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domingo, 21 de maio de 2017

Papa: o Evangelho une e a ideologia divide

Cidade do Vaticano (RV) - A graça da conversão “à unidade da Igreja, ao Espírito Santo e à verdadeira doutrina”. Esta foi a oração do Papa na homilia da missa celebrada na manhã desta sexta-feira (19/05) na Casa Santa Marta.
Francisco comentou a Primeira Leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos, e observou que também na primeira comunidade cristã “havia ciúmes, lutas de poder, algum espertinho que – explicou – queria ganhar e comprar o poder”. Portanto, “sempre houve problemas”: “somos humanos, somos pecadores” e as dificuldades existem, inclusive na Igreja, mas ser pecadores nos leva à humildade e a nos aproximar do Senhor, “como salvador dos nossos pecados”. A propósito dos pagãos que o Espírito Santo convida à conversão, o Pontífice recordou que, no trecho, os apóstolos e os anciãos escolhem alguns deles para ir até Antioquia com Paulo e Barnabé. Os grupos descritos são dois:
“O grupo dos apóstolos que quer discutir o problema e os outros que criam problemas, dividem, dividem a Igreja, dizem que aquilo que os apóstolos pregam não é o que disse Jesus, que não é a verdade”.
Os apóstolos discutem entre si e, no final, entram num acordo:
“Mas não é um acordo politico, é a inspiração do Espírito Santo que os leva a dizer: nada de coisas, nada de exigências. Mas só o que dizem: não comer carne naquele período, a carne sacrificada aos ídolos porque era fazer comunhão com os ídolos, abster-se do sangue, dos animais sufocados e das uniões ilegítimas”.
O Papa destacou a “liberdade do Espírito” que leva ao “acordo”: assim, diz, os pagãos podem entrar na Igreja. Tratou-se, no fundo, de um “primeiro Concílio” da Igreja – “o Espírito Santo e eles, o Papa com os bispos, todos juntos” – reunidos “para esclarecer a doutrina” e seguido, no decorrer dos séculos, por exemplo pelo de Éfeso e do Vaticano II, porque “é um dever da Igreja esclarecer a doutrina” para “se entender bem o que Jesus disse nos Evangelhos, qual é o Espírito dos Evangelhos”.
“Mas sempre existiram essas pessoas que, sem qualquer autoridade, turbam a comunidade cristã com discursos que transtornam as almas: “Eh, não. Isso que foi dito é herético, não se pode dizer, isso não, a doutrina da Igreja é esta…”. E são fanáticos por coisas que não são claras, como esses fanáticos que semeavam intrigas para dividir a comunidade cristã. E este é o problema: quando a doutrina da Igreja, a que vem do Evangelho, que o Espírito Santo inspira, esta doutrina se torna ideologia. E este é o grande erro dessas pessoas”.
Esses indivíduos - explicou - “não eram fiéis, eram ideologizados”, tinham uma ideologia “que fechava o coração para a obra do Espírito Santo”. Ao invés, os apóstolos certamente discutiram de maneira enérgica, mas não eram ideologizados: “tinham o coração aberto ao que o Espírito dizia.
A exortação final do Papa foi para não se deixar intimidar diante das “opiniões dos ideólogos da doutrina”. A Igreja, concluiu Francisco, tem “o seu próprio magistério, o magistério do Papa, dos bispos, dos concílios”, e devemos caminhar nesta estrada “que vem da pregação de Jesus e do ensinamento e da assistência do Espirito Santo”, que está “sempre aberta, sempre livre”, porque a doutrina une, os concílios unem a comunidade cristã”, enquanto “a ideologia divide”.
Rádio Vaticano

Dos Comentários sobre a Segunda Carta aos Coríntios, de São Cirilo de Alexandria,bispo

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(Cap.5,5-6,2: PG 74,942-943)            (Séc.V)


Deus, por Cristo, nos reconciliou consigo
e nos confiou o ministério da reconciliação
        Os que possuem o penhor do Espírito e vivem na esperança da ressurreição, como se já possuíssem aquilo que esperam,podem dizer que desde agora não reconhecem a ninguém segundo a carne; pois somos todos espirituais e isentos da corrupção da carne. Com efeito, desde que brilhou para nós a Luz do Unigênito de Deus, fomos transformados no próprio Verbo que dá vida a todas as coisas. E assim como nos sentíamos acorrentados pelos laços da morte, quando reinava o pecado, agora ficamos livres da corrupção, ao chegar a justiça de Cristo.
        Por conseguinte, doravante ninguém vive mais sob o domínio da carne, isto é, sujeito à fraqueza carnal. A ela com certeza, entre outras coisas, deve ser atribuída a corrupção. Neste sentido afirma o apóstolo Paulo: Se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne,agora já não o conhecemos assim (2Cor 5,16). Como se quisesse dizer: O Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), sujeitando-se à morte segundo a carne, para a salvação de todos. Foi deste modo que o conhecemos; todavia, desde este momento, já não é mais assim que o reconhecemos. É verdade que ele conserva a sua carne, pois ressuscitou ao terceiro dia, e vive no céu, à direita do Pai; mas a sua existência é superior à vida da carne. Tendo morrido uma vez, Cristo não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive (Rm 6,9-10).
        Então, se ele se apresentou diante de nós como modelo de vida, é absolutamente necessário que também nós, seguindo seus passos, façamos parte daqueles que não vivem mais na carne mas acima da carne. É o que diz o grande Paulo, com toda razão: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo (2Cor 5,17). Fomos justificados pela fé em Cristo e terminou o domínio da maldade. Uma vez que ele ressuscitou por nossa causa, calcando aos pés o poder da morte, nós conhecemos aquele que por sua própria natureza é o verdadeiro Deus. É a ele que prestamos culto em espírito e verdade, por intermédio de seu Filho que distribui sobre o mundo as bênçãos divinas do Pai.
Por esse motivo, São Paulo diz com muita sabedoria: Tudo vem de Deus que, por Cristo, nos reconciliou consigo (2Cor 5,18). Realmente, o mistério da encarnação e a renovação a que ela deu origem não se realizaram sem a vontade do Pai. É por Cristo que temos acesso ao Pai, como ele próprio afirma: ninguém pode ir ao Pai senão por ele. Portanto, tudo vem de Deus que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação.
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6º Domingo da Páscoa: O Espírito da Verdade e Defensor

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Estamos para celebrar as solenidades da Ascensão do Senhor e de Pentecostes nos próximos domingos, completando o Tempo Pascal. O Evangelho, hoje proclamado, nos prepara para essas grandes celebrações pascais, recordando-nos a promessa de Jesus de não deixar “órfãos” os seus discípulos, ao retornar para o Pai, enviando-lhes o Espírito Santo. Jesus o apresenta como o “defensor” que permanece sempre com os discípulos, o “Espírito da verdade”, que estará “junto” dos discípulos e “dentro” deles (Jo 14,16-17). Para receber a manifestação de Jesus e acolher o dom do Espírito, somos convidados a acolher e observar os seus mandamentos.
Desde o início deste tempo litúrgico, temos sido motivados a vivenciar a Páscoa que celebramos. Por isso, a promessa de Jesus, já cumprida, se dirige também a nós. A nós, hoje, o Senhor promete não nos deixar sozinhos e nos oferece o dom do Espírito da verdade, o defensor. Nós somos agraciados com a presença do Ressuscitado e com o dom do seu Espírito. A esses dons, respondemos com o louvor e com o cumprimento de sua Palavra. Toda a terra é chamada a aclamar a Deus e cantar salmos a seu nome glorioso (Salmo 65). Para tanto, é preciso anunciar o Evangelho a todos os povos, como fez corajosamente Filipe, na Samaria (At 8,5).
A primeira carta de São Pedro nos alerta: “estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que pedir” (1Pd 3,15). A fé celebrada se transforma em fé vivida e testemunhada, também entre aqueles que não creem em Cristo. O verdadeiro discípulo se torna um missionário, capaz de dar as razões da fé. Faz isso “com mansidão e respeito e com boa consciência”, mesmo em situações adversas à fé cristã ou em meio a sofrimentos, por praticar o bem.
Para que a missão evangelizadora da Igreja continue a se cumprir, no mundo de hoje, necessitamos de cristãos com o coração missionário. Os Bispos do Brasil, na última Assembleia da CNBB, aprovaram um valioso documento sobre a “Iniciação à Vida Cristã: Itinerário para Formar Discípulos Missionários”, destinado ao conjunto da Igreja no Brasil e, de modo especial, aos que se dedicam a preparação, celebração e vivência dos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Eucaristia. A catequese a serviço da Iniciação Cristã necessita do apoio de toda a Comunidade para ser um itinerário de formação de discípulos missionários. Cada Paróquia seja uma comunidade acolhedora, que sustenta com a sua oração e testemunho de fé, aqueles que estão percorrendo o caminho da Iniciação Cristã, crianças, jovens e adultos. Seja a nossa Igreja, “casa da Iniciação Cristã”, capaz de compartilhar as razões da nossa fé em Cristo, com convicção e alegria!
Arquidiocese de Brasília

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Egito estuda promover a Rota da Sagrada Família

Descanso na Fuga para o Egito / Foto: Pintura de Bartolomé Esteban Murillo
Roma, 17 Mai. 17 / 11:00 am (ACI).- A fim de promover o turismo religioso, o governo egípcio e a Santa Sé estudam a possibilidade de oferecer aos peregrinos a “Rota da Sagrada Família”, referindo-se ao caminho que percorreram José e Maria de Belém ao Egito para salvar o Menino Jesus do rei Herodes.
Segundo informaram meios de comunicação egípcios, o ministro de Turismo deste país, Yehia Rashed, viajou a Roma na semana passada para se reunir com autoridades vaticanas para discutir a possibilidade de promover essa rota.
A imprensa egípcia, citando um comunicado divulgado pelo Ministério, assinalou que o objetivo é atrair um grande número de turistas do mundo inteiro.
Rashed disse que a sua viagem a Roma é o resultado da visita que o Papa Francisco fez ao Egito nos dias 28 e 29 de abril e foi chamada de “histórica”.
O capítulo 2 do Evangelho de São Mateus relata que depois que os Magos foram embora de Belém por um caminho diferente – a fim de evitar se encontrar com Herodes –, “um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.
José “se levantou durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. Ali permaneceu até a morte de Herodes”.
Acidigital

Dom Odilo: Brasil vive momento delicado que requer retomada da ética e da moral


Dom Odilo Pedro Scherer / Foto: Facebook de Dom Odilo
SÃO PAULO, 18 Mai. 17 / 08:00 a.m (ACI).- Frente ao atual cenário político, econômico e social pelo qual o Brasil vem passando, o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer assinalou que “não dá para negar que o momento é muito delicado” e que é indispensável “a retomada urgente dos caminhos da ética e da moral”.
Em um artigo intitulado “Para onde vai o Brasil?”, o Purpurado lembrou que nos últimos meses os noticiários nacionais estão focados no mesmo assunto, “os escândalos de corrupção no Brasil”.
“E não é para menos!”, expressa. “O que tem aparecido nas denúncias e investigações é muito grave, corroborando a suspeita de que o desvio de bens públicos explica a carência de recursos para atender às necessidades prioritárias da população, como saúde, educação, saneamento básico, moradia, segurança, proteção social dos mais vulneráveis e infraestrutura em geral”.
O desvio de dinheiro público para benefícios privados, de acordo com o Arcebispo, explica porque “a atividade econômica é onerada com uma carga tributária sufocante”. Além disso, estando presente na esfera pública e econômica, a corrupção pode se difundir também para as demais pessoas, que, diante do “mau exemplo que vem de cima”, podem ser motivadas a seguir pelo mesmo caminho “das vantagens fáceis e ilícitas”.
Nesse sentido, recorda a recente declaração “sobre o grave momento nacional” emitida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao final da Assembleia Geral realizada de 26 de abril a 5 de maio, em Aparecida (SP).
Este texto lista “vários motivos de apreensão para a população brasileira, perplexa diante da delicada conjuntura política, econômica, social e moral por que o Brasil vem passando. Não dá para negar que o momento é muito delicado”, manifesta.
Citando as “mazelas ligadas à corrupção, à violência contra a pessoa e a vida, ao degrado ambiental, à perda de qualidade da educação e do atendimento à saúde, ao desmantelamento da família”, entre outros, Dom Odilo reforça a posição dos bispos brasileiros, os quais “apontam um fator comum e constante: a perda ou o desprezo dos referenciais éticos e dos princípios morais nas relações pessoais e sociais e nas instituições públicas”.
“Se cada indivíduo ou organização pautar a sua conduta por interesses subjetivos, não os relacionando com o que é bom, digno, justo e honesto também em relação aos outros, só pode aparecer o caos no convívio social”, sublinha.
Por isso, indica, “a retomada urgente dos caminhos da ética e da moral é condição indispensável para que a sociedade consiga lutar contra os males mais evidentes que a afligem”.
Neste sentido, é necessário respeitar as “questões essenciais à vida social, econômica e política, como a primazia da pessoa e de sua inalienável dignidade sobre o mercado e do trabalho sobre o capital”, bem como “do Estado sobre o mercado”.
Além disso, o Purpurado reforça a declaração da CNBB de que “é preciso construir uma democracia verdadeiramente participativa” frente ao “desencanto e descrédito de políticos e da política e até mesmo dos poderes públicos”.
O Cardeal Scherer alerta que a “rejeição da representação partidária e até do exercício da política” seria “um grave equívoco, pois criariam um clima favorável ao surgimento de propostas populistas, autoritárias e intolerantes de exercício do poder”.
Soma-se a esta situação o crescimento da “agressividade no meio da população”. E, neste ponto, o Arcebispo chama a atenção para o papel das mídias sociais que, “muitas vezes levadas por informações parciais, desempenham um papel relevante na difusão de ideias e na agregação de tendências”.
“Mais que à agressividade, porém – adverte –, essa crescente polarização de posições deveria levar ao diálogo e a uma dialética propositiva na busca de caminhos em benefício do bem comum”.
Por fim, Dom Odilo ressalta que “não basta denunciar os males, é preciso indicar caminhos para a solução dos problemas e colaborar efetivamente para mudar essa situação”.
Neste sentido, concluiu afirmando que, além do “exercício fiel e honesto” de suas atribuições por parte dos “legítimos representantes do poder público”, a população também deve “fazer bem a sua parte, vigiando atentamente o desempenho dos detentores de poder”.
Acidigital

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Da Carta a Diogneto

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Esta carta é considerada a “jóia da literatura cristã primitiva”, a Carta de Diogneto foi escrita cerca do ano 120 d.C. Trata-se do testemunho escrito por ...(Blog da Canção Nova)
(N.5-6: Funk 1,317-321)   (Séc.II)

Os cristãos no mundo
        Os cristãos não se diferenciam dos outros homens nem pela pátria nem pela língua nem por um gênero de vida especial. De fato, não moram em cidades próprias, nem usam linguagem peculiar, e a sua vida nada tem de extraordinário. A sua doutrina não procede da imaginação fantasista de espíritos exaltados, nem se apoia em qualquer teoria simplesmente humana, como tantas outras.
        Moram em cidades gregas ou bárbaras, conforme as circunstâncias de cada um; seguem os costumes da terra, quer no modo de vestir, quer nos alimentos que tomam, quer em outros usos; mas o seu modo de viver é admirável e passa aos olhos de todos por um prodígio. Habitam em suas pátrias, mas como de passagem; têm tudo em comum como os outros cidadãos, mas tudo suportam como se não tivessem pátria. Todo país estrangeiro é sua pátria e toda pátria é para eles terra estrangeira. Casam-se como toda gente e criam seus filhos, mas não rejeitam os recém-nascidos. Têm em comum a mesa, não o leito.
        São de carne, porém, não vivem segundo a carne. Moram na terra, mas sua cidade é no céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas com seu gênero de vida superam as leis. Amam a todos e por todos são perseguidos. Condenam-nos sem os conhecerem; entregues à morte, dão a vida. São pobres, mas enriquecem a muitos; tudo lhes falta e vivem na abundância. São desprezados, mas no meio dos opróbrios enchem-se de glória; são caluniados, mas transparece o testemunho de sua justiça. Amaldiçoam-nos e eles abençoam. Sofrem afrontas e pagam com honras. Praticam o bem e são castigados como malfeitores; ao serem punidos, alegram-se como se lhes dessem a vida. Os judeus fazem-lhes guerra como a estrangeiros e os pagãos os perseguem; mas nenhum daqueles que os odeiam sabe dizer a causa do seu ódio.
        Numa palavra: os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo. A alma está em todos os membros do corpo; e os cristãos em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, mas não provém do corpo; os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo. A alma invisível é guardada num corpo visível; todos veem os cristãos, pois habitam no mundo, contudo, sua piedade é invisível. A carne, sem ser provocada, odeia e combate a alma, só porque lhe impede o gozo dos prazeres; o mundo, sem ter razão para isso, odeia os cristãos precisamente porque se opõem a seus prazeres.
A alma ama o corpo e seus membros, mas o corpo odeia a alma; também os cristãos amam os que os odeiam. Na verdade, a alma está encerrada no corpo, mas é ela que contém o corpo; os cristãos encontram-se detidos no mundo como numa prisão, mas são eles que abraçam o mundo. A alma imortal habita numa tenda mortal; os cristãos vivem como peregrinos em moradas corruptíveis, esperando a incorruptibilidade dos céus. A alma aperfeiçoa-se com a mortificação na comida e na bebida; os cristãos, constantemente mortificados, veem seu número crescer dia a dia. Deus os colocou em posição tão elevada que lhes é impossível desertar.
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Audiência: Deus é um sonhador, porque sonha a transformação do mundo

Papa acolheu 20 mil fiéis para a Audiência Geral (17/05) - REUTERS

Cidade do Vaticano (RV) - Maria Madalena, apóstola da esperança: este foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral de quarta-feira (17/05).
Aos cerca de 20 mil fiéis presentes na Praça S. Pedro, entre os quais brasileiros da Bahia, de Fortaleza e Brasília, o Pontífice deu prosseguimento ao ciclo sobre a esperança no contexto do mistério pascal, falando daquela que, por primeiro, viu Jesus ressuscitado.
Após a sua morte e assim que o descanso do Sábado o permitiu, Maria Madalena foi até o sepulcro para completar os ritos fúnebres. Ao chegar, viu que alguém tinha removido a pedra que estava à porta do sepulcro e logo pensou que tivessem roubado o corpo de Jesus. Este trajeto rumo ao sepulcro, disse o Papa, espelha a fidelidade de tantas mulheres que são devotas por anos às ruelas dos cemitério, em memória de alguém que não existe mais. “Os elos mais autênticos não são interrompidos nem mesmo pela morte: há quem continua a amar mesmo que a pessoa amada tenha ido embora para sempre”, afirmou Francisco em meio aos aplausos dos fiéis.
Deus nos chama pelo nome
Ela advertiu os discípulos e, em seguida, voltou novamente ao sepulcro com uma dupla tristeza: a morte de Jesus e o desaparecimento de seu corpo. Porém, desta vez, foi surpreendida pelo aparecimento de dois anjos e, finalmente, do próprio Jesus, a quem reconhece quando este a chama pelo nome: Maria!
“Como é belo pensar que a primeira aparição do Ressuscitado tenha ocorrido de modo assim tão pessoal!”, disse Francisco. “Tem alguém que nos conhece, que vê o nosso sofrimento e a nossa desilusão, que se comove e nos chama pelo nome. Em volta de Jesus, há muitas pessoas que buscam a Deus; mas a realidade mais prodigiosa é que, muito antes, há um Deus que se preocupa com nossa vida. Cada homem é uma história de amor que Deus escreve sobre esta terra. A cada um de nós Deus chama por nome, nos olha, nos espera, nos perdoa, tem paciência. É verdade ou não?”, perguntou o Papa aos fiéis.
Revolução não é como um conta-gotas
A ressurreição de Jesus é uma revolução que transformou a vida de Maria Madalena e transforma a vida de cada um de nós. Uma revolução que não vem como conta-gotas, mas é como uma cascata que se expande por toda a existência. Esta não é marcada por “pequenas felicidades”, mas por ondas que levam tudo.
Nosso Deus é sonhador
Francisco convidou os fiéis a imaginarem este instante em que Deus nos chama por nome e diz: “Levante-se, pare de chorar, porque vim libertar!”. Jesus, prosseguiu, não se adapta ao mundo, tolerando que prevaleçam a morte, o ódio, a destruição moral das pessoas... “O nosso Deus não está inerte, permito-me dizer que nosso Deus é um sonhador, que sonha a transformação do mundo e a realizou no mistério da Ressurreição.”
O Papa concluiu falando novamente de Maria Madalena. Esta mulher que, antes de encontrar Jesus estava à mercê do maligno, agora se transformou em apóstola da nova e maior esperança. “Que a sua intercessão  nos ajude a viver também nós esta experiência: na hora do pranto e do abandono, ouvir Jesus Ressuscitado que nos chama por nome, e com o coração repleto de alegria anunciar: Vi o Senhor! Mudei de vida porque vi o Senhor. Esta é a nossa força e esta é a nossa esperança.”
Rádio Vaticano

terça-feira, 16 de maio de 2017

Do Comentário sobre o Evangelho de São João, de São Cirilo de Alexandria, bispo

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(Lib. 10,2: PG 74,331-334)         (Séc.V)


Eu sou a videira, vós os ramos
        Querendo mostrar a necessidade de estarmos unidos a ele pelo amor, e a grande vantagem que nos vem desta união, o Senhor afirma que é a videira. Os ramos são os que, já se tornaram participantes da sua natureza pela comunicação do Espírito Santo. De fato, é o Espírito de Cristo que nos une a ele.
        A adesão a esta videira nasce da boa vontade; a união da videira conosco procede do seu afeto e natureza. Foi, de fato, pela boa vontade que nos aproximamos de Cristo, mediante a fé; mas participamos da sua natureza por termos recebido dele a dignidade da adoção filial. Pois, segundo São Paulo, quem adere ao Senhor torna-se com ele um só espírito (1Cor 6,17).
        Do mesmo modo, o autor sagrado, noutro lugar da Escritura, dá ao Senhor o nome de alicerce e fundamento. Sobre ele somos edificados como pedras vivas e espirituais, para nos tornarmos, pelo Espírito Santo, habitação de Deus e formarmos um sacerdócio santo. Entretanto, isto só será possível se Cristo for nosso fundamento. A mesma coisa vem expressa na analogia da videira: Cristo afirma ser ele próprio a videira e, por assim dizer, a mãe e a educadora dos ramos que dela brotam.
        Nele e por ele fomos regenerados no Espírito Santo, para produzirmos frutos de vida, não da vida antiga e envelhecida, mas daquela vida nova que procede do amor para com ele. Esta vida nova, porém, só poderemos conservá-la se nos mantivermos perfeitamente inseridos em Cristo, se aderirmos fielmente aos santos mandamentos que nos foram dados, se guardarmos com solicitude este título de nobreza adquirida e se não permitirmos que se entristeça o Espírito que habita em nós, quer dizer, Deus que por ele mora em nós.
        O evangelista João nos ensina sabiamente de que modo estamos em Cristo e ele em nós, quando diz: A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito(1Jo 4,13).
        Assim como a raiz faz chegar aos ramos a sua seiva natural, também o Unigênito de Deus concede aos homens, sobretudo aos que lhe estão unidos pela fé,o seu Espírito. Ele os conduz à santidade perfeita, comunica-lhes a afinidade e parentesco com sua natureza e a do Pai, alimenta-os na piedade e dá-lhes a sabedoria de toda virtude e bondade.
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segunda-feira, 15 de maio de 2017

JMJ 2019 já tem logo: o Panamá, a Cruz Peregrina, Nossa Senhora, os cinco continentes

Cidade do Panamá (RV) – A Jornada Mundial da Juventude 2019 já tem seu logo oficial. A imagem foi apresentada neste domingo (14/05) pelos organizadores da JMJ, que se realizará no país de 22 a 27 de janeiro de 2019.
Na imagem, estão representados o istmo do país, o Canal do Panamá, a Cruz Peregrina e a imagem de Nossa Senhora com um coroa de cinco pontos, indicando os cinco continentes. As figuras aparecem formando um coração.
A criação é de uma jovem de 20 anos, que participou de várias Jornadas desde muito pequena: Ambar Calvo é uma estudante de arquitetura na Universidade do Panamá.
Ela explica que o Canal simboliza o caminho do peregrino que descobre em Maria o meio para se encontrar com Jesus; a silhueta do Istmo panamenho representa o local de acolhida; e os pontos na coroa de Maria os peregrinos de cada continente.
Seleção
O logo foi escolhido entre 103 propostas que foram avaliadas por um júri integrado por especialistas em desenho gráfico, marketing e outras profissões do ramo, que selecionaram as melhores três ideias. Mas a escolha definitiva ficou a cargo do Comitê Executivo da JMJ, com o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.
Pequeno país, grande coração
O Arcebispo de Cidade do Panamá, Dom José Domingo Ulloa Mendieta, declarou-se emocionado com o talento da juventude panamenha, porque este desenho “conseguiu captar a mensagem que desejamos enviar aos jovens do mundo, a pequenez do nosso país, mas a grandeza do nosso coração, aberto a todos sem exclusão”.
“Os jovens são a reserva moral e humana de nossas sociedades e da própria Igreja, eles são capazes de transformá-las por inteiro, positivamente, se formos capazes de ensinar-lhes a amar como Jesus fez conosco”, destacou ainda o Arcebispo panamenho.
Fonte:
Rádio Vaticano/CNBB

Dos Sermões de São Gregório de Nissa, bispo


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(Oratio 1 in Christi resurrectionem: PG 46, 603-606.626-627)
(Séc.IV)

O primogênito da nova criação
Começou o reino da vida e foi dissolvido o império da morte. Apareceu um novo nascimento,
uma vida nova, um novo modo de viver; a nossa própria natureza foi transformada. Que novo
nascimento é este? É o daqueles que não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da
vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1,13).

Tu perguntas: como isto pode acontecer? Escuta-me, vou te explicar em poucas palavras.

Este novo ser é concebido pela fé; é dado à luz pela regeneração do batismo; tem por mãe a
Igreja que o amamenta com sua doutrina e tradições. Seu alimento é o pão celeste; sua idade
adulta é a santidade; seu matrimônio é a familiaridade com a sabedoria; seus filhos são a
esperança; sua casa é o reino; sua herança e riqueza são as delícias do paraíso; seu fim não é a
morte, mas aquela vida feliz e eterna que está preparada para os que dela são dignos.
Este é o dia que o Senhor fez para nós (Sl 117,24), dia muito diferente daqueles que foram
estabelecidos desde o início da criação do mundo e que são medidos pelo decurso do tempo.
Este dia é o início de uma nova criação. Nele Deus faz um novo céu e uma nova terra, como diz
o Profeta. Que céu é este? Seu firmamento é a fé em Cristo. E que terra é esta? O coração bom,
de que fala o Senhor, é a terra que absorve a água das chuvas e produz frutos em abundância.


O sol desta nova criação é uma vida pura; as estrelas são as virtudes; a atmosfera é um
comportamento digno; o mar é a profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência (Rm
11,33). As ervas e as sementes são a boa doutrina e a Escritura divina, onde o rebanho, isto é, o
povo de Deus, encontra sua pastagem e alimento; as árvores frutíferas são a prática dos
mandamentos.

Neste dia, o verdadeiro homem é criado à imagem e semelhança de Deus. Não é, porventura,
um novo mundo que começa para ti neste dia que o Senhor fez? Não diz o Profeta que esse dia
e essa noite não têm igual entre os outros dias e noites?

Mas ainda não explicamos o dom mais precioso que recebemos neste dia de graça. Ele destruiu
as dores da morte e deu à luz o primogênito dentre os mortos.

Subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus (Jo 20,17), diz o Senhor Jesus.
Que notícia boa e maravilhosa! O Filho Unigênito de Deus, que por nós se fez homem, a fim de
nos tornar seus irmãos, apresenta-se como homem diante de seu verdadeiro Pai, para levar
consigo todos os novos membros da sua família.
www.liturgiadashoras.org

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF