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sábado, 4 de abril de 2020

Tirando as medidas das relíquias da Verdadeira Cruz

Revista Católica
  • Autor: Thomas J. Craughwell
  • Fonte: National Catholic Register (https://www.ncregister.com/)
  • Tradução Livre: Carlos Martins Nabeto
Sempre que surge o assunto de falsas relíquias, podemos contar com alguém dizendo: “Existem fragmentos suficientes da Verdadeira Cruz para se reconstruir a Arca de Noé!” Quem quer que faça tal afirmação provavelmente não sabe que está ecoando o humanista holandês do século XVI Erasmo [de Roterdã], que numa sátira às peregrinações, escreveu:
  • “É o que dizem sobre a cruz de Nosso Senhor, que é mostrada pública e privadamente em tantos lugares que, se todos os fragmentos fossem reunidos, pareceriam formar uma carga compatível para um navio mercante”.
É claro que [esta afirmação] é um senhor “soco no estômago”, mas corresponderia à realidade? Parece ser uma pergunta difícil – se não impossível – de se responder, porém na última metade do século XIX, um estudioso francês independente chamado Charles Rohault de Fleury se encarregou de rastrear e medir todas as relíquias restantes da Verdadeira Cruz!
PESO E VOLUME
De Fleury, como quase todos os seus contemporâneos, acreditava que Jesus carregou a cruz inteira do palácio de Pôncio Pilatos até o alto do Calvário (no final do século XX, historiadores descobriram que os criminosos condenados à crucificação carregavam somente a viga horizontal, enquanto que a viga vertical já se encontrava erguida, aguardando no local da execução).
Para estimar o peso da Cruz que Jesus carregou, De Fleury recorreu a estudos de quanto peso os homens fortes, trabalhadores em profissões árduas, poderiam suportar: um carregador robusto, como vemos carregando pesadas bagagens em filmes antigos de safári, poderia carregar até 200 libras [=~91 kg] a uma distância de 5 quilômetros por cerca de 1 hora antes de precisar descansar; já um carpinteiro musculoso poderia carregar 220 libras [=~100 kg] de madeira no ombro a 60 metros antes de parar para relaxar e descansar. De Fleury calculou que a Cruz provavelmente pesava cerca de 220 libras, mas considerando que Jesus a arrastou ao invés de erguê-la e carregá-la, o peso para Nosso Senhor poderia ser da ordem de 55 libras [=~25 kg]. No entanto, por sua condição enfraquecida após a flagelação, ainda mesmo esse peso modesto era demais para Jesus e, assim, os guardas romanos obrigaram Simão de Cirene a ajudá-Lo a carregar a Cruz.
Após estimar o peso da Cruz, De Fleury calculou o tamanho, ou mais precisamente, o volume da cruz, que chegava a 10.900 polegadas cúbicas [=~27.686 cm. cúbicos]. Mas o volume total de todos os fragmentos que ele mediu chegou a apenas 240 polegadas cúbicas [=~610 cm. cúbicos]. O número o surpreendeu, então ele fez uma generosa concessão para considerar [possíveis] fragmentos que estavam em mãos de particulares ou que não tinham chegado ao seu conhecimento, bem como fragmentos que foram perdidos ao longo dos séculos ou destruídos em guerras ou durante o vandalismo ocorrido nos tempos da Reforma [Protestante]. Então ele multiplicou o resultado original por 10 e chegou a um novo valor: 2.400 polegadas cúbicas [=~6.096 cm. cúbicos], ou seja, nem mesmo 1/5 do tamanho estimado da Cruz na qual Cristo foi crucificado.
Em 1870, De Fleury publicou suas descobertas no livro “Mémoire sur les Instruments de la Passion”. De Fleury concluiu que se todas as relíquias sobreviventes da Verdadeira Cruz fossem de alguma forma remontadas, não haveria madeira suficiente para se crucificar um homem, muito menos construir a Arca de Noé. O autor católico inglês do século XX Evelyn Waugh, referindo-se às conclusões de De Fleury, pôde assim afirmar:
  • “Quanto ao volume, portanto, não há [qualquer] pressão sobre a credulidade dos fiéis”.
A DESCOBERTA DA CRUZ
O Bispo Eusébio de Cesareia (~260-341) nos conta que por volta do ano 327, Constantino, o primeiro imperador cristão de Roma, escreveu a São Macário, Bispo de Jerusalém, ordenando que ele demolisse o templo de Vênus, que fora erguido sobre o Calvário e o Santo Sepulcro, e ali construísse uma basílica às custas do próprio Constantino. Embora Eusébio mencione que Santa Helena, mãe de Constantino, se encontrava na Terra Santa nessa época, ele não diz que ela se envolveu no projeto de demolição e construção [dessa basílica], nem aponta que as escavações encontraram a Verdadeira Cruz no local.
No entanto, dentro dos 20 anos de construção da Igreja do Santo Sepulcro, o [novo] Bispo de Jerusalém da época, São Cirilo (~315-386), se referiu às relíquias da Verdadeira Cruz num sermão, dizendo:
  • “Desde então, o mundo inteiro foi preenchido com pedaços de madeira da Cruz”.
Arqueólogos descobriram em ruínas de igrejas do século IV na atual Argélia inscrições que declaram que essas igrejas possuíram anteriormente pequenas relíquias da Cruz. No fim desse mesmo século IV, escritores cristãos, incluindo Santo Ambrósio [de Milão], aceitavam que foi Helena quem encontrou a Verdadeira Cruz.
Segundo uma antiga tradição, sob o templo [pagão] romano, os escavadores encontraram 3 cruzes, mas nada permitia diferenciar a Cruz de Jesus das cruzes dos dois ladrões que foram crucificados com Ele. Helena levou então uma mulher doente até o local, para que esta pudesse tocar cada uma da cruz. Após tocar determinada cruz, a mulher doente foi instantaneamente curada, sinal este que foi tomado para saber em qual das cruzes Nosso Senhor havia morrido.
VENERAÇÃO DA CRUZ
Helena levou uma parte da Cruz para Roma, onde ela foi consagrada na Capela do seu palácio (atual Basílica da Santa Cruz de Jerusalém). O restante da Verdadeira Cruz permaneceu em Jerusalém, numa Capela anexa à Igreja do Santo Sepulcro.
Por volta do ano 381, Egéria, uma freira da Espanha ou do sul da França, fez uma peregrinação à Terra Santa. Numa longa carta para a sua comunidade religiosa, ela descreveu suas experiências: na manhã da Sexta-Feira Santa, ela se uniu a uma grande congregação na Capela da Santa Cruz. Após o Bispo de Jerusalém ter entrado no santuário e se sentado, os Diáconos carregaram uma grande caixa de prata e a colocaram sobre uma mesa coberta com um pano de linho. Ela então escreveu:
  • “A grande caixa é aberta e (a madeira da Cruz) é retirada, e tanto a madeira da Cruz quanto o título (=a inscrição que Pilatos mandou pregar acima da cabeça de Cristo) são colocados sobre a mesa. Então, quando colocados sobre a mesa, o Bispo, sentado, segura firmemente as extremidades da Madeira Sagrada nas mãos, enquanto os Diáconos ao redor a vigiam. É vigiado assim porque o costume é que as pessoas, fiéis e catecúmenos, venham uma a uma e, curvando-se à mesa, beijem a Madeira Sagrada e avancem. E porque – não sei quando – foi dito que alguém cortou e roubou uma parte da Madeira Sagrada, ela é agora vigiada pelos Diáconos que estão próximos, para que ninguém que se aproxime se atreva a fazê-lo novamente. E todas as pessoas passam uma a uma, todas se curvando, tocam a cruz e o título, primeiro com a testa e depois com os olhos; então elas beijam a cruz e avançam, mas ninguém coloca a mão sobre ela, para tocá-la”.
Com efeito, já nos dias de Egéria uma relíquia da Verdadeira Cruz era objeto cobiçado pelos cristãos, mas levaria anos para se chegar a uma série de relíquias falsas, algumas delas resultantes de fraudes deliberadas, outras de ilusões de boa-fé. Hoje é praticamente impossível distinguir quais relíquias da Cruz são genuínas, embora as relíquias exibidas na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém e na Basílica da “Santa Cruz de Jerusalém” em Roma sejam provavelmente autênticas.

#RezemosJuntos na Semana Santa

Sexta-feira da Paixão na Basílica de São Pedro, em 19/04/2019
Sexta-feira da Paixão na Basílica de São Pedro, em 19/04/2019  (ANSA)


Com o surgimento desta situação extraordinária e devido à propagação da pandemia do COVID-19, e levando em consideração as disposições da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos com um Decreto de 25 de março de 2020, tornou-se necessária uma atualização em relação às celebrações litúrgicas presididas pelo Papa Francisco na Semana Santa.

Na sexta-feira, 27 de março, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, monsenhor Guido Marini, divulgou o calendário das celebrações a serem presididas pelo Santo Padre na Semana Santa, que devido à pandemia do coronavírus, serão realizadas sem a presença de fiéis.

O Vatican News transmitirá todas as celebrações, com comentários em português, nos seguintes dias e horários: (o horário indicado refere-se ao horário de Roma:  - 2 Angola; - 5 Brasil; - 3 Cabo Verde; - 2 Guiné Bissau; +6 Macau; Moçambique mesmo horário da Itália; - 1 Portugal; - 2 São Tomé e Príncipe; +7 Timor Leste)

5 de abril de 2020 - Domingo de Ramos e a Paixão do Senhor (horário de Roma)
11h: Celebração da entrada do Senhor em Jerusalém e Santa Missa

9 de abril de 2020 -  Quinta-feira Santa
18h: Santa Missa na Ceia do Senhor

10 de abril de 2020 - Sexta-feira Santa
18h: Celebração da Paixão do Senhor
21h: Via Sacra (no sagrado da Basílica de São Pedro)

11 de abril de 2020 - Sábado Santo
21h: Vigília Pascal na noite santa

12 de abril de 2020 -  Domingo de Páscoa - Ressurreição do Senhor
11h: Santa Missa do dia

No final da Santa Missa, o Santo Padre concederá a bênção "Urbi et Orbi".


Vatican News

sexta-feira, 3 de abril de 2020

"A rua não é lugar para morar, muito menos para morrer"

Francisco rezou mais uma vez pelos moradores de rua neste tempo de pandemia, citando uma foto vista num jornal. A imagem à qual o Papa se referiu na missa desta quinta-feira é de Las Vegas, nos Estados Unidos. Um abrigo para moradores de rua foi temporariamente transferido para um estacionamento descoberto após ser fechado por conta de um caso positivo do Covid-19.


Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano

"Num jornal, hoje, há uma foto que toca o coração: muitos sem-teto de uma cidade deitados num estacionamento, sob observação... Peçamos a Santa Teresa de Calcutá que desperte em nós o sentido da proximidade."

Palavras do Papa Francisco ao introduzir, na manhã de quinta-feira (02/04), a missa na capela da Casa Santa Marta. Francisco dirigiu seu pensamento àqueles que estão pagando as consequências da pandemia do coronavírus, em particular aqueles que não têm uma casa.
  
As imagens às quais o Papa se referiu são de Las Vegas, nos Estados Unidos. Um abrigo para moradores de rua foi temporariamente transferido para um estacionamento descoberto após ser fechado por conta de um caso positivo do Covid-19.

O fechamento do Catholic Charities of Southern Nevada deixou 500 pessoas sem lugar para dormir, forçando as autoridades da cidade a liberar o estacionamento de um centro de convenções.

As imagens mostram os desabrigados deitados no asfalto demarcado com tinta branca em áreas que supostamente atendem às regras do distanciamento social para impedir a propagação do novo coronavírus.

Eles permanecerão ali até 3 de abril, quando a Catholic Charities deve reabrir.

"A rua não é um lugar para morar, muito menos para morrer"

As fotos de Las Vegas evidenciam o dilema que inúmeras cidades estão enfrentando para atender os sem-teto. O mesmo acontece na cidade de São Paulo, onde, segundo o último censo, existem mais de 25 mil pessoas vivendo nas ruas, das quais mais de 12 mil estão sem abrigo.

O verbita Padre Arlindo Pereira Dias afirma são necessárias políticas públicas emergenciais urgentes para atender essas pessoas, que serão, segundo ele, as mais afetadas pela pandemia. O sacerdote afirma que comunidades, grupos e movimentos já se mobilizaram, com inúmeras ações de solidariedade, entre eles o Vicariato da Pastoral para o Povo da Rua, o Arsenal da Esperança e os franciscanos no Largo São Francisco.  "Trata-se de viver a Campanha da Fraternidade em tempo de coronavírus", afirma o verbita.

Vatican News

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Presidente da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB esclarece sobre confusões em relação à fé que circulam nas redes sociais a respeito da Covid-19

Dom Cipollini
Na última sexta-feira, 27 de março, pela primeira vez, o mundo se uniu em oração ao Papa Francisco para acompanhar, direto da Praça São Pedro vazia, a bênção extraordinária Urbi et Orbi – que geralmente é feita apenas no Natal e na Páscoa. O momento de oração foi um pedido pelo fim da pandemia do novo coronavírus. Além disso, Francisco concedeu indulgência plenária – que é o perdão do mal causado como consequência do pecado – aos fiéis.
Desde o início da pandemia no Brasil, inúmeros momentos de oração, reflexão e pregação têm tomado conta das redes sociais. Muitos deles sem fundamento algum na Doutrina Católica, que é constituída pelo conjunto de dogmas, verdades de fé, ensinamentos, preceitos e leis que formam o magistério da Igreja Católica Apostólica Romana.
O professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Fernando Altemeyer Júnior, escreveu recentemente sobre amuletos e proteção. “Deus não escolhe uns e mata outros de forma sádica ou como algo inevitável da roda cíclica da morte”, disse.
Em um trecho do texto, o professor destaca que “essa maneira de ver a religião como amuleto da sorte, ou posse de objetos sagrados que me salvassem do mal que todos estamos submetidos é tremendamente defeituosa e caricata. Falsifica Deus e o faz ser um agente do mal”.
Ainda segundo o texto, o teólogo afirma que a oração não é vacina nem é antídoto. “Se fosse assim a dezena de padres mortos em Bolonha estaria viva! Fé é a força da esperança de quem crê e confia sem resultados aparentes. Pessoas de fé também morrem e às vezes mais que os incrédulos. Fé não salva uns e mata outros, protegendo uns e discriminando outros. Se fosse assim estaríamos dizendo que Deus detesta Itália e ama o Brasil”.

O professor Altemeyer destaca no texto que “Deus nos ama por igual, todos e cada um, crente ou ateu, mesmo se não rezássemos nem um pai-nosso. Deus que é Pai perdoa antes que abramos a nossa boca. Atenção para esse tipo de religião mágica de barganha e privilégios”.

Em uma rápida busca pela internet é possível ver que as pessoas têm escrito e compartilhado “explicações” sobre os desígnios de Deus a respeito da pandemia do coronavírus. Diante disso, o portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conversou com o bispo de Santo André e presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB, dom Pedro Carlos Cipollini, que destacou que esta visão de que Deus castiga e pune não está de acordo com a revelação que Jesus nos fez do Pai que não quer a morte do pecador, mas que ele se converta de vida.
Leia a aqui entrevista completa:
Deus quem manda o vírus para converter o povo?
Não é Deus que manda. Esta visão de que Deus castiga e pune não é de acordo com a revelação que Jesus nos fez do Pai que não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva. Jesus disse ainda: quero misericórdia e não sacrifício.
Deus não manda, mas permite com um objetivo maior?
Deus permite? Sim Deus permite as consequências das ações do próprio homem que hoje por exemplo está de certa forma destruindo a natureza, a terra, nossa casa comum. Isto porque Deus é Pai, mas não paternalista, ele permite que soframos as consequências de nossas escolhas.
A fé pode ser uma armadura e evitar as infecções?
A fé é sempre uma armadura do espírito para, mais que evitar, vencer o mal em todas as suas manifestações. Porém, a cura pode ser fruto da própria ação inteligente do homem que consegue descobrir os remédios necessários. Agora algumas curas são especiais e fruto da intervenção direta de Deus sem explicações científicas.
Somente os não pecadores e convertidos serão salvos?
Esta pergunta sobre quem será salvo está lá no Evangelho de Marcos (cap. 16,16) “quem crer será salvo” . Consideremos que este ato misterioso de crer pode vir até em um último momento como veio para o bom ladrão. Serão salvos os pecadores que reconhecem seu pecado e os que estão no caminho da conversão. Deus quer que todos se salvem e nenhum se perca.
Como podemos enxergar coerentemente aos olhos da fé tudo que está acontecendo?
Aos olhos da fé devemos ver a ação de Deus em tudo. Ele está presente em tudo o que acontece mesmo que seja algo que aparentemente seja absurdo como a morte de um inocente na cruz (Jesus). A fé nos ensina além disso que tudo concorre para o bem dos que creem e amam a Deus. Pois Deus sabe tirar o bem de situações que são ruins como a morte na cruz. Foi passando pela cruz que Jesus ressuscitou. Morrendo destruiu a morte. A fé aponta para o mistério pascal que está impresso em todas as realidades e também nessa de pandemia. É um momento de sofrimento, mas Deus fará surgir uma luz. A vida tem a última palavra, Deus tem a última palavra, esta é a visão da fé.

CNBB

São Francisco de Paula

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Abr. 20 / 06:00 am (ACI).- São Francisco de Paula foi um homem que amava a solidão, por isso, viveu praticamente toda a sua vida em penitência e oração. Teve muitos seguidores e fundou uma congregação de vida eremita de nome Ordem dos Mínimos, aprovada pela Santa Sé em 1506.

Francisco nasceu em Paula (Itália), em 1416. Quando era criança, sofreu uma grave doença nos olhos, por isso, seus pais pediram a intercessão de São Francisco de Assis e fizeram uma promessa de que seu filho passaria um ano inteiro em um dos conventos de sua ordem se ficasse curado.
O menino ficou curado imediatamente e, desde então, começou a mostrar sinais de uma extraordinária santidade. Aos 13 anos, ingressou em um convento franciscano para cumprir a promessa de seus pais. Nesse lugar, cresceram seu amor pela oração e pela mortificação, sua profunda humildade e sua pronta obediência.
Aos 14 anos, peregrinou a Assis, onde recebeu a inspiração de se tornar eremita. Ao regressar a Paula, decidiu iniciar sua vida de retiro em uma caverna à beira do mar e, logo, seriam muitas as pessoas que se uniriam a ele. Desde então, o Espírito Santo lhe concedeu o dom da profecia, de fazer milagres e curas.
Em 1474, o Papa Sisto IV lhe deu permissão para escrever uma regra para sua comunidade e de assumir o título de Eremitas de São Francisco: esta regra foi formalmente aprovada pelo Papa Alexandre VI, o qual, posteriormente, lhes mudou o nome para o de Mínimos, “os mais humildes de todos os religiosos”.
A regra definitiva foi aprovada em 1506 pelo Papa Júlio II, que também aprovou uma regra para as monjas da ordem.
Por muito anos, este santo percorreu cidades e povoados levando o evangelho. Em 1482, o Papa Sisto IV decidiu enviar Francisco como legado ante o rei da França Luís XI, a quem conseguiu converter pouco antes de sua morte. Este ficou tão agradecido que nomeou Francisco de Paula como diretor espiritual de seu filho, o futuro Carlos VIII, rei da França.
São Francisco de Paula faleceu em 2 de abril de 1507. Doze anos depois de sua morte, foi proclamado santo pelo Sumo Pontífice Leão X, em 1519. Sua festa é celebrada na Igreja universal em 2 de abril.
ACI Digital

São João Paulo II


REDAÇÃO CENTRAL, 02 Abr. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 2 de abril recorda-se os 15 anos de falecimento de São João Paulo II, o Papa polonês que esteve à frente da Igreja Católica por 26 anos e 5 meses. É lembrado como o “Papa peregrino”, foi um grande defensor das famílias e amado pelos jovens.

São João Paulo II faleceu no dia 2 de abril de 2005, às 21h37, na noite anterior ao Domingo da Misericórdia, que ele mesmo instituiu e da qual foi muito devoto.
Poucos minutos após o falecimento, Dom Leonardo Sandri, que na época era o Substituto da Secretaria de Estado da Santa Sé, anunciou a notícia para as milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro e ao resto do mundo, que acompanhava as últimas horas do Pontífice através dos meios de comunicação.
Desde aquela noite até o dia 8 de abril, dia em que foram celebradas as exéquias do falecido Pontífice, mais de três milhões de peregrinos homenagearam o Papa polonês, permanecendo inclusive 24 horas na fila para poder entrar na Basílica de São Pedro.
Em 28 de abril, Bento XVI dispensou o tempo de cinco anos de espera após a morte para iniciar a causa de beatificação e canonização de João Paulo II. A causa foi aberta oficialmente pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário Geral para a Diocese de Roma, em 28 de junho de 2005.
Bento XVI o beatificou em 1º de maio de 2011 e ele foi canonizado pelo Papa Francisco em 27 de abril de 2014, junto com São João XXIII.
São João Paulo II liderou o terceiro pontificado mais longo nos mais de 2.000 anos de história da Igreja, realizando 104 viagens apostólicas fora da Itália e 146 nesse país.
Promoveu as Jornadas Mundiais da Juventude, nas quais se reuniu com milhões de jovens de todo o mundo, e inaugurou os Encontros Mundiais das Famílias.
ACI Digital
PERFIL BIOGRÁFICO DE
JOÃO PAULO II(1920-2005)

Karol Wojtyła nasceu a 18 de Maio de 1920 em Wadowice, na Polônia meridional, onde viveu até 1938, quando se inscreveu na faculdade de filosofia da Universidade Jagelônica e se transferiu para Cracóvia. No Outono de 1940 trabalhou como operário nas minas de pedra e depois numa fábrica química. Em Outubro de 1942 entrou no seminário clandestino de Cracóvia e a 1 de Novembro de 1946 foi ordenado sacerdote.
A 4 de Julho de 1958, Pio XII nomeou-o bispo auxiliar de Cracóvia. Recebeu a ordenação episcopal a 28 de Setembro seguinte. Como lema episcopal escolheu a expressão mariana Totus tuus de são Luís Maria Grignion de Montfort.
Primeiro como auxiliar e depois, a partir de 13 de Janeiro de 1964, como arcebispo de Cracóvia, participou em todas as sessões do concílio Vaticano II. A 26 de Junho de 1967 foi criado cardeal por Paulo VI.
Em 1978 participou no conclave convocado depois da morte de Montini e no sucessivo após o inesperado falecimento de Luciani. Na tarde de 16 de Outubro, depois de oito escrutínios, foi eleito Papa. Primeiro Pontífice eslavo da história e primeiro não italiano depois de quase meio milênio, desde o tempo de Adriano VI (1522-1523).
Personalidade poliédrica e carismática, afirmou-se imediatamente pela grande capacidade comunicativa e pelo estilo pastoral fora dos esquemas. A têmpera e o vigor de uma idade relativamente jovem permitiu que empreendesse uma atividade intensíssima, ritmada sobretudo pelo multiplicar-se das visitas e das viagens: no total foram 104 internacionais e 146 na Itália, com 129 países visitados nos cinco continentes.
Desde o início trabalhou para dar voz à chamada Igreja do silêncio. A insistência sobre os temas dos direitos do homem e da liberdade religiosa tornou-se assim uma constante do seu magistério. Tanto que hoje é largamente reconhecido o contributo relevante da sua ação para as vicissitudes que determinaram a queda do muro de Berlim em 1989 e o sucessivo colapso dos regimes filo-soviéticos. Neste contexto provavelmente insere-se o gravíssimo episódio do atentado do qual foi vítima a 13 de Maio de 1981 por obra do turco Ali Agca.
Ao lado da polémica anticomunista, desenvolveu-se também uma leitura crítica do capitalismo, submetido a uma análise crítica em três das suas 14 encíclicas: a Laborem exercens (1981), a Sollicitudo rei socialis (1987) e a Centesimus annus (1991). Também foi assídua a sua actividade a favor da paz, que se entrelaça com a busca do diálogo com as grandes religiões — em particular com o judaísmo e com o islão — e com o novo impulso impresso no caminho ecumênico.
Em 1983 promulgou o novo Codex iuris canonici e depois providenciou à reforma da Cúria romana com a constituição apostólica Pastor bonus de 1988. Favoreceu também a dimensão da colegialidade episcopal no governo da Igreja, sobretudo através da convocação de quinze sínodos dos bispos. Entre os números de um pontificado bastante longo — em segundo lugar por duração só ao de Pio IX (1846-1878) — podem ser mencionadas também as frequentes cerimônias de beatificação e canonização, durante as quais foram proclamados 1.338 beatos e 482 santos.
Com o passar dos anos a atenção do Pontífice focalizou-se sobretudo na celebração do grande jubileu do ano 2000. O evento assumiu um significado altamente simbólico no âmbito da sua missão pastoral e teve uma forte importância penitencial, expressa de modo emblemático no dia do perdão (12 de Março).
O encerramento do jubileu abriu a fase conclusiva do pontificado, marcada sobretudo pelo progressivo agravamento das condições de saúde do Papa, que depois de uma longa e angustiante agonia morreu na noite de 2 de Abril de 2005.
Após 26 dias do seu falecimento, Bento XVI concedeu a dispensa dos cinco anos de expectativa prescritos permitindo o início da causa de canonização. E o mesmo Papa o proclamou beato a 1 de Maio de 2011.

Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 18 de 3 de maio de 2014

quarta-feira, 1 de abril de 2020

O Santíssimo Sacramento: Jesus Cristo

Canção Nova
  • Autor: Anônimo
  • Fonte: A Catholic Response Inc. (http://users.binary.net/polycarp)
  • Tradução: Carlos Martins Nabeto
– “O cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? O pão que partimos, não é a comunhão do Corpo de Cristo?” (1Coríntios 10,16)
* * *
Como cristãos, somos salvos (isto é, preparados para o Céu) pela fé através da graça – o dom gratuito da vida de Deus conquistado por Jesus Cristo no madeiro da cruz (cf. Efésios 2,8-10; Atos 15,11). Recebemos essa graça salvadora na fé através dos Sacramentos, sinais externos e sensíveis instituídos por Cristo através dos quais a graça interior é dada às nossas almas. Por exemplo, durante o batismo (cf. Mateus 28,19), somos exteriormente lavados com água, mas interiormente recebemos a graça santificadora que nos reconcilia com Deus (cf. 1Coríntios 6,11; 1Pedro 3,21; Atos 2,38). Segundo a Igreja Católica, existem 7 Sacramentos: Batismo (cf. Marcos 16,16), Reconciliação (cf. João 20,21-23), Confirmação (cf. Atos 8,14-17), Eucaristia (cf. 1Coríntios 10,16), Sagrado Matrimônio (cf. Efésios 5,22-32), Ordens Sagradas (cf. Atos 6,5-6) e Unção dos Enfermos (cf. Marcos 6,13; Tiago 5,14-15).
A Eucaristia é um Sacramento já que foi instituído por Cristo nos Evangelhos (cf. Mateus 26; Marcos 14Lucas 22João 6). Seus sinais exteriores são o pão de trigo e o vinho de uva, sobre os quais as palavras de consagração “Isto é o meu corpo… Isto é o meu sangue…” são ditas pelo padre como representante de Cristo. A graça interior é o próprio Cristo, o Autor de toda graça: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele” (João 6,56). A Igreja Católica ensina que a Eucaristia, apesar de ainda parecer ser pão e vinho após a consagração, é verdadeiramente a Presença Real de Cristo: Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade (cf. Concílio de Trento, 13ª Sessão).
Antes de irmos para os Evangelhos, vamos considerar algumas prefigurações do Antigo Testamento ou tipos de Eucaristia. O primeiro prenúncio é o pão e o vinho oferecidos pelo sacerdote Melquisedec, em Gênesis 14,18-20. Melquisedeque trouxe pão e vinho, não para almoçar com Abrão, mas para sacrificá-los a Deus por Abrão. Depois Abrão lhe ofereceu um dízimo (cf. Gênesis 14,20). Em Hebreus 5,10, São Paulo escreve que Deus designou Cristo como Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedec.
Um segundo tipo é o Maná, o pão do céu, que alimentou os israelitas durante o êxodo (Êxodo 16,14-15). Jesus, em João 6,31-33, se compara a este Maná.
Um terceiro tipo é o cordeiro pascal. O cordeiro pascal deveria ser sacrificado a Deus; sua carne tinha que ser inteiramente consumida (cf. Êxodo 12,8) e esse costume devia ser praticado por todas as gerações. No Novo Testamento, Cristo é chamado “nosso Cordeiro Pascal” (cf. 1Coríntios 5,7). Em Apocalipse 5,6, Jesus é referido como “um Cordeiro de pé, como se tivesse sido morto”. Para os católicos, esses tipos são cumpridos na Eucaristia.
Um texto forte do Evangelho para a Presença Real de Cristo na Eucaristia é o de João 6,31-71. Nesta passagem, Jesus disse: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu” (João 6,51). Jesus disse ainda:
  • “Em verdade, em verdade vos digo: (…) quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia” (João 6,53-54).
Nos versículos 52-59, Jesus repetiu esse ensinamento de quatro maneiras diferentes, enquanto Sua platéia ficou transtornada. Muitos dos seus discípulos reclamaram: “Este é um ensino difícil; quem pode ouvi-lo?” (João 6,60) e O abandonaram (cf. João 6,66). Mesmo com a multidão indignada e seus discípulos abandonando-O, Jesus não mudou os seus ensinamentos, nem disse que estava apenas falando figurativamente ou em parábola. Sua resposta aos Apóstolos foi: “Também quereis ir embora?” (João 6,67), ao que São Pedro respondeu: “Senhor, a quem iremos? Tu tem palavras de vida eterna; e cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus” (João 6,68-69).
Alguns cristãos afirmam que Jesus, no capítulo 6 do Evangelho de João, estava falando em sentido figurado já que Ele comumente falava em parábolas enquanto pregava para as multidões. No entanto, esse não parece ser o caso aqui: seus ouvintes interpretaram literalmente e ficaram irados. Em nenhum lugar nos Evangelhos as multidões ficam iradas quando Cristo ensina em parábolas. Além disso, após João 6,60, Jesus não estava mais se dirigindo à multidão, mas em particular aos Seus discípulos (cf. Marcos 4,34). Ainda assim, eles O interpretaram como antes [isto é, literalmente] e muitos O abandonaram. Essa reação teria sido bem inadequada se Cristo estivesse falando apenas em parábolas.
Cristo instituiu a Eucaristia durante a última ceia (cf. Mateus 26,26-29; Marcos 14,22-25; Lucas 22,14-20). São Paulo, em sua Carta aos Coríntios, também escreveu sobre a Última Ceia:
  • “O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, pegou o pão, deu graças, fracionou-o e disse: “Isto é o Meu corpo, para vós. Fazei isso em memória de Mim” (1Coríntios 11,23-24; v.tb.: 1Coríntios 10,16, em epígrafe).
Observe-se que nas quatro versões da Última Ceia, Jesus diz: “Isto é o Meu corpo” e não “Isto representa (ou simboliza) o Meu corpo”. Alguns versículos depois, São Paulo também acrescentou:
  • “Portanto, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será culpado de profanar o corpo e o sangue do Senhor. Examine, pois, cada um a si próprio e dessa maneira coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem ter discernimento do corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por essa razão, há entre vós muitos fracos e doentes, e alguns já morreram” (1Coríntios 11,27-30).
Essas palavras seriam muito fortes se a Eucaristia fosse simplesmente um símbolo de Cristo ou uma mera refeição com pão e vinho comuns. As pessoas não têm como profanar o Corpo de Cristo comendo pão e vinho comuns.
Os primeiros cristãos também possuíam um entendimento católico acerca da Eucaristia. Na Didaqué, um catecismo do século I, os Apóstolos escreveram:
  • “Reúnam-se no dia do Senhor, fracionem o pão e ofereçam a Eucaristia; mas primeiramente, confessem as suas faltas, para que o vosso sacrifício seja puro” (Didaqué 14,1; cf. “Primeiros Escritos Cristãos”, Penguin Classics, 1987, p. 197).
Este é o mesmo conselho dado por São Paulo. Confessar os pecados em preparação não seria necessário se a Eucaristia não fosse um sacrifício ou se fosse apenas um símbolo de Cristo. Em uma carta escrita por volta do ano 110 d.C., Santo Inácio de Antioquia advertiu os esmirnenses acerca dos docetas (hereges gnósticos):
  • “Eles (os docetas) não se importam com o amor, nem pensam na viúva e no órfão, nem nos aflitos, nos cativos, nos famintos ou nos sedentos. Eles até se ausentam da Eucaristia e das orações públicas, porque não admitem que a Eucaristia seja o próprio Corpo de nosso Salvador Jesus Cristo, que sofreu por nossos pecados” (Epístola aos Esmirnenses 6-7; Ibid., p. 102).
São João Crisóstomo, no século IV, durante um sermão, disse o seguinte sobre a Eucaristia:
  • “Quantos de vós dizeis: ‘Gostaria de ver a face Dele, Suas vestes, Suas sandálias’? Vós O vedes; vós O tocais; vós O comeis. Ele Se entrega a vós, não apenas para que possais vê-Lo, mas também para vos servir de comida e alimento” (citado por John Laux, “Mass and the Sacraments”, TAN, 1990, p. 43).
São Justino Mártir, no século II, bem como Santo Ambrósio e Santo Agostinho, no século IV, entre muitos outros, testemunharam a Presença Real de Cristo na Eucaristia.
A Eucaristia, também conhecida como “Santíssimo Sacramento”, é o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo. Quando recebemos ou adoramos a Eucaristia na Missa ou na Hora Santa, na verdade estamos recebendo e adorando o próprio Jesus Cristo. Jesus prometeu estar conosco até o fim dos tempos (cf. Mateus 28,20), e a Sua promessa é especialmente cumprida na Eucaristia. Que o Senhor nos ajude a realizarmos melhor o Seu dom verdadeiramente tremendo para nós.
Veritatis Splendor
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Francisco: na provação, não estamos sozinhos, confiemo-nos a Cristo

Papa Francisco durante a Audiência Geral
Papa Francisco durante a Audiência Geral  (Vatican Media)
Em suas saudações na Audiência Geral, o Papa Francisco recorda que Jesus é um amigo fiel, que nos acompanha e nunca decepciona, e que em sua cruz encontramos “apoio e consolo no meio das tribulações da vida”. Portanto, nos convida a confiar na intercessão de São João Paulo II nas vésperas do 15º aniversário de sua morte.

Alessandro Di Bussolo/Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano

Jesus é o amigo fiel “que enche a nossa vida de felicidade, mesmo em tempos difíceis”, que “nos acompanha e nunca decepciona”. Nele e com ele não estamos sozinhos e na sua cruz, os nossos corações encontram “apoio e conforto no meio das tribulações da vida”. Assim, o Papa Francisco saúda os fiéis em várias línguas, conectados através dos meios de comunicação com a Biblioteca Apostólica Vaticana, no final da catequese da Audiência Geral desta quarta-feira (01/04).
Saudação em língua portuguesa
Eis a íntegra da saudação em língua portuguesa.
Amados ouvintes de língua portuguesa, a todos saúdo e convido a viver com a Igreja inteira, em pensamento e de coração, a próxima Semana Santa, que coloca diante dos nossos olhos a Cruz onde Jesus assumiu e suportou toda a tragédia da humanidade. Não podemos esquecer as tragédias dos nossos dias, porque a Paixão do Senhor continua no sofrimento dos homens. Que os vossos corações encontrem, na Cruz de Cristo, apoio e conforto no meio das tribulações da vida; abraçando a Cruz como Ele, com humildade, confiança e abandono filial à vontade de Deus, tereis parte na glória da Ressurreição.

O homem, com medo, confia-se à Misericórdia Divina
Aos poloneses, o Papa recorda que o homem de hoje vê “os sinais da morte” presentes na civilização e “vive cada vez mais com medo, ameaçado no núcleo de sua existência”. Nestes dias difíceis, “os seus pensamentos corram para Cristo: saibam que vocês não estão sozinhos. Ele os acompanha e nunca decepciona”. Confiem na Sua “Misericórdia Divina e na intercessão de São João Paulo II nas vésperas do 15º aniversário de sua morte”, que recordaremos nesta quinta-feira, 2 de abril.

Nos eventos da vida, descubra a Providência do Senhor
Aos alemães, o Papa Francisco recorda que, ao contemplar “a face do Senhor crucificado e morto por nós”, neste período de provação, podemos reconhecer “em sua cruz a fonte da verdadeira esperança e alegria, através da qual Ele venceu todo o mal”.
Aos ouvintes de língua espanhola, sua língua nativa, o Papa pede para descobrir a Providência do Senhor “nos acontecimentos da vida cotidiana”. E nos convida a lembrar, nesses momentos de provação e escuridão, “todos os nossos irmãos e irmãs que sofrem, e aqueles que os ajudam e acompanham com amor e generosidade”.

Obrigado, jovens milaneses, não percam a esperança em Jesus
Por fim, entre os fiéis de língua italiana, Francisco saúda em particular “os grupos que tinham feito reservas para estarem presentes hoje” na Audiência Geral, dentre eles “os jovens da profissão de fé da Diocese de Milão”. “Queridos jovens, mesmo que sua peregrinação a Roma seja apenas virtual, quase sinto a sua presença alegre e barulhenta, concretizada também nas muitas mensagens que vocês me enviaram”. O Papa agradece e encoraja os jovens milaneses a “viverem sempre a fé com entusiasmo e a não perder a esperança em Jesus, amigo fiel que enche a nossa vida de felicidade, mesmo nos momentos difíceis”. Que esses últimos dias da Quaresma possam favorecer “uma preparação adequada da celebração da Páscoa, levando cada pessoa a uma proximidade maior a Cristo”.

Vatican News

São Hugo de Grenoble, Bispo e grande orador

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Abr. 20 / 05:00 am (ACI).- São Hugo foi Bispo de Grenoble (França) entre 1080 e 1132 e sua eleição se deu quando nem era sacerdote.

Em Grenoble, permaneceu como Bispo durante 50 anos, apesar de ter apresentado sua renúncia em cinco oportunidades ante cinco Pontífices diferentes. Também contribuiu para a fundação da Ordem dos Cartuxos.
O santo nasceu na França em 1052 e seu nome significa “o inteligente”. Foi nomeado cônego na cidade de Valence e, aos 28 anos já estava instruído em ciências eclesiásticas. Era tão bom que seu bispo lhe pediu que o acompanhasse ao Concílio de Avignon de 1080.
Os bispos lhe propuseram que se fosse ordenado sacerdote para se encarregar da Diocese de Grenoble, mas Hugo se opunha, porque era muito tímido e se achava indigno.
O Delegado do Sumo Pontífice conseguiu convencê-lo e lhe conferiu a ordenação sacerdotal. Em seguido, foi levado a Roma para que o Papa Gregório VII o ordenasse Bispo.
Ao chegar a Grenoble, viu que a situação de sua diocese era desastrosa e, por isso, encarregou-se de introduzir a reforma gregoriana. Combateu uma séria de abusos como os cargos eclesiásticos conseguidos com dinheiro (simonia); não cumprimento do celibato pelos sacerdotes; leigos apoderados de bens da Igreja; dívidas com empregados da Igreja; e um povo que não recebia instrução em religião.
Por vários anos, dedicou-se a combater corajosamente todos esses abusos dedicando longas horas à oração e à meditação. Do mesmo modo, recorria sua diocese de paróquia em paróquia corrigindo erros e ensinando como fazer o bem.
Chegou a se tornar um grande orador e, como rezava muito antes de pregar, seus sermões comoviam profundamente os seus ouvintes e alcançavam várias conversões.
Pouco antes de sua morte, perdeu a memória e a única coisa que lembrava eram os salmos e o Pai Nosso. Passou seus últimos dias repetindo essas orações.
São Hugo faleceu com quase 80 anos, em 1º de abril de 1132. O Papa Inocêncio II o declarou santo dois anos depois de sua morte.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF