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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Catequese do Papa Francisco sobre a alegria da ressurreição

Papa durante a Audiência Geral. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Vaticano, 04 Out. 17 / 04:30 pm (ACI).- O Papa Francisco, em sua catequese pronunciada na Audiência geral desta quarta-feira, 4 de outubro, na Praça de São Pedro, afirmou que a ressurreição de Cristo “é o núcleo da fé cristã”, é a fonte “de nossa esperança”.
O Pontífice afirmou que o cristão “não é um profeta de desgraças”, já que “a esperança nossa não é só um otimismo; é outra coisa, mais! É como se os fiéis fossem pessoas com um ‘pedaço de céu’ a mais sobre a cabeça”.
A seguir, o texto completo da catequese do Papa:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Nesta catequese quero falar sobre o tema “Missionários de esperança hoje”. Estou feliz de fazê-lo no início do mês de outubro, que na Igreja é dedicado de modo particular à missão e também na Festa de São Francisco de Assis, que foi um grande missionário de esperança!
De fato, o cristão não é um profeta de desgraças. Nós não somos profetas de desgraças. A essência do seu anúncio é o oposto, o oposto da desgraça: é Jesus, morto por amor e que Deus ressuscitou na manhã de Páscoa. E este é o núcleo da fé cristã. Se os Evangelhos parassem na sepultura de Jesus, a história deste profeta teria se acrescentado às tantas biografias de personagens heroicos que gastaram a vida por um ideal. O Evangelho seria então um livro edificador e também consolador, mas não seria um anúncio de esperança.
Mas, os Evangelhos não se fecham com a sexta-feira Santa, vão além e é justamente esse fragmento ulterior a transformar as nossas vidas. Os discípulos de Jesus estavam abatidos naquele sábado depois da sua crucificação; aquela pedra rolada sobre a porta do sepulcro tinha fechado também os três anos entusiasmados vividos por eles com o Mestre de Nazaré. Parecia que tudo tivesse terminado e alguns, desiludidos e amedrontados, estavam já deixando Jerusalém.
Mas Jesus ressuscita! Este fato inesperado transforma a mente e o coração dos discípulos. Porque Jesus não ressuscita somente para si mesmo, como se o seu renascimento fosse uma prerrogativa do qual ser invejoso: sobe para o Pai é porque quer que a sua ressurreição seja participada por cada ser humano e leve para o alto cada criatura. E no dia de Pentecostes, os discípulos são transformados pelo sopro do Espírito Santo. Não terão somente uma bela notícia a levar a todos, mas serão eles mesmos diferentes de antes, como renascidos a uma vida nova. A ressurreição de Jesus nos transforma com a força do Espírito Santo. Jesus está vivo, está vivo entre nós, está vivo e tem aquela força de transformar.
Como é belo pensar que se é anunciadores da ressurreição de Jesus não somente com palavras, mas com os fatos e com o testemunho da vida! Jesus não quer discípulos capazes somente de repetir fórmulas aprendidas de memória. Quer testemunhas: pessoas que propagam esperança com o seu modo de acolher, de sorrir, de amar. Sobretudo de amar: porque a força da ressurreição torna os cristãos capazes de amar mesmo quando o amor parece ter perdido suas razões. Há um “mais” que habita a existência cristã e que não se explica simplesmente com a força da alma ou um maior otimismo. A fé, a esperança nossa não é só um otimismo; é outra coisa, mais! É como se os fiéis fossem pessoas com um “pedaço de céu” a mais sobre a cabeça. É bonito isso: nós somos pessoas com um pedaço de céu a mais sobre a cabeça, acompanhados por uma presença que alguém não consegue sequer intuir.
Assim, a tarefa dos cristãos neste mundo é aquele de abrir espaços de salvação, como células de regeneração capazes de restituir a linfa àquilo que parecia perdido para sempre. Quando o céu é nebuloso, é uma benção quem sabe falar de sol. Bem, o verdadeiro cristão é assim: não lamentoso e irritado, mas convencido, pela força da ressurreição, que nenhum mal é infinito, nenhuma noite é sem término, nenhum homem é definitivamente errado, nenhum ódio é invencível pelo amor.
Certo, algumas vezes alguns discípulos pagarão caro preço por essa esperança dada a eles por Jesus. Pensemos em tantos cristãos que não abandonaram o seu povo, quando chegou o tempo da perseguição. Permaneceram ali, onde se era incerto também o amanhã, onde não se podia fazer projetos de nenhum tipo, permaneceram esperando em Deus. E pensemos em nossos irmãos, em nossas irmãs do Oriente Médio que dão testemunho de esperança e que oferecem a vida por este testemunho. Estes são verdadeiros cristãos! Estes levam o céu no coração, olham além, sempre além. Quem teve a graça de abraçar a ressurreição de Jesus pode ainda esperar no inesperado. Os mártires de todo tempo, com sua fidelidade a Cristo, dizem que a injustiça não é a última palavra na vida. Em Cristo ressuscitado podemos continuar a esperar. Os homens e as mulheres que têm um “porque” viver resistem mais que os outros nos tempos de desgraça. Mas quem tem Cristo a seu lado verdadeiramente não teme mais nada. E por isso os cristãos, os verdadeiros cristãos, nunca são homens fáceis e acomodados. Sua mansidão não deve ser confundida com um sentido de insegurança e de remissividade. São Paulo diz a Timóteo a sofrer pelo Evangelho e diz assim: “Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de força, de caridade e de prudência” (2 Tm 1, 7). Caídos, se levantam sempre.
Eis, queridos irmãos e irmãs, porque o cristão é um missionário de esperança. Não por seu mérito, mas graças a Jesus, o grão que, caído na terra, morreu e trouxe muito fruto (cfr Jo 12, 24).
Com tradução de Canção Nova.
ACI Digital

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Dia de São Francisco de Assis

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SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Memória
Nasceu em Assis (Itália), no ano 1182. Depois de uma juventude leviana, converteu-se a Cristo, renunciou a todos os bens paternos e entregou-se inteiramente a Deus. Abraçou a pobreza para seguir mais perfeitamente o exemplo de Cristo,e pregava a todos o amor de Deus. Formou os seus companheiros com normas excelentes, inspiradas no Evangelho, que foram aprovadas pela Sé Apostólica. Fundou também uma Ordem de religiosas (Clarissas) e uma Ordem de Penitentes Seculares; e promoveu a pregação da fé entre os infiéis. Morreu em 1226.
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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Dos Sermões de São Bernardo, abade

(Sermo 12 in psalmum Qui habitat, 3.6-8: Opera omnia, Edit.Cisterc. 4[1966]458-462)    (Séc.XII)

Eles te guardem em todos os teus caminhos
A teu respeito ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos (Sl 90,11). Louvem o Senhor por sua misericórdia e suas maravilhas para com os filhos dos homens. Louvem e proclamem às nações que o Senhor agiu de modo magnífico a favor deles. Senhor, que é o homem para que assim o conheças? Ou por que inclinas para ele teu coração? Aproximas dele teu coração, enches-te de solicitude por sua causa, cuidas dele. Enfim, a ele envias o teu Unigênito, infundes o teu Espírito, prometes até a visão de tua face. E para que nas alturas nada falte no serviço a nosso favor, envias os teus santos espíritos a servir-nos, confias-lhes nossa guarda, ordenas que se tornem nossos pedagogos. 
A teu respeito, ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra quanta reverência deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverência pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção. Estão aqui, portanto, e estão junto de ti, não apenas contigo, mas em teu favor. Estão aqui para proteger, para te serem úteis. Na verdade, embora enviados por Deus, não nos é lícito ser ingratos para com eles, que com tanto amor lhe obedecem e em tamanhas necessidades nos auxiliam. 
Sejamos-lhes fiéis, sejamos gratos a tão grandes protetores; paguemos-lhes com amor; honremo-los tanto quanto pudermos, quanto devemos. Prestemos, no entanto, todo o nosso amor e nossa honra àquele que é tudo para nós e para eles; de quem recebemos poder amar e honrar, de quem merecemos ser amados e honrados. 
Assim, irmãos, nele amemos com ternura seus anjos como futuros co-herdeiros nossos, e enquanto esperamos nossos intendentes e tutores dados pelo Pai como nossos guias. Porque agora somos filhos de Deus, embora não se veja, pois ainda estamos sob tutela quais meninos que em nada diferem dos servos. 
Aliás, mesmo assim tão pequeninos e restando-nos ainda uma tão longa, e não só tão longa, mas ainda tão perigosa caminhada, que temos a temer com tão poderosos protetores? Eles não podem ser vencidos, nem seduzidos, e ainda menos seduzir, aqueles que nos guardam em todos os nossos caminhos. São fiéis, são prudentes, são fortes; por que trememos de medo? Basta que os sigamos, unamo-nos a eles e habitaremos sob a proteção do Deus do céu.
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Festa dos Anjos da Guarda, mensageiros de Deus

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Out. 17 / 05:00 am (ACI).- “Todo fiel tem junto de si um anjo como tutor e pastor, para levá-lo à vida”, dizia São Basílio ao se referir ao anjo da guarda, aquele que Deus dispõe a cada um desde a concepção e cuja festa se celebra neste dia 2 de outubro.

Na Bíblia, anjo significa “mensageiro”. Estes espíritos muito puros são citados, por exemplo, no Salmo 90 quando diz: “Aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos”.
De igual modo Jesus os menciona quando declara essa famosa frase: “Guardai-vos de desprezar algum desses pequeninos, pois eu vos digo, nos céus os seus anjos se mantêm sem cessar na presença do meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10).
No Novo Testamento é tão viva a crença de que cada um tem um anjo da guarda que, quando São Pedro, ao ser tirado do cárcere, chega a bater na porta da casa onde estão reunidos os discípulos de Jesus, eles acreditam a princípio que não é Pedro em pessoa e exclamam: “Será seu anjo” (At 12, 15).
São Bernardo, no ano 1010, aconselhou os fiéis a respeitar a presença dos anjos, portando-se como é devido, agradecer seus favores que são muitos e confiar em sua ajuda.
A Festa dos Anjos da Guarda foi instituída no dia 2 outubro para toda a IgrejaUniversal em 1608, pelo Papa Paulo V.
Entretanto, já era comemorada anos antes. No ano 800, celebrava-se na Inglaterra uma festa aos Anjos da Guarda e desde ano 1111 existe uma oração que diz: “Anjo do Senhor – que por ordem da piedosa providência Divina, sois meu guardião – guardai-me neste dia (tarde ou noite); iluminai meu entendimento; dirigi meus afetos; governai meus sentimentos para que eu jamais ofenda ao Deus e Senhor. Amém”.
ACI Digital

domingo, 1 de outubro de 2017

Outubro, o Mês Missionário

Outubro é o Mês das Missões. Tempo de testemunhar o amor de Cristo, anunciando o Evangelho e levando a salvação às pessoas em todas as partes do mundo.

Este também é o mês do Santo Rosário, o que nos convida para uma profunda reflexão sobre a importância da oração do Rosário e da devoção mariana, como sustento da ação missionária - uma vez que Maria deu a vida a Cristo, formou missionários e deu seguimento a obra do filho.
Contudo, João Batista é considerado o primeiro missionário, porque foi ele quem apresentou Jesus, começando a missão missionária do evangelho.
Pelos 21 séculos seguintes, após o nascimento e morte de Jesus, milhares de ''Joãos'' e ''Marias'' passaram pela terra propagando o nome de Deus e a Boa Nova, até alcançarem os cristãos de hoje.
A Igreja do mundo, então, trabalha para que essa divulgação nunca deixe de acontecer. O intuito é conscientizar os fieis para a responsabilidade primária, como cristão batizado, que é manter viva a chama missionária da Igreja, propagando o nome de Jesus às próximas gerações, até os confins da terra, até o fim dos tempos.
Durante este período, as paróquias são convidadas a realizarem atividades que motivem e incentivem o espírito de solidariedade e evangelização nos fieis.
Para ajudar neste trabalho de despertar missionário, as Pontifícias Obras Missionárias (POM) promovem durante todo o mês de outubro a Campanha Missionária (CM), com o tema: “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída” e lema: “Juntos na missão permanente”.
De acordo com a POM, a Campanha Missionária de 2017 foi inspirada na missão de Jesus para anunciar a Boa Nova entre todas as nações, e traz, a cada um de nós, o convite para rezarmos e meditarmos sobre a nossa missão no mundo.
A campanha também tem a intenção de contribuir com reflexões e atividades pastorais durante este período através de subsídios, produzidos também pela própria POM.
O subsídio é composto por cartaz com o tema e o lema; livrinho da Novena Missionária; a mensagem do papa para o Dia Mundial das Missões; uma oração missionária; um DVD com testemunhos missionários; orações dos fiéis para os quatro domingos de outubro; envelopes para a coleta do Dia Mundial das Missões; e um marcador de páginas.
A novidade é que, este ano, o cartaz e outros materiais da Campanha trazem o Zapcode. Para utilizá-lo basta baixar gratuitamente o Aplicativo Zappar no Smartphone (celular e tablet).
Depois, ao direcionar o aparelho para o cartaz é possível assistir a um vídeo e acessar os conteúdos da Campanha Missionária.
Mas para quem não tiver o aplicativo, é possível baixar tudo na página da POM, clicando aqui
Vale ressaltar que o ápice da campanha será no penúltimo domingo do mês, dia 22, com a celebração do Dia Mundial das Missões, quando serão realizadas coleta em todas as (Arqui) Dioceses. A data foi instituída pelo papa Pio XI em 1926, como um Dia de oração e ofertas em favor da evangelização dos povos.

De acordo com a POM, "o dinheiro arrecadado no Dia Mundial das Missões pela Igreja no Brasil será revertido a um Fundo Mundial de Solidariedade para projetos da Igreja universal em territórios de Missão, como a sustentação de dioceses, abertura e manutenção de seminários, financiamento de obras sociais e assistência aos missionários em todo o mundo".
Arquidiocese de Brasília

26º Domingo do Tempo Comum: Chamados a dizer “Sim”

                   + Sergio da Rocha
          Cardeal Arcebispo de Brasília

Estamos iniciando o mês dedicado especialmente às missões, após ter vivenciado o “mês da Bíblia”, o que nos faz recordar a relação entre a Palavra de Deus e a Missão. Quem acolhe a Palavra de Deus é chamado a compartilhar com todos a graça recebida, através do anúncio e do testemunho na vida cotidiana, como verdadeiro missionário. O Evangelho proclamado nos convida a dizer “sim” ao Senhor que nos chama para colaborar na missão evangelizadora da Igreja.  
Para entender bem a parábola dos dois filhos, convidados pelo pai a trabalhar na vinha (Mt 21,28-32), é preciso ter presente como “os sumos sacerdotes e anciãos do povo” pensavam a salvação. Segundo eles, os que pertenciam ao povo eleito seriam merecedores da salvação enquanto que os demais, os pagãos, “os cobradores de impostos e as prostitutas”, citados no Evangelho, estavam excluídos do Reino de Deus. Jesus rejeita este modo de pensar, contando esta parábola justamente aos sacerdotes e anciãos do povo. A salvação é oferecida a todos. Todos podem ser admitidos no Reino de Deus. Entretanto, Deus conta com a nossa resposta. O “sim” que Deus quer não é algo que se reduz a palavras ou sentimentos. O “sim” a Deus se expressa em atitudes concretas. Pressupõe a fé e a conversão sincera.  Por isso, Jesus afirma aos “sumos sacerdotes e aos anciãos do povo” que “os cobradores de impostos e as prostitutas” os “precedem no reino de Deus”, pois se arrependeram e “creram nele”.
Desde o nosso batismo e em muitas outras ocasiões, nós também respondemos “sim” a Deus. Contudo, devemos estar atentos para não descuidar do “sim” dado e acabar dizendo, de fato, um “não” a Deus, pelo modo de viver. É preciso também cuidado para não se achar melhor do que os outros ou para não se julgar merecedor da salvação mais do que os outros. Além disso, o “sim” exige fidelidade ou ao menos esforço sincero para ser o mais fiel e coerente possível. Numa sociedade em que falta fidelidade à palavra dada ou coerência com os compromissos assumidos, é grande o risco de se repetir a atitude do filho que não cumpre o “sim” dado ao Pai. Na Carta aos Filipenses, São Paulo recorda o testemunho humilde e fiel do próprio Cristo que se fez obediente ao Pai até a morte e morte de cruz (Fl 2,8).
Estamos nos aproximando da festa de Nossa Senhora Aparecida, ocasião especial para testemunhar que somos povo de Deus que caminha unido, sob a proteção materna de Maria. Por isso, vamos todos reservar o dia 12 de outubro para participar da Festa da Padroeira. No calendário das paróquias, pastorais e movimentos, estejam liberadas a tarde e a noite do dia da Padroeira para que todos possam participar da missa e da procissão na Esplanada dos Ministérios, encerrando juntos o Ano Mariano.
Arquidiocese de Brasília

sábado, 30 de setembro de 2017

Do Prólogo ao Comentário sobre o Profeta Isaías, de São Jerônimo, presbítero

SÃO JERÔNIMO, PRESBÍTERO
E DOUTOR DA IGREJA

Memória

Nasceu em Estridão (Dalmácia) cercado ano 340. Estudou em Roma e aí foi batizado. Tendo abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do papa Dâmaso. Nesta época começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde estabeleceu-se em Belém,onde continuou a tomar parte muito ativa nos problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente comentários à Sagrada Escritura. Morreu em Belém no ano 420.
(Nn.1.2: CCL 73,1-3)                 (Séc.V)

Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo
Pago o que devo, obediente aos preceitos de Cristo que diz: Perscrutai as Escrituras (Jo 5,39); e: Buscai e achareis (Mt 7,7). Assim que não me aconteça ouvir com os judeus: Errais, sem conhecer as Escrituras nem o poder de Deus (Mt 22,29). Se, conforme o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder de Deus e sua sabedoria, ignorar as Escrituras é ignorar Cristo. 
Daí que eu imite o pai de família que de seu tesouro tira coisas novas e antigas. E a esposa, no Cântico dos Cânticos, que diz: Coisas novas e antigas, irmãozinho meu, guardei para ti (cf. Ct 7,14 Vulg.). E explicarei Isaías ensinando a vê-lo não só como profeta, mas ainda como evangelista e apóstolo. Ele próprio falou de si e dos outros evangelistas: Como são belos os pés daqueles que evangelizam boas novas, que evangelizam a paz (Is 52,7). E também Deus lhe fala como a um apóstolo: Quem enviarei, e quem irá a este povo? E ele respondeu: Eis-me aqui, envia-me (cf. Is 6,8). 
Ninguém pense que desejo resumir em breves palavras o conteúdo deste livro,pois esta escritura contém todos os mistérios do Senhor, falando do Emanuel, o nascido da Virgem, o realizador de obras e sinais estupendos, o morto e sepultado, o ressurgido dos infernos e o salvador de todos os povos. Que direi de física, ética e lógica? Tudo o que há nas santas Escrituras, tudo o que a língua humana pode proferir e uma inteligência mortal receber, está contido neste livro. Atesta esses mistérios quem escreveu: Será para vós a visão de todas as coisas como as palavras de um livro selado; se é dado a alguém que saiba ler, dizendo-lhe: Lê isto, ele responderá: Não posso, está selado. E se for dado a quem não sabe ler e se lhe disser: Lê, responderá: Não sei ler (Is 29,11-12). 
E se alguém parecer fraco, ouça as palavras do mesmo Apóstolo: Dois ou três profetas falem e os outros julguem; mas se a outro que está sentado algo for revelado, que se cale o primeiro (1Cor 14,32). Como podem guardar silêncio, se está ao arbítrio do Espírito, que fala pelos profetas, o calar-se e o falar? Se na verdade compreendiam aquilo que diziam, tudo está repleto de sabedoria e de inteligência. Não era apenas o ar movido pela voz que chegava a seus ouvidos, mas Deus falava no íntimo dos profetas, segundo outro Profeta diz: O anjo que falava a mim (cf. Zc 1,9), e: Clamando em nossos corações, Abba, Pai (Gl 4,6), e: Ouvirei o que o Senhor Deus disser em mim (Sl 84,9).
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Santuário da Piedade celebra hoje 250 anos de peregrinações


BELO HORIZONTE, 30 Set. 17 / 08:00 am (ACI).- Neste dia 30 de setembro, a Arquidiocese de Belo Horizonte (MG) celebra os 250 anos de peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caetés, uma história que remete ao século XVIII, com um milagre ocorrido nesta região.
Conforme explica o site do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, tudo começou quando uma jovem, surda e muda, passou a falar e a ouvir após testemunhar uma aparição da Virgem Maria no alto da Serra da Piedade.
A história dessa menina se tornou conhecida pela região, atraindo peregrinos para o território dedicado a Maria, Mãe da Piedade. Os relatos do milagre chegaram aos ouvidos do português Antônio da Silva Bracarena, que estava no Brasil em busca de riquezas e se converteu ao tomar conhecimento de tal fato.
Tocado pelo milagre, Bracarena decidiu viver como eremita no alto da Serra e investir tudo o que possuía na construção da pequena igreja. Foi no dia 30 de setembro de 1767 que Bracarena recebeu a autorização para erguer a Ermida de Nossa Senhora da Piedade.
Antes mesmo de se converter, Bracarena já trabalhava na construção de Igrejas e, por isso, conhecia o escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, o qual anos mais tarde foi reconhecido como mestre do barroco mineiro.
Bracarena pediu a Aleijadinho que fizesse uma imagem de Nossa Senhora da Piedade para o altar da capela que estava sendo construída. A peça, um dos primeiros trabalhos de Aleijadinho, é a mesma que ainda hoje está no altar da Ermida. Trata-se de uma imagem de importância internacional por seu valor religioso, cultural e artístico.
Em reconhecimento à devoção do povo mineiro e aos peregrinos que visitam o Santuário na Serra da Piedade, em 1960, por decreto do Papa João XXIII, Nossa Senhora da Piedade se tornou padroeira de Minas Gerais.
Assim, há 250 anos, o Santuário de Nossa Senhora da Piedade reúne peregrinos que vão conhecer o local, agradecer e pedir graças pela intercessão da Virgem da Piedade. Todos os anos, são acolhidos mais de 500 mil fiéis.
Neste ano em especial, vive-se o Jubileu dos 250 anos de peregrinação ao Santuário de Caeté, que foi aberto no dia 1º de janeiro pelo Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Na ocasião, foi lida uma mensagem do Papa Francisco, que concedeu a sua bênção apostólica a todos os peregrinos do Santuário de Nossa Senhora da Piedade e aos fiéis da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Hoje, no marco desta celebração, Dom Walmor presidirá a Santa Missa na Ermida da Padroeira e também será feita uma homenagem aos amigos e benfeitores do Santuário, com entrega da Medalha Comemorativa.
ACI Digital

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 46,24-25.27:CCL41,551-553)                   (Séc.V)

Em boas pastagens apascentarei minhas ovelhas
E as retirarei dentre as nações, reuni-las-ei de todos os lugares e as conduzirei para sua terra e as apascentarei sobre os montes de Israel (Ez 34,13). Ele criou os montes de Israel; são os autores das divinas Escrituras. Alimentai-vos ali onde com segurança encontrareis alimento. Que vos cause gosto tudo quanto dali ouvirdes; aquilo que lhe é estranho, rejeitai. Não vagueeis no meio do nevoeiro; ouvi a voz do pastor. Reuni-vos nos montes da Sagrada Escritura. Aí se acham as delícias de vosso coração; aí, nada de venenoso, nada de contrário; são pastagens fertilíssimas. Vinde, somente vós, sadias, nutri-vos nos montes de Israel. 
E nas nascentes e em todo lugar habitado da terra (Ez 34,13 Vulg). Dos montes a que nos referimos brotaram as nascentes da pregação evangélica, quando por toda a terra se difundiu sua voz (cf. Sl 18,5). E toda a terra habitada se tornou amena e fecunda para alimento das ovelhas. 
Em boas pastagens e nos altos montes de Israel as apascentarei. E ali estarão colocados seus redis (Ez 34,14), quer dizer, onde irão descansar, onde dirão: “Como é bom aqui”, onde dirão: “É verdade, está tudo claro, não fomos enganadas”. Repousarão na glória de Deus, como em seu redil. E dormirão, isto é, repousarão, em grandes delícias. 
Em férteis campos serão apascentadas sobre os montes de Israel (Ez 34,14). Já falei dos montes de Israel, dos bons montes para onde erguemos os olhos para daí nos vir auxílio. Mas o nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra (cf. Sl 123,8). Por isso, para que nem mesmo nos bons montes esteja nossa esperança, tendo dito: Apascentarei minhas ovelhas sobre os montes de Israel, e para que tu não te fixes nos montes, acrescenta logo: Eu apascentarei minhas ovelhas. Ergue os olhos para os montes, donde te virá auxílio, mas presta atenção ao que te diz: Eu apascentarei. Pois teu auxílio vem do Senhor que fez o céu e a terra. 
Termina assim: E as apascentarei com justiça (Ez 34,16). Reparai que só ele apascenta desse modo, aquele que apascenta com justiça. Que pode um homem julgar acerca de outro homem? Tudo está repleto de juízos temerários. Aquele de quem desesperávamos, de repente se converte e se torna ótimo. De quem muito esperávamos, subitamente fraqueja e se faz péssimo. Nem nosso temor é seguro, nem certo nosso amor. 
Aquilo que cada homem é hoje, mal sabe ele próprio. No entanto, é alguma coisa hoje. O que será amanhã, nem ele o sabe.Portanto, é só Ele quem apascenta com justiça, restituindo a cada um o que é seu: a estas, umas coisas; àquelas, outras. Dando o devido a cada uma, isto ou aquilo. Pois sabe o que faz. Apascenta com justiça aqueles que redimiu ao ser justiçado. Apascenta, portanto, com justiça.
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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Beato Paulo VI, autor da encíclica Humanae Vitae

REDAÇÃO CENTRAL, 26 Set. 17 / 09:30 am (ACI).- O Beato Paulo VI é o Papa autor da encíclica Humanae Vitae, a visionária encíclica sobre a defesa da vidae da família, e quem concluiu o Concílio Vaticano II, iniciado em 1962 por São João XXIII.

Giovanni Battista Montini nasceu na Lombardia (Itália), em 26 de setembro de 1897, e faleceu em Castel Gandolfo, em 6 de agosto de 1978, após um pontificado de 15 anos iniciado em 1963.
Em 29 de maio de 1920, aos 22 anos, foi ordenado sacerdote e enviado a Roma para estudar na Pontifícia Universidade Gregoriana, na Universidade de Roma La Sapienza e na Pontifícia Academia Eclesiástica.
Quatro anos depois, foi designado para o escritório da Secretaria de Estado, onde permaneceu por 30 anos.
No dia 1ºde novembro de 1954, aos 57 anos, foi nomeado Arcebispo de Milão e, em 15 de dezembro de 1958, São João XXIII o nomeou Cardeal.
Em 1963, com a morte de São João XXIII, o então Cardeal Montini foi eleito Papa no dia 21 de junho, tomando o nome Paulo VI e dizendo ao mundo que continuaria com o trabalho de seu predecessor.
No dia 24 de junho de 1967, abordou o tema do celibato em uma encíclica e em 24 de julho de 1968 escreveu em sua encíclica Humanae Vitae sobre a regulação da natalidade. Ambos foram temas controversos durante seu pontificado.
O Beato protagonizou importantes mudanças na Igreja. Algumas de natureza ecumênica, como seu célebre abraço com o patriarca Atenágoras, em 1964, e o mútuo levantamento de excomunhões.
Outros, de índole pastoral, como ter iniciado a era moderna das viagens pontifícias com visitas aos cinco continentes, assim como a Terra Santa e a ONU. Além disso, promulgou em 1969 a reforma litúrgica.
Paulo VI também criou cardeais Karol Wojtyla, em 1967 e Joseph Ratzinger, em 1977, os quais seriam seus sucessores São João Paulo II e Bento XVI, respectivamente.
As encíclicas escritas pelo beato são Ecclesiam Suam (6 de agosto de 1964), Mense Maio (29 de abril de 1965), Mysterium Fidei (3 de setembro de 1965), Christi Matri (15 de setembro de 1966), Populorum Progressio (26 de março de 1967), Sacerdotalis Caelibatus (24 de junho de 1967) e Humanae Vitae (25 de julho de 1968).
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF