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domingo, 2 de dezembro de 2018

I Domingo do Advento: Ficai atentos e orai!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Estamos iniciando o novo Ano Litúrgico, com a celebração do primeiro domingo do Advento, tempo de preparação para a solenidade do Natal. Além disso, de acordo com o espírito deste tempo litúrgico, precisamos também nos preparar para o encontro definitivo com o Senhor. A Liturgia da Palavra nos mostra como deve ser a nossa preparação para a vinda do Senhor.
O profeta Jeremias (Jr 33,14-16) anuncia a esperança messiânica, num tempo muito difícil para o povo, após a destruição de Jerusalém e do templo pelo império babilônico. Àqueles que estavam com a fé abalada, o profeta proclama que Deus cumpre as suas promessas. O Messias virá salvar e realizar a Justiça. No mundo de hoje, busca-se desfrutar, ao máximo, o presente e tudo alcançar rapidamente, o que dificulta a vivência da espera serena e perseverante. Neste Advento, somos convidados a cultivar a espera paciente e a alegre esperança do Senhor que vem ao nosso encontro.
No Evangelho, Jesus Cristo nos diz: “ficai atentos e orai a todo o momento” (Lc 21, 34). Ao invés do medo, a nossa atitude deve ser a vigilância sobre a própria conduta e a oração, assim como, a prontidão e a confiança em Deus, segundo a palavra proclamada: “levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima” (Lc 21,28). A Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses nos exorta a viver “na santidade, sem defeito aos olhos de Deus”, através do amor entre nós e para com todos (1Ts 3,12). Ninguém deverá jamais acomodar-se em seu caminho de vida cristã, mas deverá crescer sempre em santidade, “fazendo progressos ainda maiores”. Para tanto, nós suplicamos com o salmista: “mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos e fazei-me conhecer a vossa estrada!” (Sl 24). Necessitamos muito da sabedoria e da graça de Deus para viver bem este Advento e, assim, preparar bem o nosso encontro com o Senhor.
Além da vivência pessoal do Advento, é importante preparar-se para o Natal em família e em comunidade. Por isso, procure participar da preparação do Natal na sua paróquia, comunidade ou quadra, rezando em família e com as famílias vizinhas.
Neste período, em todo o Brasil, realiza-se a Campanha para a Evangelização, a ser concluída no dia 16, terceiro domingo do Advento, com uma coleta, lembrando que todos nós somos responsáveis pela evangelização e, por isso, devemos oferecer também a nossa partilha para a sustentação da ação evangelizadora da Igreja. Procure evangelizar, por sua palavra e testemunho de vida, ajudando sua família e sua comunidade a preparar-se bem para o Natal.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Primeiro Domingo do Advento: Início do novo Ano Litúrgico

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Dez. 18 / 04:00 am (ACI).- O primeiro domingo do Advento é o primeiro dia do novo Ano Litúrgico – a partir de agora Ano C – para a Igreja Católica e, nesta ocasião, no Evangelho (Lc 21, 25-28.34-36), Jesus recorda aos fiéis que “a vossa libertação está próxima”.

“Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”, diz o Senhor.
As leituras bíblicas desta primeira semana e pregação são um convite a estar vigilantes, atentos para quando o Senhor vier. Por isso, é importante que as famílias façam um propósito que lhes permita avançar no caminho para o Natal.
Em um momento propício ou talvez depois de acender a primeira vela da Coroa do Advento, os membros da família poderiam começar revisando as relações familiares e terminar pedindo perdão a quem tenham ofendido, assim como perdoando os outros.
Este deve ser o princípio de um ano renovado que buscará seguir crescendo em um ambiente de harmonia e amor familiar, o qual também deverá se estender aos demais grupos com os quais se relaciona cotidianamente, seja na escola, no trabalho, na vizinhança etc.
Por fim, é importante recordar que o Ano Litúrgico é o conjunto das celebrações com as quais a Igreja comemora anualmente o mistério de Cristo.
O tempo do Advento, que é o primeiro período do Ano Litúrgico, tem a duração de quatro semanas, começando neste domingo, 2 de dezembro, e se estende até o dia 24 de dezembro.
ACI Digital

sábado, 1 de dezembro de 2018

Papa explica como é o verdadeiro "Anúncio"

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 30-11-2018, Gaudium Press) Na homilia que pronunciou em 30/11, Festa de Santo André, Apóstolo, na Capela da Casa Santa Marta, o Pontífice fez a todos os cristãos o convite para deixar de lado "aquela atitude, o pecado, o vício" que cada um de nós tem "dentro" de si, para ser "mais coerente" e anunciar Jesus de modo que as pessoas creiam com o nosso testemunho.
Tendo em mente as palavras da carta de São Paulo que a liturgia traz na Primeira Leitura, quando o Apóstolo como a fé nasce da escuta e a escuta diz respeito à Palavra de Cristo, o Papa recordou como é "importante o anúncio do Evangelho". Recordou como é fundamental o anúncio de que "Cristo nos salvou, de que Cristo morreu e ressuscitou por nós".
Francisco afirmou ainda que o anúncio de Jesus Cristo não é levar "uma simples notícia", mas "a única grande Boa Notícia".
Depois disso o Pontífice procurou explicar, de modo rápido e simples, o que significa o anúncio.
O que é o Anúncio?
Não é um trabalho de publicidade, não é fazer propaganda para uma pessoa muito boa, que fez o bem, curou tantas pessoas e nos ensinou coisas belas.
O anúncio não é propaganda nem marketing: vai muito além disso, é mais que isso: É antes de tudo ser enviado.
É ser enviado "à missão", fazendo entrar "em jogo a própria vida".
Para o Papa, o apóstolo, o enviado que "leva o anúncio de Jesus Cristo, o faz com a condição de que coloque em jogo a própria vida, o próprio tempo, os próprios interesses, a própria carne". Anunciar é dar testemunho, arriscar a vida... Anunciar Jesus Cristo com o testemunho. Testemunhar significa colocar em jogo a própria vida. Faço aquilo que digo.
Anúncio e testemunho - Deus Pai envia o Filho
A palavra, "para ser anúncio", deve ser testemunho. Por isso, Francisco fala de "escândalo" a propósito dos cristãos que dizem sê-lo e depois vivem "como pagãos, como descrentes", como se não tivessem "fé".
Dai vem a afirmação do Papa feita através de um convite à "coerência entre a palavra e a própria vida: isso se chama testemunho".
Explica Francisco que o apóstolo, o anunciador, "aquele que leva a Palavra de Deus, é uma testemunha", que coloca em jogo a própria vida "até o fim", e é "também um mártir".
De outro lado, afirma ainda o Papa, foi Deus Pai que para "fazer-se conhecer" enviou "seu Filho em carne, arriscando a própria vida".
Um fato que "escandalizava assim tanto e continua a escandalizar", porque Deus se fez "um de nós", numa viagem "com passagem somente de ida". O diabo tentou convencê-lo a tomar outra estrada, e Ele não quis, fez a vontade do Pai até o fim.
O Verdadeiro Anúncio de Cristo
O anúncio de Cristo deve deve caminhar pela mesma estrada: o testemunho. Porque Cristo foi a testemunha do Pai feito carne.
E nós devemos fazer-nos carne, isto é, fazer-nos testemunhas: fazer aquilo que dizemos. E isso é o anúncio de Cristo.
Os mártires são aqueles que [demonstram] que o anúncio foi verdadeiro. Homens e mulheres que deram a vida - os apóstolos deram a vida - com o sangue; mas também tantos homens e mulheres escondidos na nossa sociedade e nas nossas famílias, que dão testemunho de Jesus Cristo todos os dias, em silêncio, com a própria vida, com a coerência de praticar aquilo que dizem.
O Batismo e a "missão" de anunciar Cristo
O Papa recordou que todos nós, com o Batismo, assumimos "a missão" de anunciar Cristo", vivendo como Jesus "nos ensinou a viver", "em harmonia com aquilo que pregamos". Assim, o anúncio será "frutuoso".
Se, ao invés disso, vivermos "sem coerência", "dizendo uma coisa e fazendo outra contrária", o resultado será o escândalo.
E o escândalo dos cristãos, concluiu, faz muito mal "ao povo de Deus". (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

domingo, 25 de novembro de 2018

Solenidade de Cristo Rei

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
No último domingo do ano litúrgico, celebramos a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Nós exultamos de alegria, aclamando com o salmista que “Deus é rei e se vestiu de majestade; glória ao Senhor!” (Sl 92). A Liturgia da Palavra nos mostra que tipo de rei é Jesus Cristo.  Não se pode aplicar a Jesus a figura de rei que comumente se conhece na história. O Evangelho nos mostra a face de Cristo Rei diante de Pilatos. Jesus sempre recusou ser coroado rei pelo povo, em momentos de euforia popular, pois o seu “reino não é deste mundo” (Jo 18,36). Ele não poderia ser considerado um rei dentre outros, segundo os costumes dos povos. Diante de Pilatos, em meio a Paixão, Jesus sofredor admite: “Tu o dizes: eu sou rei” (Jo 18,37), o “rei” que veio ao mundo “para dar testemunho da verdade”. Na sua paixão e morte na cruz, Jesus se revela o verdadeiro rei, o Senhor, que vem para dar a vida. Ele é um rei muito diferente! Seu trono é a cruz; sua coroa é de espinhos; seu manto vermelho está embebido do próprio sangue vertido do corpo flagelado; seu cetro real é uma vara colocada em suas mãos por zombaria. Ao invés de cercar-se de honrarias, ele se faz servo, doando a sua vida.
Entretanto, este rei morto na cruz alcançou a vitória. Nós proclamamos, ao rezar o Creio, que “Jesus ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e está sentado à direita do Pai”. Com o livro do Apocalipse, nós aclamamos: “Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dos mortos, o soberano dos reis da terra” (Ap 1,5). Por isso, ele reina como “Nosso Senhor e Rei do Universo”. O prefácio desta missa afirma que o Reino de Jesus é um “reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. É este o Reino que pedimos ao Pai, todas as vezes que rezamos o Pai Nosso.
Neste domingo, comemoramos o Dia do Leigo, encerrando o Ano Nacional do Laicato. Nós rezamos, especialmente, pelos cristãos leigos e leigas, chamados a participar ativamente da vida e da missão da Igreja, na comunidade e no mundo. O lema do Ano do Laicato ressalta justamente aquilo que está no coração da vocação dos cristãos leigos: ser “sal da terra” e “luz do mundo”. A participação ativa dos leigos na comunidade é fundamental; ao mesmo tempo, torna-se cada vez mais necessária a atuação do laicato no mundo, nos diversos campos da vida social. Nós agradecemos aos fiéis leigos que tanto se dedicam à Igreja nas diversas pastorais, movimentos e serviços, participando, de modo responsável, na construção da sociedade querida por Deus, rumo ao Reino definitivo.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

domingo, 18 de novembro de 2018

33º DOMINGO DO TEMPO COMUM: ANO B

A liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos, fundamentalmente, um convite à esperança. Convida-nos a confiar nesse Deus libertador, Senhor da história, que tem um projeto de vida definitiva para os homens. Ele vai – dizem os nossos textos – mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim.
A primeira leitura anuncia aos crentes perseguidos e desanimados a chegada iminente do tempo da intervenção libertadora de Deus para salvar o Povo fiel. É esta a esperança que deve sustentar os justos, chamados a permanecerem fiéis a Deus, apesar da perseguição e da prova. A sua constância e fidelidade serão recompensadas com a vida eterna.
No Evangelho, Jesus garante-nos que, num futuro sem data marcada, o mundo velho do egoísmo e do pecado vai cair e que, em seu lugar, Deus vai fazer aparecer um mundo novo, de vida e de felicidade sem fim. Aos seus discípulos, Jesus pede que estejam atentos aos sinais que anunciam essa nova realidade e disponíveis para acolher os projetos, os apelos e os desafios de Deus.
A segunda leitura lembra que Jesus veio ao mundo para concretizar o projeto de Deus no sentido de libertar o homem do pecado e de o inserir numa dinâmica de vida eterna. Com a sua vida e com o seu testemunho, Ele ensinou-nos a vencer o egoísmo e o pecado e a fazer da vida um dom de amor a Deus e aos irmãos. É esse o caminho do mundo novo e da vida definitiva.

LEITURA I – Dn 12, 1-3
Leitura da Profecia de Daniel
Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe dos Anjos,
que protege os filhos do teu povo.
Será um tempo de angústia,
como não terá havido até então, desde que existem nações.
Mas nesse tempo, virá a salvação para o teu povo,
para aqueles que estiverem inscritos no livro de Deus.
Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão,
uns para a vida eterna,
outros para a vergonha e o horror eterno.
Os sábios resplandecerão como a luz do firmamento
e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça
brilharão como estrelas por toda a eternidade.
ATUALIZAÇÃO
• O Livro de Daniel põe, também, a questão da fidelidade aos valores verdadeiramente importantes, que estão para além das conveniências políticas e sociais, ou das imposições e perspectivas de quem dita a moda… Daniel, o personagem central do livro, é uma figura interpelante, que nos convida a não transigirmos com os valores efémeros, sobretudo quando eles põem em causa os valores essenciais. O cristão não é uma “cana agitada pelo vento” que, por interesse ou por cálculo, esquece os valores e as exigências fundamentais da sua fé; mas é “profeta” que, em permanente diálogo com o mundo e sem se alhear do mundo, procura dar testemunho dos valores perenes, dos valores de Deus.
LEITURA II – Hb 10,11-14.18
Leitura da Epístola aos Hebreus
Todo o sacerdote da antiga aliança
se apresenta cada dia para exercer o seu ministério
e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios,
que nunca poderão perdoar os pecados.
Cristo, ao contrário,
tendo oferecido pelos pecados um único sacrifício,
sentou-Se para sempre à direita de Deus,
esperando desde então que os seus inimigos
sejam postos como escabelo dos seus pés.
Porque, com uma única oblação,
Ele tornou perfeitos para sempre os que Ele santifica.
Onde há remissão dos pecados,
já não há necessidade de oblação pelo pecado.
ATUALIZAÇÃO
• Jesus, o Filho amado de Deus, veio ao mundo para concretizar o projeto de Deus no sentido de nos libertar do pecado e de nos inserir numa dinâmica de vida eterna. Com a sua vida e com o seu testemunho, Ele ensinou-nos a vencer o egoísmo e o pecado e a fazer da vida um dom de amor a Deus e aos irmãos. No dia do nosso Batismo, aderimos ao projeto de vida que Jesus nos apresentou e passamos a integrar a comunidade dos filhos de Deus. Resta-nos, agora, seguir os passos de Jesus e percorrer, dia a dia, esse caminho de amor e de serviço que Ele nos deixou em herança. É um compromisso sério e exigente, que necessita de ser continuamente renovado. O nosso compromisso com Jesus e com a sua proposta de vida exige que, como Ele, vivamos no amor, na partilha, no serviço, se necessário até ao dom total da vida; exige que lutemos, sem desanimar, contra tudo aquilo que rouba a vida do homem e o impede de chegar à vida plena; exige que sejamos, no meio do mundo, testemunhas de uma dinâmica nova – a dinâmica do amor. A nossa vida tem sido coerente com esse compromisso?
EVANGELHO – Mc 13,24-32
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Naqueles dias, depois de uma grande aflição,
o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade;
as estrelas cairão do céu
e as forças que há nos céus serão abaladas.
Então, hão-de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens,
com grande poder e glória.
Ele mandará os Anjos,
para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais,
da extremidade da terra à extremidade do céu.
Aprendei a parábola da figueira:
quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas,
sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes acontecer estas coisas,
sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta.
Em verdade vos digo:
Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
Passará o céu e a terra,
mas as minhas palavras não passarão.
Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece:
nem os Anjos do Céu, nem o Filho;
só o Pai».
ATUALIZAÇÃO
• Os cristãos, convictos de que Deus tem um projeto de vida para o mundo, têm de ser testemunhas da esperança. Eles não leem a história atual da humanidade como um conjunto de dramas que apontam para um futuro sem saída; mas vêem os momentos de tensão e de luta que hoje marcam a vida dos homens e das sociedades como sinais de que o mundo velho irá ser transformado e renovado, até surgir um mundo novo e melhor. Para o cristão, não faz qualquer sentido deixar-se dominar pelo medo, pelo pessimismo, pelo desespero, por discursos negativos, por angústias a propósito do fim do mundo… Os nossos contemporâneos têm de ver em nós, não gente deprimida e assustada, mas gente a quem a fé dá uma visão optimista da vida e da história e que caminha, alegre e confiante, ao encontro desse mundo novo que Deus nos prometeu.
http://www.dehonianos.org

sábado, 17 de novembro de 2018

Santa Isabel da Hungria, a que “morreu para a terra”

REDAÇÃO CENTRAL, 17 Nov. 18 / 04:00 am (ACI).- Neste dia 17 de novembro, a Igreja celebra Santa Isabel da Hungria, uma jovem mãe que aproveitou sua condição de nobreza para ajudar Cristo nos mais pobres. Ao morrer, apareceu a um homem e disse que ia para a glória e que morria para a terra.

Filha do rei da Hungria, nasceu em 1207 e foi dada em casamento a Luiz Landgrave da Turíngia. Por isso, desde pequena, foi enviada por seus pais ao castelo de Wartburg para ser educada na corte de Turíngia com aquele que seria seu marido. Teve que suportar incompreensões por sua bondade.
Seu prometido, cada vez que passava pela cidade, comprava algo para a santa e entregava-lhe muito respeitosamente. Mais tarde, o jovem herdou a ‘dignidade’ de Landgrave e se casou com Santa Isabel. Deus lhes concedeu três filhos.
Luiz não colocava impedimento às obras de caridade da santa, mas, à noite, quando ela se levantava para rezar, seu esposo lhe pegava pela mão com medo de que tantos sacrifícios lhe causassem danos e suplicava que voltasse a descansar.
Por um tempo, a fome se fez sentir naquelas terras e Santa Isabel gastou seu dinheiro e os grãos que estavam reservados para sua casa, ajudando os pobres. Isto lhe rendeu grandes críticas. Como o castelo ficava sobre uma colina, construiu um hospital ao pé do monte para dar de comer aos inválidos com suas próprias mãos e pagava a educação das crianças pobres, especialmente dos órfãos.
Luiz morreu em uma das cruzadas, vítima da peste, e Santa Isabel sofreu muito. Depois, seu cunhado se apoderou do governo e ela teve que se mudar. Posteriormente, quando seus filhos tinham todo o necessário, tomou o hábito da ordem terceira de São Francisco.
Seu sacerdote confessor a submetia a grandes sacrifícios como despedir seus criados que mais amava. Ajudava os enfermos, vivia austeramente e trabalhava sem descanso. Partiu para a Casa do Pai ao anoitecer de 17 de novembro de 1231.
Diz-se que no dia de sua morte, um irmão leigo tinha quebrado um braço em um acidente e sofria na cama com dores. Então, Santa Isabel lhe apareceu com vestidos radiantes e o irmão lhe perguntou por que estava vestida tão formosamente. Ela respondeu: “É porque vou para a glória. Acabo de morrer para a terra. Estique seu braço porque foi curado”.
Dois dias depois do enterro, um monge cisterciense foi ao túmulo de Santa Isabel e ajoelhou-se para pedir à santa que intercedesse para se curar de uma terrível dor no coração. De uma hora para outra, ficou completamente curado de sua doença.
ACI Digital

domingo, 11 de novembro de 2018

32º Domingo do Tempo Comum: A oferta agradável a Deus

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A Liturgia da Palavra nos apresenta o exemplo de duas mulheres, ambas viúvas e pobres. A primeira viveu no tempo do profeta Elias, ficando conhecida como a “viúva de Sarepta” (1Rs 17,10-16). A segunda foi elogiada pelo próprio Jesus, conforme o Evangelho (Mc 12,38-44). As duas nos deixaram exemplos de generosidade, partilha e confiança em Deus. Naquele tempo, as viúvas estavam entre as pessoas mais pobres e desamparadas, sobretudo quando não tinham filhos para sustentá-las. A situação da viúva de Sarepta era muito difícil, devido ao tempo de seca e penúria que se abatia sobre o povo. Por isso, a atitude daquelas mulheres tem especial importância, ecoando ao longo da história e convidando-nos a imitá-las.
A partilha generosa testemunhada por elas está enraizada na fé em Deus. A fé e a confiança em Deus permitiram à viúva de Sarepta acolher as palavras de Elias. A outra viúva, retratada no Evangelho, encontra-se no templo, lugar de celebração da fé em Deus. A fé verdadeira, alimentada pela oração, se expressa através da confiança e da esperança em Deus. Ao mesmo tempo, a mesma fé nos leva a viver a caridade através da partilha, da generosidade e da solidariedade. A generosidade que brota da fé vai muito além da oferta daquilo que sobra ou da doação do que se considera sem grande valor, conforme nos ensinam as duas mulheres recordadas pela Liturgia da Palavra. Diferente é a atitude dos doutores da Lei, que fingiam fazer longas orações, faziam tudo apenas para serem admirados e acabavam explorando os pobres, “devorando as casas das viúvas”. O orgulho e a ganância dos doutores da Lei contrastam com a  humildade e a generosidade das viúvas pobres. A oferta delas é agradável a Deus!
A Carta aos Hebreus nos fala de uma outra oferenda, a maior de todas, que é a entrega da própria vida de Jesus Cristo, através do sacrifício redentor da cruz. Oferecer bens materiais, partilhar o pouco ou o muito que se tem, pode ser um sinal importante de vida cristã, de fé em Deus e de amor ao próximo. Contudo, mais importante ainda é o dom da própria vida ofertado através de gestos de amor e de serviço. A prova maior de amor, que é doar a vida pelo irmão, foi deixada pelo próprio Cristo na cruz e deve ser recordada e vivida pelos discípulos de hoje.
Tudo isso, nos leva a bendizer a Deus com o Salmo 145, reconhecendo o amor misericordioso de Deus por nós e, especialmente, pelos mais pobres e sofredores. A nossa oferta agradável a Deus seja um coração humilde e generoso, capaz de partilhar os dons recebidos, como sinal de fé e gratidão a Deus e de caridade para com os irmãos que mais sofrem.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

domingo, 4 de novembro de 2018

Solenidade de Todos os Santos: Felizes os Santos!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Celebramos, com alegria e ação de graças a Deus, a Solenidade de Todos os Santos,  transferida no Brasil para o domingo seguinte ao dia primeiro de novembro, a fim de que todos possam participar da Eucaristia. A Liturgia da Palavra nos mostra quem são os santos e como ser santos. Na primeira leitura, o livro do Apocalipse se refere a uma “multidão imensa” trajada com vestes brancas e trazendo palmas na mão (Ap 7,9). Quem são? De onde vieram? O próprio texto nos dá a resposta:  “vieram da grande tribulação, lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14).  A santidade se expressa através do testemunho corajoso, que deve ocorrer no dia a dia e que se manifesta, por excelência, no martírio em meio a “grande tribulação”, simbolizado pelas palmas que trazem nas mãos. Na arte sacra, há o costume de se representar os santos que morreram mártires com uma palma na mão, a palma do martírio, a palma da vitória de Cristo. Em meio a perseguição religiosa, como nos inícios do Cristianismo, o testemunho público da fé torna-se ainda mais difícil e necessário. O fato de estarem “de pé” diante do Cordeiro expressa a prontidão e a firmeza dos santos em qualquer situação e, principalmente, na hora da provação.
Infelizmente, nem sempre se tem uma ideia justa a respeito dos santos. Muitos se enganam, fazendo um retrato triste de quem é santo, que não corresponde ao que propõe o Evangelho (Mt 5,1-12). Ao falar das bem-aventuranças, Jesus nos mostra que os santos são “bem-aventurados”, isto é, verdadeiramente felizes. Santos e felizes são os pobres em espírito, os mansos, os misericordiosos, os que tem fome e sede de justiça, os puros de coração, os aflitos, os que promovem a paz e os perseguidos pela justiça. Infelizmente, no mundo de hoje, busca-se uma felicidade muito distante daquela apresentada por Jesus; por isso, ela não é encontrada. As inúmeras pessoas que têm sido canonizadas pela Igreja nos mostram que é possível ser santos e felizes. Antes de estarem no céu, assim como nós, elas viveram neste mundo as bem-aventuranças e permaneceram fiéis a Jesus Cristo, na Igreja.
Entretanto, ninguém é santo contando somente com os próprios esforços. A santidade é dom de Deus. Recebida como graça, isto é, como dom gratuito do amor de Deus, a santidade somente poderá ser vivida pela graça. Os santos são redimidos pelo sangue de Cristo derramado na cruz; são santos por causa dele e em vista dele. Por isso, o Apocalipse deixa claro que aqueles que estão trajando vestes brancas, “lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14), que é Jesus Cristo. Sejamos santos, pela graça de Deus, contando com a intercessão e o exemplo dos santos!
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Dia de finados: Com estas orações pode pedir a Deus pelos defuntos

Foto referencial: Flickr - Bartheird (CC BY-NC-ND 2.0)
REDAÇÃO CENTRAL, 02 Nov. 18 / 06:00 am (ACI).- “Uma flor em sua tumba murcha, uma lágrima se evapora, só a oração chega ao trono de Deus”, disse Santo Agostinho. Neste dia 2 de novembro, a Igreja recorda com muito carinho os fiéis defuntos e, por isso, recomendamos essas orações pelas almas que já partiram para a Casa do Pai.
Por uma criança
Senhor, que conhece a nossa tristeza profunda pela morte de..., concede a cada um de nós que acolhemos com dor a tua vontade de levá-lo (a), o consolo de acreditar que viverá eternamente contigo na glória. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.
Por um jovem
Concede, Senhor, a felicidade da glória eterna ao teu servo..., a quem chamou deste mundo quando em sua juventude corporal; mostra-lhe a tua misericórdia e acolha-o entre os teus santos em teu canto eterno de louvor. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.
Pelos pais e avós
Oh, Deus! Que nos pediu honrar pai e mãe. Por tua misericórdia, tem piedade do meu pai (mãe) e não recorde os seus pecados. Que eu possa vê-lo novamente na alegria do eterno esplendor. Por Cristo nosso Senhor. Amém.
Em caso de acidente ou de suicídio
Escuta, Senhor, as orações do teu povo unidas às lágrimas de dor que sentimos pela morte inesperada do nosso irmão..., e permita que ele alcance a tua misericórdia e esteja para sempre na luz daquela pátria onde não há mais sofrimento nem morte. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.
Oração no cemitério no dia dos fiéis defuntos
O costume de visitar os cemitérios no dia dos defuntos é uma boa oportunidade para rezar por eles e reafirmar a nossa fé na ressurreição. A seguir, propomos a seguinte oração para esta ocasião.
A/. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. T/. Amém.
A/. Bendigamos ao Senhor que, pela ressurreição do seu Filho, nos ajuda a nascer a uma esperança viva. T/. Bendito seja Deus para sempre.
A/. Irmãos: Todos nós temos parentes e amigos que morreram. Hoje recordamos todos aqueles que faleceram e pedimos que Deus tenha misericórdia deles. Neste cemitério, nos unimos para reafirmar a nossa fé em Cristo, que venceu a morte, e com a esperança de que também vencerá a nossa morte e nos reunirá com nossos entes queridos em seu reino de glória. Que esta celebração nos encoraje a sermos fiéis ao Senhor e a seguir os bons exemplos que nossos parentes nos deixaram em suas vidas. Comecemos reconhecendo nossos pecados diante do Senhor (momento de silêncio).
Senhor, que ressuscitou Lázaro do sepulcro. SENHOR, TENDE PIEDADE.
Cristo, que venceu a morte e ressuscitou. CRISTO, TENDE PIEDADE.
Senhor, que nos prometeu uma vida eterna contigo. SENHOR, TENDE PIEDADE.
A/ O Senhor todo-poderoso tende piedade de nós, perdoe nossos pecados e nos conduza à vida eterna. T/. Amém.
L/. Leitura da carta do apóstolo Paulo aos Romanos (6, 3-4, 8-9).
“3Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? 4Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. 8Ora, se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com ele, 9pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre, nem a morte terá mais domínio sobre ele”.
A/. Irmãos: Invoquemos com fé o Deus Pai todo-poderoso que ressuscitou dentre os mortos o seu Filho Jesus Cristo para a salvação de todos.
• Para que fortaleça o povo cristão na fé, na esperança e no amor, roguemos ao Senhor. Todos: SENHOR, ESCUTAI A NOSSA PRECE.
• Para que liberte o mundo inteiro de todas as suas injustiças, violência e sinais da morte, roguemos ao Senhor.
• Para que acolha e ilumine com a luz do seu rosto todos aqueles que morreram na esperança da ressurreição, roguemos ao Senhor.
• Para que receba em seu reino... (nomes dos falecidos) e todos os defuntos da nossa família, roguemos ao Senhor.
• Para que a nossa visita e nossas flores e velas sejam sinais da nossa fé na vida eterna, roguemos ao Senhor.
• Para que fé em Cristo mova os nossos corações para dar frutos de solidariedade e de justiça, roguemos ao Senhor.
A/. Oremos, irmãos, como Jesus nos ensinou.
T/. Pai Nosso... Ave Maria ... Glória ao Pai ...
A/. Deus de todo consolo, que com amor inefável criaste o homem e por meio da ressurreição do teu Filho deu aos crentes a esperança de ressuscitar, derrame sobre nós a tua bênção. T/. Amém.
A/. Que Deus nos conceda o perdão dos nossos pecados e conceda aos que morreram o lugar da luz e da paz. T/. Amém.
A/. Que Deus nos conceda viver eternamente com Cristo, que proclamamos ressuscitado dentre os mortos. T/. Amém.
A/. E a bênção de Deus todo-poderoso Pai, Filho e Espírito Santo desça sobre nós e nos acompanhe sempre.  T/. Amém.
A/. Dá-lhes, Senhor, o descanso eterno.  T/. E brilhe para eles a luz perpétua.
A/. Que as almas de todos os fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz.  T/. Amém.
ACI Digital

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Sínodo dos Bispos: Aprovado documento final apresentado ao Papa Francisco

Sínodo dos Bispos - Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)
Vaticano, 28 Out. 18 / 12:52 pm (ACI).- Este Sábado 27 de outubro foi apresentado o Documento Final da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que, desde o dia 3 de outubro, foi celebrada em Roma com a temática dos jovens, a fé e o discernimento vocacional.
Em um início o Vaticano tinha anunciado a conferência de imprensa para apresentar o documento às 7:15 p.m.; entretanto, foi adiada até 8:30 p.m. hora local.
O documento (publicado em italiano) tem 167 pontos. Cada um foi votado de forma individual e aprovado com a maioria requerida de dois terços dos 268 padres sinodais.
Entre os pontos abordados está a sinodalidade da Igreja, assim como a escuta e o discernimento.
Sob essa óptica trataram-se temas sumamente variados como a centralidade da liturgia, a pastoral juvenil, o papel da mulher na Igreja, a sexualidade, o escândalo dos abusos, as perseguições, a espiritualidade, a vocação e seu discernimento, as relações entre gerações, a colonização cultural, o mundo do trabalho ou a importância da formação, em especial a formação dos seminaristas.
Embora todos os pontos obtiveram os dos dois terços dos votos necessários para a inclusão no documento final (ou seja, pelo menos 166 votos), alguns contaram com maior oposição.
É o caso do ponto 150, que fala dos caminhos de acompanhamento na fé das pessoas homossexuais, e que obteve 65 votos em contra e 178 a favor.
Outros pontos que tiveram um número expressivo de votos contrários foram o numeral 148 que versava sobre “a mulher na Igreja sinodal” (38 votos contra), o numeral 121 sobre “a forma sinodal da igreja” (51 votos em contra), o 39 sobre “as perguntas dos jovens” (43 votos em contra) ou o ponto 3, cujo título é “o documento final da assembleia sinodal” (que recebeu 43 votos contra sua inclusão no texto entregue ao Santo Padre).
Vocação
A escuta como condição essencial para receber a vocação percorre todo o Documento Final. O ponto 77 diz que a vocação “comporta uma longa viagem”. “A palavra do Senhor exige tempo para ser compreendida e interpretada; a missão à qual foi chamado se desvela gradualmente”.
“Para acolher em profundidade o mistério da vocação que encontra em Deus sua origem última, estamos chamados a purificar nosso imaginário e nossa linguagem religiosa, reencontrando a riqueza e o equilíbrio de nossa narração bíblica”, diz-se no ponto 78.
O Documento também chama a desenvolver uma cultura vocacional, criando “as condições para que em todas as comunidades cristãs, a partir da consciência batismal de seus membros, desenvolva-se uma verdadeira e específica cultura vocacional e um constante compromisso de oração pelas vocações”.
O Sínodo recorda que a vocação batismal é para todos, sem excluir ninguém do “chamado à santidade”. “Tal chamado implica necessariamente o convite a participar da missão da Igreja, que tem como finalidade fundamental a comunhão entre Deus e todas as pessoas”, afirma.
De fato, “as vocações eclesiásticas são expressões múltiplas e articuladas por meio das quais a Igreja realiza sua chamada a ser sinal real do Evangelho acolhido em uma comunidade fraterna”.
O ponto 88 fala da vidaconsagrada e afirma que “a missão de muitos consagrados e consagradas que se entregam aos últimos nas periferias do mundo manifesta concretamente a dedicação de uma Igreja em saída”.
“Se em algumas regiões se experimenta a redução numérica e a fadiga do envelhecimento, a vida consagrada continua sendo fecunda e criativa também por meio da corresponsabilidade com tantos leigos que compartilham o espírito e a missão dos diferentes carismas”.
No ponto 89 se destaca que “a Igreja sempre teve um particular cuidado pelas vocações ao ministério da ordem sacerdotal, na consciência de que este último é um elemento constitutivo de sua identidade e necessário para a vida cristã”.
Por tal razão, “sempre cultivou uma atenção específica pela formação e o acompanhamento dos candidatos ao presbiterado. A preocupação de muitas Igrejas por sua queda numérica faz necessária uma renovada reflexão sobre a fascinação sobre a pessoa de Jesus e de sua chamada a fazer-se pastores de seu rebanho”.
Além disso, o Sínodo também reconhece que a condição de solteiro, situação que “pode depender de muitas razões, voluntárias ou involuntárias, e de fatores culturais, religiosos e sociais”, “assumida em uma lógica de fé e de entrega, pode derivar em muitos caminhos por meio dos quais atua a graça do batismo e dirige para essa santidade para a que todos estamos chamados”.
Sexualidade
A sexualidade foi um dos pontos mais debatidos nos trabalhos do Sínodo, embora os padres sinodais teham recordado em todo momento que não se tratava de um Sínodo sobre a sexualidade em específico, mas sobre os jovens.
No ponto 149 indica que a Igreja trabalha “para transmitir a beleza da visão cristã da corporeidade e da sexualidade”, tal e como emerge das Sagradas Escrituras e da Tradição e do Magistério dos últimos Papas.
Não obstante, chama-se a atenção também sobre a necessidade urgente de procurar modalidades mais adequadas para transmiti-la. “É preciso propor aos jovens uma antropologia da afetividade e da sexualidade capaz também de dar o valor justo à castidade”.
Para isso, “é necessário cuidar a formação dos agentes pastorais para que sejam críveis, a partir do amadurecimento de sua própria dimensão afetiva e sexual”.
O acompanhamento pastoral às pessoas homossexuais é abordado no ponto 150. Este recorda que “Deus ama a cada pessoa, e assim o faz a Igreja, renovando seu compromisso contra toda discriminação e violência por motivos sexuais”.
“Igualmente, reafirma a determinante relevância antropológica da diferença e da reciprocidade entre o homem e a mulher, e considera redutivo definir a identidade das pessoas a partir, unicamente, de sua orientação sexual”.
Neste sentido, põe o acento em que “já existem em muitas comunidades cristãs caminhos de acompanhamento na fé de pessoas homossexuais: o Sínodo recomenda favorecer tais percursos”.
A mulher na Igreja
O ponto 13 indica que a diferença entre homens e mulheres “pode ser um âmbito no qual nascem formas de domínio, exclusão e discriminação, dos quais a sociedade e a Igreja mesma precisam libertar-se”.
O documento também faz insistência em que entre os jovens existe a vontade de “que haja um maior reconhecimento e valorização da mulher na sociedade e na Igreja”.
“Muitas mulheres desempenham um papel insubstituível na comunidade cristã, mas em muitos lugares há uma resistência a outorgar-lhes seu espaço nos processos de tomada de decisões, inclusive quando não se exige de forma específica uma responsabilidade ministerial”.
Lamenta-se, além disso, que “a ausência da voz e do olhar feminino empobreça o debate e o caminho da Igreja, subtraindo do discernimento uma contribuição preciosa”. Por isso, “o Sínodo recomenda que todos sejam mais conscientes da urgência de uma mudança iniludível, também a partir de uma reflexão antropológica e teológica sobre a reciprocidade entre homens e mulheres”.
Abusos
O tema dos abusos de poder, econômicos, de consciência e sexuais no seio da Igreja também tem uma importante presença no Documento Final da reunião dos bispos.
No ponto 29 se reconhece que “os diversos tipos de abusos cometidos por alguns bispos, sacerdotes, religiosos e leigos provocam naqueles que são vítimas, entre os quais há muitos jovens, sofrimentos que podem durar toda a vida”.
Recorda-se que esse fenômeno que “está difundido na sociedade, afeta também à Igreja e representa um sério obstáculo para sua missão. O Sínodo reitera seu firme compromisso para a adoção de medidas rigorosas de prevenção que impeçam o que se repita a partir da seleção e da formação daqueles aos que se confiarão responsabilidades educativas”.
O Sínodo pede atuar na raiz do problema (ponto 30): “o desejo de domínio, a falta de diálogo e de transparência, as formas de dupla vida, o vazio espiritual, assim como a fragilidade psicológica”.
Também agradece a todo aquele “tem a valentia de denunciar este mal rapidamente: estes ajudam a Igreja a tomar consciência do que aconteceu e da necessidade de atuar com decisão”.
Formação ao sacerdócio, pastoral juvenil e matrimônio
O Documento Final também aborda a formação dos candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada, a importância dos centros católicos e a preparação dos jovens como agentes pastorais e sua preparação para o sacramento do matrimônio.
Sobre o primeiro, os padres sinodais assinalaram que a formação dos futuros sacerdotes e consagrados é “um desafio importante para a Igreja”. Não só basta escolher formadores “culturalmente preparados”, e sim capazes de “relações fraternas, de uma escuta empática e de profunda liberdade interior”.
Além disso, pediram que a formação tenha presente a experiência prévia dos candidatos ao sacerdócio ou vida consagrada. Indicaram que ignorá-la afeta o crescimento da pessoa e o desenvolvimento dos dons de Deus e da conversão do coração.
Do mesmo modo, indicaram que o caminho sinodal insistiu no desejo de dar espaço ao protagonismo juvenil no trabalho missionário. É evidente que este apostolado “não pode ser improvisado, mas deve ser fruto de um caminho formativo sério e adequado”, assinalaram.
O documento afirma que muitos jovens expressaram o desejo de “conhecer melhor sua fé” através “do descobrimento das raízes bíblicas, compreender o desenvolvimento histórico da doutrina, o sentido dos dogmas, a riqueza da liturgia”.
Além disso, o Sínodo anima as igrejas particulares, congregações religiosas, movimentos e outras realidades eclesiásticas, a “oferecer aos jovens uma experiência de acompanhamento em vista ao discernimento”. Tal experiência “se pode qualificar como um tempo destinado ao amadurecimento da vida cristã adulta”, afirmou.
Igualmente se anima a acompanhar os noivos no “caminho de preparação ao matrimônio”, para que contem com “os elementos necessários para receber (o sacramento) com as melhores disposições” e iniciar com solidez a vida familiar. O acompanhamento, indicaram os pais sinodales, deve seguir sobre tudo nos primeiros anos do matrimônio, ajudando-os a formar “parte ativa da comunidade cristã”.
Sinodalidade
No Documento se sublinha, no ponto 119, que a Igreja decidiu ocupar-se dos jovens e “considera esta missão uma prioridade pastoral desta época na qual deve-se investir tempo, energias e recursos”.
Como mostra dessa eleição, o Sínodo optou desde o começo por envolver os jovens para que se sintam co-protagonistas da vida da missão da Igreja”.
Os padres sinodais reconhecem nessa experiência “um fruto do Espírito que renova continuamente a Igreja e a chama a praticar a sinodalidade como um modo de ser e de atuar, promovendo a participação de todos os batizados”.
Sobre essa sinodalidade, o Documento assinala que a experiência vivida fez os participantes no Sínodo conscientes da importância de uma forma sinodal de a Igreja realizar “o anúncio e a transmissão da fé”.
No texto se insiste na aposta pela sinodalidade, ao dizer que esta “caracteriza tanto a vida como a missão da Igreja, que é o Povo de Deus formado por jovens e idosos, homens e mulheres de toda cultura e horizonte, e o Corpo de Cristo, do qual somos membros”.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF