Translate

domingo, 19 de agosto de 2018

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A solenidade da Assunção de Nossa Senhora, fixada para o dia 15 de agosto, no calendário litúrgico da Igreja, está sendo celebrada neste domingo, no Brasil, para que todos possam participar da celebração eucarística, pela especial importância desta festa mariana.
O dogma da Assunção de Nossa Senhora está relacionado essencialmente à sua Imaculada Conceição. Terminado o curso da sua vida terrena, por ter sido concebida sem pecado, Maria foi assunta em corpo e alma à glória celeste. “A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos”, conforme nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (n. 966). Por isso, o dogma da Assunção deve ser compreendido à luz da Imaculada Conceição e da Ressurreição de Jesus, proclamada na Primeira Carta aos Coríntios. “Cristo Ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20), afirma o apóstolo Paulo, mencionando, a seguir, aqueles que “pertencem a Cristo”, como Maria, destinados a participar da sua vitória sobre a morte.  A Assunção decorre da fé na ressurreição de Jesus e fortalece a nossa esperança de participar da sua vitória. Aquela que viveu profundamente unida ao seu Filho na terra, continua unida a Ele no céu, nossa pátria definitiva.
Para tanto, recorremos à intercessão de Nossa Senhora e nos dispomos a imitar os seus exemplos. O Evangelho nos apresenta a visita de Maria a Isabel.  O “sim” de Maria, a “serva do Senhor”, se prolonga pela caridade no serviço humilde e generoso a Isabel.  A “serva do Senhor” se faz servidora de Isabel. Nos lábios de Isabel, encontramos parte da Ave-Maria: “bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42). Dos lábios de Maria brota a belíssima oração conhecida como “Magnificat”, exaltando a misericórdia de Deus, que “se estende de geração em geração”, na sua vida e na vida de “todos os que o respeitam” (Lc 1, 50). A Assunção é sinal do cumprimento daquilo que afirma Maria em sua oração: “o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”; Ele “derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes”. Para chegar ao céu, é preciso percorrer o caminho da doação generosa e do serviço humilde aos irmãos, especialmente aos mais sofredores, sempre sustentados pelo amor misericordioso de Deus.
Neste domingo do Mês Vocacional, concluímos a Semana da Família e nos recordamos, especialmente, da vocação à vida consagrada. Aos irmãos e irmãs na vida consagrada, a nossa profunda gratidão e as nossas preces, suplicando a intercessão da Virgem assunta ao céu, modelo para todos os que se consagram a Deus.
O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Carta do Arcebispo Metropolitano à Igreja em Goiânia: Um alerta sobre programas de TV usados para semear contravalores, confusão e mentira.

Dom Washington Cruz / Foto: CNBB
Caros irmãos, caras irmãs

A vida em uma sociedade se constrói tendo como base a sua cultura, pois cada cultura possui um quadro de valores, passados de geração em geração, que formam as pessoas, suas convicções, seu modo de agir e de se relacionar. Os valores de uma determinada cultura se perpetuam de geração em geração,principalmente por meio da autoridade da família, da escola e da Igreja. Essa constatação não deve, porém, nos fazer esquecer que, desde que foi inventada, na década de 1930, a televisão vem se tornando não só um potente meio de comunicação, mas também um eficaz instrumento para influenciar a formação da cultura pois, por meio de seus programas, também propõe valores ou contravalores, que influenciam o modo de viver das pessoas.
Quando, por meio desse canal formativo, são transmitidos bons conteúdos,como às vezes acontece, as pessoas são edificadas e a sociedade se constrói positivamente. Entretanto, esse meio de formação pode se tornar um instrumento eficaz de ideologização e convencimento que termina porproduzir um processo de destruição das pessoas e da sociedade. Nos últimos tempos, dois programas da televisão brasileira foram usados para semear confusão e mentira, acabando por ferir a sensibilidade de muitos brasileiros.
O primeiro deles é a série Malhação, da Rede Globo de Televisão. Em um de seus capítulos, dois jovens aparecem ensinando como “não pagar mico quando o assunto é gênero e sexualidade”. Jogando com as palavras “sexo biológico, identidade de gênero, expressão de gênero e orientação sexual” e explicando-as segundo a compreensão da falsária Ideologia de Gênero, os artistas defendem a liberdade sexual e a diversidade, sem qualquer vínculo com a verdade sobre a pessoa, que está expressa no e pelo corpo. Essas ideias acabam por promover o liberalismo das experiências sexuais, sem qualquer vínculo com uma ordem moral, ou seja, terminam defendendo que, em nome da liberdade, no campo da sexualidade tudo é possível.
Infelizmente, os contravalores transmitidos por esse e outros programas televisivos estão atrelados a outros tantos males devastadores, defendidos pela Ideologia de Gênero em todos os seus matizes e propostas. Um deles é a legalização do aborto, que voltou à cena principal em virtude da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442 (ADPF 442) ajuizada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Em nome da liberdade, defendem tratar o problema em questão sem considerar que estão em jogo duas vidas a serem protegidas, a da mulher gestante e a do bebê, propondo que se escolha tirar a vida inocente e indefesa do nascituro.
O segundo programa televisivo em questão é a novela bíblica da Record TV, chamada Jesus. Na novela, a Santíssima Virgem Maria, a mãe de Jesus, é apresentada de modo discordante com as afirmações feitas na Sagrada Escritura e na Doutrina da Igreja Católica. Ela é figurada como Mãe de outros filhos, negando a sua Virgindade perpétua, isto é, negando que ela era virgem antes do parto e se manteve virgem durante e depois do parto, sendo Mãe apenas do seu Unigênito, Jesus. Além disso, o modo como Maria se comporta na sua relação com José ofusca a sua pureza e, por isso, fere sua dignidade de Mãe de Deus e Imaculada desde a sua concepção. Esse modo de apresentar Nossa Senhora fere frontalmente a sensibilidade do povo brasileiro, na sua maioria católico e devoto de Nossa Senhora Aparecida.
A televisão deveria servir para a edificação de uma nação, mas infelizmente isso não acontece com frequência. Por isso, convido todos os católicos e pessoas de boa vontade a sermos prudentes e críticos no uso desse instrumento, não assistindo qualquer programa e não aceitando acriticamente as afirmações feitas através desse meio de comunicação. Convido, de modo ainda mais vivo, a sermos rigorosos no discernimento sobre a permissão para o acesso das crianças e dos adolescentes aos programas de televisão. Essas duas etapas da vida, fundamentais na formação do caráter da aquisição dos valores, são as mais vulneráveis ao processo de ideologização que marca o Brasil atualmente. Por isso, devemos cuidar para que nossos filhos, se estritamente necessário, tenham acesso somente a conteúdos que correspondem à verdade sobre o homem e que possam edificá-los na verdadeira fé da Igreja. 
Em face aos programas mencionados e a todos os fatos ligados a eles, desejo manifestar minha perplexidade e minha reprovação. Sinto-me no dever de pastor de denunciar e repudiar tudo que fere a verdade sobre o homem e sobre a nossa fé, a fim de que nossas famílias possam ser fortalecidas e possamos construir, juntos, um Brasil melhor, em que elas sejam respeitadas. Rezemos a Jesus e a Nossa Senhora para que nosso país reaja contra esta tentativa de desconstruir o ser humano, tal como a natureza no-lo faz ver e a teologia da criação no-lo ensina.
Goiânia, 10 de agosto de 2018.


Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
ACI Digital / Arquidiocese de Goiânia

domingo, 12 de agosto de 2018

Do Diálogo sobre a Divina Providência, de santa Catarina de Sena, virgem

(4,13: ed. latina, Ingolstadii 1583, ff. 19v-20)                     (Séc. XIV)
Nos vínculos da caridade
Meu dulcíssimo Senhor, volta complacente teus misericordiosos olhos para este povo e para o Corpo místico de tua Igreja; porque maior glória advirá a teu santo nome por perdoar a tamanha multidão de tuas criaturas do que só a mim, miserável, que tanto ofendo a tua majestade. Como poderei eu consolar-me, vendo-me possuir a vida, se teu povo está na morte? E vendo em tua diletíssima Esposa as trevas dos pecados brotadas de minhas faltas e das outras criaturas tuas?
Quero, pois, e para cada um peço aquela inestimável caridade que te levou a criar o ser humano à tua imagem e semelhança. Que coisa ou pessoa foi o motivo de colocares o ser humano em tão grande dignidade? Sem dúvida, só inapreciável amor que te fez olhar em ti mesmo tua criatura de quem te enamoraste. Mas reconheço abertamente que pela culpa do pecado com justiça perdeu a dignidade que lhe deras.
Tu, porém, movido pelo mesmo amor, desejando por graça reconciliar contigo o gênero humano, nos deste a palavra de teu Filho unigênito. Verdadeiro reconciliador e mediador entre ti e nós e também nossa justiça, que castigou e carregou em si todas as nossas injustiças e iniquidades, em obediência ao que tu,Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe assumir nossa humanidade. Ó abismo de indizível caridade! Que coração há tão duro que continue impassível sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima baixeza e abjeção, que é a nossa humanidade?
Nós somos tua imagem e tu, nossa imagem, pela união que realizaste com o ser humano, velando a eterna Divindade com a mísera nuvem e infecta matéria da carne de Adão. Donde vem tudo isto? Unicamente teu inefável amor está em causa. É, pois, por este inestimável amor que humildemente imploro tua majestade, com todas as forças de minha alma, que concedas gratuitamente às tuas miseráveis criaturas tua misericórdia.

Responsório Sl 100 (101),1-2

R. Eu quero cantar o amor e a justiça,
cantar os meus hinos a vós, ó Senhor.
* Desejo trilhar o caminho do bem;
Mas quando vireis até mim, ó Senhor?
V. Viverei na pureza do meu coração,
no meio de toda a minha família. 
* Desejo trilhar o caminho do bem;
Mas quando vireis até mim, ó Senhor?

www.liturgiadashoras.org

Começa hoje no Brasil a Semana Nacional da Família

Imagem referencial / Foto: Pixabay (Domínio Público)
REDAÇÃO CENTRAL, 12 Ago. 18 / 07:00 am (ACI).- Neste domingo do Dia dos Pais, tem início no Brasil a Semana Nacional da Família, que neste ano tem como tema “O Evangelho da Família, alegria para o mundo” e busca valorizar a instituição familiar.
A Semana Nacional da Família é promovida pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Trata-se de um evento anual, que já faz parte do calendário das diversas dioceses e paroquias do país.
Esta iniciativa teve início em 1992, como resposta ao desejo de se fazer alguma coisa em defesa e promoção da família, cujos valores vêm sendo agredidos sistematicamente na sociedade. Escolheu-se, para isso, a semana seguinte ao dia dos pais, no mês de agosto, por ser o mês vocacional.
Em recente artigo sobre a Semana Nacional da Família, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, sublinhou que “observamos os muitos ataques que se faz contra a instituição familiar (e temos visto muitos) e nós cristãos temos que lutar contra e, ao mesmo tempo apresentar a beleza da proposta de deus para o homem e a mulher”.
Segundo o Purpurado, “ao viver a Semana Nacional da Família, após a comemoração do Dia dos Pais, somos chamados a trabalhar juntos”, a fim de “propor ao mundo a verdadeira face cristã da família”.
“Que nesta semana especial possa ser ainda mais aprofundado ‘O Evangelho da família’ que é alegria para o mundo e isso porque é sacramento; porque é vida nova doada por Cristo segundo o projeto de Deus, porque tem posição privilegiada na missão da Igreja uma vez que testemunha o amor de Cristo e da Igreja no meio da sociedade e, por fim, é uma instituição da qual todos os católicos são responsáveis em acompanhar e sustentar”, assinalou.
Por sua vez, o Arcebispo de Passo Fundo (RS), Dom Rodolfo Luís Weber, destacou que “a Semana da Família proclama o valor inviolável das famílias e sua nobre missão de gerar, educar, proteger, confortar e cuidar da vida desde a concepção até a morte natural”.
Conforme explicou, a família é “lugar especial para exercitar o amor, como ensina a primeira carta aos Coríntios 13,4-8: ‘O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará’”.
Para incentivar os fiéis a viverem esta semana, foi preparado o subsídio “Hora da Família”, que apresenta reflexão sobre temas familiares, roteiros de orações e cantos para motivar a celebração, incentivando a participação da comunidade para o encontro. Também traz estudos sobre os valores e ensinamentos cristãos ligados à vida e a família.
O material é inspirado na exortação apostólica do Papa Francisco Amoris Laetitia, documento em que “há um rio de sabedoria e humanidade ainda ausentes no nosso dia a dia familiar, aquilo que a Exortação do Papa Francisco chamou de Alegria do Amor”, como explicou o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e Bispo de Osasco (SP), Dom João Bosco Barbosa de Sousa.
ACI Digital

5 chaves apresentadas pelo Papa Francisco para ser um bom pai

Pai e filho. Foto: Pixabay / Domínio público
REDAÇÃO CENTRAL, 12 Ago. 18 / 08:00 am (ACI).- Ao comemorar o Dia dos Pais neste domingo, no Brasil, a ACI Digital compartilha cinco chaves para ser um bom pai, extraídas da audiência geral do Papa Francisco de 4 de fevereiro de 2015, quando falou sobre “o aspecto positivo” da “figura do pai de família”.

1. Alegrar-se com o correto
“Toda família necessita de um pai. Um pai que não se vanglorie de que seu filho seja parecido com ele, mas sem que se alegre de que aprenda a retidão e a sensatez que é o que conta na vida. Esta será a melhor herança que poderá transmitir ao filho e se sentirá cheio de alegria quando ver que a recebeu e aproveitou”.
2. Educar com carinho
“O pai ensina o que o filho ainda não sabe: corrigir os erros que ainda não vê, orientar seu coração, protege-lo no desânimo e na dificuldade. Tudo isso com proximidade, doçura e com uma firmeza que não humilha”.
3. Acompanhar com paciência
“Estar presente na família, compartilhar as alegrias e tristezas com a esposa, acompanhar as crianças na medida em que crescem. A parábola evangélica do Filho Pródigo nos mostra o pai que espera na porta de casa o retorno do filho que se equivocou. Sabe esperar, sabe perdoar, sabe corrigir”.
“Também hoje os filhos, ao voltar para casa com seus fracassos, necessitam de um pai que os espere, que os proteja, os anime, ensine como seguir pelo bom caminho. Às vezes tem que castigá-los, mas nunca lhe dá uma bofetada na cara”.
4. Rezar com confiança
“Muitas vezes os filhos não admitirão os fracassos, mas necessitam do pai como todos necessitamos acudir ao único Bom Pai, como disse o Evangelho, ao Pai nosso que está no céu”.
5. Seguir São José
“Peçamos ao Senhor que nunca falte nas famílias a presença de um bom pai, que seja mediador e guardião da fé na bondade, na justiça e na proteção de Deus, como foi São José”.
ACI Digital

domingo, 5 de agosto de 2018

18º Domingo do Tempo Comum: O Pão da Vida

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
“O Senhor deu a comer o pão do céu”, rezamos hoje com o Salmo responsorial (Sl 77), louvando a Deus pelas vezes que temos tido a graça de receber “o Pão que desceu do céu e dá a vida ao mundo” (Jo 6,33). Este é o tema principal da Liturgia da Palavra. Nós continuamos a meditar o capítulo 6º do Evangelho segundo João, iniciado no último domingo. O texto, hoje proclamado, nos mostra a reação do povo diante da multiplicação dos pães. Segundo as palavras de Jesus dirigidas à multidão, eles não estavam conseguindo discernir os “sinais” do Reino acontecendo por meio dele. Estavam procurando-o somente “porque comeram o pão e ficaram satisfeitos” (Jo 6,26). O episódio torna-se ocasião para a explicação que Jesus dá sobre o sentido do “sinal” que ele havia realizado, o discurso sobre o “pão da vida” ou o “pão do céu”, sobre o “alimento que permanece até a vida eterna”. Este alimento é o próprio Jesus, como ele mesmo declara: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6,35).
O que fazer diante disso? A obra que Deus espera que realizemos é “crer naquele que Ele enviou” (Jo 6,29), segundo a resposta dada pelo próprio Jesus aos que lhe perguntaram. Esta é a resposta que Deus espera também de nós: a fé em Jesus Cristo que nos leva a discernir os sinais de sua presença entre nós.
 No final do diálogo entre Jesus e a multidão, no qual se recorda Moisés e o “maná no deserto”, diante da promessa do verdadeiro pão que desce do céu, o povo pede a Jesus: “Senhor, dá-nos sempre deste pão” (Jo 6,34). Nós também, hoje, nos sentimos necessitados do Pão da Vida. Por isso, repetimos a súplica da multidão: “Senhor, dá-nos sempre deste Pão!” Assim pedimos, dispostos a valorizar sempre mais a presença de Jesus no Santíssimo Sacramento, através da comunhão eucarística, da adoração ao Santíssimo Sacramento e da vivência da comunhão que recebemos. Aproveitemos para refletir sobre como estamos participando das missas, como nos preparamos para participar da Eucaristia e sobre como vivemos a comunhão eucarística em nossas famílias, comunidades e nos diversos ambientes.  
Neste início do Mês Vocacional, rezemos pelas vocações sacerdotais, refletindo sobre a sua importância na Igreja. O Pão da Vida se faz presente na celebração eucarística por meio dos sacerdotes.  Agradeçamos a Deus pelo dom do sacerdócio e por cada um de nossos padres. Agradeçamos aos nossos sacerdotes, reconhecendo a sua dedicação pastoral e rezando por eles, para que o Pão da Vida continue a se fazer presente, por meio deles, no altar. A cada um de nossos padres, a nossa sincera gratidão e orações!

O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

terça-feira, 31 de julho de 2018

Existe um “projeto diabólico” para destruir a família, adverte autoridade vaticana

Imagem referencial / Foto: Pixabay (Domínio Público)
Vaticano, 30 Jul. 18 / 05:00 pm (ACI).- O Vigário Geral do Papa para a Cidade do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri, denunciou que atualmente existe "um projeto diabólico" para combater a família.
Na Missa celebrada em 27 de julho, na paróquia de Sant’Ana, no Vaticano, por ocasião da Festa de São Joaquim e Sant’Ana, o Cardeal Comastri afirmou que há "um projeto diabólico para combater a família e, definitivamente, para o combater o desejo de Deus".
Afirmou que este mal atual "presume entender mais a Deus, porque combater a família significa isso, estar a serviço do demônio".
"Parece-me decisivo sublinhar que nós não inventamos a família. Deus inventou a família. A família é um projeto de Deus. O Senhor criou o homem e a mulher para ser o berço da vida e depois se tornar lugar onde as crianças possam crescer e aprender o alfabeto da vida. Devemos estar cegos para não ver isso", assinalou o Purpurado.
Recordou que o projeto diabólico contra a família também foi denunciado pelo poeta italiano Eugenio Montale, em 1970, quando se recordou em Milão os 25 anos do lançamento da bomba atômica nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
Cardeal Comastri lembrou que Montale disse que "é justo recordar aquele momento dramático com a esperança de que isso nunca mais se repita. Mas me sinto na consciência e no dever de avisar que está explodindo a bomba atômica da família e que talvez tenha mais vítimas e feridos do que na explosão em Hiroshima e Nagasaki. E a bomba está sendo colocada na mídia, apresentando falsos modelos de vida".
O Purpurado advertiu que atualmente esses “falsos modelos estão desorientando os jovens” e convidou a refletir as palavras da Virgem Mariaquando respondeu ao anjo depois de receber o anúncio de que seria a Mãe de Jesus.
"Maria, através do anjo, recebe o chamado a uma missão que deixaria qualquer pessoa tremendo e a resposta de Nossa Senhora é maravilhosa, de disponibilidade plena", manifestou.
Esta resposta da Virgem "tem suas raízes no ambiente espiritual da família, na educação e no exemplo dos seus pais. Nas famílias piedosas de Israel, rezavam e meditavam os salmos todos os dias", afirmou.
Acrescentou que o Magnificat, quando Maria encontra a sua prima Isabel, nasce da meditação familiar do amor de Deus.
"O Magnificat é uma leitura da história na qual domina a certeza de que os humildes serão os vitoriosos. A vida é uma guerra, uma luta. Quem vencerá? Vencerão os humildes, os bons, os puros, os misericordiosos. Maria diz isso no Magnificat, porque tem certeza de que Deus tem a última palavra", assinalou.
Do mesmo modo, o Vigário Geral do Papa para a Cidade do Vaticano comentou que Madre Teresa disse que, "há algum tempo, na família se aprendia sobre a generosidade, o altruísmo. Hoje se fortalece o egoísmo dos filhos e se colhe frutos amargos".
O Cardeal Comastri concluiu a sua homilia perguntando: "O que as crianças respiram em casa? Quais sinais são dados às crianças?”.
"A vida é uma viagem, necessita-se de sinalização ao caminhar. Comprometamo-nos a levar à família um clima de fé convencida para que as crianças, ao olharem para os seus pais, possam entender qual é a sinalização correta", afirmou.
ACI Digital

sábado, 28 de julho de 2018

17º Domingo do Tempo Comum: O Pão partilhado

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Neste e nos dois próximos domingos, interrompemos a leitura do Evangelho segundo Marcos, por ser o mais curto, para ler e meditar o capítulo sexto do Evangelho segundo João. Nele, Jesus se apresenta como o Pão da Vida, que multiplica o pão, saciando a fome da multidão.
O tema do pão partilhado já se encontra na primeira leitura. O profeta Eliseu partilha com o povo os pães que lhe foram oferecidos, ao invés de guardá-los para si. Ao realizar esse gesto de generosidade e partilha, Eliseu mostra que Deus quer saciar a fome do seu povo. É uma prefiguração do “sinal” realizado por Jesus.
O apóstolo Felipe, assim como ocorreu com o servo do profeta Eliseu, não acreditava ser possível saciar a fome do povo, considerando o pouco que tinham. Deus abençoa e multiplica o pão partilhado! Ele conta, hoje, com o pouco que podemos oferecer para multiplicar o pão, assim como Jesus contou com a colaboração das pessoas para realizar tantos outros milagres, “sinais” da chegada do Reino.
A narrativa joanina da multiplicação dos pães realça a significativa figura de um menino que oferece os pães e os peixes. Era muito pouco perante a multidão que ali estava. A condição física e social de uma criança, marcada pela fragilidade e pequenez, torna ainda mais significativa a oferta dos cinco pães e dois peixes, que somados equivalem a sete, número da totalidade ou plenitude, no contexto bíblico. Portanto, não se oferece apenas o que sobra ou que tem pouco valor, mas o que se tem e que se considera importante. Acrescente-se a isso, o gesto de Jesus de dar graças pelos pães e os peixes, expressando que os bens partilhados são dons de Deus.
Infelizmente, há muita indiferença perante o drama da miséria e da fome, conforme tem ressaltado o Papa Francisco. É preciso dispor-se a partilhar generosamente o pouco que se tem, reconhecendo que os bens são dons de Deus. É ele o Senhor! Somos apenas administradores de bens que são dele e de cuja administração nós devemos prestar contas a ele. Contudo, o Evangelho de hoje nos convida a colocar nossa fé em Jesus Cristo, o Pão da Vida, que vem saciar a nossa fome de vida e que, através de nós, apesar da nossa fragilidade e pequenez, quer saciar a fome sofrida por tanta gente: fome do pão cotidiano nas casas, fome do pão da Palavra e da Eucaristia. Além das iniciativas pessoais, são muito importantes as ações comunitárias, isto é, a vivência comunitária da caridade e da partilha através das pastorais e dos movimentos. A celebração eucarística, no qual partilhamos o Pão da Vida, seja fonte e sustento da partilha do pão cotidiano!

O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Missionária católica que cantou para o Papa está no The Voice Brasil





RIO DE JANEIRO, 23 Jul. 18 / 07:00 am (ACI).- “Eu sou católica”, assim a cantora Larissa Viana se apresentou aos jurados do programa ‘The Voice Brasil’ na noite de quinta-feira, 19 de julho, após ter as quatro cadeiras viradas para ela nas audições às cegas.
A artista, que escolheu fazer parte do time de Lulu Santos, foi criada na Igreja Católica desde pequena e, antes de conquistar os jurados do programa televisivo, já havia se apresentado ao mundo em 2013, ao subir no palco da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, quando cantou para o Papa Francisco.
No ‘The Voice’, Larissa interpretou a canção “Man in the Mirror” e, no início de sua apresentação, os quatro jurados viraram as cadeiras para a artista.
Diante de Lulu Santo, Ivete Sangalo, Michel Teló e Carlinhos Brown, Larissa contou que é católica e viaja pelo Brasil “cantado música católica”. “Eu canto também música popular, porque acredito na beleza da música. Acho que a gente, que é artista, precisa ser muito fiel ao que é belo e que transforma a vida das pessoas”.
A apresentação da jovem logo repercutiu nas redes sociais, iniciando esta sexta-feira, entre os assuntos mais comentados.
“Que alegria!”, expressou a cantora em suas redes sociais. “Ter as quatro cadeiras viradas assim tão rápido foi muito legal! Só que mais especial do que estar naquele palco, na frente de pessoas que tanto admiro e fazendo o que mais amo, é receber esse carinho todo de vocês”, afirmou, ao agradecer a todos.
Nascida em Petrópolis (RJ), Larissa tem 22 anos e foi criada na Igreja Católica. Em uma recente entrevista ao programa “Alegrai-vos” da Rádio Aliança FM, contou que a sua “relação com a música católica existe desde sempre”.
“Eu me entendi artista a partir da minha relação com a música católica”, indicou a jovem que iniciou os estudos de canto aos 9 anos e logo começou a “cantar em ministérios de música”.
“Inicialmente – revelou –, eu queria ser médica, mas Deus foi encaminhando meu caminho para que eu seguisse por esse rumo, colocando pessoas especiais que apostaram naquilo que Deus tinha para mim”, revelou.
Entre as várias pessoas que acompanham Larissa nessa caminha, está a cantora católica Ziza Fernandes. E foi após um encontro entre as duas em Petrópolis, que Larissa foi convidada para participar da Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro.
Na época, Ziza Fernandes era diretora musical dos atos centrais da JMJ e convidou Larissa para cantar ‘Panis Angelicus’ na Missa de abertura, na Praia de Copacabana. Porém, ela acabou cantando cinco canções, incluindo o ‘Salve Regina’ na vigília de oração e a participação na Missa de Envio, presidida pelo Papa Francisco.
Para a jovem, que atualmente faz faculdade de canto lírico, esta foi uma “experiência muito bonita de ser Igreja, de ser comunidade, de partilhar a Eucaristia”.
A relação de Larissa com a Jornada Mundial da Juventude voltou a se estreitar neste ano, quando participou da gravação da versão em português do hino oficial da JMJ Panamá 2019.
“A gravação do Hino JMJ foi uma experiência maravilhosa e muito leve de comunhão, partilha e entrega de todos nós que estávamos ali”, expressou Larissa em sua página de Facebook na época da gravação do hino, acrescentando que “isso é ser igreja! Isso é JMJ!”
ACI Digital

quinta-feira, 26 de julho de 2018

O caminho para alcançar o Céu

Dreamitime
Redação (Terça-feira, 24-07-2018, Redação (Terça-feira, 24-07-2018, Gaudium Press) Concluiremos a análise sucinta das duas últimas Bem-aventuranças, que tratam da paz bem como das perseguições movidas pelos maus contra os bons:

Não há paz para os ímpios

"Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5, 9).
Santo Agostinho define a paz como sendo a tranquilidade da ordem.Não se trata, portanto, de qualquer tranquilidade - como a que poderia existir num cemitério -, mas a da ordem.

Promover a paz significa primordialmente rezar e agir para que haja ordem em cada pessoa. E a ordem só será conseguida se ela evitar o pecado, obedecendo aos Mandamentos.

Plinio Corrêa de Oliveira assim define o pecado: "... um ato de revolta contra Deus, que o homem praticou violando a ordem por Ele instituída".

O pecado provoca a desordem não só no indivíduo, mas também na sociedade; e até mesmo no universo, conforme afirmou Paulo VI:
"Todo pecado, efetivamente, acarreta uma perturbação da ordem universal, por Deus estabelecida com indizível sabedoria e caridade infinita, e uma destruição de bens imensos, quer se considere o pecador como tal, quer a comunidade humana."

Diz a Escritura: "Grande paz têm aqueles que amam vossa Lei" (Sl 118, 165). Portanto, não há paz para os ímpios, pois desprezam a Lei de Deus.

E Jesus continuou: "... serão chamados filhos de Deus": Ensina o Apóstolo: "Se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, se, de fato, sofremos com Ele, para sermos também glorificados com Ele" (Rm 8, 17). Ou seja, o Criador os receberá no Reino dos Céus.

As perseguições morais são mais perniciosas

"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos Céus" (Mt 5, 10-12).

"Justiça", nesse caso, significa santidade, a qual consiste não apenas na perfeição moral de si mesmo, mas na luta "pelos interesses e a glória de Deus, de Cristo, da Igreja".

As hagiografias demonstram como os santos sofreram perseguições físicas, que às vezes chegaram até ao martírio. Mas existem também as perseguições morais, que são mais perniciosas.

"No mundo de hoje, quantos perdem a Fé, por não aguentarem a pressão do ambiente de ateísmo prático que os envolve? E por isso, em nossos dias, talvez seja mais meritório proclamar a Fé diante do riso irônico de um círculo de pseudoamigos, do que o era ante o rugido das feras no Coliseu, nos primeiros tempos do Cristianismo.

"Por vezes, pior ainda do que a perseguição dos maus, é a incompreensão dos bons."

Os verdadeiramente bons sofrem não apenas devido às perseguições movidas contra suas pessoas, mas sobretudo por aquelas desferidas contra a Igreja Católica por inimigos externos ou internos. Estes últimos são "muito mais perigosos certamente e mais funestos do que os inimigos declarados, não só porque lhes secundam os esforços [...], como também porque, mantendo opiniões condenadas, mas dentro de certos limites, tomam uma aparência de integridade e de doutrina irrepreensível, aliciando os imprudentes amigos de conciliações e enganando as pessoas honestas, que se revoltariam contra um erro declarado."

Os que sofrerem essas perseguições com espírito altaneiro, pleno de Fé, de amor a Deus e ao próximo, receberão um prêmio eterno: o Reino dos Céus, infinitamente superior à felicidade que se pode conseguir neste mundo.

Antegozo, já nesta Terra, da felicidade eterna

"Com essas oito sentenças, Jesus indicou a via para alcançar o Céu, onde veremos a Deus face a face e participaremos da própria vida divina, possuindo a mesma felicidade da qual Ele goza. E quem rege sua conduta de acordo com elas começa por antegozar espiritualmente, já nesta Terra, a felicidade eterna.

"As Bem-aventuranças não são, portanto, frases para serem estudadas apenas com a inteligência, de modo frio, mas sim princípios de vida a serem lidos e meditados com o coração, com o calor de alma de quem quer se pôr a caminho, seguindo os passos de Nosso Senhor.

"Com uma suavidade toda divina, elas nos convidam à radicalidade na prática do bem, pois o padrão de virtude que nelas Cristo nos propõe não é outro senão Ele mesmo, o próprio Deus!"

O Sermão da Montanha é atualíssimo, pois "as raízes dos males atuais são idênticas às dos horrores da época de Jesus, que sinteticamente assim se poderiam enunciar: ‘a finalidade última do homem se cumpre nesta Terra; por isso ele deve fruir todos os prazeres que a vida e este mundo lhe oferecem'. Embora muitas pessoas afirmem que creem em Deus, vivem como se Ele não existisse.

"Falta à humanidade uma graça eficaz que a faça, como o filho pródigo, ter saudades da casa paterna e querer retornar às delícias das consolações de quem ama verdadeiramente a Deus, seus Mandamentos, e ao próximo como a si mesmo."

Peçamos a Nossa Senhora essa graça, a fim de que seja implantado logo e com todo esplendor o Reino de seu Imaculado e Sapiencial Coração.

Por Paulo Francisco Martos
(in "Noções de História Sagrada" 157)) 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF