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domingo, 10 de dezembro de 2017

II Domingo do Advento: É Tempo de Conversão!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A Liturgia da Palavra deste Domingo do Advento ressalta a figura de João Batista, o profeta que vem preparar o povo para acolher o Messias. A ele, se aplica a profecia de Isaías a respeito do mensageiro que vem preparar o caminho para o Senhor, conforme declara o Evangelho (Mc 1,1-8). A sua mensagem expressa um dos aspectos mais importantes do tempo do Advento, a conversão, simbolizada pela cor litúrgica roxa. É tempo de conversão! O apelo à conversão está presente na Liturgia da Palavra deste domingo, desde Isaías, passando pela 2ª Carta de Pedro. “Ele não deseja que alguém se perca; ao contrário, quer que todos venham a converter-se”, afirma a 2ª Carta de S. Pedro (3,9). 
Por que converter-se? Por que “preparar o caminho” e “endireitar as estradas”? O motivo da conversão é a vinda do Senhor: “Eis que o Senhor Deus vem com poder”, proclama o profeta (Is 40, 10). Esta é a “boa nova” que o mensageiro proclama sobre um alto monte: o Senhor vem, trazendo o perdão e a vida nova. A consolação anunciada por Isaías tem como razão de ser o anúncio do perdão e de um novo tempo para o povo. Por isso, a vinda do Senhor é, acima de tudo, motivo de consolação, de esperança e de vida nova. Contudo, a espera do Senhor deve ser acompanhada do esforço sincero por viver “numa vida santa e piedosa”, pois o mundo presente passa e o “dia do Senhor” chegará (2 Pd 3,10s).
A referência ao deserto, em Isaías e João Batista, faz pensar na peregrinação do Povo de Deus pelo deserto, lugar de purificação e de conversão, rumo à nova terra e à vida nova. Somos convidados a refazer o caminho do Êxodo, guiados pelo próprio Senhor que vem nos salvar, esperando “novos céus e uma nova terra onde habitará a justiça” (2 Pd 3,13). A demora da vinda do Senhor, do encontro definitivo com ele e do dia do Juízo, não deve levar-nos a descuidar da conversão e da santidade de vida, como alguns achavam: “Ele está usando de paciência para convosco”, alerta S. Pedro (3,9). Por isso, devemos viver bem este tempo de conversão, de perdão e de reconciliação que Deus nos concede, praticando a Palavra, hoje proclamada: “esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura e sem mancha e em paz” (2 Pd 3,14).
Neste espírito de conversão e de feliz espera do Senhor, reze confiante, com o Salmo 84: “Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei!”.  Ao mesmo tempo, procure discernir quais são os passos de conversão rumo à vida nova que Deus espera de você, neste Advento. Lembre-se que o perdão e a reconciliação são indispensáveis para preparar-se bem para o encontro com o Senhor, especialmente no Natal que se aproxima.
Arquidiocese de Brasília

Participação dos Leigos e Leigas na Política: palavra do Papa e da CNBB

Neste Ano Nacional do Laicato que terá coincidência com a movimentação eleitoral em torno de eleições quase gerais no Brasil, o tema da participação dos leigos no campo político poderá ser retomado nas comunidades de todo o País. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sintonia com a palavra do episcopado latino-americano e caribenho, em documento aprovado na assembleia geral do ano passado, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”, chamado de documento 105, traz orientações práticas para o assunto. E o Papa Francisco voltou a tratar da temática em mensagem que enviou aos participantes do encontro sobre política promovido pela Comissão para a América Latina (CAL) e pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), que aconteceu na semana passada, entre os dias 1 e 3 de dezembro, em Bogotá, na Colômbia.

“No mundo da política, sendo missão do cristão leigo direcionada de modo especial para a participação na construção da sociedade, segundo os critérios do Reino, três elementos são fundamentais: formaçãoespiritualidade e acompanhamento
Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade, n. 263
Proposta
O documento 105 da CNBB recorda: “no mundo da política, sendo missão do cristão leigo direcionada de modo especial para a participação na construção da sociedade, segundo os critérios do Reino, três elementos são fundamentais: formaçãoespiritualidade e acompanhamento” (n. 263).
Para se chegar a realização desses princípios, a CNBB propõe uma série de seis iniciativas que precisariam ser tomadas pelas comunidades. A primeira delas seria aquela de estimular a participação dos leigos na política: “Há necessidade de romper o preconceito comum de que a política é coisa suja, e conscientizar os leigos e leigas de que ela é essencial para a transformação da sociedade”. A segunda iniciativa sugerida no documento é “impulsionar os cristãos a construírem mecanismos de participação popular que contribuam com a democratização do Estado e com o fortalecimento do controle social e da gestão participativa”. A terceira é “incentivar e preparar os cristãos leigos e leigas a participarem dos partidos políticos e serem candidatos para o executivo e legislativo, contribuindo, deste modo, para a transformação social”.
Na lista das iniciativas sugeridas pela CNBB no documento que foi fruto de uma longa e profunda reflexão, realizada vários anos, em toda a Igreja no Brasil, os bispos lembram que é preciso “mostrar aos membros das nossas comunidades e à população em geral, que há várias maneiras de tomar parte na política: nos Conselhos Paritários de Políticas Públicas, nos movimentos sociais, nos conselhos de escola, na coleta de assinaturas para projetos de lei de iniciativa popular, nos comitês da lei 9840/99 de combate à corrupção eleitoral e da lei 135/2010, conhecida como lei da ficha limpa”.
A quinta sugestão de iniciativa presente na 3ª e última parte documento que trata da “Ação Transformadora na Igreja e no Mundo” é a seguinte: “incentivar e animar a constituição de Cursos e/ou Escolas da Fé e Política ou Fé e Cidadania, ou com outras denominações, nas Dioceses e Regionais”. E a última recomendação dessa passagem do documento: “acompanhar os cristãos que estão com mandatos políticos (executivo e legislativo), no judiciário e no ministério público e os que participam de Conselhos Paritários de Políticas Públicas, a fim de que vivam também aí a missão profética, promovendo reuniões, encontros, momentos de oração e reflexão e retiros”.
Papa Francisco
Na mensagem em vídeo enviada aos cristãos envolvidos na política que se reuniram no começo do mês na Colômbia, o Papa recorda uma citação muito conhecida dos seus Predecessores, que se referiam à política como uma “alta forma de caridade”, ou seja, um serviço inestimável de dedicação ao bem comum da sociedade. O encontro reuniu 70 parlamentares da América Latina com objetivo de promover o intercâmbio de vivências, testemunhos e reflexões sobre a experiência dos católicos leigos, que assumem responsabilidades políticas à serviço dos povos da América Latina. Segundo a coluna de Oswaldo Scaliotti do jornal “Tribuna do Ceará”, estava confirmada no encontro presença do deputado estadual cearense Carlos Matos.
“sentimos a necessidade de reabilitar a dignidade da política”
Papa Francisco
O site da Canção Nova em sintonia com matéria divulgada na Rádio Vaticano fez um resumo da mensagem do Papa.
De fato, frisa o Papa, “a política é, antes de tudo, serviço”, não de ambições e interesses pessoais ou de prepotência de facções nem de autocracia e totalitarismos. Sabemos – recordou – que “Jesus veio para servir e não para ser servido”. Seu exemplo deve ser seguido também pelos políticos. Trata-se de um serviço, – explicou Francisco – que, às vezes, requer sacrifício e dedicação dos políticos, a ponto até de serem considerados “mártires” do bem comum.
O ponto de partida deste serviço, que requer constância, esforço e inteligência, – destacou o Papa – é o bem comum, visto como instrumento de crescimento, de direito e de aspirações das pessoas, das famílias e da sociedade em geral. É claro que o serviço não deve se contrapor ao poder, mas o poder deve tender ao serviço, para não haver degeneração. Por isso, é preciso cultivar o verdadeiro senso interior da justiça, do amor e do serviço. Por outro lado, disse o Pontífice, “sentimos a necessidade de reabilitar a dignidade da política”. Aqui, referindo-se à América Latina, o Papa recordou o grande descrédito popular em relação à política e aos partidos políticos, por causa da corrupção, como também a falta de formação e inclusão de novas gerações políticas, para prestar, com paixão, serviço aos povos.
“Quanto precisamos, hoje, na América Latina, de uma política boa e nobre! Quanto precisamos de protagonistas!”
Papa Francisco
Há necessidade – insistiu o Papa – de novas forças políticas, que brilhem pela sua ética e cultura; que façam uso do diálogo democrático; que conjuguem a justiça com a misericórdia e a reconciliação; que sejam solidárias com os sofrimentos e esperanças dos povos latino-americanos. Neste sentido, Francisco exclamou: “Quanto precisamos, hoje, na América Latina, de uma política boa e nobre! Quanto precisamos de protagonistas!” E continuou: “O Continente latino-americano precisa de defesa do dom da vida, em todas as suas fases e manifestações; precisa de crescimento industrial e tecnologia sustentável; precisa de políticas corajosas para enfrentar o desafio da pobreza, da desigualdade, da exclusão e do subdesenvolvimento”.
Entre outras coisas, o Papa citou ainda a falta de uma educação integral e o restabelecimento do tecido familiar e social; de uma nova cultura do encontro e de uma democracia madura, que possa combater a corrupção, as colonizações ideológicas; de maior cuidado com a nossa Casa comum; de uma maior integração econômica, cultural e política; e de respeito dos direitos humanos, da paz e da justiça. Em sintonia com o tema central destes três dias de encontro em Bogotá, Francisco citou o trecho conclusivo do Documento de Aparecida, sobre uma das grandes preocupações do Episcopado Latino-americano: “A grande ausência, no âmbito político, de vozes e iniciativas de líderes católicos, de personalidade forte e de dedicação generosa, que sejam coerentes com suas convicções éticas e religiosas”.
“são muitos os testemunhos de católicos exemplares na cena política, mas deve-se, ainda mais, abrir alas para o Evangelho na vida política das nações”
Papa Francisco
Na verdade, os Bispos do Continente latino-americano quiseram inserir esta observação referindo-se a uma maior necessidade de “discípulos e missionários na vida política”. Não há dúvida, – acrescentou o Santo Padre – que são muitos os testemunhos de católicos exemplares na cena política, mas deve-se, ainda mais, abrir alas para o Evangelho na vida política das nações. Isto, porém, não quer dizer proselitismo, – esclareceu o Papa -. Ao contrário, a contribuição cristã para a ação política é dada com a missão peculiar dos leigos católicos, no âmbito social, segundo os critérios evangélicos e o patrimônio da Doutrina Social da Igreja.
O Santo Padre concluiu sua mensagem exortando aos leigos católicos a não permanecerem indiferentes na vida pública. Neste sentido, a Igreja caminha ao seu lado, com suas diretrizes em prol da dignidade humana, animando e promovendo a caridade e a fraternidade, o desejo do bem, da verdade e da justiça. Por fim, referindo-se, de modo particular, aos participantes neste encontro de Bogotá, Papa Francisco os adverte a um diálogo sincero e a falar com liberdade. Deste diálogo comum poderão nascer elementos iluminantes e orientadores para a missão da Igreja em nossos dias.

Por CNBB
Arquidiocese de Brasília

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

A mulher Imaculada, ícone do sonho de Deus

A Marialis Cultus, Encíclica do Bem Aventurado Paulo VI, nos ensina que o Advento é o tempo litúrgico mais adequado para compreender a missão de Maria na história da salvação. De fato, quando, no dia 8 de dezembro, celebramos a solenidade da Imaculada, desponta a luz divina que preanuncia já o Natal. A alegria transbordante pela Imaculada Conceição recria em nós a esperança de um mundo transparente e pleno da beleza da Mãe Puríssima.
O Projeto do Pai nos surpreende com o fascínio inédito da graça, tão presente e atuante em Maria, sua Filha Predileta. Podemos, em expectativa jubilosa com os pastores, os pequenos e os pobres da terra, aguardar a Noite Feliz do Nascimento do Salvador. Da raiz de Jessé brota flor mais linda e formosa da humanidade, a Nova Eva restauradora do Plano original, de uma família reunida e reconciliada pela misericórdia divina. Por isso, compartilhamos esta poesia do educador Alfonso Francia: Alguém se aproxima de ti e é frustrado? Não há escravo que não libertes. Não há Noite que não ilumines. Não há enfermo que não visites. Nem Cana onde não te faças presente. Não há calvário onde não estejas junto à Cruz. Ou sepulcro onde não supliques pela ressurreição. Vendo-te entendo melhor, amo melhor a Jesus.
És a cópia feminina do Evangelho, resumida, mas compreensível. É como se o Evangelho com teu envoltório, tivesse mais êxito. Os sábios te vêem e pensam em Jesus. Os simples vêem a Jesus e pensam em ti. Com a visão grandiosa do fulgor da Imaculada, com a pureza dos simples e pequenos, vamos caminhando rumo a Belém, a Casa do Pão e da Justiça, para encontrar o Deus Conosco, o esperado das Nações, o Menino Deus que trás vida plena para todas as pessoas e criaturas. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo diocesano de Campos
CNBB

domingo, 3 de dezembro de 2017

Primeiro Domingo do Advento inicia o novo Ano Litúrgico

REDAÇÃO CENTRAL, 03 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- O primeiro domingo do Advento é o primeiro dia do novo Ano Litúrgica para a Igreja Católica e, nesta ocasião, no Evangelho (Mc 13,33-37), Jesus encoraja os fiéis a ficar “atentos, porque não sabeis quando chegará o momento”.

No Evangelho, Jesus faz a comparação com o homem que parte para o estrangeiro e deixa a casa sob responsabilidade de seus empregados, mandando o porteiro ficar vigiando.
“Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”.
As leituras bíblicas desta primeira semana e pregação são um convite a estar vigilantes para quando o Senhor vier. Por isso, é importante que as famílias façam um propósito que lhes permita avançar no caminho para o Natal.
Em um momento propício ou talvez depois de acender a primeira vela da Coroa do Advento, os membros da família poderiam começar revisando as relações familiares e terminar pedindo perdão a quem tenham ofendido, assim como perdoando os outros.
Este deve ser o princípio de um ano renovado que buscará seguir crescendo em um ambiente de harmonia e amor familiar, o qual também deverá se estender aos demais grupos com os quais se relaciona cotidianamente, seja na escola, no trabalho, na vizinhança etc.
Por fim, é importante recordar que o Ano Litúrgico é o conjunto das celebrações com as quais a Igreja comemora anualmente o mistério de Cristo.
O tempo do Advento, que é o primeiro período do Ano Litúrgico, tem a duração de quatro semanas, começando neste domingo, 3 de dezembro, e se estende até o dia 24 de dezembro.
ACI Digital

Advento: Tempo de preparação para o Natal do Senhor

A Igreja dará início neste domingo, dia 03, ao novo tempo litúrgico, Ano B, e assim, ao Advento, que corresponde às quatro semanas antes do Natal, período em que os cristãos se preparam alegremente para a solenidade do Nascimento de Jesus Cristo e também se enche de expectativa para a segunda vinda do Cristo, a parusia.

A palavra Advento vem do latim adventum e significa vinda ou chegada.  Este período tem início sempre no domingo seguinte a Solenidade de Cristo Rei e segue até o último domingo antes do Natal.
Nas duas primeiras semanas, somos convidados a recordar os textos da segunda vinda de Cristo onde o tema é o da vigilância e atenção ao “Dia do Senhor”. Já nas duas últimas semanas, os textos se voltam para a vinda histórica de Cristo nos convidando as alegrias do Natal.
Esse tempo litúrgico, cuja cor é roxa, deve ser celebrado pelos cristãos com sobriedade, sem cantar o Hino de Louvor: o Glória. Os instrumentos musicais devem ser tocados com moderação e o altar deve ser ornamentado de forma simples, tudo isso para não antecipar a alegria e encanto próprios do Natal, como explica o Pe. Paulo Alves, pároco da Santo Inácio de Loyola, em Samambaia.
“Este é um tempo de alegria por sabermos que o Senhor veio a este mundo para nos salvar, porém, também é tempo de vigilância e oração, preparando os nossos corações enquanto aguardamos esperançosos o Senhor que virá uma segunda vez”, declarou padre.

Símbolo do Advento
Um dos maiores símbolos do tempo do Advento é a Coroa ou a Grinalda do Advento, que também é considerada o primeiro anúncio do Natal.
A coroa tem um formato circular, o que significa que o amor de Cristo não tem princípio e nem fim. Por isso é confeccionado com ramos de pinheiro e cipreste, já que estas árvores possuem ramos que não perdem suas folhas no outono e estão sempre verdes.
A fita vermelha, que envolve a grinalda, lembra o amor de Deus que nos envolve, manifestada pelo nascimento de Jesus. E as quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. 
Vale ressaltar que, em alguns lugares costumava-se usar três velas na cor roxa e uma vela na cor rósea, referindo-se ao terceiro domingo do Advento, quando é celebrado o “Domingo Gaudete”, ou seja, o Domingo da Alegria.
 
Por Gislene Ribeiro
Arquidiocese de Brasília

sábado, 2 de dezembro de 2017

O que mudou no mundo desde que Paulo VI publicou a Humanae Vitae?

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DENVER, 02 Dez. 17 / 07:01 am (ACI).- George Weigel, conhecido apologista católico e pesquisador do Centro de Ética e Políticas Públicas dos Estados Unidos, advertiu que a “situação atual é muito pior” no mundo, do que nos dias que Paulo VI publicou a encíclica Humanae Vitae.

Humanae Vitae, publicada em 1968, menciona os temas do controle de natalidade, dos anticoncepcionais e do aborto.
Em sua encíclica, o Papa Paulo VI advertiu sobre “o caminho amplo e fácil que tais métodos abririam à infidelidade conjugal e à degradação da moralidade”.
“É ainda de recear que o homem, habituando-se ao uso das práticas anticoncepcionais, acabe por perder o respeito pela mulher e, sem se preocupar mais com o equilíbrio físico e psicológico dela, chegue a considerá-la como simples instrumento de prazer egoísta e não mais como a sua companheira, respeitada e amada”, assinalou.
No documento, publicado há quase meio século, Paulo VI também pediu refletiu “sobre a arma perigosa que seria colocada nas mãos de autoridades públicas, pouco preocupadas com exigências morais”.
Em um artigo publicado no site First Things, Weigel, também autor da biografia mais conhecida de São João Paulo II - Testemunho de esperança -, destacou que em 2014, na União Europeia, a "taxa de fertilidade total", o número médio de filhos que uma mulher tem durante o período fértil foi de apenas 1,58, bem menos dos 2,1 necessários para manter a população ao longo do tempo.
“Por favor, notem que nenhum país da União Europeia estava na guerra. Nem foram afetados por uma praga devastadora. A Europa também não havia sofrido nenhum desastre natural como o vulcão Vesúvio ou o Krakatoa. Em outras palavras, nenhuma das causas do colapso que reduziu as populações ao longo da história aconteceram na União Europeia em 2014”.
Segundo Weigel, “do ponto de vista das ciências sociais, as pessoas são levadas à conclusão inelutável de que a infertilidade da Europa é auto induzida", assim como "deliberada e voluntária, não aleatória e acidental".
Os anticoncepcionais, disse, estão levando a Europa ao "esquecimento demográfico".
Durante a sua análise, o especialista indicou que a Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma organizará uma série de palestras durante esses meses, que são promovidas como o primeiro estudo "interdisciplinar" que tem o objetivo de comemorar os 50 anos da Humanae Vitae.
Weigel lamentou que entre os palestrantes não haja muitos "defensores do ensinamento de Paulo VI na Humanae Vitae". Para o autor, a ausência de especialistas na defesa de Humanae Vitae "afirma que, as pessoas que prepararam esta série de palestras, infelizmente são ignorantes e não entendem nada do que está acontecendo fora de seus silos intelectuais”.
ACI Digital

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Congresso da Polônia defende o domingo como dia festivo dedicado a Deus

Congresso da Polônia defende o domingo como dia festivo dedicado a Deus 1.jpg
Polônia - Varsóvia (Quarta-feira, 29-11-2017, Gaudium Press) Polônia não abrirá o comércio aos domingos para dedicar esse dia a Deus, ao descanso e a família. O Congresso deste país aprovou na semana passada proteger o domingo, para impedir que as lojas abram neste dia e assim defender o descanso dos trabalhadores e respeitar o dia do Senhor.

A proposta foi apresentada pelos sindicatos do país Europeu, a qual foi acolhida pelo partido de governo Lei e Justiça, que é de caráter conservador, e pela mesma Igreja Católica, que deu as boas-vindas a esta iniciativa que busca manter o domingo como dia sagrado. A Conferência Episcopal deste país, através de um comunicado, felicitou a iniciativa.
A votação ocorreu na sexta-feira, 24 de novembro, tendo como resultado um número significativo da votação: 254 deputados a favor de fechar o comércio aos domingos, 156 contra e 23 que se abstiveram de votar.
Esta medida irá se implementar de maneira paulatina até 2020 quando as compras dominicais não serão permitidas. No ano de 2018 somente poderão abrir nos primeiros e últimos domingos do mês; e em 2019 somente no último. Já para 2020 todos os domingos serão festivos para os trabalhadores. Somente se permitirá abrir no domingo anterior a festas como Natal ou Semana Santa, além disso no último domingo de janeiro, abril, junho e agosto. Esta medida não se aplicará para o comércio online, nem para as padarias.
Para que a iniciativa seja estabelecida definitivamente resta somente que o Senado Polonês a ratifique antes de que seja assinada pelo presidente Andrzej Duda.
Em outros países europeus, como a Alemanha, a Constituição protege o descanso dominical. Assim diz o artigo 139: "o domingo e os dias reconhecidos oficialmente ficarão protegidos por lei como dias de descanso laboral e de recolhimento espiritual".
O debate sobre o tema também está aberto atualmente em países como França e Espanha, mas não se chegou a uma decisão que favoreça o descanso dominical.
O que diz o Catecismo
O Catecismo da Igreja Católica em seu número 2176, diz sobre o Domingo como Dia do Senhor: "A celebração do domingo cumpre a prescrição moral, inscrita no coração do homem, de 'dar a Deus um culto exterior, visível, público e regular sob o signo de sua bondade universal aos homens" (São Tomás de Aquino, Summa theologiae, 2-2, q. 122, a. 4). O culto dominical realiza o preceito moral da Antiga Aliança, cujo ritmo e espírito recolhe celebrando a cada semana ao Criador e Redentor de seu povo".
O domingo é o dia por excelência para a celebração da Missa do Senhor. A este respeito o Catecismo assinala: "A celebração dominical do dia e da Missa do Senhor tem um papel principalíssimo na vida da Igreja. 'O domingo, no qual se celebra o mistério pascal, por tradição apostólica, há de ser observado em toda a Igreja como festa primordial de preceito'". (EPC)

SANTO ANDRÉ, APÓSTOLO: Festa




André, nascido em Betsaida, foi primeiramente discípulo de João Batista; seguiu depois a Cristo e levou à presença deste seu irmão Pedro. Junto com Filipe, apresentou a Cristo os pagãos e indicou o rapaz que levava pães e peixes. Narra-se que, depois de Pentecostes, pregou o Evangelho em muitas regiões e foi crucificado na Acaia.

Das Homilias sobre o Evangelho de João, de São João Crisóstomo, bispo.
(Hom. 19,1: PG 59,120-121)             (Séc.IV)

Encontramos o Messias
André, tendo permanecido com Jesus e aprendido com ele muitas coisas, não escondeu o tesouro só para si mas correu depressa à procura de seu irmão, para fazê-lo participar da sua descoberta. Repara o que lhe disse: Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo) (Jo 1,41). Vede como logo revela o que aprendera em pouco tempo! Demonstra assim o valor do Mestre que o persuadira, bem como a aplicação e o zelo daqueles que, desde o princípio, já estavam atentos. Esta expressão, com efeito, é de quem deseja intensamente a sua vinda, espera aquele que deveria vir do céu, exulta de alegria quando ele se manifestou, e se apresa em comunicar aos outros a grande notícia.
Repara também a docilidade e a prontidão de espírito de Pedro. Acorre imediatamente. E conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), afirma o Evangelho. Mas ninguém condene a facilidade com que, não sem muita reflexão, aceitou a notícia. É provável que o irmão lhe tenha falado pormenorizadamente mais coisas. Na verdade, os evangelistas sempre narram muitas coisas resumidamente, por razões de brevidade. Aliás, não afirma que acreditou logo, mas: E conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), e a ele o confiou para que aprendesse com Jesus todas as coisas.Estava ali, também, outro discípulo que viera com os mesmos sentimentos.
Se João Batista, quando afirma: Eis o Cordeiro e batiza no Espírito Santo (cf. Jo 1,29.33), deixou mais clara, sobre esta questão, a doutrina que seria dada pelo Cristo, muito mais fez André. Pois, não se julgando capaz de explicar tudo, conduziu o irmão à própria fonte da luz, tão contente e pressuroso, que não duvidou sequer um momento.
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ACI Digital



domingo, 26 de novembro de 2017

Solenidade de Cristo Rei Cristo Rei – Ano do Laicato

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

Estamos celebrando a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, chegando ao final do Ano Litúrgico. Conforme o Evangelho proclamado (Mt 25,31-46), o Senhor e Rei do Universo quer ser amado e servido nos irmãos mais pobres e sofredores, representados pelos que passam fome e sede, pelos que não tem o que vestir-se, pelos enfermos, pelos migrantes e encarcerados. Jesus é um Rei diferente dos reis deste mundo e o seu Reino não se confunde com os reinos que temos visto na história. Ele é um Rei que se faz servo, lavando os pés, amando os pequenos e doando a sua vida na cruz. O seu Reino, que suplicamos ao Pai, ao rezar como ele nos ensinou, é um Reino de amor, de justiça e de paz.  O Reino é dom a ser acolhido com louvor, gratidão e responsabilidade. O critério do julgamento final está claramente definido na passagem do Evangelho, proposta para esta solenidade, fazendo-nos pensar sobre como temos amado e servido o nosso Senhor naqueles com os quais ele, de modo especial, se identifica. Os que agirem como Jesus nos ensina receberão “como herança o Reino”.
Os discípulos de Jesus são chamados a serem “sal da terra” e “luz do mundo”, a fim de que o Reino se manifeste sempre mais. A caridade, através do serviço aos que mais sofrem, torna-se sinal de que somos seus discípulos. Os cristãos leigos e leigas são chamados a serem “sal” e “luz”, vivendo e testemunhando a fé em Cristo nos diversos ambientes da sociedade, na família, no mundo do trabalho, nas escolas, na política, na economia, nos meios de comunicação e nas redes sociais., dentre tantos outros.  É muito importante a participação dos cristãos leigos e leigas na vida da Igreja, atuando nas pastorais, movimentos eclesiais, serviços e conselhos paroquiais. Ao mesmo tempo, se  faz cada vez mais necessário o testemunho dos fiéis leigos e leigas nos diversos campos da vida social, a fim de serem “sal da terra” e “luz do mundo”, numa “Igreja em saída”, como tem insistido o Papa Francisco. 
A fim de valorizar e promover cada vez mais a vocação e a missão própria dos cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, os Bispos do Brasil, reunidos em Assembleia Geral, aprovaram um documento intitulado “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo,” e estabeleceram o Ano do Laicato, que tem início neste domingo e se estende até a próxima solenidade de Cristo Rei. O Ano do Laicato tem como tema “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino” e como o lema “Sal da terra e Luz do mundo”.  Unidos a toda a Igreja no Brasil, a abertura do Ano do Laicato está acontecendo, neste domingo, na Catedral e em todas as Paróquias da Arquidiocese de Brasília.  Rezemos e nos empenhos para que o Ano do Laicato produza muitos frutos!
Arquidiocese de Brasília

sábado, 25 de novembro de 2017

Santa Catarina de Alexandria, padroeira das solteiras e estudantes

Santa Catarina de Alexandria (ACI Digital)
REDAÇÃO CENTRAL, 25 Nov. 17 / (ACI).- “Senhor Jesus, suplico-te me escute, a mim e a quantos na hora de sua morte, recordando meu martírio, invoquem teu nome!”, disse Santa Catarina de Alexandria antes de morrer e depois de converter muitos romanos eruditos, conforme assinala a tradição. Esta valente mulher é padroeira das solteiras e das estudantes e sua festa é celebrada neste dia 25 de novembro.

Segundo conta a tradição, a santa era filha do Rei Costus e desde muito pequena estudou as artes liberais. Mais tarde, ficou órfã.
Por volta do ano 310, o imperador Maximino ordenou que fossem oferecidos sacrifícios aos deuses, castigando duramente os que se recusavam.
Santa Catarina se apresentou diante de Maximino e debateu com ele sobre o criador do mundo e as leis que o regem. O imperador, impressionado por sua beleza e sabedoria, mandou chamar secretamente os mais sábios do império.
Catarina se dedicou profundamente à oração e os eruditos não só ficaram atônitos com os argumentos irrebatíveis da jovem, mas também se converteram ao cristianismo.
O tirano imperador se encheu de cólera e os condenou à fogueira. Em seguida, Maximino propôs a Catarina que fosse sua primeira dama, mas ela recusou. Por isso, foi açoitada e trancada em um calabouço sem comer.
A imperatriz e o general Porfírio ficaram surpresos ao ver a prisão iluminada por anjos que curavam as feridas de Santa Catarina, a qual lhes falou da doutrina cristã e os converteu, junto a muitos soldados.
O imperador, por sua vez, lhe propôs ser rainha, mas a santa escolheu seguir consagrada a Cristo e recusou oferecer sacrifícios a deuses pagãos. Então, os prefeitos do imperador idealizaram rodas com pregos e lâminas para matá-la, mas Catarina orou e a máquina se desfez em mil pedaços. Algumas histórias assinalam que o objeto foi destruído por um raio.
A imperatriz recriminou o imperador por sua crueldade, ele ficou furioso e ordenou que cortassem os seios e a cabeça dela. O general Porfírio enterrou o corpo e foi até Maximino. Então, reconheceu que ele também era cristão, assim como a maioria dos presentes. O tirano, cego de ira, mandou degolar todos.
O imperador tentou outra vez seduzir Catarina e lhe ofereceu compartilhar o trono, mas foi novamente rechaçado. Desta maneira, Catarina foi condenada à morte. Uma espada cortou sua cabeça e os anjos transladaram seu corpo ao Monte Sinai.
Nesse lugar, onde Moisés falou com Deus na sarça ardente, no século IV, a imperatriz Helena mandou construir uma capela. Dois séculos mais tarde, o Imperador Justiniano erigiu o Mosteiro de Santa Catarina, considerado o mosteiro cristão mais antigo do mundo. No ano 2000, São João Paulo II iniciou ali sua peregrinação jubilar pela Terra Santa.
No Brasil, foi homenageada com o estado de Santa Catarina, que tem a virgem mártir como padroeira.
Fonte: ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF