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domingo, 10 de março de 2019

A propósito do dia dedicado às Mulheres: A mulher na Bíblia

Redação (Sexta-feira, 08-03-2019, Gaudium Press) Nos dias de hoje, considera-se internacionalmente o dia 8 de março como sendo o dia dedicado às mulheres.
Uma convenção moderna que em tempos anteriores não se fazia necessária. Pelo menos é o que se depreende dos excertos que transcreveremos de um discurso proferido por Juan Donoso Cortés em 16 de abril de 1848, ao tomar posse de sua cadeira na Real Academia de la Lengua:
Se levais em conta a distância que há entre a família gentílica e a hebreia, vereis logo que estão separadas entre si por um abismo profundo: a família gentílica compõe-se de um senhor e de seus escravos, enquanto a hebreia, do pai, da mulher e de seus filhos.
Entram como elementos constitutivos da primeira, deveres e direitos absolutos; a segunda, deveres e direitos limitados. A família gentílica descansa na servidão; a hebreia funda-se na liberdade. A primeira é resultado de um esquecimento; a segunda, de uma recordação; o esquecimento e a recordação das divinas tradições, prova clara de que o homem não ignora, senão porque esquece, e não sabe, senão porque aprende.
Agora se compreenderá facilmente porque a mulher hebreia perde nos poemas bíblicos tudo o que teve entre os gentios de sombrio e de sinistro; e porque o amor hebreu, diferentemente do gentio, que foi incêndio dos corações, é bálsamo das almas. 
Abri os livros dos profetas bíblicos, e em todos aqueles quadros, risonhos ou pavorosos, com que davam a entender às sobressaltadas multidões, ou que ia desfazendo-se o nebuloso, ou que a ira de Deus estava próxima, achareis sempre em primeiro lugar as virgens de Israel, sempre belas e vestidas de resplendores aprazíveis, levantarem então seus corações ao Senhor em melodiosos hinos e em angélicos cantares, ou depositarem, sob o peso da dor, as cândidas açucenas de suas frontes. [...]
Nem se contentaram os hebreus em confiar à mulher o brando cetro de seus lares mas puseram muitas vezes na sua mão fortíssima e vitoriosa o pendão das batalhas e o governo do Estado.
A ilustre Débora governou a república na qualidade de juiz supremo da nação; como general dos exércitos, peleou e ganhou batalhas sangrentas; como poetiza, celebrou os triunfos de Israel e entoou hinos de vitória, manejando ao mesmo tempo, com igual soltura e maestria, a lira, o cetro e a espada.
No tempo dos reis, a viúva de Alexandre Janneo teve o cetro dez anos; a mãe do rei Asa governou em nome do seu filho, e a mulher de Hircano Macabeu foi designada por este príncipe para governar o Estado depois de seus dias.
Até o espírito de Deus, que se comunicava a poucos, desceu também sobre a mulher, abrindo-lhe os olhos e o entendimento para que pudesse ver e entender as coisas futuras.
Hulda foi iluminada com o espírito de profecia, e os reis aproximavam-se dela sobressaltados com um grande temor, contritos e receosos, para saber de seus lábios o que no livro na Providência estava escrito de seu império.
A mulher, entre os hebreus, ora governa a família, ora dirige o Estado, ora fala em nome de Deus, ora avassala os corações, cativos de seus encantos.
Era um ser benéfico, que já participava tanto da natureza angélica como da humana.
Lede apenas o Cântico dos Cânticos e dizei-me se aquele amor suavíssimo e delicado, se aquela esposa vestida de odoríferas e cândidas açucenas, se aquela música harmônica, se aqueles arrebatamentos inocentes e elevados, e aqueles deleitosos jardins, não são mais que coisas vistas, ouvidas e sentidas na terra, coisas que se nos apresentam como sonhos do paraíso.
E entretanto, senhores, para conhecer a mulher por excelência; para ter notícia certa do encargo recebido de Deus; para considerá-la em toda a sua beleza imaculada e altíssima; para formar-se alguma ideia de sua influência santificadora, não basta colocar a vista naqueles belíssimos exemplos da poesia hebraica, que até agora deslumbraram os nossos olhos e docemente embargaram os nossos sentidos.
O verdadeiro modelo e exemplo de mulher não é Rebeca, nem Débora, nem a esposa do Cântico dos Cânticos, cheia de fragrâncias como uma taça de perfumes.
É necessário ir mais além, e subir mais alto; é necessário chegar à plenitude dos tempos, ao cumprimento da antiga promessa.
Para surpreender à maneira de Deus, formando o tipo perfeito de mulher, é necessário subir até ao trono resplandecente de Maria.
Ela é uma criatura aparte, mais bela por si só que toda a criação; o homem não é digno de tocar suas vestes brancas, a terra não é digna de servir-lhe de peanha, nem os tecidos de brocado como tapete; a sua brancura excede a neve que se acumula nas montanhas; o seu corado, o rosado dos céus; o seu esplendor ao resplandecente das estrelas.
Maria é amada de Deus, venerada pelos homens, servida pelos anjos.
[...] O Pai a chama filha, e lhe envia embaixadores; o Espírito Santo a chama esposa, e lhe faz sombra com as suas asas; o Filho a chama mãe, e faz de sua morada o seu sacratíssimo ventre.
Os Serafins compõem a sua corte; os céus a chamam Rainha; os homens a chamam Senhora: nasceu sem mancha, livrou o mundo, morreu sem dor, viveu sem pecado.
Vede aí a mulher, senhores, vede aí a mulher, porque Deus em Maria as santificou: às virgens, porque Ela foi Virgem; às esposas porque Ela foi Esposa; às viúvas porque Ela foi Viúva; às filhas, porque ela foi Filha; às mães porque ela foi Mãe.
Grandes e portentosas maravilhas obrou o cristianismo no mundo: fez as pazes entre o céu e a terra, destruiu a escravidão, proclamou a liberdade humana e a fraternidade dos homens.
Mas com tudo isso, a mais portentosa de todas as suas maravilhas, a que mais profundamente influiu na constituição da sociedade doméstica e da civil, é a santificação da mulher, proclamada desde as alturas evangélicas.
E além do mais, senhores, desde que Jesus Cristo habitou entre nós, nem sobre as pecadoras é lícito lançar o escárnio e o insulto, porque até os seus pecados podem ser lavados pelas suas lágrimas.
O Salvador dos homens colocou a Madalena sob o seu amparo. E quando chegou o tremendo dia em que se nublou o sol, estremeceram e deslocaram-se os despojos da terra, ao pé da sua cruz estavam juntas a sua inocentíssima Mãe e a arrependida pecadora, para dar-nos assim a entender que os seus amorosos braços estavam abertos igualmente à inocência e ao arrependimento.
(Excerto de discurso proferido por Juan Donoso Cortés a 16 de abril de 1848, ao tomar assento na Real Academia de la Lengua.
Tradução do original em espanhol presente em OBRAS de D. Juan Donoso Cortés. (Ord.) Gavino Tejado. Madrid: Imprenta de Tejado, 1854. Tomo III. p. 171-198, por Pe. José Manuel Victorino de Andrade, EP para a revista Acadêmica Lumen Veritatis, n. 15, abr./jun. 2011.)

1º Domingo da Quaresma:Tempo Especial de Conversão

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A Quaresma é tempo especial de conversão em preparação para a Páscoa da Ressurreição do Senhor. Por isso, já na Quarta Feira, ao receber as Cinzas, ouvimos o convite de Jesus à conversão: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Somos chamados a viver a conversão através da oração, da penitência e da caridade. A cor roxa utilizada neste tempo litúrgico possui significado penitencial; é sinal de penitência, como parte do processo de conversão a que todos somos chamados a viver. O esforço de superação do pecado exige renúncias e sacrifícios; o mesmo ocorre quando alguém busca o crescimento na vida cristã, como a vivência do amor ao próximo ou uma participação maior na vida da Igreja.
O Evangelho proclamado apresenta-nos o episódio das tentações de Jesus no deserto, narrado por São Lucas (Lc 4,1-13). Procuremos refletir sobre as tentações encontradas no mundo de hoje, de modo especial, a riqueza, o poder e a fama. A pedra, a ser mudada em pão, faz pensar na tentação de acumular e consumir bens materiais. A referência aos reinos da terra expressa a tentação do poder e da glória deste mundo. O lançar-se do alto do templo para ser socorrido de forma espetacular corresponde a tentação da fama e das coisas grandiosas. A estas, podemos acrescentar muitas outras tentações no mundo de hoje, às quais é necessário resistir para permanecer na fidelidade a Jesus. Contudo, o Evangelho não quer apenas falar e advertir a respeito das tentações. Pretende, acima de tudo, nos transmitir a certeza da vitória de Cristo e daqueles que, unidos a Cristo, lutam para vencer as tentações e permanecer fiéis.
Quaresma é tempo especial de oração e de caridade. Uma das principais expressões de vivência da caridade, no Tempo Quaresmal, tem sido a Campanha da Fraternidade, promovida pela Igreja no Brasil. A Campanha da Fraternidade está relacionada à Quaresma, embora deva ser vivida além dela. Trata-se de um exercício intensivo de amor fraterno, sinal de conversão quaresmal. A cada ano, aborda-se um aspecto ou campo da vida em que a fraternidade necessita ser vivida com maior atenção e empenho pessoal e comunitário. Neste ano, o tema é “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema é “Serás libertado pelo direito e pela justiça (Is 1,27)”. O Texto-Base e outros subsídios podem nos ajudar a compreender bem e a vivenciar esta Campanha.
Não podemos deixar passar em vão este tempo de graça de Deus. “É agora o tempo favorável; é agora o dia da salvação” (2 Cor 6,2). Procuremos viver intensamente a Quaresma e a Campanha da Fraternidade!
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Primeiro Domingo da Quaresma

REDAÇÃO CENTRAL, 10 Mar. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 10 de março, a Igreja celebra o primeiro domingo da Quaresma. O Evangelho de hoje corresponde à leitura de Lucas 4,1-13, passagem que recorda quando Jesus foi tentado pelo diabo no deserto, apresentando assim o tema dos 40 dias deste tempo litúrgico.

A seguir, leia e reflita o Evangelho deste primeiro domingo da Quaresma:
Lc 4,1-13
Naquele tempo, 1 Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. 2 Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu fome. 3 O diabo disse, então, a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão”. 4 Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’”.
5 O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo 6 e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. 7 Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”.
8 Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás’”.
9 Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! 10 Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ 11 E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”.
12 Jesus, porém, respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’”. 13 Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno.
ACI Digital

sábado, 9 de março de 2019

Santa Francisca Romana, padroeira dos motoristas

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Mar. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 9 de março, a Igreja celebra a Festa de Santa Francisca Romana, padroeira dos motoristas. Suportou muitas provações, como a morte de seus filhos, ficar viúva e ter suas terras confiscadas. Em meio ao sofrimento, teve a graça de poder ver seu anjo da guarda que velava por ela o tempo todo e a guiava.

Em entrevista ao Grupo ACI, o beneditino olivetano, Pe. Teodoro Muti, expressou que “Santa Francisco Romana foi a Madre Teresa do século IV. Era a santa dos pobres e necessitados. Pertencia a uma família rica e nobre, mas ajudava os enfermos nos hospitais e se preocupava também com a saúde espiritual”.
Santa Francisco nasceu em Roma no ano de 1384. Apesar da dura época em que viveu, dividiu seus bens entre os pobres e atendia com bondade e paciência os enfermos. Todos encontravam nela consolo.
Ela descreveu assim seu anjo da guarda: “Era de uma beleza incrível, com uma pele mais branca que a neve e um rubor que superava a vermelhidão das rosas. Seus olhos, sempre abertos olhando para o céu, o cabelo comprido e cacheado cor do ouro”.
“Sua túnica era comprida até os pés e era branca um pouco azulada e, outras vezes, com brilhos avermelhados. Era tal a irradiação luminosa que o seu rosto emanava, que podia ler as matinas em plena meia noite”.
Certo dia, o cético pai de Francisca pediu a ela a honra de que lhe apresentasse a criatura que ele considerava imaginária. Ela segurou a mão do anjo, juntou com a de seu pai e os apresentou. O homem pode ver o ser celestial e não duvidou nunca mais.
Santa Francisco instituiu a Congregação das Oblatas de Maria (Oblatas de Tor de' Specchi), sob a regra de São Bento. Partiu para a Casa do Pai em 1440 e seu confessor, Pe. John Matteotti, escreveu sua biografia. Foi canonizada em 1608.
No dia 9 de março, há uma grande tradição romana de reunir vários carros nas imediações da Igreja de Santa Francisca Romana (ou também conhecida com o nome de Santa Maria Nova) para receber a bênção da santa, padroeira dos condutores.
ACI Digital

sexta-feira, 8 de março de 2019

São João de Deus, padroeiro dos que trabalham em hospitais

REDAÇÃO CENTRAL, 08 Mar. 19 / 06:00 am (ACI).- Hoje a Igreja Católica celebra a Festa de São João de Deus, Fundador da Comunidade dos Irmãos Hospitaleiros, padroeiro dos que trabalham em hospitais e dos que propagam livros religiosos.

Nasceu e morreu em 8 de março. Nascido em Portugal, em 1495, faleceu em Granada, Espanha, em 1550, aos 55 anos de idade. De família pobre, mas muito piedosa, sua mãe morreu quando ele era muito jovem e seu pai morreu como religioso em um convento.
Em sua juventude, foi um pastor, muito apreciado pelo proprietário da fazenda onde trabalhou, o qual propôs que se cassasse com sua filha e assim seria herdeiro daqueles bens. Mas, o santo decidiu ficar livre de compromissos econômicos e conjugais porque queria se dedicar a trabalhos mais espirituais.
Foi também soldado sob as ordens do gênio da guerra, Carlos V, em batalhas muito famosas e a vida militar o fez forte, resistente e sofrido.
Depois de deixar o exército, decidiu se render à vida apostólica, vendendo livros religiosos nas ruas. Ele chegou a Granada, na Espanha, cidade onde, em 1538, depois de ter ouvido um inflamado sermão de São João d’Ávila contra a vida de pecado, começou a gritar: “misericórdia, Senhor, sou um pecador”.
Confessou-se com São João d’Ávila e propôs como penitência fingir-se de louco para que as pessoas o humilhassem e o fizessem sofrer.
Distribuiu entre os pobres tudo o que tinha em sua pequena livraria, começou a vagar pelas ruas da cidade pedindo misericórdia a Deus por todos os seus pecados e, como as pessoas acreditavam que era louco, começaram a atacá-lo com pedras e golpes.
João de Deus foi levado para o hospício onde foi tratado com crueldade e todo sofrimento era oferecido pela conversão dos pecadores.
Depois de sair do hospício, fundou um hospital e ensinou, por exemplo, que a certos enfermos se deve curar primeiro a alma se quiser obter depois a cura do corpo.
Em uma ocasião, seu hospital se incendiou e, sem questionar-se, São João de Deus entrou várias vezes para resgatar os pacientes. Quando passou em meio às chamas, não sofreu nenhuma queimadura, conseguindo salvar a vida de todos os pobres a quem se dedicava com tanto amor.
Em 8 de março de 1550, sentindo que se aproximava a sua morte, ajoelhou-se e exclamou: “Jesus, Jesus, em suas mãos me encomendo”, e nesse momento faleceu.
Após sua morte, recebeu de Deus muitos milagres para seus devotos e foi declarado santo em 1690.
Atualmente, os irmãos Hospitaleiros de São João de Deus se dedicam a cuidar dos doentes em suas centenas de casas localizadas em diferentes partes do mundo. Atendem os enfermos em todos os continentes e com grandes e maravilhosos resultados, empregando sempre os métodos da bondade e da compreensão, em vez do rigor e da tortura.
ACI Digital

segunda-feira, 4 de março de 2019

Papa anuncia abertura dos arquivos do Pontificado de Pio XII

Papa Pio XII em visita aos lugares do bombardeio em Roma em 19 de julho de 1943
Papa Pio XII em visita aos lugares do bombardeio em Roma em 19 de julho de 1943
O Papa anunciou sua "decisão de abrir à consulta dos pesquisadores a documentação arquivística atinente ao Pontificado de Pio XII, até sua morte, ocorrida em Castel Gandolfo em 9 de outubro de 1958”, ao receber em audiência esta segunda-feira (04/03) os responsáveis e os funcionários do Arquivo Secreto Vaticano
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
“Decidi que a abertura dos Arquivos Vaticanos referentes ao Pontificado de Pio XII se dará em 2 de março de 2020, exatamente à distância de um ano do octogésimo aniversário da eleição de Eugenio Pacelli à Cátedra de Pedro.”
Foi o anúncio feito pelo Papa Francisco ao receber em audiência ao meio-dia desta segunda-feira (04/03) na Sala Clementina, no Vaticano, os responsáveis e os funcionários do Arquivo Secreto Vaticano, um grupo de 75 pessoas.
Dirigindo-se ao prefeito, vice-prefeito, arquivistas, assistentes e funcionários do Arquivo Secreto Vaticano situou o encontro por ocasião da alegre celebração, sábado passado, dos oitenta anos da eleição a Sumo Pontífice, em 2 de março de 1939, do Servo de Deus Pio XII.

Figura de Pio XII hoje oportunamente colocada na justa luz

A figura daquele Pontífice, que conduziu a Barca de Pedro num momento entre os mais tristes e sombrios do Séc. XX, agitado e em vários lugares dilacerado pelo último conflito mundial – disse o Santo Padre –, com o período consequente de reorganização das Nações e a reconstrução pós-bélica, esta figura foi questionada e estudada em vários seus aspectos, por vezes colocada em discussão e até mesmo criticada (se diria com alguns preconceitos ou exageros). Hoje essa figura é oportunamente reavaliada e, aliás, colocada na justa luz por suas poliédricas qualidades: sobretudo pastorais, mas também teológicas, ascéticas, diplomáticas, enfatizou.
Em seguida, Francisco ressaltou ao presentes que por desejo do Papa Bento XVI eles estão desde 2006 trabalhando num projeto comum de inventário e preparação da volumosa documentação produzida durante o Pontificado de Pio XII, a qual em parte seus veneráveis predecessores São Paulo VI e São João Paulo II já tornaram consultáveis.

Trabalho dos arquivistas no silêncio e distante dos clamores

Referindo-se à atividade desempenhada por todos eles, o Papa destacou que se trata de um trabalho que se realiza no silêncio e distante dos clamores, cultiva a memória, e num certo sentido, disse, “me parece que possa ser comparado à cultivação de uma árvore majestosa, cujos ramos estão voltados para o céu, mas cujas raízes estão solidamente fincadas na terra”.
“Se compararmos essa árvore à Igreja, vemos que ela está voltada para o Céu, onde se encontra a nossa pátria e o nosso último horizonte; as raízes, porém, fincam no terreno da própria Encarnação do Verbo, na história, no tempo”, disse ainda.
“Vocês, arquivistas, com sua paciente fadiga trabalham sobre essas raízes e contribuem para mantê-las vivas, de tal modo que também os ramos mais verdes e mais jovens da árvore possam ter boa seiva para seu crescimento no futuro”, acrescentou.

Arquivo completo do Pontificado de Pio XII

“Este constante e não leve esforço, de vocês e de seus colegas, me permite hoje, em recordação daquela significativa data, anunciar a minha decisão de abrir à consulta dos pesquisadores a documentação arquivística atinente ao Pontificado de Pio XII, até sua morte, ocorrida em Castel Gandolfo em 9 de outubro de 1958.”
Assumo essa decisão, continuou Francisco, “tendo ouvido o parecer de meus mais estreitos colaboradores, com ânimo sereno e confiante, certo de que a séria e objetiva pesquisa histórica saberá avaliar na justa luz, com crítica apropriada, momentos de exaltação daquele Pontífice e, sem dúvida, também momentos de graves dificuldades, de decisões difíceis, de humana e cristã prudência, que a alguém poderá parecer reticência, e que ao invés foram tentativas, humanamente também muito difíceis, para manter acesa, nos períodos mais sombrios e de crueldade, a chama das iniciativas humanitárias, da silenciosa, mas ativa diplomacia, da esperança em possíveis boas aberturas dos corações”.

Igreja não tem medo da história

“A Igreja não tem medo da história, aliás, a ama e quer amá-la mais e melhor, como Deus a ama! Portanto, com a mesma confiança de meus Predecessores, abro e confio aos pesquisadores esse patrimônio documentário.”
O Santo Padre concluiu encorajando os responsáveis e funcionários do Arquivo Secreto Vaticano, bem como os professores da Escola Vaticana de Paleografia, Diplomática e Arquivística, a prosseguir no trabalho de assistência aos pesquisadores – assistência científica e material – e também na publicação das fontes do Papa Pacelli que serão consideradas importantes, como já o estão fazendo há alguns anos.
Vatican News

CNBB lança Campanha da Fraternidade 2019 em Brasília (DF)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre oficialmente na quarta-feira de cinzas, 6/3, a Campanha da Fraternidade (CF) 2019 com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27). O lançamento acontecerá na sede provisória da entidade em Brasília (DF).
Nesta Campanha, a ser desenvolvida mais intensamente no período da Quaresma, a Igreja Católica buscará chamar a atenção dos cristãos para o tema das políticas públicas, ações e programas desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática direitos que são previstos na Constituição Federal e em outras leis. Além disso, a
Nesta CF 2019, a Igreja no Brasil pretende estimular a participação dos cristãos em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade.  O texto-base da campanha, que será distribuído aos jornalistas na abertura, descreve, entre outros tópicos, sobre o ciclo e etapas de uma política pública e faz a distinção entre as políticas de governo e as políticas de Estado, bem como apresenta os canais de participação social, como os conselhos previstos na Constituição Federal de 1988.
Todos os anos, a CNBB apresenta a CF como caminho de conversão quaresmal. É uma atividade ampla de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de temas específicos. Em 2019, a Conferência convida todos a percorrer o caminho da participação na formulação, avaliação e controle social das políticas públicas em todos os níveis como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao povo brasileiro.
CNBB

domingo, 3 de março de 2019

8º DOMINGO DO TEMPO COMUM: O HOMEM TIRA COISAS BOAS DO BOM TESOURO DO SEU CORAÇÃO

Reprodução | Internet
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo da lei escrita no coração. Uma das necessidades do ser humano é a convivência com os companheiros de sua caminhada. A vida em comum só é rica quando partilhada na sinceridade, e isto só acontece quando as pessoas descobrem a dimensão evangélica do relacionamento pessoal e também nas redes sociais, na qual descobre o valor de cada um. Então deixa de lado o egoísmo e o farisaísmo, a ganância e a capacidade de explorar, o roubo e a corrupção, trocando tudo isso pelo amor cristão ensinado por Cristo. Assim, as pessoas tornam-se solidárias e guias umas das outras.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos
Primeira leitura – Eclesiástico 27,5-8. O texto pertence a uma ampla seção, na qual é enfrentado com destaque o tema da avaliação/julgamento das pessoas em diversas situações. O texto adverte à verdade no julgar e oferece também as bases do julgamento. O autor acentua os perigos que ameaçam a integridade do ser humano e apresenta exemplos concretos para dar a entender a dimensão interior da pessoa. Pode que as aparências não revelam sempre, ou imediatamente tudo o que está dentro de nós.
Bem Sirá mostra o critério que fará sobressair o verdadeiro valor de uma pessoa é o modo de falar/raciocinar. Os exemplos que apresentados ajudam a esclarecer melhor o princípio proposto: o forno prova os vasos feitos pelo oleiro (cf. versículo 5) e os frutos revelam a qualidade do campo (cf. versículo 6); o exemplo é retomado por Jesus em Mateus 7,16-20 e Lucas 6,43-45. É preciso examinar a pessoa, avaliando as suas palavras, já que lãs demonstram o que se passa na sua mente. A palavra revela, com efeito, o íntimo do coração e o descobre naquilo mesmo que se pretende esconder (versículos 4-6). É próprio do sábio poder dominar a sua palavra para não se revelar porém quando o entender, e para deixar falar o interlocutor bastante tempo para poder julgar o seu coração, isto é, adverte que não se elogie ninguém antes de que ele fale (cf. versículo 7). A palavra é o espelho que manifesta a sabedoria e a riqueza do ser humano, ou então sua ignorância e miséria.
Segunda leitura – 1Coríntios 15,54-58. Paulo conclui o longo discurso sobre o mistério da ressurreição (cf.1Coríntios 15,1-58). Já reafirmou a historicidade da ressurreição de Cristo e esclareceu o “como” da ressurreição dos cristãos, sempre em relação a Cristo. O Apóstolo conclui com um hino triunfal a parte dogmática da Carta aos Coríntios. Paulo lança um grito jubiloso com a consciência do cristão que sabe ter sido vencido, para sempre, o mais infeliz dos inimigos. Com a ressurreição de Cristo, primogênito dentre os mortos, a morte foi derrotada, seu agulhão, isto é, seu ferrão foi quebrado.
Como os animais temem o ferrão do seu condutor, e as pessoas o ferrão do escorpião, a morte foi temida em todos os seus tempos e lugares da terra. Após a morte e ressurreição de Cristo, porém, a morte está potencialmente derrotada, mas de fato continua a atemorizar porque ainda não estamos na Eternidade.
Evangelho – Lucas 6,39-45. O texto deste VIII Domingo do Tempo Comum pertence ao amplo “Discurso da Planície” e os destinatários são ainda os Doze, os discípulos e as multidões (cf. Lucas 6,13.17.27). Do ponto de vista literário deparamo-nos com uma parábola rica em interrogações, nas quais a resposta já é bem evidente. Jesus coloca as perguntas porque quer provocar o consentimento, a adesão dos Seus ouvintes àquilo que vai dizendo. É o método chamado ad hominem que provoca o envolvimento positivo dos presentes nas perguntas urgentes do Divino Mestre.
Jesus, nesta parte do “Discurso da Planície”, envolve de um modo ainda mais direto os Seus ouvintes com uma parábola que contém uma série de quatro perguntas muito fortes: “Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? (versículo 39). Porque vês tu o cisco no olho do teu irmão e não percebes a trave que há no teu próprio olho? (versículo 41). Lucas insere aqui a parábola dos dois cegos que Mateus aplica aos fariseus (15,14), para adaptá-la desta vez aos discípulos.
As quatro imagens refletem sobre a realidade do olhar. Tratam-se de perguntas até exageradas. A relação irmão-trave, cisco-olho pretende remover um grande obstáculo: a hipocrisia que mora no coração humano! A palavra “hipocrisia” é central na argumentação de Jesus! (versículo 42).
O Divino Mestre põe às claras as raízes e as conseqüências da hipocrisia: é uma conduta que não exprime o pensar do coração. No exemplo sucessivo da árvore (cf. versículos 43-45), Jesus afirma que não se podem colher frutos bons ruim: os frutos do ser humano revelam a verdade do seu coração (bom ou mau) enquanto centro da pessoa.
Deve fazer com que todos nós possamos refletir também a afirmação: “O discípulo não é superior ao mestre” (versículo 40).
Este trecho pertence a um conjunto importante do plano doutrinal. Trata-se claramente de uma espécie de catecismo moral, redigido de modo especial para os convertidos do paganismo, mas baseando-se em frases de Jesus, reunidas em torno de certas palavras chaves (medida no versículo 38; olho no versículo 39 sobre o cego, e 41-42 sobre o cisco e a trave).
A parábola contém uma dupla aplicação: para guiar os outros, é preciso ser muito lúcido, antes de seguir um mestre qualquer é preciso também ser bastante clarividente, isto é, ter muita clareza.
Tornar-se guia é uma tarefa nada fácil e de alta responsabilidade. Com efeito, se o orientador for cego, coitado daquele que o segue: cairá também no mesmo erro. Aquele que pretende ser luz e caminho para os outros deve tomar o cuidado de estar muito bem preparado: isto não se improvisa. Nunca deve se colocar como pessoa perfeita que aponta os erros dos outros numa atitude condenatória. É uma gravíssima tarefa.
Pe. Bendito Mazeti / Diocese de São José do Rio Preto

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Antes de tecnologizar o homem, humanizar a técnica, diz Papa na Academia para a Vida

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 26-02-2019, Gaudium Press) Os participantes da assembleia plenária da Pontifícia Academia para a Vida, que está celebrando vinte e cinco anos de fundação, foram recebidos em audiência pelo Papa Francisco, na segunda-feira (25/02), na Sala Clementina, no Vaticano.
"Tecnologias emergentes e convergentes"
O Papa recordou aos presentes que, por ocasião da celebração do aniversário da Academia, enviou ao presidente do organismo vaticano, dom Vincenzo Paglia, no mês passado, a Carta Humana communitas que recorda explicitamente o tema das "tecnologias emergentes e convergentes":
"O que me motivou a escrever essa mensagem foi o desejo de agradecer todos os presidentes que assumiram a liderança da Academia e todos os membros pelo serviço competente e pelo compromisso generoso de tutelar e promover a vida humana nesses vinte e cinco anos de atividades. "
Unidade da família humana e seu futuro
"Conhecemos as dificuldades em que o nosso mundo se debate. O tecido das relações familiares e sociais parece se desgastar cada vez mais e se difunde a tendência do fechar-se em si mesmo e nos próprios interesses individuais, com graves consequências sobre a ‘grande e decisiva questão da unidade da família humana e seu futuro'", disse Francisco, citando um trecho da Carta Humana communitas, para, depois, destacar um paradoxo:
"Justamente quando a humanidade possui capacidades científicas e técnicas para alcançar um bem-estar equitativamente difundido, observamos uma intensificação de conflitos e um aumento das desigualdades", disse Francisco , acrescentando:
"O desenvolvimento tecnológico nos permitiu resolver problemas até poucos anos insuperáveis. O "poder fazer" pode obscurecer quem faz e para quem se faz. O sistema tecnocrático baseado no critério da eficiência não responde às questões mais profundas que o homem se faz. Se de um lado não é possível dispensar seus recursos, de outro ele impõe a sua lógica a quem o utiliza. "
"A evolução atual da capacidade técnica produz um encanto perigoso: em vez de entregar à vida humana os instrumentos que melhoram a sua cura, corre-se o risco de entregar a vida à lógica de mecanismos que decidem seu valor. Essa inversão está destinada a produzir resultados nefastos: a máquina não se limita a dirigir-se sozinha, mas acaba guiando o homem. A razão humana é assim reduzida a uma racionalidade alienada dos efeitos, que não pode ser considerada digna do homem."
Técnica, bioética, robótica
O Papa enfatizou "os sérios danos causados ao planeta, nossa casa comum, pelo uso indiscriminado de meios técnicos", destacando que "a bioética global é uma frente importante na qual trabalhar".
"Ela expressa a consciência da profunda incidência dos fatores ambientais e sociais sobre a saúde e a vida", sublinhou.
E, logo acrescentou: "A inteligência artificial, robótica e outras inovações tecnológicas devem ser usadas a fim de contribuir para o serviço da humanidade e para a proteção de nossa Casa comum, e não para o exato oposto, como infelizmente, preveem algumas estimativas. A dignidade inerente de todo ser humano deve estar firmemente colocada no centro de nossa reflexão e ação."
Um grande risco
O Pontífice destacou e enfatizou que "é real o risco de o homem ser tecnologizado, em vez de a técnica ser humanizada".
"São atribuídas às "máquinas inteligentes" capacidades que são propriamente humanas". "Nosso compromisso, intelectual e especialista, será um ponto de honra para nossa participação na aliança ética em favor da vida humana".
Francisco concluiu, incentivando a todos a "prosseguir no estudo e na pesquisa a fim de que a obra de promoção e defesa da vida seja cada vez mais eficaz e fecunda".
Não entregar a vida à lógica de mecanismos que decidem seu valor"é real o risco de o homem ser tecnologizado, em vez de a técnica ser humanizada". (JSG)

domingo, 24 de fevereiro de 2019

7º Domingo do Tempo Comum: Misericordiosos como o Pai

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
“Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”, lema do Jubileu da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco e concluído em 2016, continua a ecoar na vida da Igreja, especialmente na liturgia de hoje.
O Antigo Testamento já conhecia a exigência do amor ao próximo. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo!”, afirmava o Levítico (Lv 19,18). Na primeira leitura, com o Primeiro Livro de Samuel, recordamos o exemplo de Davi, que tendo ocasião de eliminar o inimigo que o perseguia, preserva-lhe a vida, rejeitando recorrer à violência. Contudo, Jesus vai muito além da compreensão que se tinha do amor ao próximo, incluindo o amor até ao inimigo. No Evangelho (Lc 6,27-38), Jesus nos mostra como amar o próximo, ampliando e tornando mais exigente o que até então se afirmava na Lei. O que diferencia a atitude dos seus discípulos da conduta dos que não o seguem?
Os discípulos de Jesus não devem amar apenas aqueles que os amam ou saudar apenas os próprios irmãos. Para amar como Jesus ama e como ele ensinou a amar, é preciso incluir no mandamento do amor ao próximo o que ele hoje nos diz: “amai os vossos inimigos”, amar não somente aqueles que nos amam, indicando-nos as atitudes a serem cultivadas diante deles: fazer o bem, rezar, não recorrer à violência, à vingança, não condenar, perdoar. Felizes aqueles que acreditam nesta Palavra de Jesus e se esforçam para vivê-la. Felizes são os misericordiosos, como o Pai celeste.
O “homem natural” ou “terrestre”, o velho homem, ao qual se refere São Paulo, recorrendo à figura de Adão, é chamado a uma vida inteiramente nova, a ser um novo homem, o “homem espiritual” ou “celeste”, à imagem de Cristo, graças à sua ressurreição (1Cor 15,45-49). A vivência e o testemunho do amor ao próximo, como Jesus nos ensinou, caracterizam a vida nova e o homem novo.
O Salmo que hoje rezamos também nos leva a voltar os olhos para o Pai misericordioso, proclamando que “o Senhor é bondoso e compassivo”. Podemos viver no amor misericordioso, graças à misericórdia do Pai, cujo amor é sem limites. Com o Salmo 102, nós louvamos a Deus reconhecendo que ele perdoa as nossas culpas, “cerca de carinho e compaixão”, “é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo”. Podemos amar até o inimigo, porque Deus nos ama e sustenta o nosso amor.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF