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domingo, 13 de janeiro de 2019

Batismo do Senhor

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

Estamos concluindo, neste domingo, o Tempo do Natal, com a celebração da Festa do Batismo do Senhor. Expressemos nosso louvor a Deus pelo Batismo de Jesus e, de modo especial, pela graça do batismo que cada um de nós recebeu. Nesta ocasião, procuremos renovar a vida batismal, crescendo na fé em Cristo, na participação na Igreja e no testemunho cristão. Valorizar o Batismo implica também em ajudar os que não são batizados a acolherem a graça do Batismo, bem como motivar os pais a batizarem seus filhos. É necessário dar maior atenção aos que receberam o batismo, mas não seguem a Cristo, nem participam da vida da Igreja. Torna-se cada vez mais importante, em nossos dias, testemunhar a beleza e o vigor da fé, com simplicidade e coragem.
O Evangelho segundo São Lucas (Lc 3,15-22) narra o fato que motiva esta festa litúrgica. Na narrativa, destaca-se, primeiramente, o testemunho de João. Diante daqueles que pensavam ser ele o Messias, João reconhece humildemente a grandeza do Messias e anuncia um novo e definitivo Batismo.
No episódio do Batismo do Senhor, revela-se a identidade de Jesus como Filho de Deus Salvador, o Messias-Servo. A manifestação do Espírito e a voz do Pai dão um testemunho imensamente maior do que aquele de João Batista. Em Jesus Cristo, se cumpre plenamente a profecia de Isaías sobre o “Servo” eleito e amado por Deus, no qual repousa o Espírito. Meditamos, hoje, o primeiro dentre os quatro cânticos de Isaías a respeito do Servo de Javé e de sua missão. O que Isaías anuncia, aplica-se a Jesus, segundo o relato do Evangelho: “Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele” (Is 42,1).
No nosso Batismo, o amor do Pai também se faz sentir, acolhendo a cada um de nós como seu “filho amado”. O Batismo cristão é oferecido a todos e não apenas ao povo da Antiga Aliança. O apóstolo Pedro reconhece que “Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34). Assim como Jesus, nós chamamos a Deus de Pai, pela graça do batismo. Ao mesmo tempo, os que clamam a Deus como Pai querido, são chamados a reconhecer e a tratar a todos como irmãos.
Recentemente, ao celebrar a solenidade da Epifania do Senhor, nós pudemos meditar sobre a universalidade da salvação oferecida a todos, em Jesus nascido em Belém. Os discípulos de Cristo devem testemunhar o amor de Deus a todos, especialmente, aos mais sofredores, a exemplo de Jesus de Nazaré, cuja missão encontra-se assim resumida pelo apóstolo Pedro: “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem” (At 10,38).
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

A Igreja celebra o Batismo do Senhor

REDAÇÃO CENTRAL, 13 Jan. 19 / 04:00 am (ACI).- “Quando o Salvador é lavado, todas as águas ficam puras para o nosso batismo; a fonte é purificada para que a graça batismal seja concedida aos povos que virão depois”, disse São Máximo de Turim no século V ao se referir ao Batismo do Senhor, que é celebrado neste domingo.

Com o Batismo do Senhor é concluído o tempo do Natal e a Igreja nos convida a olhar a humildade de Jesus que se converte em uma epifania(manifestação) da Santíssima Trindade.
“João batiza e Jesus se aproxima; talvez para santificar igualmente aquele que o batiza e, sem dúvida, para sepultar nas águas o velho Adão. Antes de nós, e por nossa causa, ele que é Espírito e carne santificou as águas do Jordão, para assim nos iniciar nos sacramentosmediante o Espírito e a água”, manifestou São Gregório Nazianzeno em um de seus sermões.
“O Espírito, acorrendo àquele que lhe é igual, dá testemunho da sua divindade. Vem do céu uma voz, pois também vinha do céu aquele de quem se dava testemunho”, acrescentou o santo.
Evangelho: Lc 3,15-16.21-22
Naquele tempo, o povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”.
Quando todo o povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo. E, enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”.
ACI Digital

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Papa Francisco envia saudações de aniversário ao iniciador do Caminho Neocatecumenal

Kiko Argüello e Papa Francisco no 50° aniversário do 
Caminho em Roma, 
em maio de 2018 - Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)

Vaticano, 10 Jan. 19 / 12:00 pm (ACI).- O Papa Francisco enviou na quarta-feira, 9 de janeiro, suas saudações de aniversário a Kiko Argüello, iniciador do Caminho Neocatecumenal, e pediu a Deus que lhe pague por todo o bem que faz à Igreja.

Kiko Argüello nasceu em 9 de janeiro de 1939, em León (Espanha), e iniciou o Caminho Neocatecumenal em 1964 com a fundação da primeira comunidade em Madri.
"Agradeço a Deus que o elegeu e obrigado por sua fidelidade. Que o Senhor lhe pague por todo o bem que faz à Igreja. Estou próximo a você, rezo e o acompanho. Parabéns! Espero que os membros do Caminho façam um bolo com 80 velinhas para você". "Que Jesus o abençoe e que a Virgem Mariacuide de você", expressou.
Esta saudação se soma às palavras que o Santo Padre dedicou a Argüello no final da Missa na Casa Santa Marta realizada na terça-feira, 8 de janeiro. De acordo com Vatican News, Francisco lhe agradeceu "pelo zelo apostólico com que trabalha na Igreja".
Argüello recebeu com alegria as palavras do Pontífice e com o resto da equipe responsável pelo Caminho, formada por Ascensión Romero e Padre Mario Pezzi, aproveitou a oportunidade para renovar ao Papa Francisco seu afeto e proximidade, assegurando-lhe orações pelo seu ministério petrino.
ACI Digital

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

São Julião e Santa Basilissa, esposos no amor virginal

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Jan. 19 / 04:00 am (ACI).- “Eu não adoro a não ser única e exclusivamente ao Deus do céu”, disse São Julião diante do juiz que o condenou a morrer degolado. Ele e sua esposa, Santa Basilissa, viveram um amor virginal aprovado pelo próprio Jesus Cristo. Ele morreu mártir. Ela faleceu depois, após sobreviver à perseguição. A festa de ambos é celebrada neste dia 9 de janeiro.

São Julião era filho único de uma família nobre se rica. Teve uma profunda educação na religião cristã. Aos 18 anos, seus pais queriam que ele se casasse com uma jovem nobre chamada Basilissa, mas São Julião tinha feito votos de castidade.
Depois de muito jejum e oração, teve uma revelação celestial no qual lhe foi comunicado que, com sua esposa, poderia guardar a desejada virgindade. São Julião e Santa Basilissa foram arrastados milagrosamente ao amor virginal. O Senhor Jesus lhes apareceu e aprovou suas decisões de se conservar castos.
Os santos distribuíram seus bens entre os pobres e se retiraram para viver em duas casas nos arredores da cidade, que converteram em mosteiros. A São Julião iam os homens e, a Santa Basilissa, as mulheres. Todos iam onde os esposos estavam para seguir conselhos a fim de viver de modo mais cristão.
Os homens nomearam São Julião como superior e ele os dirigiu com carinho e prudência. Era o que mais trabalhava, o que mais ajudava e rezava com muito fervor. Dedicava muitas horas à leitura de livros religiosos e à meditação. Sua vida foi um contínuo jejum.
Quando se tratava de repreender alguém, ele o fazia sem arrogância, sem modos ruins ou diante dos demais; mas, em privado, com frases amáveis, compreensivas e animadoras. Os monges se sentiam no deserto muito mais felizes do que se estivessem no mais cômodo convento.
Santa Basilissa, por sua vez, era seguida por uma multidão de jovens que ficavam edificadas com o exemplo de sua virtude. Muitas delas abraçaram a vida religiosa e viveram em paz sob sua direção.
Naquele tempo, ocorreu a perseguição de Diocleciano e Maximiano e prenderam Julião junto com os que moravam com ele no mosteiro. Diante do juiz, São Julião proclamou: “Deus ajuda aos que são seus amigos e Cristo Jesus, que é muitíssimo mais importante e poderoso do que o imperador, me dará as forças e o valor para suportar os tormentos”.
São Julião foi condenado à morte, mas antes recebeu terríveis chicotadas. Um dos carrascos, ao chicoteá-lo rapidamente, foi ferido em um olho pela ponta de ferro do chicote. O santo intercedeu a Deus, colocou suas mãos sobre o olho ferido e se obteve a cura.
Os carrascos lhe cortaram a cabeça e o jovem Celso, filho do perseguidor Marciano, se converteu ao cristianismo ao ver a coragem e alegria com a qual este amigo de Cristo morreu, por volta do ano 304. Santa Basilissa, por outro lado, morreu tranquilamente, apesar de também ter sido perseguida.
ACI Digital

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

São Severino, pregador que promovia a oração contra os vícios

REDAÇÃO CENTRAL, 08 Jan. 19 / 04:00 am (ACI).- “Se querem ter a bênção de Deus, respeitem muito os direitos dos demais”, dizia São Severino, padroeiro de Viena, Áustria e Baviera. Profetizou terríveis castigos a algumas cidades se não se convertessem e fizessem penitência. Além disso, tinha os dons da cura e do conselho. Sua festa é celebrada neste dia 8 de janeiro.

São Severino era natural de Roma e vinha de uma família nobre e rica. Deixou a “capital do mundo” daquela época e foi ser missionário às margens do rio Danúbio, na Áustria.
Neste local, anunciou aos habitantes da Asturis que se não deixassem os vícios e não se dedicassem a rezar mais com sacrifícios, sofreriam um terrível castigo. Ninguém deu importância às suas palavras. Então, o santo declarou que não seria responsável pelas más decisões deles e foi embora para a cidade de Cumana.
Dias depois, chegaram os bárbaros da Hungria, chamados “Hunos” e arrasaram a cidade de Asturis, matando quase todos os habitantes.
Em Cumana, também profetizou castigos se as pessoas não se convertessem. Igualmente, ninguém acreditou até que chegou um sobrevivente de Asturis e lhes contou o que aconteceu em sua cidade por não dar atenção a São Severino, que quis ajudá-los.
Assim, os habitante foram rezar nos templos, fecharam as cantinas e mudaram seus comportamentos, fazendo sacrifícios. Quando os bárbaros estavam para chegar, um grande terremoto os assustou, então, eles fugiram e não entraram na cidade.
São Severino intercedia diante de Deus pela cura de muitos doentes. Entretanto, não intercedeu por seu discípulo Bonoso, pois lhe dizia: “Doente, pode se tornar santo. Mas, se estiver muito saudável, vai se perder”. Por 40 anos, Bonoso sofreu com sua doença e chegou a um bom grau de santidade.
Gostava de repetir frases da Bíblia e recordava sempre que todo pecado traz castigos do céu. Por outro lado, durante 30 anos fundou mosteiros. Percorria descalço as imensas planícies da Áustria e Alemanha, inclusive nas neves. Sua simplicidade, mesmo ao vestir sua túnica desgastada e velha, lhe rendeu o respeito de todos.
Ao pequeno Odoacro profetizou que logo dividiria entre os seus o luxo da “capital do mundo”. Este homem com seus Hérulos conquistou Roma e, por afeto a São Severino, respeitou e apoiou o cristianismo.
Na cidade de Kuntzing, o rio Danúbio causava destruição com suas inundações e danificava o templo católico. São Severino colocou uma grande cruz na porta da Igreja e disse ao rio: “Meu Senhor Jesus Cristo não deixará que você passe do local onde está sua Santa Cruz”. Assim, as inundações do rio nunca mais passaram por aquele lugar.
Em 6 de janeiro de 482, sentiu que já era hora de partir para a Casa do Pai, mandou chamar as autoridades civis da cidade e lhes disse para respeitarem os direitos dos demais se quisessem ter a bênção de Deus. “Ajudem os necessitados e se esforcem o máximo possível aos mosteiros e templos”, acrescentou.
Morreu em 9 de janeiro de 482, pronunciando as palavras do Salmo 150: “Todo ser que tem vida, louve ao Senhor”. Seis anos depois tiraram seus restos mortais e foi encontrado incorrupto. Levantaram suas pálpebras e viram que seus olhos azuis brilhavam como se estivesse dormindo. Suas relíquias foram veneradas por séculos em Nápoles.
ACI Digital

domingo, 6 de janeiro de 2019

Solenidade da Epifania do Senhor

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A solenidade da Epifania do Senhor ocupa lugar especial no Tempo do Natal, completando o quadro do nascimento de Jesus Cristo, com a presença dos magos do Oriente no presépio. Esta festa costuma ser denominada “festa dos Santos Reis”, mas a palavra grega “epifania” deve ser valorizada, pois tem um significado muito rico, podendo ser traduzida como “revelação” ou “manifestação”. Em Jesus Cristo nascido em Belém, Deus revela o seu amor e manifesta a sua salvação para todos. Cumpre-se, de modo admirável, a universalidade da salvação anunciada pelos profetas.  Por isso, ao rezar, hoje, o Salmo 71, dizemos: “As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor”, sentindo-nos participantes do novo Povo de Deus, formado por gente de todas as raças, línguas e nações que caminha ao encontro do Salvador nascido em Belém.
O relato do nascimento de Jesus, na noite do Natal, ressaltava a presença dos pastores que se estavam nas redondezas e que foram às pressas ao encontro de menino Jesus para adorá-lo. O Evangelho proclamado nesta solenidade destaca o amor de Deus revelado às nações, representadas por aqueles homens sábios, denominados magos, que vieram de longe para adorar Jesus e oferecer-lhe presentes. Na Carta aos Efésios, hoje meditada, São Paulo refere-se ao “mistério” revelado, explicando-o: “os pagãos são admitidos à mesma herança” (Ef 3,6) do povo da Aliança.
Seguindo o exemplo dos magos, nós também somos convidados a caminhar ao encontro do menino Jesus, neste tempo de Natal, com uma atitude de adoração. Eles “ajoelharam-se diante dele e o adoraram” e “sentiram uma alegria muito grande” (Mt 2,10-11).  O Natal é tempo de experimentar esta alegria que brota do encontro com Cristo. Para isso, é preciso dispor-se a caminhar, ao invés de ficar acomodado, especialmente, ao iniciar um novo ano. Contudo, não podemos caminhar contando somente com as próprias forças. A estrela serviu de sinal para os magos. Nós necessitamos da luz de Deus, da sua sabedoria e do seu amor para percorrer o caminho.
O relato do Evangelho cita o rei Herodes. Ele não se dispôs a caminhar ao encontro de Jesus; apenas fingiu querer adorá-lo. Em seu orgulho, ele não foi capaz de colocar-se entre os humildes pastores, nem entre os sábios estrangeiros, ambos menosprezados por muitos naquele tempo, para caminhar à manjedoura de Belém.
Na Epifania, o nosso amor fraterno deve se alargar, dirigindo-se aos que não são amados e aos que mais sofrem. O nosso mundo necessita de cristãos que sejam sinais do amor de Deus. Por isso, adoramos o Menino Deus que oferece a todos o seu amor e salvação, dispondo-nos a amar a todos como ele nos ensinou.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Epifania do Senhor

REDAÇÃO CENTRAL, 06 Jan. 19 / 04:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 6 de janeiro a Solenidade da Epifania (manifestação) do Senhor. Hoje, o Evangelho nos apresenta a passagem dos três Reis Magos que oferecem presentes ao Menino Jesus.

Os Magos buscavam Deus nas estrelas e no palácio, mas o encontraram em um humilde presépio com Maria, sua mãe. Levaram-lhe presentes: ouro por sua realeza, incenso por sua divindade e mirra por sua humanidade. Entretanto, foram eles que saíram presenteados porque viram o Salvador do mundo.
Evangelho: Mt 2,1-12
Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.
Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém.
Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.
Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”. Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino.
Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande.
Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.
Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.
ACI Digital

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Reis Magos e Epifania: 5 pontos que talvez você não conheça

Guadium Press
Redação (Sexta-feira, 04-01-2018, Gaudium Press) A Igreja no Brasil comemora a Epifania do Senhor no próximo domingo. A Liturgia sita um trecho do Evangelho que faz referência aos Reis Magos do Oriente e de sua visita ao Menino Jesus:
"Entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra" (Mt 2,11).
Os homens sempre tiveram sua curiosidade voltada para estes personagens: quem eram, como eram, o que faziam, como se chamavam, por que comemorá-los e ainda outros mais desejos de interpretá-los.
Trazemos aqui trechos de cinco informações sobre os Santos Reis Magos que foram publicadas pela ACI Digital:
São três Epifanias
A festa dos Reis Magos ou Dia dos Santos Reis é conhecida como Epifania, palavra que em grego significa manifestação, no sentido de que Deus se revela e se manifesta.
Entretanto, a Igreja celebra como Epifanias três manifestações da vida de Jesus: a Epifania diante dos Magos do Oriente (manifestação aos pagãos), a Epifania do Batismo do Senhor (manifestação aos judeus) e a Epifania das bodas de Caná (manifestação aos seus discípulos).
Uma das mais antigas festas da Igreja
A Festa da Epifania é uma das mais antigas dos cristãos, provavelmente a segunda depois da Festa da Páscoa. Teve início no Oriente e logo passou a ser comemorada no Ocidente, por volta do século IV.
Dizem que no princípio os cristãos comemoravam as três epifanias em uma mesma data. Inclusive, em algumas igrejas orientais, nesta festa comemoram o nascimento de Cristo, mas foi somente até o século IV, quando começou a festividade romana do Natal.
Na Idade Média, a Epifania pouco a pouco passou a ser mais conhecida como a festa dos Reis Magos. Atualmente, a Igreja Católica celebra as três epifanias em diferentes datas do calendário litúrgico.
Santo Agostinho define a data da comemoração
Alguns estudos comprovam que a Epifania passou a ser celebrada no dia 6 de janeiro porque neste dia era comemorado o nascimento de Aion, o deus pagão da metrópole de Alexandria, que supostamente estava relacionado com o deus sol. Do mesmo modo, também porque desde esta época, celebravam no Egito o solstício de inverno no dia 6 de janeiro.
No século IV, São Eusébio de Cesárea e São Jerônimo, assim como São Epifânio no século VI, disseram que os reis encontraram o Menino antes de completar dois anos de idade.
Entretanto, Santo Agostinho (séculos IV e V) em seus sermões sobre a Epifania afirmou que chegaram 13 dias depois do nascimento do Senhor. Ou seja, no dia 6 de janeiro do calendário atual.
Por Tradição são chamados Reis
São Mateus, o único evangelista que fala sobre os Reis Magos na Bíblia, explica que eram do Oriente, uma região que, para os judeus, eram os territórios da Arábia, Pérsia ou Caldeia. Por outro lado, os orientais chamavam os doutores de "magos".
"Mago" na língua persa significava "sacerdote" e justamente os magos ("magoi" em grego) eram um grupo de sacerdotes persas ou babilônios. Eles não conheciam a revelação divina como os judeus, mas estudavam as estrelas a fim de procurar Deus.
A tradição chamou de "reis" aos magos de acordo com o Salmo 72 (10-11) que diz: "Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis da Arábia e Etiópia oferecerão dons. E todos os reis se prostrarão perante ele; todas as nações o servirão".
Os Reis Magos seriam mais que três?
São Leão Magno e São Máximo do Turim, séculos IV e V respectivamente, falam de três magos provavelmente não por se apoiar em alguma tradição, mas sim talvez pelos três presentes que descreve o evangelista.
Nos primeiros séculos há representações pictóricas nas quais aparecem dois, quatro, seis e até oito magos. Entretanto, o afresco mais antigo da adoração dos magos data do século II e se encontra em um arco da capela grega das catacumbas romanas de Priscila e ali aparecem três.
Nomes, Fisionomias e Presentes dos Reis Magos
Os nomes dos magos não aparecem nas Sagradas Escrituras, mas a tradição lhes deu certos nomes. Em um manuscrito do final do século VII, aparece que se chamavam Bitisarea, Melchor e Natasa, mas, no século IX, começou-se a propagar que eram Gaspar, Melchior e Baltasar.
Melchior é caracterizado geralmente como um idoso branco com barba em representação da região europeia e oferece ao Menino o ouro pela realeza de Cristo.
Gaspar representa a área asiática e leva o incenso pela divindade de Jesus.
Baltasar é negro. Ele representa os povos provenientes da África. Presenteia o Salvador com mirra, substância que se utilizava para embalsamar cadáveres e simboliza a humanidade do Senhor.
Na época em que se começou a representá-los com estas características não se tinha conhecimento da América. Além disso, os três com os seus nomes fazem referência às idades do ser humano: juventude (Gaspar), maturidade (Baltasar) e velhice (Melchior).
(JSG)

domingo, 30 de dezembro de 2018

Festa da Sagrada Família

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
O Natal não se reduz a um único dia festivo. O tempo do Natal estende-se até a festa do Batismo do Senhor, no próximo dia 13 de janeiro. O primeiro domingo após a solenidade do Natal é dedicado à Sagrada Família, Jesus, Maria e José, modelo permanente para toda família. O nosso olhar se volta para a Sagrada Família de Nazaré que ocupa o lugar central no presépio.
Cada família é chamada a ser santa, espelhando-se na família “sagrada” de Nazaré. Deus quer habitar em cada família, tornando-a santa. É ele quem nos santifica! Assim como ocorreu com Maria e José, somos chamados a acolher Jesus e a permanecer sempre com ele. A procura de Maria e José por Jesus menino, na viagem a Jerusalém, nos motiva a buscá-lo sempre e a estar sempre com ele. Se por algum momento, alguém perceber que está se afastando dele, deve procurá-lo insistentemente. Para isso, é fundamental imitar a atitude contemplativa de Maria, que “conservava no coração” (Lc 2,51) o mistério que Deus estava revelando. Assim fazendo, poderemos compreender sempre mais o sentido dos acontecimentos na vida pessoal e familiar e discernir a vontade de Deus.
A Carta de São Paulo aos Colossenses apresenta um verdadeiro programa de vida para as nossas comunidades e famílias, recordando-nos o mandamento do amor: “amai-vos uns aos outros”. O Apóstolo oferece indicações preciosas para a vivência do amor fraterno. A vida de uma comunidade ou de uma família deve ser feita de “sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência”, acrescentando, com destaque, o perdão (Cl 3,12-13). Cada um deve fazer a sua parte, conforme o texto paulino proclamado: marido, esposa, pais e filhos. Ao invés de exigir dos outros, é necessário dar a própria contribuição para que a família possa ter uma vida cristã, com unidade e paz.  O Eclesiástico ressalta a atitude dos filhos em relação aos pais, desenvolvendo, de modo admirável, o mandamento que ordena “honrar o pai e a mãe”, com suas consequências. O amor pelos pais é fonte de bênçãos, trazendo preciosos frutos para os filhos.
Para viver bem o Natal, é fundamental a participação da família na Igreja. Por isso, é preciso organizar-se para participar das missas neste período natalino, que para muitos é também período de férias. Ao organizar viagens e períodos de lazer, não deixe de dar prioridade à participação na missa, ao menos dominical. Seja este um tempo especial também para a convivência fraterna com os familiares e amigos. Assim fazendo, as alegrias do Natal se estenderão ao longo do novo Ano.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Festa da Sagrada Família

REDAÇÃO CENTRAL, 30 Dez. 18 / 04:00 am (ACI).- Hoje a Igreja celebra a festa da Sagrada Família e convida todos a olhar para Jesus, Maria e José, que desde o início tiveram que enfrentar os perigos do exílio no Egito, mas, sempre mostrando que o amor é mais forte do que a morte. Eles são um reflexo da Trindade e modelo de cada família.

A solenidade da Sagrada Família, que é celebrada dentro da Oitava de Natal, é uma festa que incentiva a aprofundar o amor familiar, examinar a situação do próprio lar e buscar soluções que ajudem o pai, a mãe e os filhos a serem cada vez mais como a Família de Nazaré.
Ao celebrar esta data em 2013, o Papa Francisco ressaltou que o “nosso olhar hoje para a Sagrada Família se deixa atrair também pela simplicidade da vida que essa conduz em Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem às nossas famílias, ajuda-as a se tornarem sempre mais comunidades de amor e de reconciliação, na qual se experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão recíproco”.
A vida familiar não pode ser reduzida a problemas de relacionamento, deixando de lado os valores transcendentes, já que a família é o sinal do diálogo entre Deus e o homem. Pais e filhos devem estar abertos à Palavra e ouvir, sem esquecer a importância da oração familiar que une fortemente os membros da família.
São João Paulo II, que é conhecido como o Papa das famílias, no Ângelus desta solenidade em 1996, destacou que “a mensagem que vem da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé: a casa de Nazaré é aquela onde Deus está verdadeiramente no centro”.
“Para Maria e José esta opção de fé concretiza-se no serviço ao Filho de Deus que lhes foi confiado, mas exprime-se também no seu amor recíproco, rico de ternura espiritual e de fidelidade”, indicou.
Em muitas ocasiões, João Paulo II reforçou a importância da vivência da fé em família, por meio da oração. “A família que reza unida, permanece unida”, dizia, sugerindo que juntos rezassem o Rosário.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF