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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

O purgatório descrito por pessoas que já estiveram lá

Public Domain

Confira o relato de pessoas que tiveram esta experiência extraordinária e a contam detalhadamente.

A tradição litúrgica expôs, desde o início dos tempos, a existência de uma condição na qual as almas permanecem depois da morte e se purificam para poder alcançar em algum momento a glória plena. É o chamado “purgatório”, palavra que vem do latim “purgare” e é narrada no Catecismo da Igreja Católica como um estado intermediário no qual estão “os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados” (1030).

Esta purificação que aperfeiçoa a cura e libertação é uma realidade escatológica, verdade de fé, que foi proclamada desde os primeiros tempos do cristianismo, afirmada por santos, papas e pelo testemunho da própria Nossa Senhora em algumas das suas aparições. Para aprofundar no tema, você pode ler o artigo “O que é o purgatório?”.

Um “fogo de amor”

Bento XVI abordou este dogma de fé durante uma catequese de janeiro de 2011, na qual explicou que o purgatório não é tanto um “espaço”, mas um “fogo interior” que purifica a pessoa e a prepara para contemplar Deus.

Naquela ocasião, Bento XVI recordou as palavras de Santa Catarina de Gênova, que, conta, em sua obra “Tratado do Purgatório”, uma revelação particular. É uma experiência mística na qual ela descreve que “a alma separada do corpo, quando se encontra naquela pureza em que foi criada, vendo-se com tal impedimento, que não pode ser eliminado a não ser por meio do purgatório, imediatamente se lança a ele, com toda a sua vontade”.

Com extraordinária precisão, esta mulher italiana do século XVI afirma: “Não acho que seja possível encontrar um contentamento comparável à de uma alma no purgatório, a não ser a dos santos no Paraíso. Este contentamento cresce cada dia pela influência de Deus nessas almas, e mais ainda na medida em que vão se consumindo os impedimentos que se opõem a esta influência”.

Doutrina de fé

A certeza do purgatório nasce na Bíblia e posteriormente os doutores da Igreja (Agostinho, Gregório Magno e São Crisóstomo) formularam uma extensa e enriquecedor doutrina da fé. Tais abordagens sobre o purgatório foram respaldadas pelos sagrados concílios de Florença (1439) e Trento (1563). Mas também são confirmados por testemunhos de dezenas de pessoas, que expõem sua experiência sobre a existência de almas que buscam a comunhão com Deus.

Um destes valiosos tesouros vem de Santa Maria Faustina Kowalska, religiosa polonesa canonizada em 2001 pelo Papa João Paulo II. Vivendo sua vocação na década de 30, ela foi testemunha de diversas aparições de Jesus na advocação da misericórdia. Foi o próprio Filho de Deus quem lhe revelou aquilo que a santa narra em seu diário de vida.

Faustina conta que, guiada pelo seu anjo da guarda, visitou o purgatório: “Encontrei-me num lugar enevoado, cheio de fogo, e, dentro deste, uma multidão de almas sofredoras. Essas almas rezavam com muito fervor, mas sem resultado para si mesmas; apenas nós podemos ajudá-las. (…) O maior sofrimento delas era a saudade de Deus. Vi Nossa Senhora que visitava as almas no Purgatório. As almas chamam a Maria ‘Estrela do Mar’. Ela lhes traz alívio. Meu anjo da guarda me fez um sinal para sair. Saímos dessa prisão de sofrimento. Ouvi uma voz interior que me disse: ‘Minha misericórdia não deseja isso, mas a justiça o exige’”.

O amigo do Padre Pio que esteve no purgatório

O frei Daniele Natale foi um sacerdote capuchinho italiano que se dedicou a missionar em terras hostis durante a 2ª Guerra Mundial. Ele socorria os feridos, enterrava os mortos e salvava os objetos litúrgicos. Em meio a este cenário, em 1952, na clínica “Regina Elena”, ele recebeu o diagnóstico de câncer.

Com esta triste notícia, ele foi ver o Padre Pio, seu amigo e guia espiritual, quem lhe insistiu para que tratasse sua doença. O frei Daniele viajou a Roma e encontrou o médico que lhe haviam recomendado, Dr. Riccardo Moretti. Este médico, no começo, não queria realizar a cirurgia, porque tinha certeza de que o paciente não sobreviveria. Mas, influenciado por um impulso interior, acabou aceitando o desafio.

A intervenção foi realizada no dia seguinte pela manhã. Apesar da anestesia local, o frei Daniele continuou consciente. Ele sentia dor, mas não manifestava: pelo contrário, estava contente por poder oferecer seu sofrimento a Jesus. Mas, ao mesmo tempo, ele tinha a sensação de que esta dor estava purificando sua alma dos pecados. Depois de algum tempo, ele sentiu que dormia. Para os médicos, ele havia entrado em coma, na qual permaneceu durante três dias, falecendo logo depois. Redigiram o atestado de óbito confirmado pelos médicos e seus familiares se aproximaram do seu leito para rezar pelo defunto. No entanto, após algumas horas, o “morto” voltou à vida.

Três horas de purgatório

O que será que aconteceu com o frei Daniele durante aquelas horas? Onde esteve sua alma? O frade relatou sua experiência no livro “Fra Daniele reconta”. Deste escrito, compartilhamos os seguintes trechos:

“Eu estava em pé diante do trono de Deus. Pude vê-lo, mas não como um juiz severo, e sim como um Pai carinhoso e cheio de amor. Então, percebi que o Senhor havia feito tudo por amor a mim, que havia cuidado de mim do primeiro ao último instante da minha vida, amando-me como se eu fosse a única criatura existente sobre esta terra. Percebi também, no entanto, que eu não só não havia correspondido a este imenso amor divino, senão que havia descuidado dele. Fui condenado a duas-três horas de purgatório.

‘Mas como? – perguntei-me. Somente duas-três horas? Depois vou permanecer para sempre junto a Deus, eterno amor?’. Deu um pulo de alegria e me senti como um filho predileto. (…) Eram dores terríveis, que não sei de onde vinham, mas se sentiam intensamente. Os sentidos que mais haviam ofendido Deus neste mundo: os olhos, a língua, sentiam maior dor e era algo incrível, porque no purgatório a pessoa sente como se tivesse o corpo e conhece, reconhece os outros como ocorre no mundo.

Oração

Enquanto isso, não haviam passado mais que uns poucos minutos dessas penas e já me pareciam uma eternidade. Então pensei em pedir a um irmão do meu convento que rezasse por mim, porque eu estava no purgatório. Esse irmão ficou impressionado, porque sentia a minha voz, mas não me via. Ele perguntava: ‘Onde você está? Por que não consigo vê-lo?’ (…) Só então percebi estar sem corpo. Me contentei com insistir-lhe que rezasse muito por mim e fui embora.

‘Mas como? – dizia eu a mim mesmo. Não seriam só duas ou três horas de purgatório? Mas já se passaram 300 anos!’ – pelo menos esta era a minha impressão. De repente, a Bem-Aventurada Virgem Maria apareceu para mim e lhe supliquei, implorei, dizendo-lhe: ‘Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, obtém para mim do Senhor a graça de retornar à terra para viver e agir somente por amor a Deus!’.

Percebi também a presença do Padre Pio e lhe supliquei: ‘Pelas suas dores atrozes, pelas suas benditas chagas, Padre Pio meu, reze por mim a Deus, para que me liberte destas chamas e me conceda continuar o purgatório sobre a terra’. Depois não vi mais nada, mas percebi que o Padre Pio conversava com Nossa Senhora (…). Ela inclinou a cabeça e sorriu para mim.

Naquele exato momento, recuperei a possessão do meu corpo. (…) Com um movimento brusco, me livrei do lençol que me cobria. (…) Os que estavam velando e rezando, assustadíssimos, correram para fora do quarto, para buscar os enfermeiros e médicos. Em poucos minutos, o hospital virou uma bagunça. Todos pensavam que eu era um fantasma.”

Agora eu acredito

No dia seguinte pela manhã, o frei Daniele se levantou sozinho da cama e se sentou em uma poltrona. Eram sete horas. Os médicos geralmente visitavam os pacientes às nove. Mas, neste dia, o Dr. Riccardo Moretti, o mesmo que havia redigido o atestado médico de óbito do frei Daniele, havia chegada mais cedo ao hospital. Ele parou na frente do frade e, com lágrimas nos olhos, disse-lhe: “Sim, agora eu acredito em Deus e na Igreja, acredito no Padre Pio!”.

O frei Daniele teve a oportunidade de compartilhar sua dor com Cristo durante mais de 40 anos após estes acontecimentos. Ele faleceu em 6 de julho de 1994, aos 75 anos, na enfermaria do convento dos Irmãos Capuchinhos de San Giovanni Rotondo (Itália).

Em 2012, foi aberta sua causa de beatificação e hoje ele é considerado Servo de Deus.

Aleteia

Dia de finados: Com estas orações pode pedir a Deus pelos defuntos

Foto referencial: Flickr - Bartheird (CC BY-NC-ND 2.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 02 nov. 20 / 06:00 am (ACI).- “Uma flor em sua tumba murcha, uma lágrima se evapora, só a oração chega ao trono de Deus”, disse Santo Agostinho. Neste dia 2 de novembro, a Igreja recorda com muito carinho os fiéis defuntos e, por isso, recomendamos essas orações pelas almas que já partiram para a Casa do Pai.

Por uma criança

Senhor, que conhece a nossa tristeza profunda pela morte de..., concede a cada um de nós que acolhemos com dor a tua vontade de levá-lo (a), o consolo de acreditar que viverá eternamente contigo na glória. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Por um jovem

Concede, Senhor, a felicidade da glória eterna ao teu servo..., a quem chamou deste mundo quando em sua juventude corporal; mostra-lhe a tua misericórdia e acolha-o entre os teus santos em teu canto eterno de louvor. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Pelos pais e avós

Oh, Deus! Que nos pediu honrar pai e mãe. Por tua misericórdia, tem piedade do meu pai (mãe) e não recorde os seus pecados. Que eu possa vê-lo novamente na alegria do eterno esplendor. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Em caso de acidente ou de suicídio

Escuta, Senhor, as orações do teu povo unidas às lágrimas de dor que sentimos pela morte inesperada do nosso irmão..., e permita que ele alcance a tua misericórdia e esteja para sempre na luz daquela pátria onde não há mais sofrimento nem morte. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Oração no cemitério no dia dos fiéis defuntos

O costume de visitar os cemitérios no dia dos defuntos é uma boa oportunidade para rezar por eles e reafirmar a nossa fé na ressurreição. A seguir, propomos a seguinte oração para esta ocasião.

A/. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. T/. Amém.

A/. Bendigamos ao Senhor que, pela ressurreição do seu Filho, nos ajuda a nascer a uma esperança viva. T/. Bendito seja Deus para sempre.

A/. Irmãos: Todos nós temos parentes e amigos que morreram. Hoje recordamos todos aqueles que faleceram e pedimos que Deus tenha misericórdia deles. Neste cemitério, nos unimos para reafirmar a nossa fé em Cristo, que venceu a morte, e com a esperança de que também vencerá a nossa morte e nos reunirá com nossos entes queridos em seu reino de glória. Que esta celebração nos encoraje a sermos fiéis ao Senhor e a seguir os bons exemplos que nossos parentes nos deixaram em suas vidas. Comecemos reconhecendo nossos pecados diante do Senhor (momento de silêncio).

Senhor, que ressuscitou Lázaro do sepulcro. SENHOR, TENDE PIEDADE.
Cristo, que venceu a morte e ressuscitou. CRISTO, TENDE PIEDADE.
Senhor, que nos prometeu uma vida eterna contigo. SENHOR, TENDE PIEDADE.

A/ O Senhor todo-poderoso tende piedade de nós, perdoe nossos pecados e nos conduza à vida eterna. T/. Amém.

L/. Leitura da carta do apóstolo Paulo aos Romanos (6, 3-4, 8-9).

“3Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? 4Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. 8Ora, se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com ele, 9pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre, nem a morte terá mais domínio sobre ele”.

A/. Irmãos: Invoquemos com fé o Deus Pai todo-poderoso que ressuscitou dentre os mortos o seu Filho Jesus Cristo para a salvação de todos.

• Para que fortaleça o povo cristão na fé, na esperança e no amor, roguemos ao Senhor. Todos: SENHOR, ESCUTAI A NOSSA PRECE.
• Para que liberte o mundo inteiro de todas as suas injustiças, violência e sinais da morte, roguemos ao Senhor.
• Para que acolha e ilumine com a luz do seu rosto todos aqueles que morreram na esperança da ressurreição, roguemos ao Senhor.
• Para que receba em seu reino... (nomes dos falecidos) e todos os defuntos da nossa família, roguemos ao Senhor.
• Para que a nossa visita e nossas flores e velas sejam sinais da nossa fé na vida eterna, roguemos ao Senhor.
• Para que fé em Cristo mova os nossos corações para dar frutos de solidariedade e de justiça, roguemos ao Senhor.

A/. Oremos, irmãos, como Jesus nos ensinou.

T/. Pai Nosso... Ave Maria ... Glória ao Pai ...

A/. Deus de todo consolo, que com amor inefável criaste o homem e por meio da ressurreição do teu Filho deu aos crentes a esperança de ressuscitar, derrame sobre nós a tua bênção. T/. Amém.

A/. Que Deus nos conceda o perdão dos nossos pecados e conceda aos que morreram o lugar da luz e da paz. T/. Amém.

A/. Que Deus nos conceda viver eternamente com Cristo, que proclamamos ressuscitado dentre os mortos. T/. Amém.

A/. E a bênção de Deus todo-poderoso Pai, Filho e Espírito Santo desça sobre nós e nos acompanhe sempre.  T/. Amém.

A/. Dá-lhes, Senhor, o descanso eterno.  T/. E brilhe para eles a luz perpétua.

A/. Que as almas de todos os fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz.  T/. Amém.

ACI Digital

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS

Finados | Vatican News

A Celebração dos fiéis defuntos é uma solenidade que tem um valor profundamente teológico, porque chama a nossa atenção para todo o mistério da existência humana, desde suas origens até o seu fim e para além também. A novidade introduzida pela nossa fé é a esperança: nós cristãos acreditamos em um Deus. que não é apenas Criador, mas também Juiz.

A morte é apenas uma porta ...

Logo, Deus é também é um Juiz! O seu juízo vai para além do tempo e do espaço, em uma vida após a morte e na vida eterna, na qual o Reino de Deus se realiza plenamente. O julgamento do Senhor será duplo: além de responder individualmente às nossas ações, no final dos tempos, seremos chamados a responder-lhes também como humanidade.
Se morrermos em Cristo, porque vivemos a nossa vida em comunhão com Ele, seremos admitidos na Comunhão dos Santos.
A celebração de hoje se insere nesta perspectiva: a Igreja não esquece seus irmãos falecidos, mas reza por eles, oferece sufrágios, celebra Missas e oferece esmolas, para que também as almas, que ainda precisam de purificação, após a morte, possam alcançar a visão de Deus.

Cristo venceu a morte!

A morte é um acontecimento inevitável. Cada um de nós pode entender isso pela própria experiência pessoal. Segundo a visão cristã, porém, não é considerada um fato natural. Pelo contrário, é o oposto da vontade de Deus! Deus, o Senhor da vida, nos dá a vida em abundância e a morte é uma mera consequência do nosso pecado. Entretanto, em Cristo, Deus toma sobre si os nossos pecados e suas consequências. Desta forma, a morte se torna uma passagem, uma porta.
Graças à vitória de Cristo sobre a morte, podemos superar o medo que temos dela e a dor que sentimos quando atinge alguém que está próximo de nós.
Enfim, para o cristão, não há distinção entre vivos e mortos, porque nem os mortos são "mortos", mas "defuntos", ou seja, "privados das funções terrenas", à espera de serem transformados pela Ressurreição.

História e origem desta celebração

A “pietas” humana para com os defuntos remonta aos primórdios da humanidade. Mas, como vimos, com o advento do cristianismo a perspectiva muda radicalmente.
Os primeiros cristãos, como podemos facilmente observar nas catacumbas, esculpiam a figura de Lázaro nos túmulos, como anseio de que seus entes queridos pudessem também voltar à vida, por intermédio de Cristo.
No entanto, somente no século IX começou a celebração litúrgica de um falecido, como herança do uso monacal, já em vigor no século VII, de empregar, dentro dos mosteiros, um dia inteiro de oração por um falecido.
Este costume, porém, já existia no rito bizantino, que celebrava os mortos no sábado anterior à Sexagésima, um período entre o fim de janeiro e o mês de fevereiro.
Mais tarde, no ano 809, o Bispo de Trier, Dom Amalário Fortunato de Metz, inseriu a memória litúrgica dos falecidos - que aspiram ao céu - no dia seguinte ao dedicado a Todos os Santos, que já estavam no céu.
Enfim, em 998, por ordem do abade de Cluny, Odilone de Mercoeur, a solenidade de Finados foi marcada para o dia 2 de novembro, precedida por um período de preparação de nove dias, conhecido como Novena dos Defuntos, que começava no dia 24 de outubro.

Vatican News

domingo, 1 de novembro de 2020

Com o auxílio da tecnologia, figura de Cristo é reconstruída em 3D

Guadium Press

Itália – Veneza (30/10/2020 16:00, Gaudium Press) A reconstrução em 3D do homem do Santo Sudário de Turim, torna ainda mais claro, se isto é possível, que estamos diante do Cristo descrito nos Evangelhos.

De julho a setembro, o Museu da ‘Scuola Grande di San Marco’ em Veneza apresentou a exposição “O Cristo do Santo Sudário: Uma Anatomia Sagrada Tridimensional”, que incluía um modelo 3D de Jesus Cristo seguindo a informação oferecida pela Síndone.

Os trabalhos para a realização da imagem 3D de Cristo demoraram dois anos. Para a reconstrução se utilizou uma foto tirada pelo fotógrafo Gian no ano de 2002, a qual se fez um amplo trabalho de laboratório para acentuar os detalhes. A fotografia trabalhada foi entregue ao escultor Sergio Rodella, que estabeleceu o perfil e a postura do corpo.

A voz de um especialista

“Consideramos que temos finalmente a imagem precisa de como era Jesus nesta terra. De agora em diante já não se poderá representá-lo sem ter esta obra em conta”, expressou em seu momento o professor Giulio Fanti, da Universidade de Pádua. “Segundo nossos estudos, Jesus era um homem de uma beleza extraordinária. Esbelto, mas muito robusto, tinha um metro e oitenta de altura, quando a estatura média da época era de 1,65 metros. E tinha uma expressão real e majestosa”, afirma.

A projeção tridimensional da figura do Santo Sudário, permite fazer uma estimativa das feridas que infligiram em Cristo:

“No Santo Sudário –expressa o professor Fanti– se contaram 370 feridas de flagelo, sem ter em conta as laterais, que a tela não oferece porque envolvia apenas a parte da frente e as costas do corpo. Mas podemos lançar a hipótese de cerca de 600 golpes. Além disso, a reconstrução tridimensional permitiu reconstruir que na hora da morte, o homem do Sudário estava encurvado para a direita porque o ombro direito estava deslocado de maneira tão grave que feriu os nervos”. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Santa Catarina de Alexandria, Megalomártir († c.305)

Santa Catarina de Alexandria | ECCLESIA

Pedro Bargelline, no livro “Mille Santi Del Giorno” diz: “entre as santas que levam o nome de Catarina, a mais conhecida na literatura é Catarina de Sena; a mais célebre na história da espiritualidade é Catarina de Gênova; porém, a mais venerada universalmente, tanto pelo Ocidente quanto pelo Oriente é Santa Catarina de Alexandria”.

Nascida em Alexandria no Egito, foi virgem ilustre e não somente por nobreza de nascimento, formosura, riqueza, mas também por um grau de ciência incomum. Era filha do Rei Costus do Egito. Um dia sua mãe apresentou-a a um eremita. Vendo ele a graça e a inteligência de Catarina resolveu ensinar a ela tudo sobre a vida cristã. Assim ela renunciou as riquezas e a vida de conforto que vivia e resolveu oferecer-se a Cristo e gastar sua fortuna ajudando aos pobres e necessitados. Sua mãe sempre esteve do seu lado, apoiando e incentivando a que ela prosseguisse na sua vida devotada a Cristo.

Durante toda sua vida dedicou-se com especial zelo à prática da virtude e da virgindade. Fiel a Cristo, amou-O como verdadeiro esposo. Soube por isso resistir ao afago e a brutalidade do imperador Maxentius que, tendo ido à Alexandria exigia que também ela oferecesse sacrifícios aos deuses.


«Por que queres perder esta multidão com o culto aos deuses? Aprende a conhecer a Deus, criador do mundo e ao seu único filho Jesus Cristo, que com a cruz livrou a humanidade do inferno».
Narra-se que apenas com 18 anos ela animava os cristãos e assim falou ao imperador:

O imperador, impressionado pela coragem e formosura de Catarina convocou retóricos e filósofos para fazer mudar as idéias da jovem, mas aconteceu o contrário: a eloqüência da Santa convenceu de erros os próprios filósofos que se converteram ao cristianismo.

Derrotado em seus intentos o Imperador vingou-se, decretando a prisão de Catarina e, conta-se, durante o período em que permaneceu encarcerada foi nutrida milagrosamente por uma pomba e visitada por Jesus e pelos Anjos.

O imperador ordenou então que a jovem fosse dilacerada por uma roda munida de lâminas cortantes e ferros pontiagudos. Esta roda, porém, ao contato com o corpo da santa, despedaçou-se tendo seus pedaços atingido e esmagado alguns pagãos, ficando a virgem preservada do suplício. Após várias torturas, Catarina foi enfim decapitada.

A história diz que o corpo da Santa foi levado pelos anjos ao Monte Sinai onde, de fato, já antes do ano 1000 foi construído um famoso mosteiro. Neste mosteiro os monges acumularam uma rica biblioteca contendo preciosos códigos entre os quais, no século passado, foi encontrado um código do século IV escrito em grego contendo o antigo e novo testamentos, e que passou à história com o nome de Código Sinaítico, conservado no Museu de Londres.

Uma parte das relíquias da Santa foi levada por volta do ano 1000 a um convento Beneditino na França e se tornaram famosas pelo alto poder taumatúrgico.

As fontes literárias que documentam a vida e o culto da Santa estão na língua grega e remontam o século VI.

Sabe-se ainda por outra fonte que os anjos transladaram seus restos mortais, logo após seu martírio, para um sepulcro no monte onde Moisés tinha recebido as tábuas da Lei e onde atualmente se localiza o famoso mosteiro de Santa Catarina. Erguido no tempo do imperador Justiniano. Talvez, para preservá-las dos invasores árabes é que alguns séculos depois da morte algumas importantes relíquias da santa foram levadas para Mosteiro do Sinai. Com efeito, a primitiva denominação do Mosteiro era outra e o esquife da mártir não se encontra debaixo do altar-mor e no meio da Igreja mas no coro, à direita.

Outras fontes ainda revelam que durante 200 anos depois de sua morte, o seu corpo intacto foi escondido pelos cristãos até o dia em que o imperador Justiniano edificou um enorme mosteiro na Montanha do Sinai, no Egito onde o colocou. Isto ocorreu no ano 307 depois de Cristo.

Em louvor à Santa Catarina foram erguidos numerosos templos em toda a Europa; Literatura e arte andaram à porfia em celebrar os louvores e imortalizar a figura da Santa, símbolo de rara pureza, de singular beleza, de preclaro saber e de graça.

A Universidade de Paris escolheu-a como padroeira e é invocada como protetora dos estudantes e filósofos.

Na Igreja do Oriente venera-se Santa Catarina com o título de “megalomártir” (grande mártir) a virgem de Alexandria do Egito que ofereceu sua própria vida pela fé cristã no ano 305.

Tendo como sua padroeira esta Megalomártir do Cristianismo, o Estado de Santa Catarina foi presenteado pelo Arcebispado Grego Ortodoxo do Monte Sinai - Egito, com uma grande relíquia. Mons. Angelos Kontaxis, Archimandrita da Igreja Grega de Florianópolis acompanhando uma comitiva sob a direção do então governador do Estado, Dr. Esperidião Amin, esteve pessoalmente no Mosteiro Ortodoxo do Monte Sinai de onde, mais tarde, trouxe esta relíquia. O Poder Público do Estado providenciou a edificação de uma capela ecumênica, em estilo bizantino, situada em frente ao Palácio da Justiça, onde as relíquias foram depositadas para veneração dos fiéis.

REFERÊNCIAS:

BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém (Nona Edição Revista e Ampliada). São Paulo: Paulus, 2013.


Ecclesia

Solenidade de Todos os Santos - Ano A

Dom José Aparecido
ADM. APOST. ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA

ALEGRAI-VOS E EXULTAI…

Inicialmente, a tradição bíblica reservou o título de “Santo” somente a Deus. Mas em toda a história de Israel, Javé gosta de ser chamado o Santo de Israel “Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is 43,3). A santidade de Deus suscita um santo temor. Contudo, o Seu desígnio de salvação ao eleger Israel comportou o sonho de comunicar a Sua santidade ao povo, o qual se torna um povo santo, diferente de todos os povos, porque caminha na Sua presença.

No Novo Testamento as promessas messiânicas se cumprem. Pelo mistério da redenção e a comunicação do Espírito Santo, os discípulos passam a ser chamados “santos”, tal era a convicção de que a graça comunicada no batismo é a semente de santidade a que todos os povos são chamados.

A primeira Leitura (Ap7,2-4.9-14) nos apresenta “a multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar”. O sinal na fronte e as vestes cândidas são uma clara alusão ao batismo pelo qual Deus imprime em nós a marca da Sua santidade, o selo de que pertencemos a Cristo. A santidade humana nada mais é do que a maturação da graça concedida no batismo. Os santos que a Igreja festeja hoje – não só os canonizados – são aqueles que procuram “com o auxilio de Deus, manter e aperfeiçoar, durante a vida, a santidade recebida no batismo” (Lumen gentium, 40). Para alcançar a glória, todos passam pela grande tribulação, passam pelo mistério redentor da Cruz, associando-se à Paixão Redentora de Jesus Cristo, nosso Senhor.

Na segunda Leitura o Apóstolo do amor nos ajuda a compreender que a santidade comunicada pela graça de Deus se traduz em termos de filiação: Deus nos quis filhos Seus: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus!”. E completa radiante: “E nós o somos!” (I Jo 3,1). E vibra ainda mais ao falar da visão beatífica do rosto de Jesus: “seremos semelhantes a Ele porque o veremos como Ele é” (v.2). Trata-se da glória comunicada pelo fulgor infinito da Trindade Beatíssima.

No Evangelho de São Mateus, o próprio Jesus fala do céu que deve começar na terra: as Bem-Aventuranças. A santidade já não é vista como no Antigo Testamento como a separação, a absoluta alteridade… é a partir da vida comum, das circunstâncias concretas da vida presente, especialmente as árduas e dolorosas – como a perseguição por causa da fé –que vêm a ser remidas. O Papa Francisco assim nos exorta a partir da última Bem-Aventurança: “«Alegrai-vos e exultai » (Mt 5, 12), diz Jesus a quantos são perseguidos ou humilhados por causa d’Ele. O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa” (Gaudete et exsultate, n.1). É muito estimulante e consolador comentário que a partir do n. 63 o Santo Padre faz das Bem-Aventuranças após falar dos obstáculos à santidade.

O louvor que a Igreja hoje eleva à santidade de Deus manifestada na vida dos Seus santos, refulge na Virgem Maria e nos impele a participar dessa grande aventura do amor de Deus por nós.

Folheto: "O Povo de Deus" | Arquidiocese de Brasília

Programação do dia de Finados (2/11) na Arquidiocese de Brasília

ArqBsB


Em virtude da pandemia do novo Coronavírus, excepcionalmente neste ano, a Arquidiocese de Brasília não celebrará missas nos cemitérios do DF no Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro.

Com o abrandamento do governo do Distrito Federal referentes às normas de distanciamento social, Dom José Aparecido, Administrador Diocesano, sugeriu prudência pastoral evitando as missas nos cemitérios, ainda que apenas para transmissão por streaming ou pelas mídias sociais.

Atendendo às sugestões dadas pela santa Sé em comunhão com a pastoral da esperança, excepcionalmente neste ano, a celebração de finados será nas paroquias e capelas, seguindo os horários de missas dominicais para que todo o povo fiel possa rezar por seus entes queridos.

Na Catedral de Brasília, a missa será às 10h30, presidida por Dom José Aparecido. Em seguida, rezará o Ofício dos fiéis defuntos, da Liturgia das Horas, na Cripta da Catedral onde estão sepultados Dom José Newton de Almeida Batista e Dom Francisco de Paula. A celebração será transmitida pelas mídias sociais da Arquidiocese de Brasília.

Normas especiais sobre as indulgências plenárias para este ano

  1. A este propósito, quero lembrar que, para alcançar neste dia, a indulgência plenária a modo de sufrágio pelos fieis defuntos, além das condições habituais (Confissão sacramental, Comunhão Eucarística e oração segundo as intenções do Papa), é requerida a visita ao cemitério ou a uma igreja. Por especial concessão do Santo Padre, o Papa Francisco, “este ano, nas atuais contingências devidas à pandemia da “Covid-19”, as indulgências plenárias para os fieis defuntos serão prorrogadas para todo o mês de novembro, adequando as obras e condições, a fim de garantir a incolumidade dos fieis” (Decr. da Penitenciaria Apostólica, 22 de outubro de 2020). 9. Para diminuir o perigo de aglomeração nos cemitérios, é conveniente recomendar nos avisos das missas dos próximos domingos que os fiéis, no Dia de Finados prefiram a visita às nossas igrejas que, para tal, deverão estar abertas. Conforme as indicações dadas pela Santa Sé, as visitas aos cemitérios e às igrejas para obter indulgência plenária poderão ser feitas durante todo o mês de novembro. (Carta ao clero nº66/2020)

 

“O Dia de Finados deste ano ganha um especial significado pastoral e humano pelo enorme número de irmãos falecidos e de famílias enlutadas em todo o mundo e em nossa Arquidiocese. Muitos nem sequer puderam despedir-se daqueles familiares cuja vida foi ceifada pela COVID-19. Também a nossa família sacerdotal e diaconal sofreu o luto recentemente: alguns padres e diáconos foram acolhidos na casa do Pai para participar da Liturgia Celeste.” (Dom José Aparecido – Carta ao clero nº66/2020)

Arquidiocese de Brasília 

1 de novembro, Dia de Todos os Santos: como falar dos mártires às crianças

Fr Lawrence Lew / CC BY-NC 2.0

Antes de se tornar o Dia da comemoração de Todos os Santos, a data foi instituída pela Igreja para homenagear os primeiros mártires. O dia 1º de novembro é, portanto, uma boa ocasião para falar aos nossos filhos sobre aqueles santos que deram suas vidas pela fé.

Os mártires são o sinal luminoso da força do Espírito Santo. Eles, a quem recordamos no Dia de Todos os Santos, não eram super-homens dotados de habilidades extraordinárias ou de uma resistência incomum ao sofrimento. Se puderam suportar até o fim o sofrimento do martírio com serenidade inabalável, foi porque se colocaram nas mãos do Espírito de Deus que os encheu com a sua força. Ofereceram a Deus a sua fragilidade e, através desta fragilidade, o Espírito Santo manifestou a sua Onipotência. Não hesitemos em fazer que as crianças descubram o valor e a força destes santos, especialmente se forem os santos padroeiros de algum dos nossos filhos.

Como apresentar esses santos às crianças?

Não é necessário ir muito longe nos horríveis detalhes da tortura infligida aos cristãos. Isso pode traumatizar certas crianças por causa de sua juventude ou de sua grande sensibilidade. Além disso, o essencial não está aí. Muitos mártires são conhecidos apenas pelas circunstâncias de sua morte. Não há razão para inventar uma vida para eles da qual nada sabemos. No entanto, o que sim podemos fazer é descrever o contexto histórico, geográfico e social correspondente.

Convém também insistir no papel do Espírito Santo, para mostrar bem que é em Deus que os mártires encontram a sua força. O Espírito Santo dá a eles uma Fé invencível. Quando são questionados por juízes, Ele lhes inspira respostas de surpreendente nitidez e firmeza (podemos lembrar o exemplo do julgamento de Joana d’Arc). O Espírito Santo lhes dá força não apenas para suportar mil golpes, torturas, insultos e humilhações, mas para fazê-lo também com alegria e paz, como descrevem inúmeras narrações. Deve-se explicar às crianças que essa alegria não é indiferença ao sofrimento, mas confiança absoluta em Deus. 

Os mártires, exemplos para todos os cristãos

Por que falar sobre os mártires com as crianças? Os mártires são para nós exemplos e inspiração. Talvez não sejamos chamados para oferecer nossas vidas de uma vez, para suportar torturas físicas e execuções. (Dito isso, você nunca sabe). Mas, em qualquer caso, todos somos chamados, inclusive as crianças pequenas, a dar a vida no dia-a-dia, em todos os momentos. É menos espetacular, mas não necessariamente mais fácil. O que então os mártires nos ensinam para nos ajudar a oferecer nossa vida ao Senhor?

Não adianta se preocupar com o que pode acontecer. Seja o que for, o Espírito Santo nos dará a força e a paz necessárias para superar tudo. Deus, que faz as cruzes, também faz os ombros e não há maior especialista em proporções. Como a jovem Santa Blandina de Lyon conhecia de antemão a tortura que a esperava, sem dúvida se julgava incapaz de suportá-la. No entanto, quando chegou a hora, Deus deu à ela tudo que ela precisava para lidar com isso.

Disposição ao Espírito Santo

Deus é todo-poderoso, Ele só nos pede para nos dar a sua força. Só falta que lhe deixemos agir, que nos coloquemos à disposição do Espírito Santo e, para isso, primeiro reconheçamos a nossa fragilidade. Ajudemos as crianças a traduzir esta atitude no concreto de suas vidas. Não é pela força do punho, pela sua mera vontade, que Juan pode tornar-se mais corajoso no seu trabalho, Amalia mais prudente na escola, Victor menos desobediente… e a mãe mais paciente. O esforço é necessário, é verdade, mas com a ajuda de Deus, reconhecendo-nos como pecadores, sabendo que somos fracos, aceitando reconhecer nossos erros e nossas quedas mas sempre mantendo a confiança em Deus.

Não tenham “vergonha” de ser cristãos

É importante explicar às crianças que os mártires também nos ensinam a ter a coragem de defender nossa fé sem medo de ser ridicularizados, feridos ou golpeados. Talvez pode ser muito difícil para uma criança, e certamente ainda mais difícil para um adolescente, ousar chamar-se cristão e se comportar como tal num ambiente hostil. Por causa dessas dificuldades, a criança ou o jovem pode se retrair, ficar tenso, se defender com intransigência, julgando os outros. Cabe a nós, pais e educadores, ensiná-los a ter orgulho de sua fé – não tenhamos “vergonha” de ser cristãos pela tolerância – mas pela paz e pela caridade. Por isso é importante que as crianças possam falar sobre o assunto com os pais, de caridade e com humor.

Vamos ensinar-lhes que não podemos ser heróis no reino da fé e negadores no reino da caridade. Eles não podem ser dissociados. Testemunhar a nossa fé não é só ou antes de tudo afirmar as nossas convicções, mas também e sobretudo comportar-nos como cristãos, ou seja, como discípulos dAquele que nos deu a Caridade como primeiro mandamento. O Espírito que dá força também dá doçura.

Aleteia

Católicos e judeus comemoram 55 anos da declaração Nostra Aetate

Bispos durante o Concílio Vaticano II na Basílica de São Pedro.
Crédito: Dave582 (CC BY-SA 4.0)

Vaticano, 29 out. 20 / 01:00 pm (ACI).- O Vaticano divulgou um comunicado no qual católicos e judeus celebram os 55 anos da declaração Nostra Aetate, sobre a relação da Igreja Católica com outras religiões.

Em nota publicada nesta quarta-feira pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal Kurt Koch, presidente da Comissão Vaticana para as Relações Religiosas com os Judeus (CRRJ), afirmou que “sem dúvida 'Nostra Aetate' (numeral 4 ) lançou as bases para as relações entre católicos e judeus e pode, portanto, ser corretamente considerada como a 'Carta Magna' das relações entre judeus e católicos”.

Por sua vez, o rabino Noam Marans, chefe da Comissão Judaica Internacional para as Consultas Inter-religiosas (IJCIC), enfatizou que Nostra Aetate “foi dramaticamente ampliada pelas visitas papais às sinagogas, aos locais horríveis, mas sagrados dos crimes do Holocausto e ao Estado de Israel depois que se estabeleceram as relações diplomáticas entre o Vaticano e Israel em 1993”.

A IJCIC também elogiou a liderança do Papa Francisco na condenação do antissemitismo e expressou sua solidariedade com os cristãos que enfrentam perseguição.

A CRRJ foi fundada em 1974. Desde então "estendeu seus ensinamentos e iniciativas e convoca junto com a IJCIC o Comitê Internacional Católico-Judaico a cada dois anos para discutir questões de interesse mútuo", indica o comunicado.

No numeral 4 da declaração Nostra Aetate, o Concílio Vaticano II indica que “a Igreja de Cristo reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés e nos profetas".

“Professa que todos os cristãos, filhos de Abraão segundo a fé (6), estão incluídos na vocação deste patriarca e que a salvação da Igreja foi misticamente prefigurada no êxodo do povo escolhido da terra da escravidão. A Igreja não pode, por isso, esquecer que foi por meio desse povo, com o qual Deus se dignou, na sua inefável misericórdia, estabelecer a antiga Aliança, que ela recebeu a revelação do Antigo Testamento e se alimenta da raiz da oliveira mansa, na qual foram enxertados os ramos da oliveira brava, os gentios (7). Com efeito, a Igreja acredita que Cristo, nossa paz, reconciliou pela cruz os judeus e os gentios, de ambos fazendo um só, em Si mesmo”, continua.

O número 4 também destaca que a Igreja “reprova quaisquer perseguições contra quaisquer homens, lembrada do seu comum patrimônio com os judeus, e levada não por razões políticas, mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo, seja qual for o tempo em que isso sucedeu e seja quem for a pessoa que isso promoveu contra os judeus”.

ACI Digital

TODOS OS SANTOS

Todos os Santos | Canção Nova

Esta importante solenidade, chamada, por alguns, “Páscoa de outono,” é celebrada como membros ativos de uma Igreja, que, mais uma vez, não olha para si mesma, mas olha e aspira pelo céu. De fato, a santidade é um caminho que todos somos chamados a trilhar, sob o exemplo desses nossos “irmãos mais velhos”, que nos são propostos como modelos, porque aceitaram ser encontrados por Jesus, rumo ao qual se encaminharam com confiança, com seus desejos, fraquezas e sofrimentos.

Significado da Solenidade

A memória litúrgica dedica um dia especial a todos aqueles que uniram com Cristo em sua glória. Eles não nos são indicados apenas como arquétipos, mas invocados também como protetores das nossas ações.
Os Santos são os filhos de Deus que atingiram a meta da salvação e que vivem, na eternidade, aquela condição de bem-aventurança expressa por Jesus no discurso da Montanha, narrado no Evangelho de Mateus (5,1-12). Os Santos são aqueles que também nos acompanham no nosso percurso de imitação de Jesus, que nos leva a ser pedra angular na construção do Reino de Deus.

Comunhão dos Santos

Em nossa profissão de fé, afirmamos acreditar na Comunhão dos Santos. Sabemos que esta expressão significa a vida e a contemplação eterna de Deus, razão e finalidade da mesma Comunhão, mas também a comunhão com as "coisas" sagradas. De fato, se os bens terrenos, enquanto limitados, dividem os homens no espaço e no tempo, as graças e os dons, que Deus nos proporciona, são infinitos e deles todos podem participar.
O dom da Eucaristia, de modo particular, nos permite, desde já, viver a antecipação daquela liturgia que o Senhor celebra no santuário celestial com todos os Santos.
A grandeza da redenção mede-se pelos frutos, ou seja, por aqueles que foram redimidos e amadureceram em santidade. Através deles, a Igreja contempla a sua vocação e condição de uma humanidade transfigurada em caminho rumo ao Reino.

Origem e história desta festa

Esta festa de esperança, que nos recorda o objetivo da nossa vida, tem raízes antigas: no século IV, começou a celebração dos mártires, comuns para as diferentes Igrejas. Os primeiros sinais desta celebração foram encontrados em Antioquia, no domingo após o dia de Pentecostes, sobre a qual já falava São João Crisóstomo.
Entre os séculos VIII e IX, esta festa começou a difundir-se também na Europa, e, em Roma, de modo particular, no século IX. Ali, o Papa Gregório III (731-741) quis que esta festa fosse comemorada no dia 1º de novembro, que coincidia com a consagração de uma Capela, na Basílica de São Pedro, dedicada às relíquias "dos santos Apóstolos, dos Santos mártires e confessores e de todos os Justos, que chegaram à perfeição e descansam em paz no mundo inteiro".
Na época de Carlos Magno, esta festa já era muito conhecida como ocasião para a Igreja, que vagueia e sofre na Terra, mas que olha para o céu, onde estão seus irmãos mais gloriosos.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF