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sábado, 30 de janeiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 6/20)

São GREGÓRIO DE NISSA

(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

História de Moisés

Capítulo 11

Como mais uma vez se originasse no povo uma rebelião para conseguir o poder, e alguns tentassem pela força que fosse transferido para eles o sacerdócio, ele suplicou uma vez mais a Deus pelos que pecavam, porem o rigor do juízo divino foi mais forte que a compaixão de Moisés por sua gente. A terra, que por vontade divina se abrira como uma boca, fechou-se novamente sobre si mesma, tragando totalmente todos os que se opunham a autoridade de Moisés; aqueles que se haviam envolvido em intrigas para alcançar o sacerdócio, devorados pelo fogo em número próximo de duzentos e cinqüenta, com sua desgraça ensinaram sensatez ao povo (Nm 16, 1-35). Para que os homens se persuadissem mais de que a graça do sacerdócio é concedida por Deus aos que são dignos, Moisés fez com que os homens principais de cada tribo trouxessem bastões, marcados cada um com o sinal de seu dono. Entre estes se encontrava o do sacerdote Aarão. Tendo colocado os bastões diante do santuário, neles mostrou ao povo o desígnio de Deus no que diz respeito ao sacerdócio: dentre todos, somente o báculo de Aarão floresceu e produziu fruto do lenho, - o fruto era uma noz -, e o levou ao amadurecimento (Nm 17, 16-24). Mesmo para os que não criam pareceu um enorme prodígio que o que estava seco, sem casca e sem raiz, se tornasse fértil de repente, e que realizasse o que realizam as plantas com raízes, fazendo, o poder divino, para o lenho as vezes da terra, córtex, umidade, raiz e tempo. Depois disto Moisés, guiando o exército entre povos estrangeiros que se opunham à sua passagem, promete com juramento que o povo não atravessaria suas lavouras nem seus vinhedos, mas que seguiria o caminho real, sem desviar-se nem para a direita nem para a esquerda. Como nem assim se aquietassem os inimigos, vencendo seu adversário em combate, faz-se dono do caminho (Nm 20, 17). Então certo Balac, que dominava sobre o povo mais importante, -madianitas era o nome desse povo-, compadecido da sorte dos vencidos e imaginando que padeceria as mesmas coisas por parte dos israelitas, não leva em sua ajuda nenhum contingente de armas ou de pessoas, mas a arte da magia através de certo Balaam, o qual tinha fama de ser versado nestas coisas e, segundo a convicção daqueles que o haviam procurado, tinha certo poder nesta atividade. Sua arte era a da adivinhação, porem com a ajuda dos demônios era temível, fazendo cair males incuráveis sobre os homens com poder mágico (Nm 22, 2-8). Este, enquanto segue aos que o conduzem ao rei do povo, conhece pela voz da jumenta que o caminho não lhe seria favorável. Depois conhecendo por uma visão o que devia fazer, descobriu que sua magia era demasiado débil para causar dano àqueles que estavam acompanhados por Deus na luta. Balaam possuído pela inspiração divina em lugar da energia dos demônios, disse palavras tais que claramente são uma profecia das melhores coisas que lhes sucederia mais adiante aos israelitas. Ao ser impedido de utilizar sua arte para o mal, tomando então consciência do poder divino, afastou-se da adivinhação e se fez intérprete da vontade divina (Nm 22, 22-24). Depois disto, os estrangeiros foram exterminados pelo povo em um combate contra eles; este por sua vez resultou vencido pela paixão da incontinência pelas cativas. Finéias atravessou com uma só lança aos que estavam entrelaçados na ignomínia; então teve descanso a cólera de Deus contra aqueles que se haviam deixado arrastar às uniões ilícitas (Nm 25, 1-9). Finalmente, o Legislador, subindo a um monte e contemplando de longe a terra que estava preparada para Israel segundo a promessa feita por Deus aos pais, abandonou a vida humana sem haver deixado sobre a terra nenhum sinal, nem uma recordação de seu trânsito com algum monumento funerário. O tempo não havia maltratado sua formosura, nem havia obscurecido o fulgor de seus olhos, nem havia debilitado a graça resplandecente de seu rosto (Dt 34,1-7), mas permaneceu sempre idêntico a si mesmo e, desta forma, conservou, mesmo na maturidade, a imutabilidade na beleza. Expus para ti em grandes traços quanto aprendemos sobre a história do homem em seu sentido literal, ainda que também tenhamos alargado necessariamente o discurso naquelas coisas em que de algum modo havia razão para isso. Talvez já seja tempo de aplicar a vida que acabamos de recordar ao objetivo a que nos propusemos em nosso discurso com o fim de obter alguma utilidade para a vida virtuosa. Retomemos pois o começo do relato desta vida.

Capítulo 12

Assim pois, não pensemos, por nos ater à letra da narração, que Deus é a causa dos sofrimentos dos que os mereceram, mas que cada um é autor de suas próprias desditas, ao preparar para si, com uma escolha adequada um cúmulo de dores, como diz o Apóstolo a um homem desta classe: Pela dureza e impenitência de teu coração vais entesourando contra ti ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, o qual dará a cada um segundo suas obras (Rm 2, 5-6). De fato, se por um excesso na comida gera-se nos intestinos um humor bilioso e daninho, e o médico o expulsa provocando o vômito com sua técnica, não se atribui a ele - senão à desordem na comida - a causa de introduzir o humor nocivo nos corpos: a ciência médica só o fez visível. Da mesma forma, quando se diz que provem de Deus a dolorosa retribuição aos que usaram perversamente sua liberdade, é bom reconhecer que estes padecimentos têm sua origem e sua causa em nós. Para quem vive sem pecado não existem as trevas, nem os vermes, nem a geena, nem o fogo (Mc 9, 43), nem nenhum dos temíveis nomes e realidades. A narração diz também que os hebreus não padeceram as pragas dos egípcios. Se pois em um mesmo lugar há mal para um e não para outro, segue-se que a diferença entre um e outro se encontra na diversidade da escolha, e é necessário concluir, portanto, que nenhum mal pode ter consistência fora de nossa livre decisão.

Capítulo 13

Avancemos com a continuação do texto, tendo bem presente o que já explicamos: que o mesmo Moisés ou aquele que a sua imitação se eleva na virtude, depois de haver fortalecido sua alma com uma prolongada vida elevada e reta, e com a iluminação recebida do alto, considera como uma injustiça de sua parte não guiar seus compatriotas a uma vida livre. Moisés saindo a seu encontro infunde-lhes um desejo mais forte de liberdade pondo diante deles a gravidade dos padecimentos. A quando está perto de libertar seu povo do mal, traz a morte a todo primogênito egípcio (Ex 12, 29), indicando-nos deste modo que é necessário destruir o mal em seu primeiro broto, pois do contrário é impossível escapar da vida egípcia. Parece-me importante não deixar passar este pensamento sem refletir sobre ele. Pois se alguém considerar só o sentido literal, como poderá manter uma interpretação digna de Deus nos acontecimentos narrados? É injusto o egípcio e em seu lugar é castigado seu filho recém nascido que por sua tenra idade não pode distinguir entre o bem e o mal. Sua vida é alheia à paixão malvada, pois a infância não dá lugar à paixão, nem estabelece diferença entre a direita e a esquerda; unicamente ergue os olhos ao peito de sua nutriz, para expressar sua dor só dispões de suas lágrimas e, se consegue o que deseja sua natureza, mostra sua alegria com um sorriso. Onde está a justiça, se este cumpre o castigo pela maldade paterna? Onde a piedade? Onde Ezequiel clamando que a alma que peca, esta morrerá e não será responsável o filho, mas o pai (Ez 18, 20)?

ECCLESIA Brasil

Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II

Imagem: BBC

Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II

(N.18-2)            (Séc.XX)

O mistério da morte

Em face da morte, o enigma da condição humana atinge o seu ponto máximo. O homem não apenas é atormentado com a dor e o progressivo declínio do corpo, mas com muito maior força pelo temor da destruição perpétua. Pelo acertado instinto de seu coração, afasta com horror e rejeita a ideia da total ruína e da morte definitiva de sua pessoa. A semente de eternidade que traz em si, irredutível à pura matéria, insurge-se contra a morte. Todas as conquistas da técnica, por mais úteis que sejam, não conseguem acalmar a angústia humana, pois o prolongamento biológico da vida não pode satisfazer o desejo inelutavelmente presente em seu coração de viver sempre.

Já que diante da morte toda imaginação fracassa, a Igreja, instruída pela Revelação, afirma ter sido o homem criado por Deus para uma finalidade feliz, para além dos limites da miséria terena. E não só, mas a fé cristã ensina que a morte corporal, que lhe seria poupada se não houvesse pecado, será vencida quando o homem recuperar a salvação, perdida por culpa sua, pelo onipotente e compadecido Salvador. Com efeito, Deus chamou e continua a chamar o homem a aderir com sua natureza integral à perpétua comunhão na incorruptível vida divina. Cristo conseguiu esta vitória, libertando o homem da morte por meio de sua morte e ressurgindo para a vida. Para quem reflete, a fé baseada em sólidos argumentos oferece uma resposta a sua ansiedade sobre a sorte futura. Ao mesmo tempo dá a possibilidade de comunicar-se com os caros irmãos já arrebatados pela morte em Cristo, despertando a esperança de possuírem eles, desde agora, a verdadeira vida junto de Deus.

Certamente incumbe ao cristão o dever urgente de lutar contra o mal através de muitas tribulações e de aceitar a morte; mas unido ao mistério pascal, configurado à morte de Cristo, firme na esperança, chegará à ressurreição.

Tudo isto vale para os cristãos e também para todos os homens de boa vontade em cujos corações a graça age invisivelmente. Tendo, pois, Cristo morrido por todos, e sendo uma só a vocação última do homem, isto é, a divina, devemos afirmar que o Espírito Santo oferece a todos a possibilidade, de modo só conhecido por Deus, de se associarem ao mistério pascal.

De tal valia e tão grande é o mistério do homem, que se esclarece pela Revelação cristã aos fiéis. Por conseguinte, por Cristo e em Cristo, ilumina-se o enigma da dor e da morte que, fora de seu Evangelho, nos esmaga. Cristo ressuscitou, por sua morte destruiu a morte e deu-nos a vida para que, filhos no Filho, clamemos no Espírito: Abá, Pai!

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Como ajudar seus filhos a encontrarem o seu lugar entre os irmãos?

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O lugar de cada filho entre os irmãos gera um impacto em seu caráter e pode ser determinante em sua relação com o mundo. Ajudá-los a se sentirem bem em família exige paciência e compreensão.

Ser o mais velho ou o mais novo, filho único ou filho do meio… Qual o impacto que isso traz ao caráter das crianças e como evitar as confusões que isso pode trazer? Veja a seguir uma entrevista sobre o assunto com Françoise Peille, psicóloga clínica, especialista em infância e adolescência.

Os mais velhos são como pequenos reizinhos?

Françoise Peille: O filho mais velho ocupa um lugar particular, pois ele é o responsável por transformar o casal em novos pais. Maravilhados com o primeiro filho, com quem descobrem um mundo totalmente novo, eles o amam de maneira diferente. Quando chegam os outros filhos, o filho mais velho fica frustrado porque tem que compartilhar seus pais quando os tinha todos para si. É um momento difícil para ele. Outra grande dificuldade diz respeito à educação de meninas mais velhas, que muitas vezes se queixam de serem forçadas a fazer tarefas domésticas e cuidar dos irmãos pequenos. Algumas são apelidadas de “a mãezinha” da família, mas você nunca chamaria um filho homem de “o papai” da família! É importante que os mais velhos vivam sua infância, pois só passamos por ela uma vez. Como regra geral, os pais correm o risco de atribuir ao filho mais velho tarefas muito grandes que parecem valorizá-los, mas que na verdade podem desencorajá-los se sentirem que não estão correspondendo às expectativas dos pais.

O segundo filho, um competidor em relação ao filho mais velho?

O segundo filho muitas vezes fica chateado com o lugar privilegiado que o filho mais velho ocupa. Se a diferença de idade é pequena, de apenas dois anos por exemplo, é o mais velho que pode ficar frustrado, pois ambos os filhos vão precisar muito de carinho e atenção. Ao passo que, quando há uma grande diferença de idade, o mais velho terá o papel de “irmão mais velho” e assim pode se sentir recompensado. O lugar do segundo filho também depende muito do sexo. Quando se trata de um filho de sexo diferente do mais velho, é uma nova descoberta para os pais. Eles redescobrem certas coisas como se fossem o primeiro filho. O segundo é então valorizado tanto quanto o primeiro, mas sem tanta pressão como quando tiveram o primeiro filho.

O filho do meio e o penúltimo filho

Ser o filho do meio de uma família numerosa tem suas vantagens e desvantagens. Ele nem é mimado como o mais novo e nem valorizado como o mais velho. Se ele se sente bem consigo mesmo, se adaptará bem, tendo a chance de estar com os mais velhos em alguns momentos, e com os mais novos em outros.

Em relação ao penúltimo filho, não é tanto a posição que importa, mas como a criança é percebida pelos pais. Cada um deve ter um determinado status na família, sem que os pais se sintam culpados por não amarem a todos da mesma maneira. Eles amam de forma diferente, nem mais nem menos. Nunca somos os mesmos pais de nossos filhos porque eles chegam em momentos diferentes em nossas vidas. A igualdade sagrada não funciona com os nossos filhos, porque suas necessidades são diferentes.

O último filho, o mais mimado?

Entre todos os irmãos, você sempre ouvirá os mais velhos dizerem aos mais novos: “Nossos pais foram muito mais severos para mim do que para você”. Os caçulas são muitas vezes objetos da atenção de toda a família, mimados, valorizados por todos, costumam ter muito sucesso. A menos que cheguem em um momento que não foram planejados ou em meio a um contexto difícil. À medida que os pais envelhecem, eles podem acabar se envolvendo menos na educação do filho mais novo, sendo muito mais flexíveis e lhes dando mais liberdade, o que talvez explique o caráter mais fantasioso do caçula. Mas mesmo que mais flexíveis, os pais devem continuar investindo nos filhos.

Os gêmeos, são como um só?

Se os gêmeos são os únicos filhos, o relacionamento deles geralmente é muito próximo. Não importa muito se são idênticos ou não. Quando cercados por outros irmãos, os pais precisam ficar vigilantes para manter o equilíbrio entre os gêmeos e o resto dos irmãos, pois muitas vezes eles podem despertar ciúmes. Uma coisa importante a saber é: um gêmeo é regularmente dominante na dupla, mas os pais não precisam se preocupar com isso. Eles devem permitir que rivalidades e conflitos se expressem e se resolvam, a menos que sejam muito sérios. Muitas vezes as rivalidades entre irmãos são seguidas de uma cumplicidade e conexão forte entre eles.

O filho único

Comumente ele é altamente valorizado e muito aberto ao mundo exterior, pois, desde a infância, os pais o abriram para os outros. Às vezes, ao contrário, os pais o mantêm em sua bolha e não permitem que ele se abra com o mundo. Normalmente muito seguro de si, graças ao seu monopólio emocional, ele também pode arruinar completamente sua vida se não estiver “à altura” daquilo que os seus pais sonharam pra ele.

Aleteia

Santuário da Padroeira de Minas celebra criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural

Guadium Press
A proposta de criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade foi apresentada pelos evangelizadores que cuidam do Santuário há mais de 250 anos.

Redação (29/01/2021, 18:15, Gaudium Press) Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Belo Horizonte anunciou na que o Conselho de Política Ambiental, do Estado de Minas Gerais (Copam) e a  Câmara de Proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas (CPB), aprovaram, por unanimidade, a criação de duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), na Serra da Piedade.

Segundo informa a Arquidiocese belo-horizontina, o território compreende áreas do Santuário Basílica da Padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade e do Recanto Monsenhor Domingos da Congregação das Irmãs Auxiliares da Piedade.

O projeto das RPPNs foi apresentado ao governo pelos evangelizadores do Santuário, cuidadores da Serra há mais de 250 anos

O projeto conjunto de criação das RPPNs foi elaborado com apoio da Agência de Desenvolvimento Regional e Integrado  (ADERI), da Arquidiocese de Belo Horizonte –que reúne em seu quadro importantes  especialistas, professores e técnicos– e apresentado ao governo do Estado de Minas Gerais,  no ano de 2020, pelos  evangelizadores  do Santuário Basílica da Padroeira de Minas que são os cuidadores da Serra da Piedade há mais de 250 anos.

O site arquidiocesano afirma que a criação das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), é mais uma importante iniciativa na conservação da Serra da Piedade, com destaque para a sua biodiversidade e suas nascentes de água.

Para a Arquidiocese o fato é importante também para as áreas protegidas da região, o que representa, mais uma vez, a contribuição que a Arquidiocese de Belo Horizonte tem dado historicamente para a conservação do patrimônio cultural e ambiental de Minas Gerais.

Como se sabe, afirma a Assessoria de Comunicação, a proposta de criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural apresentada pelos evangelizadores do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade é antes de tudo um ato de amor e senso de coletividade, pois o proprietário disponibiliza para toda a sociedade um “terreno”, que seria somente de sua utilização, em comum utilização para todos, com o único propósito: a manutenção das áreas naturais na região da Serra da Piedade para a preservação da biodiversidade. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

A importância da medicina em tempos de pandemia segundo os padres da Igreja

GEN Jurídico
por Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

A importância da medicina em tempos de pandemia segundo os padres da Igreja

 Nós estamos num tempo de pandemia que atinge milhões de pessoas, seja pelo vírus covid 19, seja pelas mortes. Nós não podemos ser negacionistas, mas nós somos chamados a seguir as normas sanitárias para assim evitar o contágio do próprio vírus. Nós devemos ser solidários com as regiões mais carentes com os meios para superar a pandemia e estimular as pessoas para que recebam a vacina ou as vacinas porque essas estão chegando aos poucos de modo que nós damos graças a Deus e à ciência, para sermos vacinados e assim ajudar na convivência social com maior tranqüilidade. Veremos a seguir a visão da medicina em alguns padres da Igreja, escritores, teólogos dos primeiros séculos do cristianismo, sendo ela material e espiritual.

O médico, Senhor Deus

Teófilo, de Antioquia, Bispo no século II afirmou que o Senhor é o verdadeiro médico. Ele afirmou que a pessoa que não quer o conhecimento de Deus, tem a cegueira da mente e a dureza do coração. Se, no entanto a pessoa deseja ser curada, deve confiar ao médico, que Ele fará a cirurgia dos olhos da mente da pessoa e do coração. Este médico é Deus, que por meio do Verbo sara e vivifica[1].

A saúde

Tertuliano, norte da África, padre dos séculos II e III afirmou o significado da saúde das pessoas, onde essas deveriam procurar nas Igrejas apostólicas onde os fieis se encontram para rezar e louvar a Deus. É lá que se lêem as cartas autênticas escritas pelos apóstolos, onde se encontram o eco de suas vozes e a vida de cada um dos apóstolos. A Igreja de Roma é a bem-aventurada, porque foram os apóstolos a derramar nela com o seu sangue, a doutrina fundamental para conduzir outras igrejas. Foi a Igreja de Pedro e de Paulo que derramaram o seu sangue pelo Senhor. Naquela Igreja se professa o credo apostólico na fé de Deus Uno e Trino, onde se batiza em nome da Santíssima trindade e é nutrida pela eucaristia[2].

A utilidade da medicina

Orígenes falou da utilidade da medicina, necessária ao gênero humano em vista das terapias. Neste sentido à ciência médica, são varias as escolas entre os gregos e também entre os povos, aqueles que se dedicaram à esta ciência[3]. É preciso valorizar a medicina em vista da cura das doenças nas pessoas e nos povos, como graça de Deus e como responsabilidade humana.

A utilidade e os limites da medicina

São Basílio, o grande, bispo de Cesaréia, século IV, falou a respeito da medicina como um serviço importante dado ao ser humano. Todos os serviços e as atividades foram dados por Deus, para preencher as lacunas da natureza. Quando o nosso corpo está doente, aflito das doenças, seja por diversos motivos sofre por causa de uma falta no corpo, Deus Criador da nossa existência, nos concedeu como demonstração daquela sua medicina a curar as almas, a ciência médica, graças a qual se redimensiona o supérfluo e o acrescentado, ou aquilo que está em medida muito reduzida. Se o ser humano estivesse no paraíso talvez não houvesse a necessidade da imunização das doenças, mas quando o ser humano pecou, ouviu do Senhor que era com o suor do seu rosto que deveria procurar o pão (cfr. Gn 3,19), tendo empregado muito cansaço para cultivar a terra, Deus mesmo favoreceu em nós a inteligência e a aprendizagem daquela arte. Como a morte entrou por causa do pecado humano, foi-nos ofertada com a ajuda de Deus a medicina, para que em certa medida, os doentes pudessem sarar. Não é por nada que germinaram da terra as ervas destinadas a curar as doenças, que certamente foram suscitadas pela vontade do Criador e acalmassem as nossas doenças. O ser humano deve servir-se da medicina quando há a necessidade para assim praticar o uso dos meios que essa oferece com o fim de declarar a glória de Deus, propor um exemplo de como cura-se a alma[4].

Ainda em São Basílio, colocou que Deus é origem do bem, do amor, e não da doença. Deus elimina o mal, a doença pela medicina, pelos meios que o ser humano usa para o bem das pessoas[5].

A medicina da fé

 São João Crisóstomo, Bispo de Constantinopla, séculos IV e V, afirmou a necessidade de confiar na medicina da fé, a mais eficaz medicina para as almas. O que se obterá, através da fé? O Bispo respondeu que nós ao recebermos os benefícios de Deus, nos tornamos melhores, de modo que não duvidemos de mais nada e encontraremos a paz e o amor. Como são as coisas de Deus, devemos ter respeito e acreditar nelas[6].

São João Crisóstomo colocou a situação da alegria e da dor como medicina da alma. Deus governa o universo inteiro com a força, com a graça, com a misericórdia, com amor. Como as estações se sucedem, o dia à noite, ora somos na dor, ora na alegria, ora somos doentes, ora sãos. Não devemos nos surpreender se as vezes caímos na dor, na doença, e é claro na saúde, porque isto faz parte da natureza humana. Não é possível que alguém fique sempre na dor, na doença, porque a natureza não poderia resistir. É preciso viver bem seja na dor, seja na alegria correspondendo sempre ao mandamento do Senhor, pois Ele sempre nos consola em todas as nossas aflições (cfr. 2 Cor 1,4)[7].        Nós buscamos a vida sobre a morte. O Senhor concedeu os meios para a superação dos males que atingem à natureza humana. A ciência, a medicina, a vacina nos ajudem para viver melhor no amor a Deus, ao próximo co

[1] Cfr. Teofilo d´Antioquia, Ad Autolico, 1, 5-7. In: La teologia dei padri, v. 1. Città Nuova Editrice, Roma, 1982,  pg. 68.

[2] Cfr. Tertulliano, La prescrizione contro gli eretici, 36. In: dem, v. IV,  pg. 44.

[3] Cfr. Origene, Contro Celso, 3,12-13. Idem, pg. 44.

[4] Cfr. Basilio Il Grande, Regole lunghe, 55,1-5. V. 1, pgs. 273-274.

[5] Cfr. Idem, Omelia ‘Dio non è l´autore del male’, 2-3, 5. In: Idem, pg. 343.

[6] Cfr. Giovanni Crisostomo, Omelie sulla prima lettera a Timoteo, 1,2-3. In: Idem, v. 2, pg. 178.

[7] Cfr. Idem, Commento al Vangelo di san Matteo, 53, 3-4, In: Idem, v. 1, pgs. 266-267.

CNBB

Maioria nos Estados Unidos se opõe a financiar aborto com impostos, revela pesquisa

Imagem referencial. Crédito: Unsplash.

WASHINGTON DC, 30 jan. 21 / 05:00 am (ACI).- Uma nova pesquisa divulgada na quarta-feira, 27 de janeiro, revelou que a maioria dos norte-americanos se opõe ao uso de seus impostos para financiar abortos no país ou no exterior.

A pesquisa foi realizada pela Ordem dos Cavaleiros de Colombo junto com o apoio da Marist Poll, a pesquisa nacional de opinião pública operada pelo Marist Institute for Public Opinion del Marist College de Nova York.

O Cavaleiro Supremo dos Cavaleiros de Colombo, Carl Anderson, indicou em um comunicado que “em meio às duras divisões políticas em nosso país, claras maiorias bipartidárias apoiam as restrições ao aborto e não querem que o dinheiro de seus impostos pague o aborto no exterior”.

“Nossas pesquisas demonstraram consistentemente ao longo da última década que as políticas que promovem o aborto pago pelos contribuintes são controversas e estão fora de sintonia com a opinião pública norte-americana”, acrescentou.

De acordo com a pesquisa, a grande maioria (77%) indicou que se “opõe” ou “se opõe veementemente” ao uso de impostos para pagar procedimentos de aborto em todo o mundo. Apenas 19% dos pesquisados ​​apoiavam o financiamento público do aborto no exterior.

Além disso, revelou que a maioria dos norte-americanos é a favor de importantes restrições ao aborto. Mais de três quartos dos entrevistados (76%) indicaram que desejam que o aborto seja proibido ou limitado aos primeiros três meses de gravidez, no máximo.

Enquanto isso, uma maioria menor (58%) dos entrevistados se opôs ao aborto financiado pelos contribuintes nos Estados Unidos.

A pesquisa revelou que vários norte-americanos são a favor dessas restrições ao aborto no exterior, apesar de se identificarem como “prochoice” (pró-escolha), termo usado nos Estados Unidos para se referir aos que são a favor do aborto.

Um pouco mais da metade dos entrevistados ​​(53%) indicaram que eram a favor do direito de escolha, mas entre este subconjunto, quase seis em cada dez ainda se opõe ao uso de impostos para financiar abortos no exterior. E entre os democratas, a maioria deles (55%) se opôs a financiar os abortos a nível internacional com impostos norte-americanos.

Em um comunicado, a editora do The Marist Poll, Dra. Barbara Carvalho, afirmou que a pesquisa de quarta-feira mostra "consenso" entre os norte-americanos sobre as restrições ao aborto.

“Embora a quantidade de pessoas que se identificam como 'pró-vida' e 'pró-escolha' tenda a flutuar com o debate público, quando se fornece uma maior variedade de opções políticas, há um forte consenso entre os norte-americanos sobre o aborto”, acrescentou.

A doutora assinalou que "os resultados da pesquisa revelam apoio às restrições ao aborto e uma aversão ao uso de fundos do contribuinte para abortos no exterior".

A pesquisa foi publicada dois dias antes da Marcha pela Vida, que ocorreu nesta sexta-feira de forma virtual devido à pandemia.

Além disso, o presidente Joe Biden assinou nesta quinta-feira, 28 de janeiro, uma ordem executiva com a qual revogou a política da Cidade do México, uma medida assinada pela administração anterior que impedia o financiamento com fundos federais de organizações abortistas fora do país.

A política, que foi originalmente aprovada pelo presidente Ronald Reagan, em 1984, foi promulgada por todos os governos republicanos e revogada por todos os governos democratas.

Durante a campanha presidencial de 2020, Biden também disse que revogaria a Emenda Hyde, que proíbe o financiamento federal de abortos nos Estados Unidos.

Anderson pediu na quarta-feira "moderação" nas políticas pró-aborto, a fim de refletir com mais precisão os desejos dos norte-americanos que querem restrições ao aborto.

“O povo norte-americano mostra consenso e moderação nesta questão, e esperamos que nossas autoridades eleitas e políticos atendam a este chamado por unidade quando há muito que nos divide em nossa política atual”, concluiu.

Publicado originalmente em CNA.

ACI Digital

S. JACINTA MARISCOTTI, VIRGEM ROMANA

S. Jacinta Mariscotti, Domenico Corvi 

Quando a pessoa é bonita, rica, além de nobre, pensa poder ter tudo. Assim também pensava Clarice, filha dos príncipes Marescotti de Vignanello: desde criança, sonhava ter uma vida confortável e um bom casamento, mas estes não eram os planos do Senhor para ela. No entanto, achava que seria possível: conheceu um jovem marquês, Capizucchi, do qual se apaixonou. Mas, muito cedo, coube-lhe o destino de se casar com sua irmã mais nova, Ortênsia.

Uma vocação forçada

A decepção de Clarice foi tão grande, que decidiu não perdoar o pai, por ter preferido sua irmã, e começou a tornar a sua vida impossível. Em contrapartida, o príncipe mandou-o para o Mosteiro de São Bernardino, em Viterbo, onde havia estudado quando criança e onde outra sua irmã, Genebra, tinha se tornado religiosa. Clarice, porém, não desanimou: recebeu o nome de Jacinta, submeteu-se à vida de oração comunitária, professou o voto de castidade, tornando-se Terciária franciscana para não ficar enclausurada.
Mas, Jacinta não era feita para os votos de obediência e pobreza. Por isso, continuou a se vestir com roupas refinadas, a morar em um apartamento bem mobiliado, onde muitos amigos iam visitá-la e a ser servida por duas noviças. De fato, era nobre e, como tal, queria continuar vivendo.

De adolescente obstinada a uma grande Santa

Jacinta viveu assim por 15 anos, apesar dos seus escândalos. Depois, adoeceu seriamente e entendeu que o Senhor, paciente, a aguardava no sofrimento da doença. E o invocou: "Ó Deus, eu vos suplico, dai sentido à minha vida, dai-me esperança, dai-me a salvação"! Tendo-se restabelecido da enfermidade, pediu perdão às coirmãs e se despojou de tudo.
Os 24 anos seguintes da sua existência foram anos de privações e de doação ao próximo, sobretudo aos pobres e enfermos. Graças à ajuda financeira dos velhos amigos, conseguiu dirigir da clausura as obras de dois institutos de assistência social: os “Sacconi” – assim eram chamados os coirmãos, que usavam sacos de estopa durante seu serviço – os enfermeiros que ajudavam os doentes; e os “Oblatos de Maria”, que levavam conforto aos idosos e abandonados. Tudo o que recebia, oferecia aos pobres. Seu exemplo levou muitos a retornarem à fé, da qual tinham se distanciado.

Morte em odor da santidade

Jacinta faleceu em 1640 e, imediatamente, foi venerada pelo povo como Santa, especialmente entre os que haviam sido grandes pecadores e, depois, convertidos pela graça.
Durante o velamento, todos queriam levar um pedaço da sua roupa como relíquia. Por isso, seu corpo teve que ser revestido três vezes.
O Papa Pio VII presidiu à sua canonização em 1807.

Vatican News

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 5/20)

São GREGÓRIO DE NISSA

(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

História de Moisés

Capítulo 8

Entre estes, o ouro, o mais abundante, revestia todo o perímetro das colunas; a prata era utilizada junto com o ouro paras adornar os capitéis e as bases das colunas com a finalidade – isto é o que penso – de que com a diferença de cor em cada lado, o ouro brilhasse mais ao ser contemplado. Havia também lugares em que se julgou útil o material de bronze para que servisse de capitel e de base para a parte de prata das colunas (Ex 25, 1-22). Os véus, os tapetes, os arredores do templo e o toldo estendido sobre as colunas, todas estas coisas estavam realizadas convenientemente, cada uma tecida com a sabedoria da arte do tecelão e feita da matéria apropriada. Algumas telas tinham a cor de jacinto e púrpura, o flamejar do rubro vermelhão, o esplendor do algodão em sua forma natural e sem artifício: outras eram feitas de linho, e outras de crinas, segundo o uso dos tecidos. Em alguns lugares haviam sido colocadas, para adorno das tendas, peles cuidadosamente tingidas de vermelho (Ex 26, 1 – 4). Após sua descida do monte, Moisés fez com que alguns artesãos construíssem estas coisas conforme o modelo da construção que lhe tinha sido mostrado. Também quando se encontrava naquele templo não feito por mão de homem, lhe foi prescrito com que ornamentos era necessário que o sacerdote estivesse ataviado ao entrar no santuário; a palavra lhe deu instruções no que concerne tanto à vestimenta interior como à exterior. As peças destes ornamentos começam pelo que é mais exterior, não pelo que está oculto. O peitoral era bordado de diversas cores, o mesmo para o véu, porem tinha ainda um fio de ouro com broches de ambos os lados que prendiam o peitoral e nos quais haviam esmeraldas engastadas em circulo por meio do ouro. A beleza destas pedras provinha do esplendor próprio de sua natureza – que reluzia com raios verde-mar que emanavam dela – e do prodígio da arte com que haviam sido talhadas. Não se tratava dessa arte que executa um talhado para reproduzir a imagem de alguns ídolos, mas a beleza provinha dos nomes dos patriarcas gravados nas pedras, seis em cada uma (Ex 28, 6-12). Haviam pendurado pequenos escudos na parte da frente; as correntes se desdobravam entrelaçadas entre si com certa alternância como um cordão, e desciam de cada lado desde cima, desde os broches, com o fim – assim penso – de que resplandecesse mais a beleza do trançado, realçado pelas coisas que se encontravam abaixo (Ex 28, 13-14). Depois aquele ornamento tecido de ouro era colocado diante do peito, no qual havia pedras de diversas classes em número igual ao dos patriarcas, ordenadas em quatro filas, com três pedras incrustadas em cada uma, que levavam escritos os nomes das tribos. A túnica que havia em baixo do peitoral descia do colo até as pontas dos pés, adornada nobremente com franjas pendentes. A borda inferior não só era trabalhada formosamente com variedade de tecido, como também com adornos de ouro. Estes consistiam em campainhas de ouro e romãs colocadas alternadamente ao longo da fímbria (Ex 28, 15-35). Logo a mitra da cabeça era toda violeta; a lâmina da frente, de ouro puro, gravada com um sinal inefável. E, alem disso, o cíngulo, que cingia as pregas da túnica, e a finura das vestes íntimas, e tudo o que por meio da beleza dos vestidos se ensinava simbolicamente sobre a virtude sacerdotal (Ex 28, 36-40). Moisés, depois de envolvido por aquelas trevas que o faziam invisível, foi instruído em relação a estas coisas e a outras parecidas por inefável ensinamento de Deus, chegando, pela aquisição de doutrinas secretas, a ser maior que ele mesmo; então sai novamente das trevas e desce até sua gente para fazê-los partícipes das maravilhas que lhe haviam sido mostradas na teofania, estabelecer as leis e instituir para o povo o templo e o sacerdócio conforme o modelo que lhe havia sido mostrado no monte. Levava também em suas mãos as tábuas sagradas, que eram iniciativa e presente divino, cuja fabricação não tivera ajuda humana, pois a matéria e o que havia escrito nelas eram igualmente obra de Deus. O que estava escrito era a Lei. Porem o povo resistiu à graça e se extraviou na idolatria antes que o Legislador voltasse (Ex 32, 15-16).

Capítulo 9

Naquela divina mistagogia, Moisés havia passado em conversação com Deus um tempo não pequeno e, sob as trevas, havia participado daquela vida eterna durante quarenta dias com suas noites (Ex 24, 18), e havia estado fora de sua própria natureza. Durante aquele tempo, com efeito, não necessitou de alimento para seu corpo. Então, como um menino que se encontra longe da vista de seu professor, o povo se deixou levar pela desordem de seus impulsos desenfreados e, reunindo-se em torno de Aarão, o forçaram a ele, que era o sacerdote, a que os conduzisse à idolatria (Ex 32, 1-9). Tendo feito um ídolo de ouro, o ídolo era um bezerro, se entregaram à impiedade. Quando Moisés volta a eles, quebra as tábuas que traz em nome de Deus, para que eles, privados da graça que Deus lhes havia preparado, recebam um castigo digno de seu pecado (Ex 32, 19). Faz então com que seja expiado o sacrilégio diante dos levitas com o sangue do povo. Havendo aplacado a divindade com seu zelo contra os estrangeiros e tendo destruído o ídolo, depois de outro período de quarenta dias, traz novamente as tábuas, escritas pelo poder divino, porem cuja matéria havia sido preparada pelas mãos de Moisés (Ex 32, 25-29). Ele as traz, depois de haver saído outra vez dos limites da natureza pelo mesmo número de dias, levando um modo de vida diferente daquele que nos é conhecido, já que não dava a seu próprio corpo nada do que necessitava a natureza para sustentar-se por meio de alimento (Ex 34, 1-28).

Capítulo 10

Assim lhes construiu a tenda e lhes transmitiu as leis, estabelecendo o sacerdócio conforme o que lhe havia sido ensinado por Deus. Depois fez que se realizassem os trabalhos materiais conforme a instrução divina: a tenda, os vestíbulos, todas as coisas interiores, o altar de incenso, o altar dos holocaustos, o lampadário, os tapetes, as cortinas, o propiciatório no interior do santuário, os ornamentos sacerdotais, os perfumes, os diversos sacrifícios, as purificações, os ritos de ação de graças, de impetração contra os males, de expiação dos pecados; tendo ordenado todas estas coisas da maneira devida, suscita contra si a inveja de seus íntimos, essa enfermidade tão familiar à natureza dos homens. De fato, tanto Aarão, honrado com a dignidade do sacerdócio, como também sua irmã Maria, movida por uma inveja especificamente feminina contra a honra que Deus havia dado a ele, disseram coisas que moveram Deus a castigar este pecado. Nesta ocasião, Moisés se mostrou digno de admiração por sua mansidão, pois enquanto Deus queria castigar a ilógica inveja, ele antepunha a natureza à cólera e intercedia perante Deus por sua irmã (Nm 12, 1-13). A plebe se entregou novamente à desordem. O começo do pecado foi a desmedida nos prazeres do ventre. Não lhes bastava viver saudável e agradavelmente do alimento que lhes vinha de cima, mas o desejo de iguarias e a ânsia de comer carne os fizeram preferir a perpétua escravidão do Egito aos bens que já tinham. Moisés falou com Deus a respeito da paixão que se havia abatido sobre eles, e este, ao lhes conceder alcançar precisamente aquilo que desejavam, os ensinou que não era conveniente se comportar assim. De fato, de improviso fez cair no acampamento uma multidão de pássaros que voavam em grande número a rés do solo, com o que facilmente caçados saciou o desejo dos que ansiavam por carne fresca (Nm 11, 4-6 e 31-32). Para uma grande parte deles, o excesso de comida transformou o equilíbrio dos humores de seus corpos em vômitos corrompidos, e a saciedade se converteu em enfermidade e morte. Seu exemplo foi suficiente para levar a temperança a eles mesmos e aos que os assistiam (Nm 11, 33-34). Então Moisés enviou exploradores àquela região que, segundo a promessa divina, esperavam habitar. Como nem todos contaram a verdade, mas alguns deram notícias falsas e más, o povo se encheu de ira contra Moisés mais uma vez. Aqueles que desconfiaram da ajuda divina, Deus castigou não lhes deixando ver a terra que lhes havia prometido (Nm 13, 1-14, 38). Ao prosseguir sua marcha através do deserto, faltou novamente a água e, juntamente com ela, lhes faltou a lembrança do poder de Deus. Na verdade, o prodígio da rocha que já havia tido lugar, não lhes foi suficiente para crer que nada do necessário lhes faltaria agora, mas, afastando-se das mais saudáveis esperanças, propalaram ultrajes contra Deus e contra Moisés até o ponto em que mesmo Moisés pareceu se deixar levar pela desconfiança do povo. Não obstante, novamente realiza o milagre transformando em água aquela rocha bruta (Nm 20, 2-11). Mais uma vez, o prazer vulgar da comida despertou neles o desejo de fartar-se e, embora ainda não lhes faltasse nenhuma das coisas necessárias para a vida, sonharam com a saciedade do Egito. Os jovens rebeldes foram corrigidos com castigos mais severos, ao lhes inocular veneno as serpentes mordendo-os em um ataque mortal (Nm 21, 4-6). Posto que um após outro sucumbiam à serpente, o Legislador, movido pelo conselho divino, fez uma figura de serpente em bronze e mandou colocá-la no alto para que estivesse à vista de todo o acampamento. E assim deteve o dano que estes animais faziam ao povo, e pôs fim a sua destruição. Com efeito, quem olhava para a imagem da serpente feita de bronze não tinha porque temer nenhuma mordida da serpente verdadeira, porque o olhar debilitava o veneno com uma misteriosa resistência (Ex 21, 7-9).

ECCLESIA Brasil

Coletânea de frases de São Tomás de Aquino

S. Tomás de Aquino | Guadium Press
São Tomás utilizou sua inteligência para dar um fundamento filosófico sólido à doutrina católica, promovendo o pensamento que a razão e a Fé podem sim andar juntas.

Redação (27/01/2021 09:30, Gaudium Press) A Igreja Católica celebra no dia de hoje, 28 de janeiro, a memória de São Tomás de Aquino, Doutor da Igreja. Seus estudos teológicos lhe renderam o título de “Doutor Angélico”.

Nascido no ano de 1225, São Tomás ingressou na Ordem dos Dominicanos e utilizou sua inteligência para dar um fundamento filosófico sólido à doutrina católica, promovendo o pensamento que a razão e a Fé podem sim andar juntas.

Sua obra mestra é a famosa Suma Teológica. São Tomás é o padroeiro das Escolas Católicas, dos teólogos e livreiros. Confira algumas de seus sábios ensinamentos na coletânea de frases abaixo:

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01 – “Os professores devem ser elevados em suas vidas, de modo que iluminem aos fieis com sua pregação, ilustrem aos estudantes com seus ensinamentos, e defendam a fé mediante suas disputas contra o erro”.

02 – “O estudioso é aquele que leva aos demais o que ele compreendeu: a Verdade”.

03 – “Rejeitar um único artigo ensinado pela Igreja é suficiente para destruir a fé, do mesmo jeito que um pecado mortal é suficiente para destruir a caridade”.

04 – “Dê-me, Senhor, agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar. Dê-me, Senhor, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir”.

Os jovens da Família de São Tomás querem dar testemunho da glória de Cristo e não buscam sucesso em si e para si.
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05 – “Espero nunca ter ensinado nenhuma verdade que não tenha aprendido de Vós. Se, por ignorância, fiz o contrário, revogo tudo e submeto todos meus escritos ao julgamento da Santa Igreja Romana”.

06 – “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é negá-la”.

07 – “Nada há no intelecto que antes não tenha passado pelos sentidos”.

08 – “Um indivíduo, vivendo em sociedade, constitui de certo modo uma parte ou um membro desta sociedade. Por isso, aquele que faz algo para o bem ou para o mal de um de seus membros atinge, com isso, toda a sociedade”.

09 – “Três coisas são necessárias à salvação do homem: saber o que se deve crer, saber o que se deve desejar, saber o que se deve fazer”.

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10 – “Rogo a Deus como se esperasse tudo d’Ele, mas trabalho como se esperasse tudo de mim”.

11 – “Para nos criar, Deus nos escolheu; para nos salvar, temos de escolher a Deus”.

12 – “A inveja é uma tristeza pela glória do outro”.

13 – “Se o homem reconhecesse o mistério da Santa Missa, no qual Deus dá o seu Corpo e Sangue em sacrifício para os homens, morreria de amor”.

14 – “Uma boa intenção não justifica fazer algo mal”.

15 – “A humildade faz o homem tornar-se capaz de Deus”. (EPC)

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Jovem médico de sucesso vira padre em Goiás e sua história inspira milhares de fiéis

Pe. Pablo Henrique de Faria / Captura de Tela YouTube
Paróquia São Paulo VI (Fair Use)

Os sinais tinham ido surgindo cada vez mais claramente, até que o otorrinolaringologista de 35 anos deixou tudo para se entregar ao cuidado das almas.

Jovem médico de sucesso vira padre em Goiás e sua história inspira milhares de fiéis, em especial aqueles que se perguntam sobre qual é o plano de Deus para a sua vida.

O otorrinolaringologista Pablo Henrique de Faria tinha 35 anos e uma carreira bem sucedida quando decidiu renunciar a um futuro promissor nos cuidados físicos do próximo. Ele se confiou inteiramente às mãos de Deus para construir outro futuro, também promissor e também de cuidados do próximo, só que, agora, de natureza essencialmente espiritual.

Pablo Henrique decidiu entrar no seminário.

Jovem médico de sucesso vira padre em Goiás

Os sinais tinham ido surgindo cada vez mais claramente no exercício da medicina, no convívio com os sofrimentos e com as esperança dos pacientes, nos questionamentos sobre as próprias intenções numa profissão que dá prestígio e riqueza material, no testemunho das crianças com câncer que, por um lado, sofriam muito, mas, por outro, mantinham alguma capacidade de alegria que acabava dando forças para os seus próprios pais… Uma viagem à Itália em que Pablo visitou Roma e Assis intensificou a voz interior que o chamava a refletir mais a fundo sobre o seu caminho futuro.

É natural que tenham sido muitos e intensos os questionamentos de seus pais, de outros familiares e de vários amigos, mas, segundo o próprio Pablo, a vocação falou mais alto do que o choque da família.

Mas a sua história também se transformou em tema de homilia em paróquias de todo o Brasil e serve como inspiração para milhares de jovens que se questionam sobre a vocação, mas têm medo de renunciar aos bens deste mundo.

Ordenado em 2018 na diocese de São Luís de Montes Belos, em Goiás, o pe. Pablo Henrique é hoje pároco na paróquia São Paulo VI. Ele publicou um vídeo com o seu testemunho, que pode ser visto aqui.

https://youtu.be/_z4CsDgyfoU

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF