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domingo, 31 de maio de 2020

Hoje é Pentecostes, Solenidade do Espírito Santo e do nascimento da Igreja

REDAÇÃO CENTRAL, 31 Mai. 20 / 05:00 am (ACI).- Hoje é celebrada Solenidade de Pentecostes, que comemora a vinda do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos, cinquenta dias após a ressurreição de Jesus Cristo.

O capítulo dois do livro dos Atos dos Apóstolos descreve que, “de repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo”.
João Paulo II ao refletir sobre este evento em sua encíclica “Dominum et vivificantem”, assinalou que “o Concílio Vaticano II fala do nascimento da Igreja no dia de Pentecostes. Este acontecimento constitui a manifestação definitiva daquilo que já se tinha realizado no mesmo Cenáculo no Domingo da Páscoa”.
“Cristo Ressuscitado veio e foi ‘portador’ do Espírito Santo para os Apóstolos. Deu-lho dizendo: ‘Recebei o Espírito Santo’. Isso que aconteceu então no interior do Cenáculo, ‘estando as portas fechadas’, mais tarde, no dia do Pentecostes, viria a manifestar-se publicamente diante dos homens”.
Posteriormente, o Papa da família cita o documento conciliar “Lumen Gentium”, em que se ressalta que “o Espírito Santo habita na Igreja e nos corações dos fiéis como num templo (cf. 1Cor 3, 16; 6, 19); e neles ora e dá testemunho da sua adoção filial (cf. Gl 4, 6; Rom 8, 15-16.26). Ele introduz a Igreja no conhecimento de toda a verdade (cf. Jo 16, 13), unifica-a na comunhão e no ministério, edifica-a e dirige-a com os diversos dons hierárquicos e carismáticos e enriquece-a com os seus frutos (cf. Ef 4, 11-12; 1Cor 12, 4; Gl 5, 22)”.
Confira também:
ACI Digital

Solenidade de Pentecostes: ENVIAI O VOSSO ESPÍRITO, SENHOR!

Cardeal Dom Sérgio da Rocha
Adm. Apost. Arquidiocese de Brasília
Conforme narra os Atos dos Apóstolos (At 2,1-11), quando era comemorada a antiga festa de Pentecostes, em Jerusalém, no início da pregação apostólica, aconteceu a efusão do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos no cenáculo. Por isso, Pentecostes recebeu um novo significado, passando a celebrar a vinda do Espírito Santo. Com esta solenidade, concluímos o Tempo Pascal, suplicando a presença do Espírito Santo em nossa vida e na vida da Igreja. “Enviai o vosso Espírito, Senhor, e renovai a face da terra”, rezamos com o Salmo 103. “Daí aos corações vossos sete dons”, pedimos através do hino litúrgico conhecido como “Sequência” de Pentecostes.
Nós cremos no Espírito Santo “que procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”, conforme rezamos no “Creio” (Credo Niceno-Constantinopolitano). Nós cremos no Espírito da Verdade, o Defensor, o Consolador (Jo 14,26), que nos ilumina e fortalece na vivência e no testemunho da Palavra de Jesus. Por isso, confiantes, suplicamos a sua presença, nesta solenidade, e a cada dia.
A Liturgia da Palavra nos fala da ação do Espírito Santo. Os Atos dos Apóstolos mostra o Espírito iluminando e animando os discípulos na missão, unindo os que falavam línguas diferentes e fazendo-os compreender a pregação dos Apóstolos, “pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua” (At 2,8). A unidade das diferentes línguas, dom do Espírito, se contrapõe à divisão ocorrida em Babel.  São Paulo também se refere à ação do Espírito, que se manifesta na diversidade de dons e ministérios, “em vista do bem comum” (1Cor 12, 5-6), motivando os cristãos a viverem unidos.  O Evangelho segundo João, ao relacionar o dom do Espírito ao Senhor Ressuscitado, destaca o perdão e a paz, assim como o envio missionário. “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21), afirma Jesus. O Espírito do perdão e da paz nos une para que possamos cumprir a missão de testemunhar o Evangelho.
Neste domingo, ocorre o Jubileu de Ouro da Dedicação da Catedral de N. Sra. Aparecida. Embora celebrado no sábado, devido a Pentecostes, nós continuamos a louvar a Deus pelos 50 anos de Dedicação da Catedral, Igreja-mãe da Arquidiocese, fonte de bênçãos e instrumento de comunhão eclesial, ao longo de sua bela história. Nesta mesma ocasião, expresso o meu louvor a Deus por estes nove anos que estive a serviço desta Arquidiocese querida e a minha profunda gratidão a todos os irmãos e irmãs que me ajudaram a cumprir a missão de arcebispo pelas orações, fraterna estima e colaboração pastoral. Muito obrigado pela atenção à “Palavra do Pastor”. Rezem por mim! Recorrendo à intercessão de nossa Padroeira, suplico as bênçãos de Deus para todos.
Folheto: "O Povo de Deus"/Arquidiocese de Brasília

Jubileu de Ouro da Catedral de Brasília – História do Prebistério

Site da Catedral
Lugar central, sobrelevado – onde está o altar, a Mesa da Eucaristia –, é o espaço em que o sacerdote, diáconos e outros ministros exercem as funções litúrgicas. Dele fazem parte:
O Altar principal: Em destaque no presbitério, na sua parte central, todo em mármore de Carrara, foi presente do Papa Paulo VI à Catedral.
O grande Crucifixo: Atrás do altar principal, coloca-se um enorme crucifixo, Cruz e Cristo esculpidos em madeira de cedro, pelo santeiro brasileiro Miguel Randolfo Ávila, do estado de Minas Gerais.
O Ambão: À direita do altar principal, o ambão – uma coluna de mármore branco, de desenho adequado à Liturgia da Palavra –, é a Mesa da Palavra, de onde se faz a proclamação da Palavra de Deus nos livros sagrados.
A Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida: Padroeira de Brasília e do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem a Catedral dedicada a ela. Guardada numa redoma de cristal projetada por Oscar Niemeyer, essa imagem é uma réplica da imagem original – surgida das águas do Rio Paraíba, no interior do estado de São Paulo –, a qual se encontra hoje na Basílica de Aparecida, no mesmo estado. Após visitar todas as capitais brasileiras, a imagem foi entregue à Catedral em 12 de outubro de 1967, por ocasião da Consagração do Templo, pelas mãos de D. Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta – primeiro Arcebispo de Aparecida e primeiro Cardeal de São Paulo.
Incrustadas na parte frontal do Altar, as letras JHS são um monograma do nome JESUS, um dos mais antigos símbolos cristãos, livremente interpretado como Jesus Hominum Salvator (“Jesus, Salvador dos Homens”). Na parte posterior do altar, nova incrustação retrata um peixe, outro símbolo cristão dos primeiros séculos do cristianismo. A palavra Ichthys (peixe em grego), é um acrônimo de Iesus Christus Theou Yicus Soter, “Jesus Cristo Filho de Deus Salvador”. Perseguidos, os cristãos se reconheciam entre si por esse símbolo.
Fonte: Site Catedral de Brasília
Arquidiocese de Brasília


sábado, 30 de maio de 2020

É amanhã o aniversário de 50 anos da Catedral de Brasília



A Arquidiocese de Brasília celebrará missa em ação de graças pelo jubileu de ouro da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, às 10h30.
A cerimônia, sem a presença de fiéis por causa do isolamento social para conter o avanço do COVID-19, será transmitida ao vivo pelos meios de comunicações sociais da Arquidiocese; pela Rádio Arquidiocesana Nova Aliança e pela TV e Rádio Canção Nova Brasília.
A missa será presidida pelo Cardeal Dom Sergio, seus bispos auxiliares, Dom José Aparecido e Dom Marcony Vinícus e pelo pároco da Catedral, Pe. João Firmino. Á ocasião será também de despedida do, então, Administrador da Arquidiocese, Dom Sergio ao qual esteve à frente da Igreja em Brasília por nove anos.
Historia da Catedral
Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foi o primeiro monumento a ser criado em Brasília. Sua pedra fundamental foi lançada em 12 de setembro de 1958.
Teve sua estrutura pronta em 1960, onde apareciam somente a área circular de setenta metros de diâmetro, da qual se elevam dezesseis colunas de concreto (pilares de secção parabólica) num formato hiperboloide, que pesam noventa toneladas. O engenheiro Joaquim Cardozo foi o responsável pelo cálculo estrutural que permitiu a construção da Catedral.
A catedral foi consagrada em 12 de outubro de 1968 (ainda sem teto) e foi oficialmente inaugurada pelo Cardeal D. Eugênio Sales em 31 de maio de 1970, já nesta data com os vidros externos transparentes.
Fonte: Catedral de Brasiília.
Arquivo Público
Arquidiocese de Brasília

Da Providência Divina (4/10)

Gotas de Paz
DA  PROVIDÊNCIA DIVINA
São Tomás de Aquino
(cf. Suma Teológica)
ARTIGO 4º – SE TODOS OS MOVIMENTOS E AÇÕES DOS CORPOS INFERIORES ESTÃO SUBMETIDOS À PROVIDÊNCIA DIVINA.
Respondo dizendo que sendo o mesmo o primeiro princípio das coisas e o seu fim último, é do mesmo modo que as coisas provém do primeiro princípio e se ordenam ao fim último.
No provir das coisas a partir do princípio encontramos que aquelas que são próximas ao primeiro princípio possuem um ser indeficiente; as coisas, porém, que dele distam, possuem um ser corruptível, conforme está escrito no II De Generatione; de onde que, na ordenação das coisas ao fim, aquelas que são proximíssimas ao fim último indeclinavelmente possuem ordenação ao fim; aquelas que, porém, são remotas, às vezes declinam daquela ordem.
Ora, as mesmas coisas são próximas e remotas em relação ao princípio e ao fim. Os incorruptíveis, deste modo, assim como possuem um ser indeficiente, assim também nunca declinam da ordem para com o fim em seus atos. São assim os corpos celestes, cujos movimentos nunca se desviam do curso natural. Nos corpos corruptíveis, porém, muitos movimentos, por defeito da natureza, ocorrem além da reta ordem. É por isto que o Filósofo, no XII da Metafísica, diz que na ordem do universo as substâncias incorruptíveis assemelham-se às pessoas livres em uma casa, os quais sempre operam para o bem da casa, mas os corpos corruptíveis assemelham-se aos servos e aos animais da casa, cujas ações freqüentemente saem da ordem do governante da casa. E é também por causa disso que Avicenna diz que além da órbita da Lua não existe o mal, mas somente nos seres que lhe são inferiores.
Todavia, nem por isto nas coisas inferiores os atos deficientes da reta ordem estão inteiramente fora da ordem da providência. De fato, de duas maneiras algo pode submeter-se à ordem da providência: de um modo, como algo a que outro é ordenado; de outro modo, como algo que se ordena a outro.
Ora, na ordem das coisas que existem para um determinado fim todos os intermediários são eles próprios fins e meios para o fim, assim como está dito no II da Metafísica. Por este motivo, tudo o que está dentro da reta ordem da providência está sob esta providência não somente como ordenado a outros, mas também como algo a que outros estão ordenados. O que sai, porém, da reta ordem, cai sob a providência apenas segundo que se ordena a outro, não segundo que algo é ordenado ao mesmo. Ocorre assim com o ato da natureza generativa, pelo qual na natureza o homem gera outro homem perfeito, o qual é ordenado por Deus a algo, isto é, à forma humana, e a este mesmo ato generativo outra coisa é por sua vez ordenada, a potência do homem que irá gerar; mas no ato deficiente, pelo qual às vezes são gerados monstros na natureza, embora seja ordenado por Deus a alguma utilidade, nada mais se ordena ao ato generativo deficiente pois ele acontece justamente pelo defeito ou ausência de alguma coisa. E assim em relação ao primeiro caso existe a providência de aprovação, enquanto que a respeito do segundo existe a providência de concessão, estes dois modos de providência tendo sido colocados pelo Damasceno no II De Fide Ortodoxa.
Deve-se saber, todavia, que alguns filósofos referiram este modo de providência somente às espécies das coisas naturais, estendendo-a às coisas singulares apenas na medida em que estas coisas participavam na natureza comum, pois não julgavam que Deus conhecesse os seres em sua singularidade. Diziam, de fato, que Deus de tal ou qual modo havia ordenado a natureza de alguma espécie, de maneira que pela virtude que se seguiria à espécie tal ou qual ação deveria seguir-se. E que se alguma vez houvesse alguma deficiência, esta se ordenaria a tal ou qual utilidade, assim como a corrupção de um ente se ordena à geração de outro. Deus, todavia, não teria ordenado esta virtude particular a este ato particular, nem este defeito particular a esta utilidade particular.
Nós, porém, dizemos que Deus conhece perfeitamente todos os seres particulares, e por isso colocamos a mencionada ordem da providência nos seres singulares mesmo enquanto singulares.

Veritatis Splendor

Fundamento Bíblico da Teologia Católica: Mariologia (Parte 5/6)

Ecclesia
Tradução: Carlos Martins Nabeto

V. DA ASSUNÇÃO À COROAÇÃO
Em suma:
1. Foi levada ao céu terminado o curso de sua vida.
2. Em corpo e alma.
3. Foi coroada nos céus.
1. A VIRGEM MARIA FOI ASSUMPTA AO CÉU TERMINADO O CURSO DE SUA VIDA TERRESTRE
Alusões do Cântico dos Cânticos:
“Que é aquilo que sobe do deserto,
como colunas de fumaça
perfumada com incenso e mirra,
e perfume dos mercadores?” (Cântico 3,6)
“Quem é esta que desponta como a aurora,
bela como a lua,
fulgurante como o sol,
terrível como esquadrão?” (Cântico 6,10).
“Quem é esta que sobe do deserto,
apoiada em seu Amado?” (Cântico 8,5).
2. A VIRGEM MARIA FOI LEVADA AO CÉU EM CORPO E ALMA
Alguns Santos Padres e Teólogos fazem referência aos seguintes textos:
“Levanta-te, Iahweh, para o teu repouso, tu e a arca da tua força” (Salmo 132,8).
“Quem é esta que sobe do deserto, apoiada em seu Amado?” (Cântico 8,5).
“E o Santuário de Deus se abriu no céu e apareceu a arca da sua aliança no Santuário; houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e uma grande tempestade de granizo” (Apocalipse 11,19).
“Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênese 3,15).
Esclarecimentos: O triunfo de Cristo sobre a serpente é integrado por uma tríplice vitória: sobre o pecado, sobre a concupiscência e sobre a morte. Porém, Maria está associada à sua linhagem, isto é, a Cristo, neste triplo triunfo; portanto, Maria triunfou sobre o pecado por sua imaculada conceição, sobre a concupiscência por sua maternidade virginal e sobre a morte por sua assumpção ao céu em corpo e alma. Além disso, a imunidade de Maria quanto ao pecado original supõe a imunidade das conseqüências do mesmo pecado; uma dessas conseqüências é a corrupção do corpo e sua separação da alma; com efeito, o corpo e a alma perduram na glória.
3. A VIRGEM MARIA FOI COROADA NOS CÉUS COMO RAINHA DE TODA A CRIAÇÃO
Os textos da Sagrada Escritura são apenas alusivos:

“Filhas de reis estão entre as tuas favoriras; à tua direita, uma rainha, com o ouro de Ofir” (Salmo 45,10).
“Na eternidade, triunfa – coroada, vitoriosa – numa competição de lutas imaculadas” (Sabedoria 4,2).
“Um grande sinal apareceu no céu: uma Mulher, vestida de sol, com a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça” (Apocalipse 12,1).
Veritatis Splendor 

A humanidade de S. Paulo VI (2/4)

Montini era um papa humano simples, na vida cotidiana e no encontro com a multidão, na solidão cotidiana, em contatos frequentes com colaboradores e nos momentos das escolhas mais exigentes.

Do arcebispo Romeo Panciroli

Paulo VI era um papa simples e humano, na vida cotidiana e no encontro com a multidão, na solidão cotidiana, em contatos frequentes com colaboradores e nos momentos das escolhas mais exigentes; fiel a si mesmo e à sua missão.

Ele queria uma atmosfera de simplicidade ao seu redor. Ele tinha seu apartamento mobiliado em um estilo simples e sem pompa; seu escritório, sua biblioteca, as salas onde ele recebeu as decorações exigidas pelo bom gosto e significado de sua missão. Tudo em nome de um estilo sóbrio, em escala humana, que ele estabeleceu e consolidou.

A humanidade de Paulo VI mostrou-se sobretudo em seu relacionamento com as pessoas: com indivíduos e multidões, com jovens e adultos, com os grandes e poderosos deste mundo, e com seus irmãos no episcopado.

Alguém o chamou de frio e desapegado, e talvez houvesse uma avareza de amor por ele, mesmo por parte de muitos cristãos que não conseguiram descobrir o tesouro contido naquela pessoa aparentemente tão frágil. Seu caráter absorvido certamente não favoreceu o florescimento fácil, mas sua humanidade sempre foi algo desarmante que ele conquistou. Todo encontro com ele, mesmo que breve, foi uma experiência que deixou um rastro.

Apresentou-se discretamente, quase inadvertidamente, mas ao olhar penetrante de seus olhos cinza-azulados, muito móveis e expressivos, nada escapou, com a intenção de penetrar no íntimo de seu interlocutor. Não foi explosivo, mas persuasivo; encorajados com palavras feitas de propósito, palavras que ressoaram dentro de você por um longo tempo.

Sua paternidade e capacidade de falar se originavam de sua capacidade de ouvir e de sua intuição. Tudo nele era sensibilidade e participação: seu modo de ouvir, entender, perceber, ficar quieto, falar. Ele tinha uma propensão a dar as boas-vindas e nada o achava estrangeiro ou despreparado, muitas vezes sobrevoando as formalidades para tornar sua reunião com outras pessoas mais cordial.

As multidões sentiram sua humanidade comunicativa e sempre se reuniam para ele. Basta pensar nas reuniões do Ano Santo de 1975, nas visitas a Roma e viagens fora de Roma, onde ele foi recebido com alegria e aclamado por muitos milhares de pessoas exultantes e ansioso por ouvi-lo.

Ele está à vontade entre os fiéis, busca a reunião e, para recebê-los, criou uma casa espaçosa de propósito, o atual Salão Paulo VI. É o lugar onde ele ora, ouve, ensina, encoraja, chama de volta, onde ele dá sua palavra e gasta suas energias. Todo mundo se sente próximo e entende, mesmo não católicos e não crentes; os mesmos irmãos separados, antes dele frequentemente esquecem o "peso" da primazia, em uma comunhão que não os exclui.

Alguns o acusaram de falar com dificuldade, e ele tentou fazer um esforço, porque nem sempre é fácil explicar o cristianismo; ele fez de tudo para se fazer entender, porque pregar era sua missão: "Veja, eu estou sempre pregando ...". Freqüentemente falando livremente, sem seguir as notas, ele se via usando um pouco de 'eu' e um pouco de 'nós', naturalmente inclinados a sentir-se entre outros, como um deles, para trazer apenas alegria e amor. De fato, João Paulo I disse sobre ele: "Ele é um mestre da fé porque sabe apresentar a revelação de Deus de maneira atraente".

Verdadeiro anunciador da Palavra, totalmente compreendido de seu mandato; mas quanta humildade em seu comportamento diário, em todos os seus gestos. Ele encontrou uma oportunidade de dizer abertamente com grande convicção: "Quem anuncia isso para você?" Um homem pobre, um fenômeno de pequenez. Tremo, irmãos e filhos, tremo ao falar, porque sinto que estou dizendo algo que me supera imensamente, das coisas que não testemunhei e que serviu o suficiente, das coisas que realmente merecem uma voz profética, sinto minha pequenez e a desproporção avassaladora entre elas. a mensagem que anuncio e minha capacidade de expô-la e também de vivê-la".

Em seu governo como pastor universal, ele escolheu o diálogo e a persuasão como o caminho principal, dedicando sua primeira e encíclica programática Ecclesiam Suam a esse tema.: " Nós" lemos lá "sempre temos esse relacionamento dialógico inefável e muito real, oferecido e estabelecido conosco por Deus Pai, por meio de Cristo, no Espírito Santo, para entender que relacionamento nós, isto é, a Igreja, devemos tentar estabelecer e promover com a humanidade".

Ele se importava especialmente com a comunhão com os bispos. Depois de ter vivido a comunhão do Concílio com eles, ele os recebeu em consultas periódicas no Sínodo, e até foi ouvi-los em suas conferências continentais, na América Latina, na Ásia, na Oceania. Até o anel episcopal, doado a muitos bispos, e que muitos de nós ainda carregamos, fez um vínculo de comunhão, oferecendo um modelo com uma estrutura simples, mais símbolo do que decoração. Ele se sente unido a eles e o manifesta em todas as ocasiões, ouvindo-os atentamente e celebrando juntos a Eucaristia, o sinal da unidade. "Unidos para o mundo acreditar", ele dirá aos bispos, ao clero e aos fiéis dos ritos católicos orientais reunidos na Basílica de Sant'Anna em Jerusalém.

Tornou-se animador da comunhão entre todo o povo de Deus e visitou as paróquias de sua diocese romana, sempre encontrando padres, comunidades religiosas e assembleias de seus fiéis "para tornar os católicos", disse "homens verdadeiramente bons". homens sábios, homens livres, homens serenos e fortes.

Revista 30 Dias

S. JOANA D'ARC, VIRGEM

S. Joana d'Arc, 1504
S. Joana d'Arc, 1504
Joana D’Arc é representada sobre um cavalo, com uma enorme armadura de ferro, quase que esmagando a sua figura franzina ou então amarrada em uma coluna, enquanto as chamas e a fumaça a consomem. Há seiscentos anos, são estes seus dois ícones: uma guerreira vitoriosa e uma "bruxa" moribunda. Nestas duas imagens estão condensados seus 19 anos de vida: a menina, nascida em 6 de janeiro de 1412, em Domremy, nordeste da França, que ajuda sua família em casa e nos campos, mal conseguindo rezar, foi aquela que, aos 13 anos de idade, ouviu "vozes" do céu e se sentiu envolvida em um grande projeto.

De “louca” a “donzela”
“Livrar a França” e proclamar Carlos VII, rei da França: esta missão foi-lhe incumbida - disse Joana D’Arc, primeiro, aos pais e, depois, às autoridades - pelas vozes do Arcanjo Miguel, de Catarina de Alexandria e de Margarida de Antioquia... que ela ouviu claramente. Tais vozes foram, logo, criticadas como brincadeiras de uma analfabeta, de olhos esbugalhados.
Porém, quando aquela jovem, de 17 anos, que fugiu de casa, predisse, com exatidão, uma derrota da França contra os invasores britânicos, as suas “fantasias” adquiriram maior valor.
Ao ser examinada por alguns teólogos, que a interrogaram sobre a sua fé, Joana foi posta à frente de um exército, que marchou para Orléans e a circundou. Em apenas oito dias, aconteceu um prodígio, em termos militares: os ingleses foram, várias vezes, derrotados na batalha, onde a audácia da "donzela" foi incomparável. Orléans foi libertada e, em 17 de julho de 1429, atingiu o auge da sua glória: Carlos VII foi coroado em Reims e, ao seu lado, Joana d'Arc, com seu estandarte.

Os dois inimigos
No entanto, duas forças opostas e similares conspiram contra a donzela: de um lado, os ingleses, que não aceitavam ser derrotados por uma jovem; de outro, os próprios franceses, generais e clérigos, que não queriam ser suplantados pelo mesmo motivo.
Por isso, enquanto Joana D’Arc guiava a libertação de Compiègne, a ponte levadiça foi levantada, antes que ela pudesse se livrar. Assim a jovem foi capturada pelos borgonheses.
Era o dia 23 de maio de 1430. Após dois dias, a Universidade de Paris pediu aos membros da Inquisição que a jovem fosse julgada por feitiçaria. Carlos VII fez bem pouco para libertá-la e, no dia 21 de novembro, Joana D’Arc foi entregue aos ingleses.

A alma não queima
O processo começou em Rouen, em 9 de janeiro de 1431. Cerca de cinquenta homens, entre os mais cultos da França e da Inglaterra, julgaram a donzela. Bispos, advogados eclesiásticos, prelados de vários níveis fizeram-lhe uma interrogação pormenorizada sobre as acusações de imputação, idolatria, cisma e apostasia. A sua fé, suas roupas masculinas, as misteriosas “vozes” foram objeto de duras acusações e falsas reconstruções, às quais Joana, quase sem nenhuma instrução, respondeu com coragem e precisão. Perguntaram-lhe, entre outras coisas, se ela estava na graça de Deus e respondeu: “Se eu estiver, Deus me protegerá; se não estiver, que Deus me permita tê-la, pois prefiro morrer a não estar na graça de Deus”.
O julgamento de Joana D’Arc terminou no dia 24 de março: a heroína da França foi considerada uma herege e devia morrer. Assim, em 30 de maio de 1431, ela foi obrigada a subir na fogueira, preparada na praça do Vieux-Marché, em Rouen, onde morreu queimada viva, com os olhos fixos na grande cruz, que o frade Isembard de la Pierre havia trazido para ela.
A Igreja reabilitou, solenemente, Joana d'Arc, em 1456. Pio X a beatificou, em 1910 e, dez anos depois, Bento XV a canonizou.


Vatican News

S. FERNANDO III, REI DE CASTELA

Franciscanos

Da Terceira Ordem (1199-1252). Canonizado por Alexandre VII no dia 31 de maio de 1655.

Fernando nasceu na vila de Valparaíso, em Zamora, Espanha, no dia 1o de agosto de 1199. Era filho do famoso Afonso IX de Leão, que reinou no século XII. Um rei que brilhou pelo poder, mas cujo filho o suplantou pela glória e pela fé. A mãe era Barenguela de Castela, que o educou dentro dos preceitos cristãos de amor incondicional a Deus e obediência total aos mandamentos da Igreja. Assim ele cresceu, respeitando o ser humano e preparando-se para defender sua terra e seu Deus.
Assumiu com dezoito anos o trono de Castela, quando já pertencia à Ordem Terceira Franciscana. Casou-se com Beatriz da Suábia, filha do rei da Alemanha, uma das princesas mais virtuosas de sua época, em 1219. Viúvo, em 1235, contraiu segundo matrimónio com Maria de Ponthieu, bisneta do rei Luís VIII, da França. Ao todo teve treze filhos, o filho mais velho foi seu sucessor e passou para a história como rei Afonso X, o Sábio, e sua filha Eleonor, do segundo casamento, foi esposa do rei Eduardo I da Inglaterra.
Essas uniões serviram para estabilizar a casa real de Leão e Castela com a realeza germânica, francesa e inglesa. Condizente com sua fé, evitou os embates, inclusive os diplomáticos, e aplacou revoltas só com sua presença e palavra, preferindo ceder em alguns pontos a recorrer à guerra. Sob seu reinado foram mudados os códigos civis, ficando mais brandos sob a tutela do Supremo Conselho de Castela, instituiu o castelhano como língua oficial e única, fundou a famosa Universidade de Salamanca e libertou sua nação do domínio dos árabes muçulmanos. Abrindo mão do tempo desperdiçado com novas conquistas, utilizava-o para fundar novas dioceses, erguer novas catedrais, igrejas, conventos e hospitais, sem recorrer a novos impostos, como dizem os registros e a história.
Em 1225, teve que pegar em armas contra os invasores árabes, mas levou em sua companhia o arcebispo de Toledo, para que o ajudasse a perseverar os soldados na fé. Queria, com a campanha militar, apenas reconquistar seus domínios e propagar o catolicismo. Vencida a batalha, com a expulsão dos muçulmanos, os despojos de guerra foram utilizados para a construção da belíssima catedral de Toledo. Durante seu reinado, cidades inteiras foram doadas às ordens religiosas, para que o povo não fosse oprimido pela ganância dos senhores feudais.
Com a morte do pai em 1230, foi coroado também rei de Leão. Em seguida, chefiou um pequeno exército, aos seus moldes, e reconquistou dos árabes ainda Córdoba e Sevilha, onde edificou a catedral de Burgos. Pretendia lutar na África da mesma forma, mas foi acometido de uma grave doença. Morreu aos cinquenta e três anos, depois de despedir-se da família, dos amigos e companheiros, no dia 30 de maio de 1252, em Sevilha.
Imediatamente, o seu culto surgiu e se propagou rapidamente por toda a Europa, com muitas graças atribuídas à sua intercessão. Foi canonizado pelo papa Clemente X, em 1671, após a comprovação de que seu corpo permaneceu incorrupto. São Fernando III é venerado, no dia de sua morte, como padroeiro da Espanha.
Fonte: “Santos franciscanos para cada dia”, de Frei Giuliano Ferrini e Frei José Guillermo Ramírez, OFM, edição Porziuncola.

S. DIMPNA

Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus: SANTA DINFNA, VIRGEM ...


Há vários santos padroeiros de pacientes com depressão: Santa Filomena, Santa Margarida de Cortona, Arcanjo Rafael e São Luís Martin, pai de Santa Teresa de Lisieux. Mas a primazia cabe a Santa Dinfna, que viveu no século VII.
Segundo uma lenda, que remonta ao século XIII, Dinfna era filha de um rei pagão irlandês, que, ao perder sua esposa, que era cristã, queria substituí-la por sua filha.


Dinfna tinha 14 anos quando sua mãe morreu e foi batizada secretamente. Para se afastar de seu pai, aconselhada pelo Padre Gerebernus, seu confessor, decidiu fugir, por via marítima, encontrando refúgio na floresta de Geel, território da atual Bélgica. Ainda de acordo com a lenda, seu pai conseguiu alcançar os fugitivos e, diante de uma enésima rejeição de sua filha, mandou decapitar primeiro Gerebernus e depois também Dinfna.

Descobertas arqueológicas
Segundo elementos de antigas lendas folclóricas populares, que chegaram até nossos dias, sabemos que ambos teriam sido sepultados em dois sarcófagos brancos dentro de uma caverna. Os fragmentos dos dois sarcófagos, da época pré-românica, e um tijolo com a inscrição "MA DIPNA" ainda hoje são visíveis em Geel. No século XIII, sempre nesta cidade belga, as possíveis relíquias de Dinfna foram trasladadas para uma igreja, que ainda conserva seus restos mortais, enquanto os de Gerebernus são venerados em Xanten, Alemanha.

Dinfna, padroeira de pessoas com doenças psiquiátricas
Inúmeros milagres ocorreram no lugar do martírio de Dinfna, inclusive a cura de pessoas com doenças mentais ou endemoninhadas. As relíquias de Dinfna também eram milagrosas.
Com efeito, segundo a lenda, seu pai infeliz teria assassinado a jovem filha durante um ataque de loucura, por estar possuído pelo demônio. Por isso, a Santa começou a ser invocada como padroeira dos doentes mentais, endemoninhados, epiléticos e sonâmbulos. Seus símbolos são a espada, que a decapitou, e o demônio acorrentado aos seus pés.

Os habitantes de Geel acolhem os doentes em casa
Na Idade Média, devido às frequentes peregrinações, chegava a Geel numerosas caravanas de pessoas com doenças mentais, tanto que foi construída, em 1286, uma casa de acolhimento.
No entanto, por causa do crescente aumento de doentes, as autoridades eclesiásticas dirigiram-se diretamente aos cidadãos de Geel, pedindo-lhes para compartilhar seus esforços e ajudá-los a dar assistência aos pacientes. Por isso, as famílias da cidadezinha começaram a acolher e a assistir os peregrinos em suas casas. Desta forma, em termos modernos, os doentes eram desinstitucionalizados pela sua participação na vida social do país.
Este tipo de antecipação das "Casas família" modernas constituiu um acontecimento importante para a história das terapias e da caridade cristã. Ali, no século IX, foi fundado um verdadeiro e próprio instituto psiquiátrico. Ainda hoje, em Geel, há uma prática de cuidados avançados, por exemplo, envolvendo os pacientes em atividades manuais, durante o dia. Até hoje, muitas famílias da localidade ainda têm o costume de acolher uma pessoa doente em sua casa, como se fosse um filho a mais, um parente ou um amigo.


Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF