte do contexto e da composição coreográfica. O objetivo é incluir minorias linguísticas no espetáculo e todos os bailarinos também aprenderam um pouco desta forma de comunicação.
CNBB

Episcopado: números por origem dos bispos que atuam no Brasil

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dicio.com.br
Os bispos que atuam na Igreja no Brasil têm origens diversas e formam um quadro muito interessante com o predomínio de paulistas, mineiros, gaúchos e bispos de outras nacionalidades. Um levantamento aproximado, feito no último final de semana, deu o seguinte resultado:
Seis maiores grupos:
72 paulistas
71 mineiros
58 gaúchos
32 catarinenses
20 cariocas
20 italianos
Sete Grupos intermediários
13 baianos
13 espanhóis
12 pernambucanos
9 cearenses
9 alemães
7 maranhenses
7 capixabas
6 sergipanos
6 potiguares
6 alagoanos
Dezesseis Pequenos grupos
5 poloneses
4 paraibanos
4 norte-americanos
3 piauienses
3 goianos
3 belgas
3 holandeses
3 franceses
3 libaneses
2 malteses
2 amazonenses
2 austríacos
2 suíços
2 portugueses
2 uruguaios
2 paraenses
Únicos representantes
1 egípcio
1 irlandês
1 Tocantinense
1 mato-grossense
1 brasiliense
1 paraguaio
1 mexicano
1 cabo-verdiano
Deste modo, entre os estados brasileiros, cinco não tem representação no episcopado: Acre, Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul e Amapá; A Itália é o país que mais têm bispos atuando no Brasil e não há nenhum representante da terra do Papa Francisco.
CNBB

Aspectos edificantes sobre a figura de São José e que pouca gente sabe

ACI Digitral
REDAÇÃO CENTRAL, 01 Mai. 17 / 08:00 am (ACI).- Neste dia 1º de maio é comemorado o Dia Mundial de Trabalho, o qual coincide com a festa de São José Operário, padroeiro dos trabalhadores e pai adotivo de nosso Senhor Jesus Cristo. A seguir, é apresentada uma lista com 8 dados que pouca gente sabe a respeito de São José:
1. Não há palavras suas nas Sagradas Escrituras
Ele protegeu a Imaculada Mãe de Deus e ajudou a cuidar do Senhor do Universo! Entretanto, não há nenhuma palavra dele nos Evangelhos. Muito pelo contrário, foi um silencioso e humilde servo de Deus que desempenhou seu papel cabalmente.
2. Foi muito pouco mencionado no Novo Testamento
São José é mencionado no Evangelho de São Mateus, de São Lucas, uma vez em São João (alguém diz que Jesus é “o filho de José”) e apenas isso. Ele não é mencionado em Marcos ou no restante do Novo Testamento.
3. Sua saída da história dos Evangelhos não é explicada na Bíblia
É uma figura importante nos relatos do Nascimento do Senhor em São Mateus e São Lucas e mencionado nas passagens que relatam o momento em que Jesus se perdeu aos 12 anos e foi encontrado no templo. Mas este é o último momento que falam dele.
Maria aparece várias vezes durante o ministério de Jesus, mas José desapareceu, sem deixar rastro. Então, o que aconteceu? Várias tradições explicam esta diferença dizendo que José morreu aproximadamente quando Jesus tinha 20 anos.
4. Viúvo e idoso?
A Escritura não diz a idade de São José quando se casou com Maria ou sobre seu passado. Entretanto, por muito tempo foi representado como um homem de idade avançada, aparentemente baseado em um texto do chamado protoevangelho de São Tiago, um evangelho apócrifo que menciona que São José havia casado anteriormente, teve filhos desse casamento e ficou viúvo.
Segundo essa tradição, São José sabia que Maria tinha feito voto de virgindade e foi eleito para se casar com ela para protegê-la, de certo modo porque ele era idoso e não estaria interessado em formar uma nova família. Esta ideia foi contraposta ao longo da história por grandes santos, como Santo Agostinho.
5. É venerado aproximadamente desde o século IX
Um dos primeiros títulos que utilizaram para honrá-lo foi “nutritor Domini”, que significa “guardião do Senhor”.
6. Tem duas celebrações
A solenidade de São José é no dia 19 de março e a festa de São José Operário (Dia Internacional do Trabalho) no dia 1º de maio. Também é celebrado na Festa da Sagrada Família (30 de dezembro) e sem dúvida faz parte da história do Natal.
7. É padroeiro de várias coisas
É o padroeiro da Igreja Universal, da boa morte, das famílias, dos pais, das mulheres grávidas, dos viajantes, dos imigrantes, dos artesãos, dos engenheiros e trabalhadores. E também é padroeiro das Américas, Canadá, China, Croácia, México, Coreia, Áustria, Bélgica, Peru, Filipinas e Vietnã.
8. A ‘Josefologia’
Entre as subdisciplinas da teologia, são conhecidas a cristologia e mariologia. Mas, sabia que também existe a Josefologia?
São José foi uma figura de interesse teológico durante séculos. Entretanto, a partir do século XX algumas pessoas começaram a recolher opiniões da Igreja a respeito dele e o converteram em uma subdisciplina.
Na década de 1950, abriram três centros dedicados ao estudo de São José: na Espanha, na Itália e no Canadá.
Publicado originalmente em ChurchPOP.
Fonte: Acidigital

Do Comentário à Primeira Carta de São Pedro, de São Beda Venerável, presbítero

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(Cap.2:PL93,50-51) (Séc.VIII)


Raça escolhida, sacerdócio do Reino
        Vós sois a raça escolhida, o sacerdócio do Reino (1Pd 2,9). Este elogio foi feito outrora por Moisés ao antigo povo de Deus. Agora com maior razão, o apóstolo Pedro o aplica aos pagãos pois acreditaram em Cristo, que como pedra angular, reuniu todos os povos na mesma salvação que fora dada a Israel.
        Chama-os de raça escolhida, por causa da fé que os distingue daqueles que, rejeitando a pedra viva, acabaram sendo eles mesmos rejeitados.
        Chama-os também sacerdócio do Reino, porque estão unidos ao corpo daquele que é o supremo rei e verdadeiro sacerdote. Como rei torna-os participantes do seu reino e, como sacerdote, purifica-os dos pecados pelo sacrifício do seu sangue. Chama-os sacerdócio do Reino para que se lembrem de esperar o reino eterno e ofereçam continuamente a Deus o sacrifício de uma conduta irrepreensível.
        São ainda chamados nação santa e povo que ele conquistou (1Pd 2,9), de acordo com o que diz o apóstolo Paulo, comentando uma passagem do Profeta: O seu justo viverá por causa de sua fidelidade, mas se esmorecer, não encontrarei mais satisfação nele. Nós não somos desertores, para a perdição. Somos homens de fé, para a salvação da alma (Hb 10,38-39). E nos Atos dos Apóstolos: O Espírito Santo vos colocou como guardas para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o sangue de seu próprio Filho (At 20,28).
        Portanto, o sangue de nosso Redentor fez de nós um povo que ele conquistou, como outrora o sangue do cordeiro libertou do Egito o povo de Israel.
        Eis por que, no versículo seguinte, recordando o significado místico da antiga história, Pedro ensina que ela deve ser realizada espiritualmente pelo novo povo de Deus, acrescentando: Para proclamar suas obras admiráveis (cf. 1Pd 2,9). De fato, os que foram libertados da escravidão do Egito por Moisés, entoaram ao Senhor um cântico de vitória, depois de terem atravessado o mar Vermelho e afogado o exército do Faraó. Do mesmo modo, também nós, depois de termos recebido no batismo o perdão dos pecados, devemos agradecer dignamente os benefícios celestes.
        Os egípcios que afligiam o povo de Deus, e por isso eram símbolo das trevas e tribulações, representam muito bem os pecados que nos oprimiam, mas que foram lavados pelas águas do batismo.
        A libertação dos filhos de Israel e a sua caminhada para a terra outrora prometida, têm íntima relação com o mistério da nossa redenção; por ela nos dirigimos para os esplendores da morada celeste, sob a luz e direção da graça de Cristo. Esta luz da graça foi também prefigurada por aquela nuvem e coluna de fogo que,durante toda a peregrinação pelo deserto defendeu os israelitas das trevas da noite e os conduziu através de veredas indescritíveis para a pátria prometida.
www.liturgiadashoras.org

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF