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sábado, 15 de julho de 2017

Educação e ideologia de gênero


A Escola Católica está, frontalmente, na contramão do que significa e pretende a ideologia de gênero. Essa é uma convicção incontestável, compromisso com a verdade da doutrina e da fé cristã. O alinhamento de todos os que integram a Escola Católica com as operações pedagógicas guiadas por essa verdade deve ser tratado como um dever. Isso exige fidelidade à identidade católica e, consequentemente, o compromisso com valores inegociáveis, sem possibilidade de relativizações e superficialidades que contribuam para o desrespeito aos processos educativos que ultrapassem o âmbito escolar. As relativizações e superficialidades provocam, por exemplo, a desconsideração do insubstituível diálogo com a família e seus valores cristãos, gerando um desserviço educativo. Por isso, a Escola Católica tem parâmetro para a sua qualificada educação integral, e não pode admitir essas relativizações.
Isso não significa deixar de exercer uma tarefa urgente no mundo contemporâneo: é preciso ensinar que a dignidade maior, a de ser filho e filha de Deus, deve ser igual para todo homem e mulher. Uma lição a ser ensinada em todos os lugares, na escola, no ambiente familiar, nas comunidades de fé. Essa compreensão, que gera respeito, diálogo, intercâmbios e cooperação na construção de um mundo justo e solidário, será sempre um vetor para impulsionar a sociedade rumo à superação de discriminações e preconceitos. Assim, é possível compreender as diferenças como riquezas, que se revelam na participação cidadã de todos, com suas contribuições e singularidades. A educação para a igualdade social é primordial, mas isso é um curso bem diferente do que pretende a ideologia de gênero – uma negação de valores cristãos básicos e fundamentais, gerando prejuízos.
O Papa Francisco diz, com força de advertência, que a ideologia de gênero é contrária ao plano de Deus. Essa indicação convoca todas as pessoas a permanecerem vigilantes, particularmente com relação à qualidade e aos modos de abordagens pedagógicas em processos educativos. Importante recordar também o que afirma o Documento de Aparecida, com a reflexão dos bispos da América Latina e do Caribe, em 2007, ao apontar que a ideologia de gênero é um menosprezo enfraquecedor da vida familiar, por considerar que cada um pode escolher sua orientação sexual sem levar em conta as diferenças dadas pela natureza humana. Obviamente, trata-se de desrespeito e afronta à dignidade do matrimônio, ao direito à vida e à identidade da família.
Sabe-se que a ideologia de gênero considera que não se nasce homem ou mulher. O gênero seria uma “construção social”, ao longo da vida. Em segundo plano ficaria o aspecto biológico. A Escola Católica, balizada pelas exigências próprias dos parâmetros formais e legais das instâncias governamentais da sociedade civil, não renunciará jamais ao seu inalienável compromisso de educar a partir da sua identidade cristã. Nesse sentido, a Escola Católica tem que, permanentemente, avaliar as dinâmicas de formação adotadas, os métodos e a qualificação dos seus agentes. Dedicar-se especialmente à avaliação de conteúdos formativos que tocam identidade e caráter, consciências e condutas. Esses conteúdos não podem ser tratados a partir da mesma dinâmica de abordagem relacionada às disciplinas da educação formal.
Particularmente, quando se considera a realidade de crianças e adolescentes, o diálogo efetivo com a família é fundamental. Das escolas católicas são exigidos discernimentos, diálogos e fidelidade à própria identidade, que é católica, e à antropologia cristã. Não é fácil elaborar adequados métodos pedagógicos, pois essa tarefa é sempre passível de indevidas parcialidades e relativizações. Mas é irrenunciável a convicção de que a Escola Católica está na contramão da ideologia de gênero e que tem o compromisso de promover a cultura da igualdade entre homens e mulheres, a partir do respeito ao princípio de que todos são filhos e filhas de Deus. Nesse dever, nos processos formativos, o diálogo entre os educadores das escolas e as famílias é muito necessário. A Escola Católica deve manter o que a singulariza: oferecer uma formação integral balizada nos valores cristãos.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Os 320 anos da morte de padre Antônio Vieira, o imperador da Língua Portuguesa

Conhecido como o imperador da Língua Portuguesa – título dado pelo poeta e escritor Fernando Pessoa –, Padre Antônio Vieira é um dos personagens mais influentes do século XVII. No dia 18 de julho comemoram-se os 320 anos da sua morte.

Nascido em Portugal em 1608, Vieira veio para o Brasil com a família quando tinha 7 anos. Seu pai foi funcionário do império português. Aos 15 anos, ingressou na Companhia de Jesus. Em 1634 já era sacerdote e começou a evangelizar e a escrever seus sermões.
O religioso combateu incansavelmente a exploração dos povos indígenas no Brasil, defendeu a liberdade dos judeus, perseguidos na época pela Inquisição da Igreja Católica e a abolição da escravatura.
Padre Vieira foi um grande e produtivo escritor do barroco em língua portuguesa, filósofo e orador da Companhia de Jesus. Além de deixar mais de 500 cartas e profecias que estão no livro “Chave dos Profetas”, escreveu cerca de 200 sermões. Entre eles o “Sermão da Sexagésima” e “História do Futuro”, livro profético onde previu o aparecimento de um “Quinto Império”, no qual reinaria a paz na vitória da cristandade. A organização dessa obra é o também do padre jesuíta José Carlos Brandi Aleixo e lançado pela Universidade de Brasília.
“Vieira foi um grande pregador, um homem que unia conhecimento. Ele teve uma experiência que muitos escritores não tiveram”, destaca padre Aleixo.
Defensor da honestidade e seriedade na vida pública, em 1640, aos 33 anos, padre Vieira voltou a Portugal com uma comissão de apoio ao novo rei Dom João IV, participou ativamente da vida política da época. Homem de confiança do imperador realizou importantes missões diplomáticas pela Europa (1641-1661).
Consideradas absurdas, suas ideias foram rejeitadas e Vieira retornou ao Brasil e se estabeleceu no Maranhão. Sendo expulso da região por conflito com os poderosos. De volta a Portugal, foi condenado à prisão pela Inquisição por defender posições favoráveis aos índios e aos judeus. “Ele criticava o comportamento de muitos membros da santa Inquisição. Era um homem do diálogo inter-religioso”, disse Aleixo. Condenado, ficou preso por dois anos (1665-1667) em Coimbra sem acesso aos livros e foi impedido de pregar.
Dois anos depois, em 1669, foi anistiado e seguiu para Roma onde ficou até 1676. Cinco anos depois voltou ao Brasil, onde se dedicou à literatura e organizou seus sermões para publicação. Padre Antonio Vieira morreu aos 89 anos, em 1697, no Colégio que atualmente leva seu nome e é patrono, em Salvador (BA). Sua vocação jesuítica ficou marcada pela sua capacidade na oratória e na escrita em prosa que ele usava como meio de doutrinar e interferir no curso dos acontecimentos sociopolíticos.
Padre Aleixo finaliza enfatizando que Vieira foi um homem à frente do seu tempo. “Ele defendeu as minorias e condenou o mau uso do poder. Além de lutar contra a corrupção”.
CNBB

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Papa: catequista não é profissão, mas vocação

Papa Francisco - OSS_ROM
Cidade do Vaticano (RV) – Ser catequista não é uma profissão, mas uma vocação: é o que afirma o Papa Francisco na mensagem enviada aos participantes do Simpósio  Internacional sobre Catequese, em andamento na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica Argentina (UCA), em Buenos Aires.
No texto, o Pontífice cita um diálogo de São Francisco de Assis com um de seus seguidores, que queria aprender a pregar. O santo lhe diz: Quando visitamos os enfermos, ajudamos as crianças e damos de comer aos pobres já estamos pregando. “Nesta lição, está contida a vocação e a tarefa do catequista”, escreve o Papa.
Ser catequista
Em primero lugar, a catequese não é um trabalho ou uma tarefa externa à pessoa do catequista, mas se “é” catequista e toda a vida gira em torno desta missão. De fato, “ser” catequista é uma vocação de serviço na Igreja, que se recebeu como dom do Senhor para ser transmitido aos demais. Por isso, o catequista deve constantemente regressar àquele primeiro anúncio ou “kerygma”, que é o dom que transformou a própria vida. Para Francisco, este anúncio deve acompanhar a fé que já está presente na religiosidade do povo.
Com Cristo
O catequista, acrescentou o Papa, caminha a partir de Cristo e com Ele, não é uma pessoa que parte de suas próprias ideias e gostos, mas se deixa olhar por Ele, porque é este olhar que faz arder o coração. Quanto mais Jesus toma o centro da nossa vida, mais nos impulsiona a sair de nós mesmos, nos descentraliza e nos faz mais próximos dos outros.
Catequese “mistagógica”
O Papa compara este dinamismo do amor com os movimentos cardíacos: sístole e diástole, se concentra para se encontrar com o Senhor e imediatamente se abre para pregar Jesus. O exemplo fez do próprio Jesus, que se retirava para rezar ao Pai e logo saía ao encontro das pessoas sedentas de Deus. Daqui nasce a importância da catequese “mistagógica”, que é o encontro constante com a Palavra e os sacramentos e não algo meramente ocasional.
Criatividade
E na hora de pregar, Francisco pede que os catequistas sejam criativos, buscando diferentes meios e formas para anunciar a Cristo. “Os meios podem ser diferentes, mas o importante é ter presente o estilo de Jesus, que se adaptava às pessoas que tinha a sua frente. É preciso saber mudar, adaptar-se, para que a mensagem seja mais próxima, mesmo quando é sempre a mesma, porque Deus não muda, mas renova todas as coisas Nele.
O Papa conclui agradecendo a todos os catequistas pelo que fazem, mas sobretudo porque caminham com o Povo de Deus. “Eu os encorajo a serem alegres mensageiros, custódios do bem e da beleza que resplandecem na vida fiel do discípulo missionário.”
O Simpósio Internacional sobre Catequese teve início no dia 11 de julho e prossegue até o dia 14. O encontro tem como tema "Bem-aventurados os que creem”, e entre os conferencistas estão o Arcebispo  Luis Francisco Ladaria sj, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Mons. José Ruiz Arenas, Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.
Rádio Vaticano

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Dom Waldemar Passini Dalbello assume o governo Pastoral de Luziânia (GO)

Dom Waldemar Passini Dalbello assume o governo Pastoral de Luziânia (GO)
Dom Waldemar Passini
Dom Waldemar Passini assume o governo pastoral da Diocese de Luziânia (GO), por força da aceitação da renúncia de dom Afonso Fioreze ocorrida nesta quarta-feira, 12 de julho. O comunicado da Nunciatura Apostólica feito para anunciar a renúncia por razão de idade, também traz a informação de que “em consequência, o governo pastoral da Diocese de Luziânia será assumido pelo Excelentíssimo dom Waldemar Passini Dalbello, bispo coadjutor”.
Dom Waldemar é um bispo jovem, porém já com grandes serviços já prestados à Igreja. Nomeado bispo auxiliar de Goiânia (GO) em 30 de dezembro de 2009 e ordenado em março de 2010, ele realizou um trabalho reconhecidamente de grande expressão na capital goiana. Já em 2011, foi nomeado pela Congregação para os Bispos como Administrador Apostólico da Arquidiocese de Brasília (DF) no período até a posse do novo Arcebispo Metropolitano de Brasília, dom Sergio da Rocha, atual Cardeal e presidente da CNBB, que ocorreu aos 6 de agosto de 2011. Foi nomeado bispo coadjutor de Luziânia em 3 de dezembro de 2014.
Nomeado pelo Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) membro do Departamento de Missão e Espiritualidade, para o quadriênio 2015-2019, dom Waldemar representa a Região Cone Sul, que compreende, além do Brasil, o Uruguai, o Paraguai, a Argentina e o Chile. E na CNBB já serviu na Comissão Episcopal Pastoral para Ministérios Ordenados e Vida Consagrada de 2011 a 2015.
Dom Waldemar tem formação sólida em Sagrada Escritura. Estudo no Instituto Bíblico de Roma, na Itália, e na Escola Bíblica, em Jerusalém, Israel. Na sua formação antes de entrar para o Seminário Maior de Brasília, em 1989, destaca-se o fato de ter se formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Goiás.
“Para congregar na unidade” (Congregare in unum), é o lema episcopal de Dom Waldemar.
CNBB

Santa Verônica, em cujo véu ficou estampado o rosto de Cristo

REDAÇÃO CENTRAL, 12 Jul. 17 / 06:00 am (ACI).- Santa Verônica foi a mulher que teve um gesto misericordioso com Cristo durante seu caminho ao Monte Calvário ao enxugar seu rosto cheio de sangue e suor com um véu que passou à história como relíquia por levar impresso a face do Messias.

Este véu, lenço ou pano é conhecido como “Santa Face” ou “Véu de Verônica” e é uma das relíquias mais importantes do cristianismo, pois é considerado como uma verdadeira imagem de Cristo.
O nome Verônica apareceu pela primeira vez no documento apócrifo “As Atas de Pilatos” e procede do latin vera icon(o verdadeiro ícone), sendo a imagem ou relíquia deste tipo mais antiga e conhecida. Outra relíquia importante similar a esta é o Santo Sudário de Turim.
“Verônica” também poderia ser uma variação do nome macedônio Berenice, que data do século IV e que quer dizer “a que leva à vitória”. Este último nome está vinculado ao da mulher que sofria uma hemorragia dos evangelhos sinóticos que foi curada milagrosamente por Jesus.
Segundo a tradição, Santa Verônica foi uma mulher piedosa que viveu em Jerusalém e que após a Paixão do Senhor se dirigiu para Roma levando consigo o véu, que posteriormente foi exposto para a veneração pública. Seu ato exemplar é recordado atualmente na sexta estação da Via Sacra.
Uma das várias tradições explica que Santa Verônica chegou à Itália diante do imperador romano Tibério e o curou após fazê-lo tocar esta sagrada imagem. A partir disso, permaneceu a capital do império na mesma época que os apóstolos São Pedro e São Paulo. Ao morrer, deixou a imagem para o Papa Clemente I.
Por ocasião do primeiro ano santo da história, em 1300, o Véu de Verônica se converteu em uma das “Mirabilia urbis” (maravilhas da cidade de Roma) para os peregrinos que visitaram a Basílica de São Pedro no Vaticano.
Os rastros do Véu de Verônica se perderam nos anos sucessivos ao Ano Santo 1600, até que foi encontrado na Igreja da Santa Face de Manopello. O Papa Bento XVI foi o primeiro pontífice a visita-lo em setembro de 2016.
Acidigital

terça-feira, 11 de julho de 2017

Da Regra de São Bento, abade

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(Prologus, 4-22;cap.72,1-12:CSEL75,2-5.162-163)            (Séc.VI)


Nada absolutamente prefiram a Cristo
            Antes de tudo, quando quiseres realizar algo de bom, pede a Deus com oração muito insistente que seja plenamente realizado por ele. Pois já tendo se dignado contar-nos entre o número de seus filhos, que ele nunca venha a entristecer-se por causa de nossas más ações. Assim, devemos em todo tempo pôr a seu serviço os bens que nos concedeu, para não acontecer que, como pai irado, venha a deserdar seus filhos; ou também, qual Senhor temível, irritado com os nossos pecados nos entregue ao castigo eterno, como péssimos servos que o não quiseram seguir para a glória.
            Levantemo-nos, enfim, pois a Escritura nos desperta dizendo: Já é hora de levantarmos do sono (cf. Rm 13,11). Com os olhos abertos para a luz deífica e os ouvidos atentos, ouçamos a exortação que a voz divina nos dirige todos os dias: Oxalá, ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações (Sl 94,8); e ainda: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas (Ap 2,7).
            E o que diz ele? Meus filhos, vinde agora e escutai-me: vou ensinar-vos o temor do Senhor (Sl 33,12). Correi, enquanto tendes a luz da vida, para que as trevas não vos alcancem (cf. Jo 12,35).
            Procurando o Senhor o seu operário na multidão do povo ao qual dirige estas palavras, diz ainda: Qual o homem que não ama sua vida, procurando ser feliz todos os dias? (Sl 33,13). E se tu, ao ouvires este convite, responderes: Eu, dir-te-á Deus: Se queres possuir a verdadeira e perpétua vida, afasta a tua língua da maldade, e teus lábios, de palavras mentirosas. Evita o mal e faze o bem, procura a paz e vai com ela em seu caminho (Sl 33,14-15). E quando fizeres isto, então meus olhos estarão sobre ti e meus ouvidos atentos às tuas preces; e antes mesmo que me invoques, eu te direi: Eis-me aqui (Is 58,9.
            Que há de mais doce para nós, caríssimos irmãos, do que esta voz do Senhor que nos convida? Vede como o Senhor, na sua bondade, nos mostra o caminho da vida!
            Cingidos, pois, os nossos rins com a fé e a prática das boas ações, guiados pelo evangelho, trilhemos os seus caminhos, a fim de merecermos ver aquele que nos chama a seu reino (cf. 1Ts 2,12). Se queremos habitar na tenda real do acampamento desse reino, é preciso correr pelo caminho das boas ações; de outra forma, nunca chegaremos lá.
            Assim como há um zelo mau de amargura, que afasta de Deus e conduz ao inferno, assim também há um zelo bom, que separa dos vícios e conduz a Deus. É este zelo que os monges devem pôr em prática com amor ferventíssimo, isto é, antecipem-se uns aos outros em atenções recíprocas (cf. Rm 12,10). Tolerem pacientissimamente as suas fraquezas, físicas ou morais; rivalizem em prestar mútua obediência; ninguém procure o que julga útil para si, mas sobretudo o que o é para o outro; ponham em ação castamente a caridade fraterna; temam a Deus com amor; amem o seu abade com sincera e humilde caridade; nada absolutamente prefiram a Cristo; e que ele nos conduza todos juntos para a vida eterna.
www.liturgiadashoras.org

domingo, 9 de julho de 2017

14º Domingo do Tempo Comum: Manso e Humilde

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

O Evangelho nos traz a esperança e a paz que jorram do coração de Jesus ‘manso e humilde’. O convite que ele dirige aos pequeninos e sofredores daquele tempo continua a ecoar hoje. A sua palavra se destina a todos nós, especialmente aos  “cansados e fatigados sob o peso dos fardos”, aos sofredores que necessitam de descanso em meio a tantas situações difíceis.
Encontram descanso os pequeninos, pessoas humildes e sofridas, pois no coração dos que se julgam “sábios e inteligentes”, grandes e poderosos, não ha lugar para Deus. Os fariseus e doutores da lei se consideravam justos e donos da verdade porque conheciam os inúmeros preceitos da Lei e alegavam cumpri-los rigorosamente. Por isso, não acolhiam a boa nova proclamada por Jesus. Eles julgavam condenados e indignos da salvação os que não conseguiam conhecer e cumprir os grande número de mandamentos, dentre os quais, pessoas com fama de pecadores públicos e tantos marginalizados em função de enfermidades, origem estrangeira ou outra condição. Ao contrário dos fariseus, muitos deles acolheram Jesus e passaram a segui-lo, integrando o grupo dos “pequeninos”, aos quais é revelado o Reino de Deus, motivo do louvor que Jesus dirige ao Pai.   
Naquele tempo, entre os fariseus, a imagem do “jugo” era aplicada a Lei, devendo ser carregado, de bom grado, através do seu minucioso cumprimento. Pela rigidez dos doutores da lei, este jugo tornava-se ainda mais pesado para os pequeninos que não conseguiam conhecer e cumprir seus 613 preceitos. Ao contrário, o “jugo” de Jesus é leve, trazendo “descanso” para os que o recebem.
Entretanto, o repouso oferecido por Jesus não implica em comodismo ou passividade. Ser cristão manso e humilde de coração não condiz com vida fácil. São Paulo, grande defensor da nova lei e critico dos fariseus,  exorta a uma vida nova, a vida “segundo o espírito” e não “segundo a carne”. Nós necessitamos continuamente da graça de Deus para viver segundo o Espírito. Contudo, a confiança na graça não exclui o esforço sincero de cada um, a atitude permanente de conversão, como resposta ao amor de Deus e ao dom do Reino.
O mundo de hoje, marcado pela busca do poder, do dinheiro e da fama, necessita do testemunho de fé e de simplicidade de vida dos “pequeninos” que encontram “descanso” no coração “manso e humilde” de Jesus. A profecia de Zacarias apresenta a imagem do Messias “humildemente montado num jumentinho”, portador de paz e esperança. Em nosso tempo, em meio a tanta mania de grandeza e conflitos, somos convidados a acolher e a seguir aquele que nos traz a simplicidade, o descanso e a paz, sendo mansos e humildes de coração, com Jesus e como Jesus.
Arquidiocese de Brasília

Angelus: Jesus não tira os fardos da vida, mas a angústia do coração

ANSA
Cidade do Vaticano (RV) – Jesus não tira os fardos de nossa vida, mas a angústia de nosso coração: foi o que disse o Papa neste quente domingo de julho (09/07), ao rezar o Angelus com os fiéis na Praça S. Pedro
Na alocução que precede a oração mariana, Francisco comentou o Evangelho do dia, em que Jesus diz: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados, e eu vos darei descanso” (Mt 11,28).
“Jesus sabe quanto a vida pode ser dura: desilusões e feridas do passado, fardos a carregar e incertezas e preocupações pelo futuro”, disse o Papa, acrescentando que diante disto, a primeira palavra de Jesus é um convite a se mexer e a reagir: “Vinde”.
Areias movediças
“O erro, quando as coisas não vão bem, é permanecer onde se está. Parece evidente, mas quanto é difícil reagir e abrir-se!”, afirmou Francisco. Jesus, disse ele,  quer nos tirar das “areias movediças” de ficar fechado em si mesmo, remoendo quanto a vida é injusta, quanto os outros são ingratos e como o mundo é malvado.
“O caminho para sair está na relação, em estender a mão e em levantar o olhar para quem realmente nos ama”, afirmou o Pontífice. Todavia, advertiu, sair de si não basta, é preciso saber para onde ir, porque muitas metas são ilusórias, são “fogos de artifício”.
Cristo caminha conosco
Por isso, Jesus indica onde ir: “Vinde a mim”. É sempre válido buscar um amigo ou um especialista quando estamos com um problema, mas não se deve esquecer Jesus.
“Não nos esqueçamos de nos abrir a Ele e de contar-lhe a nossa vida, confiar-lhe as pessoas e as situações. Ele nos espera, não para resolver magicamente nossos problemas, mas para nos fortalecer neles. Jesus não tira os fardos da vida, mas a angústia do coração; não nos tira a cruz, mas a carrega conosco.”
Com Jesus, a paz
E com Ele, disse ainda o Papa, todo fardo se torna leve, porque Ele é o descanso que buscamos. E concluiu:
“Quando Jesus entra na vida, chega a paz, aquela que permanece inclusive nas provações. Vamos até Jesus, dediquemos a Ele nosso tempo, vamos encontrá-Lo diariamente na oração, num diálogo confiante e pessoal; vamos nos familiarizar com a sua Palavra, redescobrir sem medo o seu perdão, matar a nossa fome com seu Pão de vida: nos sentiremos amados e consolados por Ele.”
Fiéis polonses
Ao final do Angelus, Francisco saudou os grupos na Praça e os parabenizou pela "coragem" de estarem ali não obstante o calor. De modo especial, dirigiu uma saudação aos poloneses da família da Rádio Maria que realizam uma peregrinção aos santuário de Czestochowa, rezando com os fiéis uma Ave-Maria para acompanhá-los nesta peregrinação.
Desabamento em Nápoles
Neste domingo, Francisco manifestou seu pesar pelo desabamento de um prédio na região de Nápoles, que matou oito pessoas, inclusive duas crianças. Em telegrama, o Pontífice garante sua oração pelos mortos e consolação aos familiares e feridos.
Rádio Vaticano

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Do livro sobre a predestinação dos santos, de Santo Agostinho, bispo

(Cap.15,30-31:PL44,981-983)                (Séc.V)

Jesus Cristo, da linhagem de Davi segundo a carne
            Esplêndida luz da predestinação e da graça é o próprio Salvador, o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus. Para que isto acontecesse, como o adquiriu a natureza humana que nele existe? Com que precedentes méritos de obras ou de fé? Respondam-me, por favor: aquele homem, para ser assumido na unidade de pessoa pelo Verbo coeterno com o Pai e ser o Filho unigênito de Deus, o que fez para merecê-lo? Qual o bem que precedeu? Que fez antes, que acreditou, que pediu, para chegar a esta indizível excelência? Na verdade, não foi pela ação do Verbo, ao assumi-lo, que este mesmo homem, desde que começou a existir, começou a ser o Filho único de Deus? Manifeste-se assim a nós, em nossa Cabeça, a fonte de graça, donde ela se vai difundir por todos os membros segundo a medida de cada um.
            Com efeito, a graça pela qual, no início de sua fé, um homem se torna cristão, é a mesma pela qual esse homem, desde sua origem, foi feito Cristo. Assim pelo mesmo Espírito renasceu aquele cristão e nasceu este o Cristo. Pelo Espírito, faz-se em nós a remissão dos pecados, por esse mesmo Espírito que fez com que o Cristo não tivesse pecado algum. Deus teve a presciência de que faria tais coisas. Esta é, portanto, a predestinação dos santos, aquela que refulge ao máximo no Santo dos santos. Quem poderá negá-la se compreende com justeza as palavras da verdade? Pois foi-nos ensinado que o próprio Senhor da glória, enquanto homem feito Filho de Deus, foi predestinado.
            Jesus foi predestinado: ele, que haveria de ser filho de Davi segundo a carne, haveria de ser também, segundo a virtude, Filho de Deus segundo o Espírito de santidade, porque nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria. É esta a singular assunção do homem pelo Deus Verbo que se realizou de modo inefável, a fim de que o Filho de Deus e, ao mesmo tempo, filho do homem, a saber, filho do homem por causa da humanidade assumida e filho de Deus por causa daquele que assumia – fosse verdadeira e propriamente dito o Deus unigênito. Que não acontecesse termos de crer numa quaternidade e não na Trindade!
            A natureza humana foi predestinada a tão imensa, sublime e máxima elevação que não tem por onde mais se elevar, assim como a própria divindade não encontrou meios de se rebaixar mais por nós do que aceitando a natureza do homem, com a fraqueza da carne, até à morte da cruz. Assim como foi predestinado o Único para ser nossa Cabeça, assim também, embora muitos, nós somos predestinados para sermos seus membros. Calem-se aqui os méritos humanos, mortos por Adão, e reine aquela que reina, a graça de Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor, único Filho de Deus, um só Senhor. Quem quer que encontre em nossa Cabeça méritos anteriores àquela singular geração, busque em nós, seus membros, os méritos precedentes à múltipla regeneração.
www.liturgiadashoras.org

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Ensaio fotográfico de “mini São Francisco” conquista as redes sociais

Bernardo vestido de São Francisco de Assis. Foto: Lanne Benatto Fotografia
SÃO PAULO, 05 Jul. 17 / 06:00 pm (ACI).- Um ensaio fotográfico de 1 ano de um bebê conquistou as redes sociais esta semana não só pelo tema escolhido, mas pela mensagem que transmitiu: o pequeno Bernardo foi vestido de São Francisco de Assis e junto com seus pais mostrou que os santos são verdadeiros exemplos para as crianças.
Bernardo completará 1 ano no próximo dia 10 de julho. A mãe do menino, Alessandra Oliveira, contou à ACI Digital que a ideia de realizar esse ensaio surgiu quando começaram a pensar no tema da festinha de seu filho.
“Pensamos em vários tipos de temas como super-heróis, animais infantis e até mesmo de príncipes. Porém, nós queríamos dar a ele algo mais verdadeiro. Pensamos da seguinte forma: se for para que ele queira ser igual a alguém na vida, que seja como Jesus”, explicou Alessandra.
Nesse sentido, considerou, “para mostrar a santidade de Deus, quem melhor do que os santos da nossa igreja, que imitaram Cristo em toda a sua vida?”. “É isso o que queremos para a geração em que vivemos”, acrescentou.
Alessandra e o marido, Marcelo Oliveira, são leigos da Fraternidade Toca de Assis e cultivam especial estima por São Francisco de Assis, por isso, escolheram o santo para o ensaio e também para o tema da festinha de um ano de Bernardo, que será feita de forma singela com a família. “O simples nos encanta”, expressa a mãe.
O local onde fizeram o ensaio foi  a Casa contemplativa Bendita Árvore da Cruz, da Fraternidade Toca de Assis, em Cotia (SP).
De acordo com Alessandra, “a mais bela herança” que deseja transmitir ao seu filho é “a nossa fé”. “Deus tem sido maravilhoso em nossa vida . É por Ele e para Ele que nós vivemos, para que o nome Dele seja exaltado todo momento, até no sorriso de uma criança”, completou.
Este ensaio fotográfico também comoveu de modo especial a fotógrafa responsável pelos cliques, Lanne Benatto, amiga dos pais de Bernardo e também católica.
Diante da sugestão dos pais do “mini São Francisco”, a fotógrafa disse que amou a ideia, “pois seria diferente”. “Como seria bom ver mais crianças vestidas assim, como santos que viveram buscando a santidade”, declarou, ressaltando que “não é todo mundo que veste seu filho assim”.
“Fiquei muito feliz e encantada, pois além de fazer o que gosto, estaríamos levando uma mensagem de uma família que busca a santidade, que ensina seu filho desde cedo sobre a fé, os valores que existem na nossa amada Igreja”.
Para Lanne, é necessário transmitir “testemunhos de vida como esses, famílias que precisam ser exemplos na sociedade em que vivemos hoje” para, assim, “viver a fé, a caridade, o amor, anunciar a palavra de Deus”.
“É tão belo ver exemplos como esses. Para mim, foi um grande prazer fotografá-los e falar de Deus de forma tão natural”, afirmou a profissional, ressaltando que “através das imagens também é uma forma de evangelizar”.
Acidigital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF