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domingo, 17 de dezembro de 2017

III Domingo do Advento: Exulto de Alegria no Senhor!

                    + Sergio da Rocha
            Cardeal Arcebispo de Brasília

O terceiro Domingo do Advento é denominado Domingo “Gaudete” ou “Domingo da Alegria”. A palavra latina “gaudete” é tomada da antífona de entrada da missa, Gaudete in Domino, isto é, Alegrai-vos no Senhor, extraída da Carta de S. Paulo aos Filipenses (Fl 4,4s), que se completa com a afirmação “O Senhor está perto”, indicando a razão de ser dessa alegria. Na liturgia deste domingo, pode-se utilizar a cor rósea para melhor exprimir a alegria que acompanha a espera do Senhor. As leituras proclamadas manifestam também o motivo deste convite à alegria, neste Advento.
A missão proclamada pelo profeta Isaías se realiza plenamente em Jesus, o Messias: “proclamar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; proclamar o tempo da graça do Senhor” (Is 61,1-2). O cumprimento dessa missão é fonte de alegria: “exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus”, proclama o profeta. O convite à alegria encontra-se também na Primeira Carta aos Tesssalonicenses: “Irmãos, estai sempre alegres!” (1Ts 5,16). Com Maria, mãe do Salvador e nossa Mãe, cantamos o Magnificat como Salmo responsorial deste domingo, reconhecendo “o amor de Deus” que se estende “de geração em geração”, realizando “maravilhas” em sua vida e na vida “dos que o respeitam”. 
Entretanto, a alegria cristã deve ser acompanhada da conversão e do crescimento na vida nova em Cristo. Afirma S. Paulo: “Rezai sem cessar. Daí graças em todas as circunstâncias... Afastai-vos de toda espécie de maldade!” (1Ts 5,17.22), recordando que é Deus quem nos “santifica totalmente”, de modo que tudo o que somos “seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (5,23). 
O Evangelho nos mostra o “testemunho” de João Batista motivando-nos à conversão, através da humildade, da verdade e da coragem, por ele demonstradas diante dos sacerdotes e levitas que o questionavam. “Ele confessou e não negou” (Jo 1,20), afirma o Evangelho. Necessitamos hoje testemunhar publicamente a nossa fé, imitando a humildade e a firmeza de João Batista, jamais negando Jesus Cristo, seja por palavras, seja pelo nosso modo de agir.
Em todo o Brasil, estamos vivendo a Campanha para a Evangelização. Além da oração e da participação nas iniciativas pastorais da Igreja, somos convidados a participar, neste domingo, da Coleta Nacional para a Evangelização. Trata-se de um gesto muito importante de comunhão e partilha, pois a coleta é destinada à promoção e à manutenção da evangelização na Arquidiocese e em todo o Brasil.
Arquidiocese de Brasília

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Dom Washington Cruz: “quem defenderá a família?”

Dom Washington Cruz: “quem defenderá a família?”
O arcebispo metropolitano de Goiânia (GO), em artigo publicado esta semana no site da arquidiocese coloca a questão de quem se encarrega, nesse momento, para defender a família. Antes, ele situa o leitor: “Se não fosse a minha fé em Deus, na Providência Divina, eu diria que o futuro da humanidade está ameaçado. Já estamos convivendo com falta de água e cresce, em ritmo acelerado, a poluição do ar, dos rios e do mar. Crescem também os conflitos entre nações, a violência ganha cada vez mais adeptos, a vida já não vale nada“.

Ao apresentar esse quadro com tantas ameaças, o arcebispo faz uma ressalva: “acredito que a esperança está na família. Tudo começa nela e a colheita do que se planta a ela retorna, levando problemas e alegrias. Ela é a base de formação do indivíduo para a vida em comunidade, a ética, a solidariedade e tantos outros valores, mas essencialmente para o amor. Uma família cristã educa para a dignidade e a paz, ensinando o mandamento “ame seu próximo como a si mesmo” desde a tenra idade dos seus filhos“.
A família resiste
Dom Washington pondera: “É claro que não existe família perfeita, assim como nada é perfeito neste mundo, mas se a vida no mundo está difícil, imaginem o que seria dele sem a família. É verdade que seus membros recebem influência da sociedade desde que nascem e levam para dentro dela todas as contradições do mundo. E o mistério está aí. Mesmo assim, a família resiste e provoca grandes mudanças de vida e superações consideradas impossíveis, por meio do amor“.
E, neste momento, coloca a questão: “quem defenderá a família? Ser exemplo de integridade para sua família, plantando para a chegada de bons frutos, com amorosidade, já é uma fórmula milenar de sucesso na construção da vida familiar. Mas, pensando no contexto, defender a família é defender cada cidadão que a integra, em seus direitos de acesso ao alimento de cada dia e à moradia; ao trabalho; a uma real assistência na área da saúde; à educação integral, cultura, segurança e ao lazer, entre outros. Sem resolver essas questões básicas necessárias para uma vida digna, a família e o mundo estarão sempre ameaçados“.
E conclui: “O Ano do Laicato, cuja abertura ocorreu em 26 de novembro, é uma ocasião para toda Igreja no Brasil vivenciar intensamente, por meio de orações, celebrações e reflexões, além de motivar uma participação maior dos leigos na vida da Igreja e da sociedade. O tema do Ano é ‘Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino’, e o lema ‘Sal da terra e luz do mundo’. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conclamou todas as dioceses do país a celebrarem o Ano do Laicato em 2018. O Regional Centro-Oeste da CNBB celebrará o Ano do Laicato e da Família, para cumprir o último dos compromissos assumidos na Assembleia do Povo de Deus, em 2015, para vivência nos três anos seguintes: a primeira foi o Ano da Misericórdia (2016) e a segunda (2017), o Ano Vocacional Mariano“.
Arquidiocese de Goiânia/CNBB

A bela oração que Jorge Bergoglio escreveu antes de ser ordenado sacerdote

O Pe. Jorge Mario Bergoglio celebrando Missa
REDAÇÃO CENTRAL, 13 Dez. 17 / 08:00 am (ACI).- Em 2013, o jornal italiano ‘Avvenire’ publicou para o dia do aniversário da ordenação sacerdotal de agora Papa Francisco uma bela oração escrita pelo jovem jesuíta pouco antes de ser presbítero para sempre.


Reproduzimos o texto publicado por ‘Avvenire’:
“Quero crer em Deus Pai,
que me ama como um filho,
e em Jesus, o Senhor,
que infundiu seu Espírito na minha vida,
para fazer-me sorrir e levar-me, assim,
ao Reino eterno de vida.
Creio na Igreja.
Creio que, na história, que foi tocada
pelo olhar de amor de Deus,
no dia da primavera, 21 de setembro,
Ele saiu ao meu encontro para
me convidar a segui-lo.
Creio na minha dor,
infecunda pelo egoísmo, no qual me refugio.
Creio na mesquinhez da minha alma,
que busca receber sem dar… sem dar.
Creio que os outros são bons e que
devo amá-los sem medo e sem traí-los jamais,
sem buscar uma segurança para mim.
Creio na vida religiosa.
Creio que quero amar muito.
Creio na morte cotidiana, ardente, da qual fujo,
mas que sorri para mim, convidando-me a aceitá-la.
Creio na paciência de Deus, acolhedora,
boa como uma noite de verão.
Creio que o meu pai está no céu, junto ao Senhor.
Creio que o Padre Duarte também está lá,
intercedendo pelo meu sacerdócio.
Creio em Maria, minha Mãe,
que me ama e nunca me deixará sozinho.
E espero a surpresa de cada dia,
em que se manifestará o amor, a força,
a traição e o pecado,
que me acompanharão até o encontro definitivo
com esse rosto maravilhoso
que não sei como é,       
do qual fujo continuamente,
mas que quero conhecer e amar.
Amém”.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Santa Luzia, padroeira dos olhos

Santa Luzia (ACI Digital)
REDAÇÃO CENTRAL, 13 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- Neste dia 13 de dezembro, a Igreja celebra a festa da Santa Luzia, padroeira dos olhos, porque, segundo uma antiga tradição, teriam arrancado os olhos dela por proclamar firmemente a fé, mas, ela recuperou a visão.

Segundo “as atas” de Santa Luzia, ela nasceu na Siracusa, Sicília (Itália), em uma família nobre e foi educada na fé, tanto que fez votos de virgindade, em segredo. Seu pai morreu durante sua infância e sua mãe Eutiquia a incentivada a contrair matrimônio com um jovem pagão.
Estando sua mãe enferma, Luzia propôs que fossem em romaria ao túmulo de Santa Águeda, em Catânia, e que se Eutiquia ficasse curada, isto seria a confirmação de que não deveria se casar. Deus ouviu suas orações e, milagrosamente, sua mãe se curou. Ela, então, revelou que desejava se consagrar a Deus e repartir sua fortuna entre os pobres. Eutiquia lhe deu a permissão.
O pretendente de Luzia se incomodou e delatou a santa como cristã. O juiz insistiu para que desistisse, mas Santa Luzia lhe respondeu: “É inútil que insista. Jamais poderá me apartar do amor a meu Senhor Jesus Cristo”.
O juiz a ameaçou a prostituí-la e ela lhe disse: “O corpo fica poluído somente se a alma consente”. Esta frase era muito admirada por Santo Tomás de Aquino porque corresponde ao princípio moral de que não há pecado se não se consente o mal.
Pela graça de Deus, os guardas não puderam mover Santa Luzia do local onde estava e a sentença não pôde se cumprir. Então, tentaram queimá-la na fogueira e também fracassaram. Por último, decapitaram-na e, mesmo assim, Santa Luzia seguiu exortando os fiéis para que permaneçam firmes.
Na Idade Média, era invocada contra as enfermidades dos olhos, talvez porque seu nome significa “luz”. Isto originou várias lendas como a de que o tirano mandou que os guardas lhe tirassem os olhos e ela recuperou a vista.
Em 1894, descobriram uma inscrição sepulcral nas catacumbas da Siracusa com o nome de Santa Luzia, a mártir que, com certeza, viveu no século IV.
Neste dia dedicado à Santa Luzia, trazemos a oração à protetora dos olhos:
Ó Santa Luzia, preferistes que vossos olhos fossem vazados e arrancados ao ter que negar a fé e conspurcar vossa alma; e Deus com um milagre extraordinário, vos devolveu outros dois olhos sãos e perfeitos para recompensar vossa virtude e vossa fé, e vos constituiu protetora contra as doenças dos olhos, eu recorro a vós que protejais minhas vistas e cureis a doença de meus olhos.
Ó Santa Luzia, conservai a luz de meus olhos, de minha alma, a fé pela qual posso conhecer o meu Deus, compreender seus ensinamentos, reconhecer o seu amor para comigo e nunca errar o caminho que me conduzirá, onde vós Santa Luzia, vos encontrais em companhia de Anjos e Santos.
Santa Luzia, protegei meus olhos e conservai minha fé. Amém!
ACI Digital

domingo, 10 de dezembro de 2017

São Gabriel aparece a Zacarias

Redação (Segunda-feira, 04-12-2017, Gaudium Press) Através da famosa profecia das 70 semanas de anos, o Arcanjo São Gabriel anunciara ao Profeta Daniel, em Babilônia, a data da vinda do Messias (cf. Dn 9, 20-27). Após o transcurso de cinco séculos, o mesmo Arcanjo aparece a São Zacarias, no Templo de Jerusalém, para lhe comunicar o nascimento do Precursor de Nosso Senhor Jesus Cristo.
"Justos diante de Deus"
São Zacarias e Santa Isabel, pais de São João Batista, pertenciam "à ilustre família de Aarão, a mais gloriosa que então existia depois da de Davi, da qual devia nascer o Messias". Mas eles "tinham ainda outra nobreza mais preciosa que a do sangue: a nobreza da virtude".
De fato, diz a Sagrada Escritura que "ambos eram justos diante de Deus e cumpriam fielmente todos os Mandamentos e preceitos do Senhor" (Lc 1, 6).
Zacarias era sacerdote, e esse elogio que dele faz São Lucas "é bem significativo durante o triste reino de Herodes, onde imperava, seja no povo judeu em geral, seja em particular entre os sacerdotes, uma tão profunda corrupção".
"Não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e os dois eram de idade avançada" (Lc 1, 7). O Evangelista apresenta esses detalhes para melhor ressaltar o milagre que a seguir narrará. João Batista será uma criança nascida milagrosamente como outrora o Patriarca Isaac e o Profeta Samuel.
Santificado por Nossa Senhora
Esse virtuoso casal residia na cidade de Ain-Karim. Certo dia, São Zacarias dirigiu-se a Jerusalém para exercer no Templo funções sacerdotais, e foi sortead para fazer a oferenda do incenso. Estando ele sozinho no Santuário para o incensamento - pois o povo nesse momento permanecia do lado de fora -, apareceu-lhe São Gabriel. Ele ficou com muito medo, mas o Arcanjo lhe disse:
"Não tenhas medo, Zacarias, porque o Senhor ouviu o teu pedido. Isabel, tua esposa, vai te dar um filho, e tu lhe porás o nome de João" (Lc 1, 13). O pedido de Zacarias não era para ter um filho, mas que viesse logo o Messias. Realmente, esse filho será o Precursor de Nosso Senhor.
"Muitos se alegrarão com seu nascimento" (Lc 1, 14). Além de Nossa Senhora, o único santo cuja vinda ao mundo a Igreja comemora é São João Batista; tal festa é celebrada em 24 de junho.
"Ele será grande diante do Senhor [...] e, desde o ventre da mãe, ficará cheio do Espírito Santo" (Lc 1, 15). "Ser grande diante de Deus não significa gozar das honras terrestres, mas possuir a virtude, a santidade em grau eminente."
Seis meses depois da concepção do Precursor, Nossa Senhora, em cujo seio virginal o Verbo de Deus Se encarnara, visitou Santa Isabel, que era sua prima, e saudou-a.
Afirma o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
"Ao ouvir a voz da Virgem Bendita, ao sentir a presença de Deus, o menino estremeceu de alegria. E, também de acordo com os teólogos, nesse momento, ainda no seio materno, ele foi santificado por Maria.
"Podemos conjecturar que Nossa Senhora comunicou, de um modo misterioso, algo do espírito d'Ela a São João Batista. E tudo quanto este fez em sua vida, era uma decorrência dessa graça inicial recebida pela intercessão de Maria, constantemente intensificada até atingir uma plenitude no momento de seu martírio."
Terá o espírito de Elias
O Arcanjo São Gabriel afirmou também que João Batista "caminhará à frente [dos israelitas] com o espírito e o poder de Elias" (Lc 1, 17). Três décadas depois, o próprio Nosso Senhor dirá que ele é outro Elias (cf. Mt 11, 14)
Santo Elias brilhou pela sua admirável combatividade contra o mal. Por exemplo, ele increpou o Rei Acab, os judeus coniventes com a idolatria e matou os 450 falsos profetas de Baal (cf. I Rs 18, 40). Em outra ocasião, fez descer por duas vezes fogo do céu para eliminar os soldados enviados pelo Rei Ocozias, que pretendiam prendê-lo (cf. II Rs 1, 9-12).
Assim também São João Batista fez increpações contra os fariseus e saduceus, chamando-os de víboras (cf. Mt 3, 7), e censurou firmemente o Rei Herodes Antipas, que mandou matá-lo.
O mutismo de Zacarias foi um símbolo
Entretanto, São Zacarias duvidou das palavras de São Gabriel, dizendo que ele e sua esposa eram de idade avançada. Então o Arcanjo declarou:
"Eu fui enviado para falar contigo e anunciar-te esta boa-nova. E agora ficarás mudo [...] até o dia em que estas coisas acontecerem, já que não acreditaste nas minhas palavras, que se cumprirão no tempo certo" (Lc 1, 19-20).
Tal mutismo ocorreu de imediato. Ao sair do Templo, Zacarias não podia falar com o povo que o aguardava; então "se comunicava com eles por meio de gestos" (Lc 1, 22).
Porque sua Fé falhou nesse momento, ele foi castigado com a mudez, que era um símbolo. "Ali estava figurado o silêncio ao qual a religião mosaica estaria proximamente reduzida pela propagação do Evangelho". De fato, São João Batista é o liame que une os dois Testamentos: abre o Novo ao mesmo tempo em que encerra o Antigo.
"Algum tempo depois, sua esposa Isabel ficou grávida [...]; ela dizia: ‘Assim o Senhor fez comigo nestes dias: Ele dignou-Se tirar a vergonha que pesava sobre mim'" (Lc 1, 24-25).
"Vergonha" porque "entre os judeus, e em geral em todo o Oriente, a privação de filhos sempre foi considerada um sinal de descontentamento divino e, consequentemente, uma grande humilhação".
Peçamos a intercessão de São Zacarias junto a Nossa Senhora para que Ela nos consiga um aumento de nossa Fé, a fim de termos absoluta certeza da vitória da Santa Igreja contra seus inimigos.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada - 131)

Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/91620-Sao-Gabriel-aparece-a-Zacarias#ixzz50u0HkF61
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte. 

Festa da Transladação da Casa da Virgem de Loreto

Nossa Senhora de Loreto (Tenda do Senhor)
REDAÇÃO CENTRAL, 10 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- Segundo a tradição, a Santa Casa de Loreto é a mesma Casa de Nazaré, na qual se deu o anúncio do Anjo, foi concebido Jesus Cristo e onde o Senhor viveu com José e a Virgem. Apresentamos a história de como milagrosamente esta casa “voou” da Terra de Jesus até Loreto, na Itália, cuja festa é celebrada neste dia 10 de dezembro.

A Santa Casa de Nazaré tinha duas partes, uma pequena gruta e uma estrutura de tijolos que se estendia a partir da entrada da gruta.
Em 1291, os sarracenos conquistaram a Terra Santa e queriam destruir todos os lugares sagrados do cristianismo. Quando chegaram às proximidades de Nazaré, os inimigos diziam: “nunca mais os cristãos celebrarão a Anunciação aqui”.
A basílica construída sobre a Casa tinha sido destruída em duas ocasiões (1090 e 1263), mas a Casa permaneceu intacta. No entanto, os cruzados não puderam voltar a reconstruí-la e o lar de Maria ficou desprotegido.
Segundo a tradição do translado, quando os cruzados perdiam o controle na Terra Santa, o Senhor enviou seus anjos com a ordem de levarem a casa para um lugar seguro.
Em 12 de maio de 1291, os anjos a transladaram para uma cidade chamada Tersatto, na Croácia. Pela manhã, os vizinhos ficaram surpresos ao ver a Casa sem fundações e sem saber como chegou.
Dentro, encontraram um altar de pedra e em cima dele uma estátua de cedro da Virgem Maria com o menino Jesus em seus braços. O menino segurava com sua mão esquerda uma esfera de ouro que representava o mundo e seus dois dedos da mão direita estavam estendidos, como abençoando. Ambos vestiam uma espécie de túnica e tinham coroas de ouro.
Dias depois, a Virgem apareceu a um sacerdote local e explicou a ele o lugar de onde a Casa procedia. Maria lhe disse: “deves saber que a casa que recentemente foi trazida a tua terra é a mesma casa na qual eu nasci e cresci. Aqui, na Anunciação do Anjo Gabriel, eu concebi o Criador de todas as coisas. Aqui, o Verbo se fez carne”.
“O altar foi que foi transladado com a casa foi consagrado por Pedro, o Príncipe dos Apóstolos. Esta casa veio de Nazaré para tua terra pelo poder de Deus, para o qual nada é impossível”, acrescentou.
Como verdadeira prova de tudo o que a Virgem lhe comunicou, o presbítero foi curado. O sacerdote, que tinha estado doente por muito tempo, anunciou o milagre e começaram as peregrinações. Os habitantes elevaram sobre a Casa um edifício simples para protege-la da natureza.
Depois de três anos e cinco meses, em 10 de dezembro de 1294, a Casa desapareceu de Tersatto e alguns pastores de Loreto, na Itália, disseram ter visto uma casa voando sobre o mar e sustentada por anjos. A tradição assinala que um anjo com capa vermelho, São Miguel, dirigia os outros e a Virgem com o Menino estavam sentados sobre a Casa.
Os anjos baixaram o recinto a um lugar chamado Banderuola e, posteriormente, levaram-na a uma colina, no meio de uma propriedade, para depois ser transladada a outra colina. Foi colocada no meio do caminho e ocupou esse local por mais de 700 anos.
Dois anos depois, a Virgem se apresentou a Paulo, um eremita, a quem contou a origem e a história da Santa Casa. Ele compartilhou com as pessoas do povoado e iniciaram medidas para verificar a autenticidade.
Os peritos foram a Tersatto e viram que a réplica que os moradores tinham feito era exatamente a mesma que a de Loreto e que muitos elementos coincidiam. Em Nazaré, constataram que as medidas da fundação eram exatas às da Casa em Loreto e a réplica construída em Tersatto.
Após 6 meses, voltaram a Loreto e foi declarada a autenticidade da Santa Casa, que não tem fundação, porque esta permaneceu em Nazaré.
Com o tempo, muitos peregrinos foram ao Santuário e o Papa Clemente VII mandou fechar a porta original e que fossem construídas três portas para que as pessoas não brigassem por ter apenas uma porta de entrada e saída.
Ninguém pediu permissão à Virgem e, por isso, quando o arquiteto pegou seu martelo para dar início ao trabalho, sua mão começou a tremer. Depois disso, ninguém quis fazer o trabalho, até que um clérigo aceitou e, ajoelhando-se, disse à Mãe de Deus que este era um pedido do Papa e que se ela estava zangada, que ela se resolvesse com o Pontífice.
O clérigo pôde completar o seu trabalho e as pessoas de Loreto quiseram proteger a Casa erguendo uma parede de tijolo. Quando terminaram, a parede se separou da Casa e, por isso, há um espaço entre a Santa Casa e a parede construída.
Em outra ocasião, um Bispo de Portugal, com a permissão do Papa, mandou seu secretário tirar uma pedra e leva-la para construir uma Igreja em honra à Virgem de Loreto. O Prelado ficou doente e, quando o secretário chegou, o Bispo estava quase morto.
O Bispo pediu a algumas religiosas que rezassem por ele e, dias depois, recebeu uma mensagem: “Nossa senhora disse, se o Bispo deseja se recuperar, deve devolver à Virgem o que ele pegou”. O Bispo e o secretário ficaram desconcertados porque ninguém sabia da pedra. O secretário devolveu o objeto e o Bispo se recuperou.
Por esta razão, os Papas proibiram que se extraia alguma parte da Santa Casa.
Grandes santos passaram por esta Casa, como São Francisco de Sales, Santa Teresa de Lisieux, São Maximiliano Kolbe, São João XXIII e São João Paulo II.
A tradição que conta a transladação feita pelos anjos não seria a única explicação da Santa Casa de Loreto, mas também há documentos que indicariam que o responsável seria um comerciante chamado Nicéforo Angelo del S. XIII. Em todo caso, o translado, sem dúvidas, teve a proteção e orientação do céu.
Fonte: ACI Digital

Segundo Domingo do Advento e “uma voz grita no deserto”

REDAÇÃO CENTRAL, 10 Dez. 17 / 08:00 am (ACI).- Neste segundo domingo do Advento, “uma voz grita no deserto”, diz o Evangelho. É a voz de São João Batista que chama à conversão e, por isso, convida os fiéis a preparar o coração para o Senhor Jesus, com o Sacramento da Reconciliação.

Meditemos o Evangelho de hoje e acendamos em família a segunda vela da nossa Coroa com a liturgia familiar para celebrar o Advento.
Na segunda semana, a Igreja motiva a reconciliação com Deus mediante à confissão, que nos devolve a amizade com o Senhor, a qual se tinha perdido pelo pecado.
Nesse contexto, acender a segunda vela roxa da Coroa do Advento é sinal do processo de conversão que se está vivendo.
Para esses dias, é recomendado buscar os horários de confissões do templo mais próximo para aproveitar as graças que Deus derrama no Sacramento da Reconciliação.
Desta maneira, quando chegar o Natal, poderá estar bem preparado interiormente, unido a Jesus e aos irmãos na Eucaristia.
Evangelho: Mateus 3,1-12
Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia:
“Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.
João foi anunciado pelo profeta Isaías, que disse: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!”.
João usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins; comia gafanhotos e mel do campo.
Os moradores de Jerusalém, de toda a Judeia e de todos os lugares em volta do rio Jordão vinham ao encontro de João. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão. Quando viu muitos fariseus e saduceus vindo para o batismo, João disse-lhes: “Raça de cobras venenosas, quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? Produzi frutos que provem a vossa conversão. Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é nosso pai’, porque eu vos digo: até mesmo destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão.
O machado já está na raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e jogada no fogo.
Eu vos batizo com água para a conversão, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de carregar suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
Ele está com a pá na mão; ele vai limpar sua eira e recolher seu trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga.
ACI Digital

II Domingo do Advento: É Tempo de Conversão!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A Liturgia da Palavra deste Domingo do Advento ressalta a figura de João Batista, o profeta que vem preparar o povo para acolher o Messias. A ele, se aplica a profecia de Isaías a respeito do mensageiro que vem preparar o caminho para o Senhor, conforme declara o Evangelho (Mc 1,1-8). A sua mensagem expressa um dos aspectos mais importantes do tempo do Advento, a conversão, simbolizada pela cor litúrgica roxa. É tempo de conversão! O apelo à conversão está presente na Liturgia da Palavra deste domingo, desde Isaías, passando pela 2ª Carta de Pedro. “Ele não deseja que alguém se perca; ao contrário, quer que todos venham a converter-se”, afirma a 2ª Carta de S. Pedro (3,9). 
Por que converter-se? Por que “preparar o caminho” e “endireitar as estradas”? O motivo da conversão é a vinda do Senhor: “Eis que o Senhor Deus vem com poder”, proclama o profeta (Is 40, 10). Esta é a “boa nova” que o mensageiro proclama sobre um alto monte: o Senhor vem, trazendo o perdão e a vida nova. A consolação anunciada por Isaías tem como razão de ser o anúncio do perdão e de um novo tempo para o povo. Por isso, a vinda do Senhor é, acima de tudo, motivo de consolação, de esperança e de vida nova. Contudo, a espera do Senhor deve ser acompanhada do esforço sincero por viver “numa vida santa e piedosa”, pois o mundo presente passa e o “dia do Senhor” chegará (2 Pd 3,10s).
A referência ao deserto, em Isaías e João Batista, faz pensar na peregrinação do Povo de Deus pelo deserto, lugar de purificação e de conversão, rumo à nova terra e à vida nova. Somos convidados a refazer o caminho do Êxodo, guiados pelo próprio Senhor que vem nos salvar, esperando “novos céus e uma nova terra onde habitará a justiça” (2 Pd 3,13). A demora da vinda do Senhor, do encontro definitivo com ele e do dia do Juízo, não deve levar-nos a descuidar da conversão e da santidade de vida, como alguns achavam: “Ele está usando de paciência para convosco”, alerta S. Pedro (3,9). Por isso, devemos viver bem este tempo de conversão, de perdão e de reconciliação que Deus nos concede, praticando a Palavra, hoje proclamada: “esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura e sem mancha e em paz” (2 Pd 3,14).
Neste espírito de conversão e de feliz espera do Senhor, reze confiante, com o Salmo 84: “Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei!”.  Ao mesmo tempo, procure discernir quais são os passos de conversão rumo à vida nova que Deus espera de você, neste Advento. Lembre-se que o perdão e a reconciliação são indispensáveis para preparar-se bem para o encontro com o Senhor, especialmente no Natal que se aproxima.
Arquidiocese de Brasília

Participação dos Leigos e Leigas na Política: palavra do Papa e da CNBB

Neste Ano Nacional do Laicato que terá coincidência com a movimentação eleitoral em torno de eleições quase gerais no Brasil, o tema da participação dos leigos no campo político poderá ser retomado nas comunidades de todo o País. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sintonia com a palavra do episcopado latino-americano e caribenho, em documento aprovado na assembleia geral do ano passado, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”, chamado de documento 105, traz orientações práticas para o assunto. E o Papa Francisco voltou a tratar da temática em mensagem que enviou aos participantes do encontro sobre política promovido pela Comissão para a América Latina (CAL) e pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), que aconteceu na semana passada, entre os dias 1 e 3 de dezembro, em Bogotá, na Colômbia.

“No mundo da política, sendo missão do cristão leigo direcionada de modo especial para a participação na construção da sociedade, segundo os critérios do Reino, três elementos são fundamentais: formaçãoespiritualidade e acompanhamento
Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade, n. 263
Proposta
O documento 105 da CNBB recorda: “no mundo da política, sendo missão do cristão leigo direcionada de modo especial para a participação na construção da sociedade, segundo os critérios do Reino, três elementos são fundamentais: formaçãoespiritualidade e acompanhamento” (n. 263).
Para se chegar a realização desses princípios, a CNBB propõe uma série de seis iniciativas que precisariam ser tomadas pelas comunidades. A primeira delas seria aquela de estimular a participação dos leigos na política: “Há necessidade de romper o preconceito comum de que a política é coisa suja, e conscientizar os leigos e leigas de que ela é essencial para a transformação da sociedade”. A segunda iniciativa sugerida no documento é “impulsionar os cristãos a construírem mecanismos de participação popular que contribuam com a democratização do Estado e com o fortalecimento do controle social e da gestão participativa”. A terceira é “incentivar e preparar os cristãos leigos e leigas a participarem dos partidos políticos e serem candidatos para o executivo e legislativo, contribuindo, deste modo, para a transformação social”.
Na lista das iniciativas sugeridas pela CNBB no documento que foi fruto de uma longa e profunda reflexão, realizada vários anos, em toda a Igreja no Brasil, os bispos lembram que é preciso “mostrar aos membros das nossas comunidades e à população em geral, que há várias maneiras de tomar parte na política: nos Conselhos Paritários de Políticas Públicas, nos movimentos sociais, nos conselhos de escola, na coleta de assinaturas para projetos de lei de iniciativa popular, nos comitês da lei 9840/99 de combate à corrupção eleitoral e da lei 135/2010, conhecida como lei da ficha limpa”.
A quinta sugestão de iniciativa presente na 3ª e última parte documento que trata da “Ação Transformadora na Igreja e no Mundo” é a seguinte: “incentivar e animar a constituição de Cursos e/ou Escolas da Fé e Política ou Fé e Cidadania, ou com outras denominações, nas Dioceses e Regionais”. E a última recomendação dessa passagem do documento: “acompanhar os cristãos que estão com mandatos políticos (executivo e legislativo), no judiciário e no ministério público e os que participam de Conselhos Paritários de Políticas Públicas, a fim de que vivam também aí a missão profética, promovendo reuniões, encontros, momentos de oração e reflexão e retiros”.
Papa Francisco
Na mensagem em vídeo enviada aos cristãos envolvidos na política que se reuniram no começo do mês na Colômbia, o Papa recorda uma citação muito conhecida dos seus Predecessores, que se referiam à política como uma “alta forma de caridade”, ou seja, um serviço inestimável de dedicação ao bem comum da sociedade. O encontro reuniu 70 parlamentares da América Latina com objetivo de promover o intercâmbio de vivências, testemunhos e reflexões sobre a experiência dos católicos leigos, que assumem responsabilidades políticas à serviço dos povos da América Latina. Segundo a coluna de Oswaldo Scaliotti do jornal “Tribuna do Ceará”, estava confirmada no encontro presença do deputado estadual cearense Carlos Matos.
“sentimos a necessidade de reabilitar a dignidade da política”
Papa Francisco
O site da Canção Nova em sintonia com matéria divulgada na Rádio Vaticano fez um resumo da mensagem do Papa.
De fato, frisa o Papa, “a política é, antes de tudo, serviço”, não de ambições e interesses pessoais ou de prepotência de facções nem de autocracia e totalitarismos. Sabemos – recordou – que “Jesus veio para servir e não para ser servido”. Seu exemplo deve ser seguido também pelos políticos. Trata-se de um serviço, – explicou Francisco – que, às vezes, requer sacrifício e dedicação dos políticos, a ponto até de serem considerados “mártires” do bem comum.
O ponto de partida deste serviço, que requer constância, esforço e inteligência, – destacou o Papa – é o bem comum, visto como instrumento de crescimento, de direito e de aspirações das pessoas, das famílias e da sociedade em geral. É claro que o serviço não deve se contrapor ao poder, mas o poder deve tender ao serviço, para não haver degeneração. Por isso, é preciso cultivar o verdadeiro senso interior da justiça, do amor e do serviço. Por outro lado, disse o Pontífice, “sentimos a necessidade de reabilitar a dignidade da política”. Aqui, referindo-se à América Latina, o Papa recordou o grande descrédito popular em relação à política e aos partidos políticos, por causa da corrupção, como também a falta de formação e inclusão de novas gerações políticas, para prestar, com paixão, serviço aos povos.
“Quanto precisamos, hoje, na América Latina, de uma política boa e nobre! Quanto precisamos de protagonistas!”
Papa Francisco
Há necessidade – insistiu o Papa – de novas forças políticas, que brilhem pela sua ética e cultura; que façam uso do diálogo democrático; que conjuguem a justiça com a misericórdia e a reconciliação; que sejam solidárias com os sofrimentos e esperanças dos povos latino-americanos. Neste sentido, Francisco exclamou: “Quanto precisamos, hoje, na América Latina, de uma política boa e nobre! Quanto precisamos de protagonistas!” E continuou: “O Continente latino-americano precisa de defesa do dom da vida, em todas as suas fases e manifestações; precisa de crescimento industrial e tecnologia sustentável; precisa de políticas corajosas para enfrentar o desafio da pobreza, da desigualdade, da exclusão e do subdesenvolvimento”.
Entre outras coisas, o Papa citou ainda a falta de uma educação integral e o restabelecimento do tecido familiar e social; de uma nova cultura do encontro e de uma democracia madura, que possa combater a corrupção, as colonizações ideológicas; de maior cuidado com a nossa Casa comum; de uma maior integração econômica, cultural e política; e de respeito dos direitos humanos, da paz e da justiça. Em sintonia com o tema central destes três dias de encontro em Bogotá, Francisco citou o trecho conclusivo do Documento de Aparecida, sobre uma das grandes preocupações do Episcopado Latino-americano: “A grande ausência, no âmbito político, de vozes e iniciativas de líderes católicos, de personalidade forte e de dedicação generosa, que sejam coerentes com suas convicções éticas e religiosas”.
“são muitos os testemunhos de católicos exemplares na cena política, mas deve-se, ainda mais, abrir alas para o Evangelho na vida política das nações”
Papa Francisco
Na verdade, os Bispos do Continente latino-americano quiseram inserir esta observação referindo-se a uma maior necessidade de “discípulos e missionários na vida política”. Não há dúvida, – acrescentou o Santo Padre – que são muitos os testemunhos de católicos exemplares na cena política, mas deve-se, ainda mais, abrir alas para o Evangelho na vida política das nações. Isto, porém, não quer dizer proselitismo, – esclareceu o Papa -. Ao contrário, a contribuição cristã para a ação política é dada com a missão peculiar dos leigos católicos, no âmbito social, segundo os critérios evangélicos e o patrimônio da Doutrina Social da Igreja.
O Santo Padre concluiu sua mensagem exortando aos leigos católicos a não permanecerem indiferentes na vida pública. Neste sentido, a Igreja caminha ao seu lado, com suas diretrizes em prol da dignidade humana, animando e promovendo a caridade e a fraternidade, o desejo do bem, da verdade e da justiça. Por fim, referindo-se, de modo particular, aos participantes neste encontro de Bogotá, Papa Francisco os adverte a um diálogo sincero e a falar com liberdade. Deste diálogo comum poderão nascer elementos iluminantes e orientadores para a missão da Igreja em nossos dias.

Por CNBB
Arquidiocese de Brasília

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

A mulher Imaculada, ícone do sonho de Deus

A Marialis Cultus, Encíclica do Bem Aventurado Paulo VI, nos ensina que o Advento é o tempo litúrgico mais adequado para compreender a missão de Maria na história da salvação. De fato, quando, no dia 8 de dezembro, celebramos a solenidade da Imaculada, desponta a luz divina que preanuncia já o Natal. A alegria transbordante pela Imaculada Conceição recria em nós a esperança de um mundo transparente e pleno da beleza da Mãe Puríssima.
O Projeto do Pai nos surpreende com o fascínio inédito da graça, tão presente e atuante em Maria, sua Filha Predileta. Podemos, em expectativa jubilosa com os pastores, os pequenos e os pobres da terra, aguardar a Noite Feliz do Nascimento do Salvador. Da raiz de Jessé brota flor mais linda e formosa da humanidade, a Nova Eva restauradora do Plano original, de uma família reunida e reconciliada pela misericórdia divina. Por isso, compartilhamos esta poesia do educador Alfonso Francia: Alguém se aproxima de ti e é frustrado? Não há escravo que não libertes. Não há Noite que não ilumines. Não há enfermo que não visites. Nem Cana onde não te faças presente. Não há calvário onde não estejas junto à Cruz. Ou sepulcro onde não supliques pela ressurreição. Vendo-te entendo melhor, amo melhor a Jesus.
És a cópia feminina do Evangelho, resumida, mas compreensível. É como se o Evangelho com teu envoltório, tivesse mais êxito. Os sábios te vêem e pensam em Jesus. Os simples vêem a Jesus e pensam em ti. Com a visão grandiosa do fulgor da Imaculada, com a pureza dos simples e pequenos, vamos caminhando rumo a Belém, a Casa do Pão e da Justiça, para encontrar o Deus Conosco, o esperado das Nações, o Menino Deus que trás vida plena para todas as pessoas e criaturas. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo diocesano de Campos
CNBB

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF