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domingo, 2 de maio de 2021

São José: agora nas Ladainhas também Patrono dos exilados e dos pobres

São José Operário | Vatican News

As novas invocações aprovadas pelo Papa são: Guardião do Redentor, Servo de Cristo, Ministro da Salvação, Amparo nas dificuldades, Patrono dos exilados, dos aflitos e dos pobres. A decisão do Papa foi comunicada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos a todos os presidentes das Conferências Episcopais do mundo inteiro no dia de hoje, memória de São José Operário.

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos enviou hoje, 1º de maio, festa de São José Operário, uma "Carta aos Presidentes das Conferências Episcopais sobre novas invocações na Ladainha em honrade São José". No documento, assinado pelo Secretário do Dicastério do Vaticano, Arcebispo Arthur Roche e pelo Subsecretário Padre Corrado Maggioni, são apresentadas estas sete novas invocações, que atualizam a ladainha aprovada em 1909 pela Santa Sé, no 150º aniversário da proclamação de São José como Patrono da Igreja Universal. E por ocasião da carta apostólica Patris corde, escrita pelo Papa Francisco com o objetivo de “aumentar o amor por este grande Santo, para nos sentirmos impelidos a implorar a sua intercessão e para imitarmos as suas virtudes e o seu desvelo”.

As sete invocações: de Guardião do Redentor a Patrono dos pobres

A Congregação extraiu as novas invocações das intervenções dos Papas que refletiram sobre aspectos da figura do Patrono da Igreja Universal, ou seja, São Paulo VI, São João Paulo II e São Francisco. São eles: Guardião do Redentor (Custos Redemptoris), extraído da exortação apostólica Redemptoris custos de São João Paulo II; Servo de Cristo (Serve Christi), pronunciada por São Paulo VI em sua homilia na Festa de São José em 1966, e citada tanto por São João Paulo II como pelo Papa Francisco em Patris cordeMinistro da Salvação (Minister salutis) de São João Crisóstomo, também citado pelo Papa Wojtyla em Redemptoris custosAmparo nas dificuldades (Fulcimen in difficultatibus), usado pelo Papa Francisco no prólogo da Patris corde); por fim Patrono dos exilados, dos aflitos e dos pobres (Patrone exsulum, afflictorum, pauperum), também na Patris corde.

As Conferências Episcopais poderão acrescentar invocações locais

Estas novas invocações foram apresentadas ao Papa que aprovou sua integração nas Ladainha de São José, como no texto completo anexado à carta do dicastério, que repete todas as 31 invocações ao Esposo da Virgem Maria. "Será tarefa das Conferências dos Bispos", diz a carta, "providenciar a tradução da ladainha para os idiomas de sua competência e publicá-los". Traduções que não precisarão de confirmação da Sé Apostólica. A Congregação finalmente autoriza as Conferências Episcopais a introduzir, "segundo seu prudente julgamento", "no lugar apropriado e preservando o gênero literário, outras invocações com as quais São José é particularmente homenageado em seus países".

Vatican News

V DOM DA PÁSCOA - ANO "B"

Dom Paulo Cezar Costa | Arcebispo de Brasília
Por Dom Paulo Cesar Costa
Arcebispo de Brasília

Permanecer em Jesus Cristo

O permanecer unido a Jesus Cristo, eis  o grande tema do Evangelho deste domingo (Jo 15, 1-8). Jesus, em uma linguagem simbólica, se manifesta como a videira verdadeira: “Eu sou a videira verdadeira, e meu pai é o agricultor ( Jo 15, 1).  A videira era uma planta importante no Oriente antigo.  A imagem da videira já tinha sido utilizada no Antigo Testamento para designar o povo de Israel, mas nunca tinha sido aplicada ao Messias.  O novo povo de Deus agora  é composto por aqueles que estão unidos a Jesus, como o ramo está unido à cepa. Jesus é a verdadeira videira e o Pai é o agricultor, Aquele que cuida da videira. A imagem do agricultor era muito comum no tempo de Jesus. O viticultor que cortava os ramos secos e podava os verdes para que produzissem mais frutos ainda. Esta imagem relembra sempre que Deus cuida de nós.  Aqui se mostrado o radicalismo da vida cristã, onde ninguém pode acomodar-se.  Pois os ramos que não permanecem em Jesus são cortados, lançados fora e queimados. Esta imagem indica exclusão, perdição. Mostra que a vida cristã, o seguimento de Jesus Cristo exige seriedade, radicalidade.

O fator determinativo é o estar unido a Jesus. O verbo permanecer, no Evangelho de São João, tem um significado muito profundo. O texto afirma, com clareza, que a condição para dar frutos é permanecer em Jesus. Permanecer em Jesus significa crer Nele, significa ser discípulo de Jesus, significa seguir Jesus. O permanecer em Jesus implica a atenção à Sua palavra, vivência da Sua palavra. O discípulo é aquele que segue Jesus e, por isso, produz frutos.

A glória do Pai reside em que “deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”(Jo 15, 8). A glória de Deus se realiza quando o ser humano vive como filho de Deus e produz muito fruto. Por isso, Santo Irineu afirma que a “glória de Deus é o homem vivo e a vida do homem é a visão de Deus”.   Para Santo Irineu, “a vocação do homem está inscrita em sua carne, portadora da imagem de Deus”. O ser humano foi criado por Deus e para Deus, e se realiza quando dirige a sua existência para Aquele de quem foi criado. A realização do ser humano está em direcionar a sua vida para Cristo, Aquele de quem ele foi criado imagem. A Constituição Gaudium et Spes n. 22 afirma que “o mistério do homem só se torna claro verdadeiramente no mistério do verbo encarnado”. E continua, “Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre sua altíssima vocação”. Seguindo Jesus Cristo, o homem perfeito, o homem realiza a sua vocação de ser humano criado àimagem de Deus.

Vivendo esta determinação Crística, inscrita no coração humano através do seguimento de Jesus Cristo, homem perfeito,  a vida humana se realiza e a glória de Deus é alcançada.

Arquidiocese de Brasília

S. ATANÁSIO, BISPO DE ALEXANDRIA NO EGITO E DOUTOR DA IGREJA

S. Atanásio, século XVII | Vatican News

Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 296. No ano de 325, deu-se o I Concílio Ecumênico, em Niceia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos arianos, a qual fazia de Jesus uma criatura inferior a Deus Pai. Atanásio participou do Concílio na qualidade de assessor do seu bispo, embora fosse somente diácono na época.

O Arianismo foi condenado e deu-se a definição solene do Credo, o qual nós rezamos até hoje. A atuação de Atanásio foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada. Os erros dos arianos foram por ele refutados com tanto brilho, clareza e evidência, que causou admiração a todos.

Atanásio foi o sucessor do bispo de Alexandria, embora tivesse apenas 31 anos, e dirigiu a Igreja de Alexandria por 46 anos, período de muito sofrimento e perseguição. Os arianos não lhe deram descanso e, com o apoio do imperador, espalharam muitas calúnias contra Atanásio que, por cinco vezes, teve de fugir de sua sede episcopal.

Refugiava-se no deserto onde conheceu e conviveu com o grande Santo Antão. Durante cinco anos, ficou lá escondido, saindo somente à noite para dirigir sua Igreja e consolar seus fiéis. Atanásio foi firme e inquebrantável com seus numerosos escritos. Manteve viva a fé no Verbo Encarnado.

Faleceu reconhecido por toda a Igreja, com 77 anos. E como reconhecimento de seu trabalho, fidelidade e fundamentais obras escritas para a Santa Igreja foi declarado Doutor da Igreja.

Santo Atanásio, rogai por nós!

sábado, 1 de maio de 2021

O que faz que sejamos um

A santa missa celebrada pelo cardeal Donald Wuerl,
em 18 de abril de 2012 na Basílica romana de São Pedro
 in Vincoli por ocasião da peregrinação a Roma da Papal Foundation
[© Paolo Galosi]

“Agradecemos a Deus com simplicidade, porque vocês e eu fomos convidados à vida do Senhor ressuscitado e temos o privilégio de encontrá-lo todas as vezes que celebramos esta santa Eucaristia, esta santa missa.”


pelo cardeal Donald Wuerl


Viemos juntos à esta antiga e histórica igreja romana para que a nossa fé seja renovada. O que nos faz vir aqui nessa manhã é um gesto de fé pessoal, e estamos aqui porque precisamos. Precisamos ouvir mais uma vez a proclamação que está no coração da nossa fé: Cristo ressuscitou!
No domingo de Páscoa, com alegria e exultação, a Igreja em todas as partes do mundo repetiu mais uma vez, como faz por vinte séculos: “Cristo ressuscitou!”.
Hoje nós continuamos a proclamá-lo e vimos todos juntos para celebrar a ressurreição de Jesus por duas razões: reafirmar a nossa fé pessoal na ressurreição de Jesus e alegrarmo-nos pelo quanto ela significa para cada um de nós: uma vida nova em Cristo. Nós não estávamos ao lado do sepulcro vazio da Ressurreição, por isso temos necessidade de ouvir novamente o testemunho dos que estavam presentes.
A pedra angular para todas aquelas gerações e gerações de testemunhas da ressurreição de Jesus está aqui em Roma, a cidade de Pedro, ele, rocha sobre a qual o nosso testemunho se apoia.
No contexto da celebração da Páscoa celebramos essa missa também em honra de São Pedro, chefe dos apóstolos e vigário de Cristo. A voz, a mensagem e o ensinamento de Pedro continuam ainda hoje a ressoar nos nossos corações, porque ressoam em todo o mundo. Pedro é a pedra angular da proclamação da Ressurreição, e todos nós temos uma ligação particular com Roma, porque Pedro continua a viver e a exercer o seu ministério aqui. Nós, que viemos de várias partes dos Estados Unidos reconhecemos a missão única de Pedro.
Esta missa evoca-nos a grande gratidão que deve preencher os nossos corações: agradecemos a Deus pelo dom da fé. Na primeira leitura de hoje, da primeira Carta de Pedro, é-nos dito como olhar aos presbíteros, àqueles que são o exemplo do rebanho tanto pela fé quanto pelo ministério.
Nós somos gente de fé. Aquilo que nos identifica como comunidade é exatamente o dom da fé, pela qual cada um de nós deve ser profundamente agradecido. E como gente de fé nós reconhecemos o grande dom que Jesus nos faz: a sua Igreja, o seu novo corpo. Quando agradecemos a Deus pelas suas tão numerosas bênçãos, incluímos também o dom da Igreja, presença de Cristo que continua no mundo ainda hoje. E damos graças também pelo nosso Santo Padre, chefe visível da Igreja, pedra angular da nossa fé e da nossa unidade.
Dois anos atrás, em novembro, tive o privilégio de concelebrar com o Papa na Basílica de São Pedro. No dia anterior tinha recebido de suas mãos a bula papal de nomeação para esta antiga e histórica igreja [São Pedro in Vincoli em Roma, da qual o cardeal Wuerl é o arcebispo titular, ndr]. É uma das somente duas antigas igrejas de Roma que leva o nome de Pedro – São Pedro no Vaticano e São Pedro in Vincoli. Aquela cerimônia exaltava muito bem a ligação que cada um dos cardeais têm com Roma – como padre de uma das paróquias romanas – e como bispo de Roma, Pedro.
Ao invés, quatro anos atrás, foi o Santo Padre a ir aos Estados Unidos, e no National Park de Washington começou a celebração eucarística dizendo-nos: “No exercício do meu ministério de sucessor de Pedro, vim à América para vos confirmar, estimados irmãos e irmãs, na fé dos Apóstolos (cf. Lc 22, 32)”.
Hoje viemos agradecer a visita. E viemos professar a nossa fé, a nossa lealdade e o nosso amor ao Sucessor de Pedro.
Hoje a nossa celebração é um sinal visível da comunhão de fé difusa em todo o mundo e de como esteja ancorada em Roma, onde hoje Pedro vive e leva o nome de Bento XVI. Mas há muito mais que faz que sejamos um. Enquanto concluímos estas reflexões sobre a Palavra de Deus e sobre a nossa visita a Roma, nos aproximamos ao Senhor ressuscitado que está presente junto a nós na Eucaristia. O Evangelho nos diz que Jesus sentou-se à mesa com os discípulos, depois “tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento seus olhos se abriram e eles o reconheceram”. Depois que o celebrante mostra a hóstia consagrada e o cálice do Preciosíssimo Sangue aos fiéis, ajoelha-se em adoração e então une-se ao povo com uma das expressões que exprimem o coração da nossa fé católica: “Toda vez que comemos deste pão e bebemos deste cálice anunciamos a morte do Senhor, até que ele venha”.
A nossa fé nos ensina que “quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e realiza-se também a obra da nossa redenção” (Ecclesia de Eucharistia, 11). Por isso, nós podemos falar com razão da missa como fonte e ápice da nossa vida cristã.
Na missa de hoje reconhecemos e proclamamos que, como membros da Igreja em comunhão com Pedro e seus sucessores, nós não só ouvimos a Boa Nova que Cristo ressuscitou, mas realmente O reconhecemos ao partir o pão e participamos do mistério da Sua morte e ressurreição – na Eucaristia.
Agradecemos a Deus com simplicidade, porque vocês e eu fomos convidados à vida do Senhor ressuscitado e temos o privilégio de encontrá-lo toda a vez que celebramos esta santa Eucaristia, esta santa missa.
Ao mesmo tempo, pedimos a Deus para que continue a abençoar a Igreja de Roma – à qual agora estamos ligados de modo particular graças a esta igreja de São Pedro in Vincoli – e a abençoar os seus fiéis e o seu supremo pastor, Bento XVI, Pedro hoje.

 

(Organizado por Giovanni Cubeddu. O texto desta homilia pronunciada na igreja de São Pedro in Vincoli em Roma, dia 18 de abril de 2012, foi revisto pelo autor para 30Dias)


Revista 30Dias

Na cruz não falta nenhum exemplo de virtude

Santo Tomás de Aquino | Bíblia Católica

Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero

(Colatio 6 super Credoin Deum)

(Séc.XIII)

Na cruz não falta nenhum exemplo de virtude

Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla: para ser remédio contra o pecado e para exemplo do que devemos praticar. Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males que nos sobrevêm por causa dos nossos pecados.

Mas não é menor a utilidade em relação ao exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar nossa vida inteira. Quem quiser viver na perfeição, nada mais tem a fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na cruz e desejar o que ele
desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude.

Se procuras um exemplo de caridade: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Assim fez Cristo na cruz. E se ele deu sua vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por causa dele.

Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente! Podemos reconhecer uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita. Ora, Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque atormentado, não ameaçava (1Pd 2,23); foi levado como ovelha ao matadouro e não abriu a boca (cf. Is 53,7At 8,32).

É grande, portanto, a paciência de Cristo na cruz. Corramos com paciência ao combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia (cf. Hb 12,1-2).

Se procuras um exemplo de humildade, contempla o crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.

Se procuras um exemplo de obediência, segue aquele que se fez obediente ao Pai até à morte: Como pela desobediência de um só homem, isto é, de Adão, a humanidade toda foi estabelecida numa condição de pecado, assim também pela obediência de um só,
toda a humanidade passará para uma situação de justiça (Rm 5,19).

Se procuras um exemplo de desprezo pelas coisas da terra, segue aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2,3), e que na cruz está despojado de suas vestes, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e, por fim, tendo vinagre e fel como bebida para matar a sede.

Não te preocupes com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes (Jo 19,24); nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a dignidade, porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça (cf. Mc 15,17); nem com os prazeres, porque em minha sede ofereceram-me vinagre (Sl 68,22).

https://www.bibliacatolica.com.br/

Uma coisa que os sábios fazem (e os tolos evitam)

Pexels
Por Chris Lowney

"Os projetos malogram por falta de deliberação; conseguem bom êxito com muitos conselheiros." (Provérbios 15, 22)

Um executivo de sucesso me lembrou de uma lição de 3.000 anos que tornará você um pai/mãe, amigo ou empresário mais sábio. Ignorar a lição? Isso pode torná-lo um “tolo” na visão de uma autoridade divinamente inspirada.

A lição envolve ouvir, então deixe-me chamar sua atenção enquanto eu conto uma história e refletimos sobre sua mensagem.

Quando entrei pela primeira vez na equipe de trabalho de um executivo, há muitos anos, eu o conhecia apenas pela reputação: ele era um líder autoconfiante e decidido que herdou uma grande empresa, mas de baixo desempenho, de nosso grupo empresarial e em pouco tempo a transformou em uma jóia próspera. Eu estava ansioso para saber como ele havia realizado essa façanha e para absorver seus conselhos sobre como liderar equipes e organizações.

Ele me surpreendeu

Mas, no início, algo estranho aconteceu: ele me pediu conselhos e sugestões. E isso continuou acontecendo. Em caso de dúvida: não imagine que eu sou um estrategista brilhante. Ele era muito mais astuto do que eu, então muitas vezes me perguntei por que ele se daria ao trabalho de me consultar e de consultar outros membros da equipe, como descobri.

No meio de um bate-papo casual e individual, ele direcionava a conversa para alguma questão importante de trabalho: “Ei, estou pensando em fazer x ou y: qual é a sua opinião?” Ele ouvia com atenção, nunca atacando se eu discordasse do que ele pensava.

O que não quer dizer que ele não tivesse convicções próprias, ou que não pudesse se decidir: quando chegou a hora de agir, ele se moveu, e com decisão. Ele articularia sua decisão com confiança e, fora da equipe, iria executar.

Estilo de liderança

Seu estilo consultivo acabou me levando a examinar minha própria abordagem de vida. Até aquele ponto, meu padrão era exatamente o oposto do dele. Diante de uma escolha importante, seja uma questão de negócios, mudança de carreira ou questão de dinheiro, eu normalmente manteria minha própria convicção, raramente pedindo a opinião de amigos ou mentores.

Afinal, pensava: é a minha vida, e quem conhece minhas próprias circunstâncias melhor do que eu? Além disso, eu estava confiante na minha capacidade de descobrir as coisas: não sou Einstein, mas sou pelo menos tão inteligente quanto qualquer outra pessoa. Mesmo assim, meu chefe era mais inteligente, mais experiente e muito confiante, mas buscava conselhos. O que isso poderia dizer sobre mim?

Um insight desagradável surgiu: talvez o meu estilo não significasse autoconfiança, mas sim o oposto, insegurança. Talvez eu, inconscientemente, temesse que pedir conselhos aos outros me fizesse parecer fraco ou indeciso.

Em contraste, talvez a autoconfiança desse executivo fosse precisamente o que o deixava tão confortável em pedir contribuições. Claramente, não ameaçava seu ego fazer isso, nem reconhecer quando alguém tinha uma ideia melhor.

Lição antiga

Daí uma lição de 3.000 anos. Ao fazer uma leitura bíblica não faz muito tempo, sorri e me lembrei de meu ex-chefe quando me deparei com esta joia do livro de Provérbios (19, 20):

“Ouve os conselhos, aceita a instrução: tu serás sábio para o futuro”

Enquanto vasculhava os Provérbios, descobri outras passagens nesse teor:

“Os projetos malogram por falta de deliberação; conseguem bom êxito com muitos conselheiros” (Prov. 15, 22)

Já se passaram quase três milênios desde que esses textos foram escritos, e nós, humanos, não mudamos muito, ao que parece: muitos de nós ainda somos muito teimosos para pedir conselhos, ou muito inseguros para fazê-lo. Em contraste, as pessoas realmente sábias e autoconfiantes estão regularmente solicitando os pontos de vista de colegas, amigos, familiares e paroquianos.

Um quarto dos norte-americanos sente que não tem ninguém em quem confiar, mas se você tiver a sorte de ter amigos e confidentes, seja grato por essa bênção e tire proveito dela, pedindo a opinião deles de vez em quando.

Aleteia

Pela Paz em Mianmar, Cardeal incentiva rezar o terço e promover Adoração ao Santíssimo

Guadium Press
Cardeal Charles Bo, de Yangon, incentivou sacerdotes e fiéis de Mianmar a rezarem o Santo Rosário e promover Adorações ao Santíssimo Sacramento pedindo pelo país.

Redação (30/04/2021, 17:20, Gaudium Press) Os católicos de Mianmar foram incentivados a participar das devoções que se costuma realizar durante o mês de maio rezando o Santo Rosário e promovendo a Adoração ao Santíssimo Sacramento com a intenção de alcançar a paz no país.

O encorajamento para as orações no mês de maio foi feito pelo Cardeal Charles Bo, de Yangon.

O Cardeal incentivou que padres e fiéis realizem programas conjuntos ao longo de todo o mês de maio.

Em sua convocatória para a oração, o Purpurado delineou um programa de realização de orações e os pedidos que seriam feitos:
intenções de pedir a bênção de Deus para a paz na primeira semana; justiça na segunda semana; unidade na terceira semana e respeito pela dignidade humana na quarta.

O anúncio assinado pelo cardeal Bo afirma que os fiéis podem participar em casa, nas paróquias ou nas comunidades religiosas, de acordo com sua conveniência.
O Cardeal exortou ainda os sacerdotes a anunciar o propósito da devoção deste mês de maio antes da Missa diária e a conduzir a hora de adoração eucarística diária das 14h30 às 15h30, além da recitação do Santo Rosário das 19h às 20h.

O apelo do cardeal Bo por orações ocorre no momento em que o país se encontra em uma grande crise política. (JSG)

(Foto ÁsiaNews)

https://gaudiumpress.org/

Primeiro de maio, um hino ao trabalho digno entre saberes antigos e novas profissões

São José e Jesus que segura uma vela para seu pai
(Gerrit Van Honthorst, 1630)

A Igreja comemora, no dia 1º de maio, a festa de São José Operário: uma oportunidade para se refletir sobre o valor do trabalho.

Amedeo Lomonaco - Vatican News

Se, há mais de 2000 anos, alguém perguntasse quem poderia conhecer um bom artesão para consertar a rachadura no telhado de madeira da sua casa, os habitantes de Nazaré teriam indicado, provavelmente, a carpintaria do galileu, chamado José, esposo de Maria e pai de Jesus.

Para "ver José com mãos à obra”, poderíamos comparar as obras de vários artistas, sobretudo a do holandês, Gerrit Van Honthorst, nascido em 1590, em Utrecht. Em uma sua pintura, que se encontra no Eremitério de São Petersburgo, o artista descreve uma cena quase íntima: “São José em plenas atividades, enquanto seu filho segura uma vela”. Jesus é “a Luz que veio ao mundo", que ilumina a carpintaria de seu pai. José era um humilde carpinteiro que trabalhava, honestamente, para sustentar a sua família.

Nas pegadas de São José

A festa litúrgica de São José Operário foi instituída por Pio XII, em 1º de maio de 1955. Naquela ocasião, o Papa disse: “Queridos trabalhadores e trabalhadoras, vocês aceitam este presente? Tenho certeza de que sim, porque o humilde artesão de Nazaré não representa apenas, para Deus e a Santa Igreja, a dignidade de um trabalhador braçal, mas também e sempre o padroeiro de vocês e de suas famílias".

“O testemunho de São José, padroeiro dos trabalhadores, sobretudo neste tempo de pandemia, recorda-nos a força da paciência para vencer os problemas e as adversidades.”

Para comemorar os 150 anos do Decreto “Quemadmodum Deus”, com o qual Pio IX declarou São José Padroeiro da Igreja Católica, o Papa Francisco quis, com a Carta apostólica "Patris Corde", dedicar um “Ano especial a São José”, do dia 8 de dezembro 2020 a 8 de dezembro de 2021. No fundo, esta sua Carta fala sobre a crise causada pelo Covid-19, que, como escreve Francisco, nos faz compreender quão são importantes as pessoas comuns, que, longe dos holofotes, infundem esperança.

Dignidade do Trabalho

Na Carta apostólica “Patris Corde”, Francisco ressalta, de modo particular, que “Jesus aprendeu de São José o valor, a dignidade e a alegria de ter pão todos os dias, fruto do trabalho”: “Neste nosso tempo, em que o trabalho parece ter voltado a constituir uma urgente questão social e o desemprego atinge, por vezes, níveis impressionantes, mesmo em países onde se experimentou, durante várias décadas, certo bem-estar, é necessário tomar uma renovada consciência do significado do trabalho, que dignifica e do qual o nosso São José é padroeiro e exemplo. A perda de empregos, que afeta tantos irmãos e irmãs, e que, nos últimos tempos, tem aumentado devido à pandemia de Covid-19, deve ser um chamado para rever nossas prioridades. Peçamos a São José Operário que encontremos vias, onde possamos nos comprometer, até dizer: nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!”

Enfim, a oficina de São José, é um exemplo que ultrapassa os séculos e os milênios; é um modelo que, em nossos tempos, serve para recordar o sentido mais autêntico do trabalho, a dignidade do trabalho.

A Bíblia e os trabalhadores

Na Bíblia encontramos também citações de profissões e trabalhadores. O trabalho de carpinteiro, como afirma Silvia Giovanrosa, não era um dos mais comuns na Palestina, na época de Jesus. Ao artesão não competia apenas a produção de artefatos de madeira, como mesas, cadeiras e outros móveis, mas também a produção de vigas, pranchas e estruturas de madeira, necessárias para a construção das casas. Na época, a profissão mais popular era a de agricultor. As pessoas trabalhavam por dia: começavam cedo e acabavam de noite.

Os primeiros Apóstolos, chamados para seguir Jesus, eram pescadores: Pedro, André, Tiago e João lançavam suas redes no lago de Tiberíades; a pesca no mar cabia aos fenícios. "Eu vos farei pescadores de homens", disse-lhes Jesus. Na verdade, o trabalho de pescador exigia paciência, espera, vigilância, até nas noites mais escuras, para depois, na hora certa, lançar as redes. Além disso, muitos trabalhavam também como comerciantes, ferreiros, oleiros. Os Escribas ensinavam nas Sinagogas; os publicanos eram cobradores de impostos. A Bíblica cita também outros tipos de trabalhadores como os pastores, que viviam à margem da sociedade e eram considerados impuros e não confiáveis, ​​porque estar em contato com animais; eles forneciam ovelhas para os sacrifícios no Templo, onde não podiam entrar; mas, eram também considerados mensageiros, porque iam, de aldeia em aldeia, levar notícias. Portanto, não nos surpreende se, por vocação, eles foram os primeiros a receber a “boa nova do nascimento de Cristo”.

Oficinas de ontem e hoje

A oficina de São José é uma das tantas, que, ao longo da história, como na nossa época, abalada pela pandemia, transmitem a sabedoria artesanal. Trata-se de uma arte que se torna cultura do trabalho, fonte de conhecimento para as novas gerações.

Ainda hoje, o artesão faz parte fundamental da produção. Na Itália, segundo dados do INPS, em 2019, havia mais de um milhão e 600 mil artesãos. Eram, muitas vezes, pequenas empresas familiares, que, em nossos dias, estão fechando por causa da pandemia e da consequente crise econômica.

No entanto, ainda temos muitos exemplos de oficinas, que continuam a tomar parte integrante do tecido econômico de uma cidade ou comunidade. Oficinas que resistem à crise e à lógica da globalização. Sem os artesãos, não nascem as pequenas indústrias. É preciso aprender o ofício de artesão desde criança. Toda e qualquer atividade não é fruto de improvisação, mas de necessária experiência.

O primeiro contrato de aprendizagem

Quando se fala de trabalho é preciso falar também dos Salesianos, ou seja, de São João Bosco. Há quase 170 anos, no dia 8 de fevereiro de 1852, Dom Bosco inventou um modo de aprendizagem, no Oratório de São Francisco de Sales, em Turim. Foi ele que compilou o primeiro contrato e garante do primeiro jovem aprendiz, o artesão Giuseppe Odasso. Este contrato, conservado nos arquivos dos Salesianos, obrigava o empregador, Giuseppe Bertolino, a corrigir o aprendiz somente com palavras, respeitando a sua idade, capacidade, férias e deveres de aluno do Oratório. Por sua vez, o jovem devia comprometer-se em comportar-se como bom aprendiz, diante do diretor do oratório Dom Bosco e do seu pai. Durante dois anos de aprendizagem, recebia uma paga semanal, que aumentava com o tempo.

A coragem de trabalhar

O trabalho é também um ato de coragem diária, pessoal e coletiva, que encarna e reivindica as razões de um recomeço, que diz respeito a todos e nos permite não perder a oportunidade de uma verdadeira conversão ecológica, social e civil. Por isso, para melhor sair da crise atual, a coragem de trabalhar é a mensagem lançada para o Dia do Trabalho, neste 1º de maio.

Neste momento difícil, apesar da dura crise, não faltam oportunidades de trabalho, sobretudo na chamada “economia verde” e no âmbito das novas tecnologias. É preciso acompanhar e ajudar os jovens a transformar seus sonhos, paixões e habilidades em projetos concretos.

O trabalho é a vocação do homem

A festa de São José Operário é, portanto, o Dia do Trabalhador. Em 1º de maio de 2020, na celebração da manhã transmitida ao vivo da capela de Santa Marta, o Papa Francisco lembrou que "o trabalho humano é a vocação do homem recebida de Deus no final da criação do universo". "Rezemos por todos os trabalhadores. Para todos. Para que nenhuma pessoa - disse o Pontífice naquela ocasião - possa carecer de trabalho e que todos possam ser justamente pagos e possam desfrutar da dignidade do trabalho e da beleza do descanso".

Homilia do Papa Francisco, 1º de maio de 2020, Casa Santa Marta:

https://youtu.be/8Wrm6Vh15rs

Vatican News

Igreja celebra o dia do Martírio do Clero Polonês

Padre polonês reza no local do campo de concentração de Dachau /
Crédito: Conferência Episcopal Polonesa

REDAÇÃO CENTRAL, 30 abr. 21 / 06:30 pm (ACI).- A Polônia celebrou ontem, 29 de abril o dia do Martírio do Clero Polonês. A iniciativa da Conferência Episcopal Polonesa recorda os milhares de sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas mortos pelo nazismo e pelo comunismo. A data marca o dia em que tropas americanas libertaram religiosos presos com outros 30 mil prisioneiros no campo de concentração de Dachau, Alemanha, em 1945.

Dachau foi o lugar escolhido pelos nazistas para enviar os religiosos católicos para trabalhos forçados. Muitos foram mortos. Ali estiveram presos mais de 3.000 padres e bispos católicos de várias nações durante a Segunda Guerra Mundial. 

Segundo a Conferência episcopal polonesa, dos cerca de 3.000 religiosos presos, 1.773 eram padres e bispos oriundos da Polônia. Só ali, os alemães mataram 886 membros do clero polonês. Ao longo de toda a Segunda Guerra Mundial estima-se que um em cada cinco padres diocesanos na Polônia morreu assassinado. Algumas dioceses polonesas chegaram a perder 80 por cento de seu clero na guerra.

"Em Dachau, a maioria dos clérigos que foram assassinados eram poloneses", revela o Jan Żaryn, diretor do Instituto para o Patrimônio do Pensamento Nacional na Polônia. Segundo Żaryn, o martírio dos sacerdotes poloneses estava relacionado com seu caráter, pois se recusavam a renunciar à fé cristã, contrária ao caráter pagão do nazismo.

Żaryn disse que entre as vítimas de Dachau havia sacerdotes e clérigos jovens que se destacavam no seu ministério. Um deles é o Beato Padre Stefan Frelichowski, “um sacerdote que além de beato é padroeiro dos escoteiros na Polônia”, comentou.

Segundo o historiador, entre os sacerdotes entre martirizados em Dachau também estava “o Beato Padre Edward Detkens ligado ao ministério acadêmico em Varsóvia".

Os sacerdotes e bispos poloneses presos em Dachau fizeram um voto durante seu período no campo de concentração: se sobrevivessem, fariam uma peregrinação ao Santuário de São José em Kalisz, a cerca de 200 km de Varsóvia. Lá fica a Capela do Martírio e da Gratidão, onde estão gravados os nomes de 1.800 sacerdotes diocesanos e religiosos, de várias nacionalidades, que foram mortos em Dachau. A capela foi criada em 1970 por iniciativa de padres que sobreviveram ao campo de concentração alemão.

Poucas horas antes da entrada das tropas americanas, os soldados alemães planejavam matar todos os prisioneiros e destruir o campo de Dachau.

Segundo o comunicado enviado pela Conferência Episcopal da Polônia, celebrara este dia é dar “continuação às peregrinações de ação de graças dos sacerdotes resgatados do campo de concentração de Dachau”.

"Além disso, neste ano, no Santuário de São José em Kalisz, ofereceremos uma oração de ação de graças pelos sacerdotes que foram resgatados do campo de concentração em Dachau e uma oração por nossos irmãos no sacerdócio que sofreram a morte e deram testemunho de sua fidelidade a Cristo em tantos locais de extermínio e sofrimento durante a última guerra mundial”.

Um testemunho conhecido de sacerdote polonês assassinado neste período é o do franciscano São Maximiliano Maria Kolbe, que morreu no campo de concentração de Auschwitz, oferecendo sua vida aos nazistas para poupar a de um companheiro de prisão, Franciszek Gajowniczek.

"Também heróico foi o papel das ordens masculinas e femininas em salvar judeus, sobretudo a partir de 1942 qundo os judeus, conscientes do Holocausto em curso, começaram a fugir dos guetos para a assim chamada parte ariana”, disse o historiador.

Muitos membros do clero polonês que morreram na Segunda Guerra eram capelães militares, que foram à guerra para acompanhar os soldados espiritualmente e dar-lhes os sacramentos.

O Dia do Martírio do Clero polonês também foi ocasião de recordar a memória das centenas de padres que foram vítimas do comunismo, como o beato padre Jerzy Popiełuszko, assassinado pelos agentes do Serviço de Segurança em outubro de 1984 em Varsóvia.

Durante o período stalinista na União Soviética, sob cuja esfera de influência esteve a Polônia comunista, cerca de mil padres, ou 10 por cento do clero polonês, passaram pelas prisões comunistas e os gulags, disse Żaryn.

"Eram capelães do Exército Nacional e, mais tarde, assistentes sociais católicos ativos. Penso no padre Tomasz Rostworowski ou no padre Zygmunt Kaczyński (...) provavelmente assassinado na prisão em maio de 1953", disse o diretor do Instituto para o Patrimônio de Pensamento Nacional.

O historiador recordou ainda que, embora não tenham sido assassinados pelo comunismo, as figuras mais importantes da Igreja na Polónia na época do regime soviético como o futuro beato cardeal Stefan Wyszyński, Arcebispo de Varsóvia que será elevado aos altares no próximo 12 de setembro, “estavam constantemente sob a ameaça do martírio”.

Devido à pandemia, a Conferência Episcopal pediu que, excepcionalmente este ano, os padres de toda a Polônia a se unissem em oração aos padres pela internet e não presencialmente no Santuário de São José.

ACI Digital

S. JOSÉ OPERÁRIO, ESPOSO DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA, PROTETOR DOS TRABALHADORES

S. José operário, protetor dos trabalhadores, 1370 ca. 
(© Musei Vaticani)

Carpinteiro, ferreiro, serralheiro: assim era São José - como narram os Evangelhos -, além de ser esposo de Maria e pai terreno de Jesus. Com a sua vida de operário honesto, São José enobrece o trabalho manual, com o qual mantinha sua Sagrada Família, e participa do plano salvífico.

José, o "Justo"

Assim é chamado pelas Escrituras. Com esta denominação de "o Justo", a linguagem bíblica define todos aqueles que amam e respeitam a Lei, como expressão da vontade de Deus, como José.
Descendente da Casa de Davi, ainda não tinha idade avançada quando ficou noivo de Maria. Como a sua noiva, ele também disse "sim" ao anjo, que lhe apareceu em sonhos, para tranquilizá-lo sobre a gravidez de Maria, fruto do Espírito Santo. A sua característica é o escondimento, manter-se à distância.
Quando Jesus começou sua vida pública, com o casamento de Caná, o Novo Testamento não o menciona mais: provavelmente ele teria morrido, mas não sabemos como e quando, muito menos onde foi sepultado.

Trabalho: participação do desígnio divino

Como um pai que ensina seus filhos a arte do trabalho, assim José também o fez com Jesus. Ele mesmo foi chamado, várias vezes, nos Evangelhos, como "o filho do carpinteiro" ou simplesmente "carpinteiro". Logo, acima de tudo, São José representa a dignidade do trabalho humano, dever e perfeição do homem, exerce seu domínio sobre a Criação, prolonga a obra do Criador, presta serviço à comunidade e contribui para o plano de salvação.
José amava seu trabalho. Nunca reclamava do cansaço, mas, como homem de fé, o elevou à prática da virtude; sempre demonstrou sua felicidade, pois não aspirava à riqueza e não invejava os ricos: para ele, o trabalho não era um meio para satisfazer sua ganância, mas apenas um meio para sustentar a família. Depois, segundo a prescrição para os judeus, aos sábados, ele observava o descanso semanal e participava das celebrações.
Não devemos nos surpreender com este nobre conceito do trabalho mais humilde, o manual: de fato, no Antigo Testamento, Deus é representado, em tempo oportuno, como vinheiro, semeador, pastor.

Dia de São José Operário

Este dia foi estabelecido, oficialmente, por Pio XII, em 1° de maio de 1955, para ajudar os trabalhadores a não perderem o sentido cristão do trabalho, assim expresso. Mas, por sua vez, Pio IX já havia, de alguma forma, reconhecido a importância de São José, como trabalhador, quando o proclamou Padroeiro universal da Igreja.
O conceito do trabalho, como meio de salvação eterna, foi retomado também por São João Paulo II em sua Encíclica “Laborem Exercens”, onde é chamado "Evangelho do trabalho". Parece ainda que até o Cardeal Roncalli - futuro Papa João XXIII - eleito como Sucessor de Pedro, pensou em escolher o nome José, porque era muito devoto do Santo, pai terreno de Jesus.
Enfim, muitos outros Santos também foram devotos de São José, como Santa Teresa de Ávila.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF