Translate

domingo, 30 de maio de 2021

Papa no Domingo da Santíssima Trindade: viver a unidade, mesmo na diferença

Imagens do ângelus deste domingo | Vatican News

Francisco, na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, refletiu sobre a unidade invocada por Jesus que não pode ser ignorada: "a beleza do Evangelho requer ser vivida e testemunhada em harmonia entre nós, que somos tão diferentes!". E essa unidade, esse mistério imenso revelado pelo próprio Jesus, acrescentou o Pontífice, "não é uma atitude, uma forma de dizer", mas "é essencial porque nasce do amor" de Deus que, "embora seja um e único, não é solidão, mas comunhão".

Andressa Collet - Vatican News

Num domingo (30) de tempo instável na Cidade do Vaticano, diferente dos dias quentes e anteriores de primavera na Europa, o Papa Francisco aqueceu os corações dos fiéis no Angelus ao refletir a liturgia do dia em que se celebra a Santíssima Trindade, "o mistério de um único Deus, e esse Deus é: o Pai e o Filho e o Espírito Santo, três pessoas". O Pontífice disse que pode ser difícil de entender, mas "é um só deus e três pessoas", um mistério revelado pelo próprio Jesus Cristo:

Hoje paramos para celebrar esse mistério, porque as Pessoas não são adjetivações de Deus, não. São pessoas, reais, diversas, diferentes. Não são - como dizia aquele filósofo - 'emanações de Deus', não, não! São pessoas. Há o Pai, a quem rezo com o Pai Nosso, que me deu a redenção, a justificação; há o Espírito Santo que habita em nós e que habita na Igreja.

Esse é um grande mistério que fala "ao nosso coração", insistiu o Papa, porque o encontramos incluído na expressão de São João que resume toda revelação: "Deus é amor". Um mistério que deve ser vivido por nós, fortalecendo a nossa comunhão com o Senhor e com as pessoas com as quais convivemos, não só através das palavras, mas com a força da unidade e do amor:

“E, na medida em que é amor, Deus, embora seja um e único, não é solidão, mas comunhão, entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Porque o amor é essencialmente dom de si e, na sua realidade original e infinita, é Pai que se entrega gerando o Filho, que por sua vez se entrega ao Pai, e o seu amor recíproco é o Espírito Santo, vínculo da sua unidade.”

A unidade ao cristão que nasce do amor

O Papa, assim, refletiu sobre a importância deste Domingo da Santíssima Trindade nos encorajando a "contemplar esse maravilhoso mistério de amor e de luz", sem ignorar a unidade invocada por Jesus: "a beleza do Evangelho requer ser vivida - a unidade - e testemunhada em harmonia entre nós, que somos tão diferentes!".

“E essa unidade, eu ouso dizer, é essencial para o cristão: não é uma atitude, uma forma de dizer, não. É essencial, porque é a unidade que nasce do amor, da misericórdia de Deus, da justificação de Jesus Cristo e da presença do Espírito Santo nos nossos corações.”

Vatican News

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE - Ano "B"

Cristo | Vatican News

Por Dom Paulo Cezar Costa (Arcebispo de Brasília)

Deus é Trindade

Celebramos hoje o mistério da Santíssima Trindade. Esta solenidade é mais pedagógica porque existe para nos alertar sobre a centralidade do mistério de Deus na nossa vida, uma vez que toda ação da Igreja, toda oração litúrgica é dirigida ao Pai, pelo Filho, no Espírito. Mas a Igreja quer, neste dia, que tomemos consciência da centralidade do mistério de Deus na nossa vida, na vida da nossa comunidade e na história. O Evangelho que ouvimos colocou, diante de nós, o mandato do Ressuscitado: ir pelo mundo inteiro, anunciar o Evangelho e batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. ‘Em nome’, quer dizer, na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A Trindade é mistério central da nossa fé. É o mistério do qual tudo provem e é o mistério para o qual caminhamos. Deus não é solidão, mas é Trindade, esta é a grande verdade da nossa fé.

Toda a nossa vida se ordena para o mistério santo de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Somente Deus é o fim total para o qual o homem se dirige. A Revelação tem como objeto Deus, revelar quem é Deus e os seus decretos salvíficos (DV. 2 e 6). Na Dei Verbum 3 se fala da revelação privilegiada que não se reduz somente à criação. É um dado que, de fato, Deus Se revelou ao povo de Israel. Mas, somente em Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo (1Cor 12,3), temos uma exegese verdadeira de Deus Uno e Trino e temos acesso a este mistério. O monoteísmo cristão é verdadeiramente original.  Em Jesus de Nazaré, Deus Se revelou na sua unidade e na trindade de pessoas.

No Novo Testamento, sobretudo em João, temos duas definições de Deus: Deus é apresentado como Espírito e deve ser adorado em Espírito e Verdade. Deus vai além da compreensão humana e não pode ser definido (Jo 4,24). Mas em 1Jo 4,8 Deus é definido como amor. João mostra a concretude de Deus que se aproxima do homem em Jesus Cristo. A proximidade de Deus não elimina o mistério. O Deus bíblico nos mostra uma nova dimensão do amor que se revela na autodoação. Este é o mistério do Deus cristão que sai de Si, e não somente ama, mas é amado.

O mistério trinitário é o centro da fé cristã. O Catecismo da Igreja Católica, no nº 234, afirma: “O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em Si mesmo. É, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na ‘hierarquia das verdades de fé’. Toda a história da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais o Deus verdadeiro e único, Pai, Filho e Espírito Santo, Se revela, reconcilia conSigo e une a si os homens que se afastam do pecado”.

A fé nos insere no mistério santo de Deus, que começa a fazer parte da nossa história, pois o Pai de Jesus se torna nosso Pai; Jesus se torna nosso irmão, nosso salvador; e o Espírito Santo habita nos nossos corações, mora em nós.

Adoremos o mistério eterno de Deus, vivamos deste mistério, tomemos consciência de que Nele está o sentido da nossa vida.

Arquidiocese de Brasília

sábado, 29 de maio de 2021

ECUMENISMO: A dormição da Theotokos

Dormição da Virgem, mosaico da igreja de Cristo Salvador, em Chora,
c. 1320, Museu de Kariye Camii, Istambul, Turquia

A MÃE DE DEUS – A TODA SANTA

A dormição da Theotokos

Aprofundamentos mariológicos sobre vida, morte e ressurreição


de Sua Santidade Bartolomeu I


No aniversário de sessenta anos da proclamação do dogma da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria à glória do Paraíso em corpo e alma (1º de novembro de 1950), pedimos um comentário a Bartolomeu I, patriarca ecumênico de Constantinopla.
O texto que ele nos enviou é motivo de gratidão pela fé que juntos professamos e ocasião de pedido ao Senhor de que nos doe a plena comunhão.
Bartolomeu I, patriarca ecumênico de Constantinopla,
durante a liturgia da festa da Dormição da Santa Mãe de Deus,
no mosteiro de Sumela, na província turca de Trabzon,
em 15 de agosto de 2010 [© Reuters/Contrasto]
A Igreja Ortodoxa venera intensamente a Mãe de Deus – ou Theotokos (a Mãe de Deus), ou Panaghia (a Toda Santa), como nós preferimos nos referir a ela – exaltando-a não como uma piedosa exceção, mas realmente como um exemplo concreto do modo cristão de entregar-se e responder à vocação a ser discípulo de Cristo. Maria é extraordinária apenas na sua virtude ordinariamente humana, que nós somos chamados a respeitar e imitar como devotos cristãos. Sua morte é comemorada em 15 de agosto, uma das doze Grandes Festas do calendário ortodoxo.
Ao compreender a “sagrada aliança” ou mistério de Maria, do qual “ninguém se pode aproximar com mãos despreparadas”, a teologia ortodoxa mira à Escritura mas, sobretudo, à Tradição, de modo particular à liturgia e à iconografia. Nesse sentido, os cristãos ortodoxos ligam Maria antes de mais nada ao seu papel na divina encarnação, como Mãe de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, enquanto, ao mesmo tempo, a conectam a uma longa série de seres humanos – e não divinos – que remete à continuidade da história sagrada, conduzindo até o nascimento do Filho de Deus, Jesus de Nazaré, há dois mil anos. Isolar Maria dessa estirpe preparatória ou “econômica” separa-a da nossa realidade e a põe em posição marginal em relação à nossa salvação. Maria também precisa da salvação – como todos os seres humanos; ainda que ela tenha sido considerada “sem pecados pessoais”, continua sujeita à servidão do pecado original. Embora ela seja “mais honorável que os Querubins e incomparavelmente mais gloriosa que os Serafins”, o que vale para nós vale também para Maria. Ainda que tenha sido “bendita entre todas as mulheres”, ela encarna a única coisa necessária entre todos os seres humanos, ou seja, a dedicação à Palavra de Deus e a entrega à Sua vontade.
Assim, quando os cristãos ortodoxos estão dentro da igreja e veem no alto o Pantokrator (“aquele que contém tudo”), ou seja, Cristo, que paira sobre suas cabeças durante o culto, eles se encontram ao mesmo tempo diretamente diante da Platytera (“aquela que é mais espaçosa que tudo”), ou seja, a Mãe de Deus, que está imediatamente diante deles, bem na ampla abside que une o altar ao céu. E isso porque, ao dar à luz o Deus Verbo e “conceber o inconcebível” em seu seio, ela foi capaz de conter o incontível e de tornar descritível aquele que não pode ser circunscrito.
Nós aprendemos com a Sagrada Escritura que quando Nosso Senhor estava pregado na cruz viu sua mãe e seu discípulo João e voltou-se para a Virgem Maria, dizendo: “Mulher, eis o teu filho”, e para João, dizendo: “Eis tua mãe!” (Jo 19, 25-27). A partir daquele momento, o apóstolo e evangelista do Amor acolheu a Theotokos em sua própria casa. Com o acréscimo da referência dos Atos dos Apóstolos (At 2, 14), que confirma que a Virgem Maria estava com os apóstolos do Senhor na festa de Pentecostes, a Tradição da Igreja tem plena certeza de que a Theotokos permaneceu na casa de João em Jerusalém, onde ela continuou seu ministério em palavras e obras.
A tradição iconográfica e litúrgica da Igreja professa também que no momento de sua morte os discípulos se encontravam espalhados pelo mundo a anunciar o Evangelho, mas voltaram a Jerusalém para render homenagem à Theotokos. Com exceção de Tomé, todos os outros – inclusive o apóstolo Paulo – estiveram junto a seu leito. Na hora da sua morte, Jesus Cristo desceu para levar sua alma ao céu. Depois da morte, o corpo da Theotokos foi levado em procissão para ser deposto num túmulo próximo ao Jardim do Getsêmani; quando o apóstolo Tomé chegou, três dias depois, e quis ver seu corpo, o túmulo estava vazio. A assunção corpórea da Theotokos foi confirmada pela mensagem do anjo e pela aparição dela aos apóstolos, coisas que refletem acontecimentos relativos à morte, ao sepultamento e à ressurreição de Cristo.
O ícone e a liturgia da festa da morte e sepultamento de Maria descrevem claramente um serviço fúnebre, sublinhando ao mesmo tempo os ensinamentos fundamentais a respeito da ressurreição do corpo de Maria. A esse respeito, a morte de Maria serve como uma festa que afirma a nossa fé e a nossa esperança na vida eterna. Mais ainda: os cristãos ortodoxos se referem a esse evento festivo como a “Dormição” (Koimisis, ou “o adormecer”) da Theotokos, em vez de sua “Assunção” (ou “traslado” físico) ao céu. Isso porque sublinhar que Maria é humana, que morreu e foi sepultada como os outros seres humanos, nos dá a garantia de que – embora “nem túmulo nem morte poderiam conter a Theotokos, nossa inabalável esperança e sempre vigilante proteção” (do kontakion do dia) – Maria está na realidade muito mais próxima de nós do que pensamos; não nos abandonou. Como frisa o apolytikion para a Festa: “No nascimento, preservaste a tua virgindade; na morte, não abandonaste o mundo, ó Theotokos. Como mãe da vida, partiste para a fonte da vida, libertando as nossas almas da morte por meio das tuas intercessões”.
Para os cristãos ortodoxos, Maria não é apenas aquela que foi “escolhida”. Ela simboliza sobretudo a escolha que cada um de nós é chamado a fazer em resposta à divina iniciativa, mediante a encarnação (ou seja, o nascimento de Cristo em nossos corações) e a transformação (ou seja, a conversão dos nossos corações, do mal para o bem). Como São Simeão, o Novo Teólogo, disse no século X, nós somos todos convidados a nos tornar Christotokoi (geradores de Cristo) e Theotokoi (geradores de Deus).
Por sua intercessão, possamos todos nós nos tornar como Maria, a Theotokos.

(Agradecemos a colaboração de padre John Chryssavgis)

Revista 30Dias, nov/2010

Caminho sinodal da Itália não seguirá modelo alemão, diz cardeal

Cardeal Bassetti, presidente dos bispos italianos.
Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Vaticano, 28 mai. 21 / 11:55 am (ACI).- A Igreja na Itália empreenderá um “caminho sinodal” com “fidelidade ao magistério do bispo de Roma”, conforme acordado na 74ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), que concluiu em Roma nesta quinta-feira, 27 de maio, com o lema “Anunciar o Evangelho em tempos de renascimento. Para iniciar um caminho sinodal”.

Segundo o presidente da CEI, o cardeal Gualtiero Bassetti, bispo de Perugia-Città della Pieve, em declarações aos meios de comunicação, “o nosso não é um sínodo, é um caminho sinodal que parte de condições muito diferentes daquelas que se desenvolvem na Alemanha”, afirmou referindo-se ao o polêmico “sínodo” promovido pelos bispos alemães onde vêm sendo debatidos temas que extrapolam as atribuições de uma conferência episcopal nacional, como a intercomunhão, o celibato, a ordenação de mulheres ou a bênção de uniões de pessoas do mesmo sexo.

Segundo Bassetti, o caminho alemão “enfrenta alguns problemas muito particulares e acho que o nosso povo está enfrentando desafios muito diferentes: a solidão, a educação dos filhos, os problemas de quem não consegue pagar as contas no fim do mês por não ter um trabalho, os problemas de imaturidade afetiva que levam as famílias a se desintegrarem...”.

“Vamos enfrentar todos esses problemas. Mas os do celibato sacerdotal, do sacerdócio feminino, não são os problemas fundamentais que afetam atualmente a Igreja e a humanidade”.

Já no discurso introdutório da assembleia, proferido no dia 25 de maio, o presidente da CEI deixou claro que qualquer caminho sinodal que as igrejas locais empreendam deve ser realizado com “fidelidade ao magistério do bispo de Roma”.

Nesse discurso, o cardeal Bassetti também rejeitou que o caminho sinodal envolva mecanismos democráticos, porque “a opinião da maioria nem sempre está de acordo com o Evangelho e a tradição”. “O ‘sentido da fé’ do ‘povo de Deus’ não se expressa com simples mecanismos democráticos, porque a opinião da maioria nem sempre está de acordo com o Evangelho e a Tradição”, disse. O sensus fidei “se alimenta da humilde recepção da Palavra de Deus, da celebração dos sacramentos, da fraternidade e da oração, ou seja, das quatro ´qualidades´ da primeira comunidade cristã”.

Bassetti afirmou que os fiéis da Igreja na Itália “têm a graça de estar particularmente unidos a Pedro: agradecemos ao bispo de Roma, o nosso Papa, pelo alento que ele constantemente nos dá”.

“A Igreja que está na Itália nunca se opôs e nunca estará em contraposição a Pedro, ao seu magistério, à sua palavra. Por isso, hoje, como sempre ocorreu na nossa história, somos chamados a viver a sinodalidade, a traçar um ‘caminho sinodal’”, frisou o presidente do CEI.

No seu discurso, o cardeal afirmou que “o 'caminho sinodal' representa o processo necessário que permitirá à nossa Igreja na Itália estabelecer um estilo próprio de presença na história que seja verossímil e confiável, porque permanecerá atenta às complexas mudanças que estão ocorrendo e desejosa de transmitir a verdade do Evangelho nas variadas condições de vida dos homens e mulheres do nosso tempo”.

Bassetti insistiu no apelo do pontífice “a ser uma Igreja sinodal no caminho traçado pelo Concílio Vaticano II”. O cardeal recordou as palavras do papa Francisco no discurso de 30 de janeiro, no encontro promovido pela secretaria nacional de catequese: “O concílio é o magistério da Igreja. Ou você está com a Igreja e, portanto, segue o concílio, ou você não segue o concílio, o interpreta do seu jeito, e não está com a Igreja”.

ACI Digital

7 dias de oração para aprender a viver o silêncio

Es5669 | Shutterstock
Por Hozana

O diálogo oracional é feito de silêncios e escutas. Falamos com Deus, mas também precisamos escutá-lo. E dificilmente Ele se apresenta de maneira barulhenta.

Vivemos no tempo do mostrar-se. Tudo ou quase tudo se mostra. O prato que comemos, a roupa que vestimos, as opiniões que temos… tudo vira facilmente um post nas redes sociais. Constantemente somos confrontados ao barulho, aos ruídos que nos cercam. E o silêncio se torna cada vez mais raro, mais tímido, mais esquecido. E para escutar é necessário silenciar. Escutar ao próximo, Deus ou a si mesmo é exercício por vezes difícil, pois nos obriga a sair da frente dos holofotes, onde mostramos somente aquilo que outros desejam ver, para entrar no íntimo daquilo que somos, profundamente.

Nesta cultura dos sons na qual vivemos, o silêncio pode fazer medo. Pois silenciar é entrar num outro modo de relação. E isso pode afetar nossas relações interpessoais, mas também nossa relação com Deus.

A vivência cristã tem como um dos fundamentos a oração. Rezar não é opcional se quisermos crescer na intimidade com Deus, no conhecimento dele e de si mesmo. A oração é um elemento precioso. Mas nós já sabemos disso, de uma maneira ou de outra. Porém, cada um de nós experimenta, na prática, o quanto é difícil permanecer fiel à oração, a este encontro de dois corações que se unem num diálogo amoroso.

A oração é um diálogo. Ela tem que ser um diálogo. O próprio Jesus nos dá um indício em Mateus 6, 6: “tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora a teu Pai que está lá, no segredo.” A oração é um encontro. Somos esperados. Nessa espera, o Senhor deseja nos receber para estabelecer um diálogo onde cada um fala, onde cada um escuta.

O que Jesus nos convida a fazer é revelador de como podemos viver nossa oração. “Fechando tua porta…” pensamos assim que ele está falando da porta do quarto, no qual entramos. Mas paradoxalmente, podemos também interpretar o ato de fechar como um convite a fechar a porta do coração. Como assim? Rezar com o coração fechado? Não, claro que não. Mas fechar a porta do coração para os ruídos de fora. Para o barulho que nos circunda. E entrar num silêncio habitado que nos preenche da presença d’Aquele que ali está a nos esperar.

O silêncio na oração cristã não deve ser interpretado como um silêncio vazio, ou que nos leva a um vazio existencial. Vimos que Jesus convida a entrar num quarto que já está habitado pela presença do Pai. O silêncio na oração cristã é um silêncio preenchido e que tende a nos levar à completude pois Deus ali está a nos escutar e a nos falar.

Silenciar para escutar

O diálogo oracional é feito de silêncios e escutas. Falamos com Deus, mas também precisamos escutá-lo. E dificilmente ele se apresenta de maneira barulhenta ou violenta. Quase sempre Ele se dá a conhecer através do “ruido de uma brisa leve.” (1 Reis 19, 12) O silêncio na oração se torna um elemento essencial para poder escutar aquilo que Deus tem a nos dizer. Muitas vezes, Ele não passa pelas palavras. A escuta é contemplativa, o silêncio é criador. Ele cria outros laços, outras pontes. Para ouvir é preciso silenciar. Silenciar para ouvir as angústias e dores do mundo, muitas vezes ferido. Ouvir aquilo que os que nos cercam vivem. E o silêncio que nos permite ouvir além do barulho ambiente, torna-se criador se, aquilo que colhemos nos silêncios se torna alimento para a nossa oração.

Aprender a viver o silêncio

Em meio a esse mundo absorto pelo barulho e pela distração, convido você a viver um caminho de intimidade com Deus. A missão Horeb e o site Hozana propõem 7 dias de oração para aprender a viver o silêncio. A intimidade com Deus é o caminho para o crescimento interior, para a escuta precisa da voz Dele, e para o autoconhecimento. E é justamente isso que esse retiro propõe: meditações e exercícios espirituais para que você encontre esse caminho do silêncio interior. Clique aqui para participar.

O que você está ouvindo agora? Qual é a qualidade de sua escuta? E como isso alimenta seu diálogo com Deus? Entre no seu quarto. Feche a porta, e ore ao seu Pai que ali está lhe esperando. Com Ele, até o seu silêncio é compreendido. Porque ele será fruto da escuta.

Padre Emmanuel Albuquerque, pelo Hozana

Aleteia

Vaticano ordena visita apostólica à Arquidiocese alemã de Colônia

Guadium Press
Durante a primeira quinzena de junho, os enviados da Santa Sé terão uma ideia global da complexa situação pastoral da Arquidiocese alemã.

Cidade do Vaticano (28/05/2021 15:01, Gaudium Press) Em meio à preocupante deriva ideológica existente na Igreja alemã, que manifestou um de seus piores sintomas na ‘bênção’ de casais homossexuais ocorrida em cerca de 100 igrejas nos últimos dias, o noticiário da Igreja na Alemanha traz hoje a notícia de que o Papa organizou uma visita apostólica à Arquidiocese de Colônia, governada pelo Cardeal Rainer María Woelki, um dos poucos Bispos do país que têm criticado o chamado “Caminho Sinodal” alemão.

Cardeal Rainer María Woelki

Visitadores apostólicos

Os visitadores são o Cardeal Anders Arborelius, Bispo de Estocolmo, e Dom Johannes van den Hende, Bispo de Rotterdam e presidente da Conferência Episcopal Holandesa.

“Durante a primeira quinzena de junho, os enviados da Santa Sé terão uma ideia global da complexa situação pastoral da Arquidiocese e, ao mesmo tempo, examinarão os possíveis erros cometidos pelo Cardeal Rainer Maria Woelki, assim como pelo Arcebispo de Hamburgo, Dom Stefan Heße, e pelos auxiliares (de Colônia) Dom Dominikus Schwaderlapp e Ansgar Puff, em relação aos casos de abusos sexuais”, diz a Carta da Nunciatura Apostólica de Berlim anunciando a Visita Apostólica.

Catedral de Colônia - Alemanha | Guadium Press

Relatório da Arquidiocese de Colônia

No dia 18 de março, o Escritório de Advocacia Gercke & Wollschläger, ofereceu ao público um esperado relatório resultante de suas investigações durante um ano, sobre o processamento de abusos sexuais na Arquidiocese de Colônia. O relatório revelou que desde 1975 até hoje, foram confirmados 314 casos de vítimas desses abusos, dos quais foram identificados 202 supostos autores. O relatório do escritório de advocacia expressou que não via qualquer descumprimento de dever no Cardeal Arcebispo Woelki.

Na ocasião, o advogado Björn Gercke, do referido escritório de advocacia, afirmou que “devido à pressão da mídia, teria sido mais fácil para nós denunciar o Sr. Woelki”, mas que não havia fundamento para isso. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Há 90 anos Nossa Senhora Aparecida era proclamada padroeira do Brasil

Nossa Senhora Aparecida | Vatican News

Surgida nas águas do rio Paraíba, pescada por três homens humildes e pobres, a imagem negra da Imaculada Conceição tornou-se a certeza de que a Virgem Mãe de Deus jamais abandona nenhum de seus filhos brasileiros.

Bruno Franguelli, SJ - Vatican News

Surgida nas águas do rio Paraíba, pescada por três homens humildes e pobres, a imagem negra da Imaculada Conceição tornou-se a certeza de que a Virgem Mãe de Deus jamais abandona nenhum de seus filhos brasileiros.

Uma história que os brasileiros amam recontar

 Em 1717, após a pesca da imagem da Imaculada Conceição, as redes dos três pescadores João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedroso se encheram de peixes. Era um claro sinal da presença protetora da Mãe de Deus não só para aqueles homens, mas para todo o povo do pequeno vilarejo de Guaratinguetá. Assim como aconteceu nas bodas de Caná, Maria não permitiu que aqueles pobres pescadores, oprimidos pelas autoridades, não tivessem nada a oferecer para o banquete que queriam oferecer a dom Pedro de Almeida e Portugal, o conde de Assumar, na época governador da província de São Paulo e Minas Gerais. Deste modo, como no Evangelho, Maria mais uma vez revela seu apreço pelos pequenos. Como reconhecimento desta proteção maternal, começava na pequena vila dos pescadores, com um altar improvisado dentro dos casebres, a devoção à Virgem que mais tarde seria proclamada padroeira da Nação brasileira.

Santuário de Aparecida
A devoção

A devoção à Santa de Aparecida se difundiu rapidamente. O vilarejo dos pescadores em pouco tempo tornou-se uma das cidades mais visitadas do Brasil. Em 1748, apenas 30 anos após a pesca milagrosa, o jesuíta Pe. Francisco da Silveira escrevia a crônica de uma missão realizada no local e dizia:

“Aquela imagem foi moldada em argila, a sua cor é escura, mas famosa por muitos milagres realizados. Muitos afluem de lugares afastados, pedindo ajuda para suas próprias necessidades.”

A construção de uma das maiores Igrejas do mundo tornou-se a casa preferida dos católicos de todo o País e do mundo. Mas, ainda que o povo brasileiro já tivesse elegido Nossa Senhora Aparecida como protetora, foi somente em 1930 que o Papa Pio XI aceitou o pedido dos Bispos brasileiros e assinou o decreto que oficializava Nossa Senhora Aparecida padroeira da Nação.

A Proclamação

Com o anúncio da proclamação, as festividades da celebração solene foram preparadas na então capital brasileira, o Rio de Janeiro. A data escolhida para a proclamação oficial foi o dia 31 de maio de 1931. A celebração reuniu cerca de um milhão de pessoas e contou com a presença da imagem original de Aparecida, que pela primeira vez deixava o Santuário. Durante a Missa Solene, Dom Sebastião Leme leu a declaração do Papa e, assim, o povo brasileiro tinha oficialmente a sua padroeira.

Nossa Senhora Aparecida e o Papa Francisco

O Papa Francisco visitou várias vezes o Santuário de Aparecida, ainda que como Papa tenha estado somente uma vez. Francisco sempre demonstrou um carinho especial pela mãe negra dos brasileiros. Em sua memorável homilia em 2013, o Papa deixou estas belíssimas palavras que reassumem o que significa para o Brasil ter Nossa Senhora Aparecida como sua padroeira:

“Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus!”

Vatican News

7 coisas que talvez não conhecia sobre São Paulo VI

Paulo VI cria o cardeal Karol Wojtyla, agora São João Paulo II

REDAÇÃO CENTRAL, 29 mai. 21 / 06:00 am (ACI).- A maioria dos católicos conhece o papa São Paulo VI por ser o Pontífice que levou ao término o Concílio Vaticano II, que seu predecessor São João XXIII havia começado.

Entretanto, muitos momentos importantes de seu pontificado são pouco conhecidos. Eram tempos em que os meios de comunicação não tinham o alcance que possuem atualmente.

A seguir, apresentamos 7 coisas que talvez você não conhecia sobre São Paulo VI:

1. Apunhalaram-no duas vezes

Em 27 de novembro de 1970, no Aeroporto Internacional de Manila (Filipinas), Paulo VI recebeu duas punhaladas do pintor boliviano Benjamín Mendoza y Amor Flores, que sofria de problemas mentais e que disfarçado de sacerdote tentou assassinar o pontífice com um punhal.

2. Foi o primeiro papa a usar um avião

Efetivamente, Paulo VI foi o primeiro pontífice a usar um avião e o primeiro a deixar a Itália desde 1809.

3. Também foi o primeiro papa a visitar os cinco continentes

Visitou os cinco continentes antes de São João Paulo II e foi apelidado de “papa peregrino” também antes deste último.

São Paulo VI realizou uma visita pastoral ao continente africano; visitou a Colômbia e os Estados Unidos, na América; Portugal, na Europa; Austrália, na Oceania; Filipinas e Índia, na Ásia.

4. Foi o primeiro papa a visitar a Terra Santa desde São Pedro

Em 1964, viajou a Jerusalém e se encontrou com o patriarca ortodoxo Atenágoras I, com quem celebrou o levantamento das mútuas excomunhões impostas depois do Grande Cisma entre o Oriente e o Ocidente, em 1054.

O papa Francisco visitou a Terra Santa em 2014 para celebrar os 50 anos deste acontecimento.

5. Foi o último papa a ter uma cerimônia de coroação

Além de ser o último papa a receber a coroa, dispensou o uso da tiara, durante as sessões do Concílio Vaticano II.

Eventualmente, doou a sua tiara, um presente da sua antiga arquidiocese de Milão, à Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição, em Washington (Estados Unidos), como um sinal do seu apreço pelos católicos norte-americanos.

6. Era apaixonado por leitura

Nino Lo Bello, veterano “vaticanista” norte-americano, garantiu que Paulo VI, um apaixonado pela leitura, levava na sua bagagem durante suas viagens até 75 livros para escolher quais ler.

7. Criou cardeais dois futuros papas

Paulo VI criou os cardeais Karol Wojtyla, em 1967, e Joseph Ratzinger, em 1977, que alguns anos depois foram os seus sucessores, São João Paulo II e Bento XVI, respectivamente.

ACI Digital

SÃO PAULO VI, PAPA

S. Paulo VI. papa | Vatican News
29 de maio

João Batista Montini nasceu em Concesio, uma cidadezinha nas proximidades de Brescia, em 26 de setembro de 1897, no seio de uma família católica, muito comprometida com a política e a sociedade.
No outono de 1916, entrou para o seminário em Brescia e, quatro anos depois, recebeu a ordenação sacerdotal na catedral. Foi enviado a Roma para continuar a estudar filosofia, na Pontifícia Universidade Gregoriana, e Ciências Humanas na universidade estadual. Formou-se em Direito Canônico, em 1922, e em Direito Civil, em 1924.

Ofícios no Vaticano

Em 1923, Montini recebeu seu primeiro encargo pela Secretaria de Estado do Vaticano, que o designa à Nunciatura Apostólica de Varsóvia. No ano seguinte, foi nomeado Minutador. Naquele período, participou, de perto, das atividades de estudantes universitários católicos, organizadas pela FUCI, da qual foi assistente eclesiástico nacional, de 1925 a 1933.
João Batista Montini foi um estreito colaborador do Cardeal Eugênio Pacelli, ao lado do qual permaneceu sempre, até quando foi eleito Papa, em 1939, com o nome de Pio XII. Foi Montini que preparou o esboço do inútil extremo apelo pela paz, que o Papa Pacelli lançou, através do rádio, em 24 de agosto de 1939, às vésperas do grande conflito mundial: “Com a paz, nada se perde! Com a guerra, pode-se perder tudo!"

Da Igreja Ambrosiana ao Trono Pontifício

Em 1954, João Batista Montini tornou-se, repentinamente, Arcebispo de Milão. Com isto, demonstrou o verdadeiro pastor oculto em si, dedicando atenção especial aos problemas do mundo do trabalho, à imigração e às periferias: promoveu a construção de mais de cem novas igrejas, lugares apropriados para desenvolver sua "Missão de Milão", em busca dos "irmãos distantes".
Dom Montini recebeu, antes, a púrpura cardinalícia de João XXIII, em 15 de dezembro de 1958, e participou do Concílio Vaticano II, onde apoiou, abertamente, a linha reformadora.
Após a morte de Ângelo Roncalli, foi eleito Papa, em 21 de junho de 1963, escolhendo o nome de Paulo, com uma clara referência ao Apóstolo dos Gentios.

A força reformadora do Concílio

Um dos objetivos fundamentais de Paulo VI foi dar continuidade, em todos os aspectos, à obra do seu predecessor. Por isso, retomou os trabalhos do Concílio Vaticano II, conduzindo-os com atenciosas mediações, favorecendo e moderando a maioria reformadora, até à sua conclusão, em 8 de dezembro de 1965. Mas, antes, foi anulada a mútua excomunhão, ocorrida, em 1054, entre Roma e Constantinopla.
Coerente com a sua inspiração reformadora, atuou uma profunda ação transformadora das estruturas do governo central da Igreja, criando novos organismos para o diálogo com os não cristãos e os infiéis, instituindo o Sínodo dos Bispos e encaminhando a reforma do Santo Ofício.
Comprometido com a difícil tarefa de implementar e aplicar as orientações, que emergiram no Concílio Vaticano II, Paulo VI deu impulso também ao diálogo ecumênico, mediante encontros e iniciativas relevantes. O impulso renovador, no âmbito do governo da Igreja, traduziu-se, depois, na reforma da Cúria, em 1967.

As Encíclicas em diálogo com a Igreja e com o mundo

O desejo de Paulo VI de dialogar no âmbito eclesial, com as várias confissões e religiões e com o mundo, esteve ao centro da sua primeira encíclica “Ecclesiam suam” de 1964, seguida por outras seis, entre as quais a “Populorum progressio” de 1967, sobre o desenvolvimento de os povos, que teve uma ampla ressonância, e a “Humanae vitae” de 1968, dedicada à questão dos métodos de controle da natalidade, que suscitou inúmeras controvérsias, até em muitos ambientes católicos.
Outros documentos importantes do pontificado de Paulo VI foram a Carta apostólica “Octogesima adveniens” de 1971, pelo pluralismo do compromisso político e social dos católicos, e a Exortação apostólica “Evangelii nuntiandi” de 1975, sobre a evangelização do mundo contemporâneo.

A novidade das Viagens Apostólicas

As ideias inovadoras de Paulo VI não se restringiram apenas no âmbito do Vaticano. Ele foi o primeiro Papa a dar início ao costume de fazer viagens, desde a sua eleição: ao período conciliar, remontam suas três primeiras Viagens, das nove, que, durante seu Pontificado, o levaram aos cinco Continentes. Em 1964, foi à Terra Santa, depois à Índia e, em 1965, a Nova Iorque, onde fez um discurso histórico diante da Assembleia Geral das Nações Unidas. Em território italiano, fez dez Visitas pastorais.
A aspiração mundial deste Papa pode ser percebida também na obra de maior ênfase do caráter de representação universal do Colégio Cardinalício e do papel central da política internacional da Santa Sé, sobretudo pela paz. A propósito, instituiu o Dia Mundial da Paz, celebrado todos os anos, desde 1968, no dia 1º de janeiro.

Seus últimos anos e falecimento

A fase final do Pontificado de Paulo VI foi assinalada, dramaticamente, pelos fatos históricos do sequestro e morte do seu amigo, Aldo Moro, pelo qual, em abril de 1978, fez um apelo às Brigadas Vermelhas pedindo a sua libertação, mas em vão.
Paulo VI faleceu, quase improvisamente, na noite de 6 de agosto do mesmo ano de 1978, na residência apostólica de Castel Gandolfo, e foi sepultado na Basílica Vaticana. Foi proclamado Beato, em 19 de outubro de 2014, pelo Papa Francisco, que também o canonizou na Praça de São Pedro, em 14 de outubro de 2018.

Oração de Paulo VI

Eis a oração que Paulo VI rezava nos momentos de dificuldade:
Senhor, eu creio; eu quero crer em vós.
Senhor, fazei que a minha fé seja plena.
Senhor, fazei que a minha fé seja livre.
Senhor, fazei que a minha fé seja firme.
Senhor, fazei que a minha fé seja forte.
Senhor, fazei que a minha fé seja alegre.
Senhor, fazei que a minha fé seja ativa.
Senhor, fazei que a minha fé seja humilde.
Amém.

Vatican News

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Ao brincar com brasileiros, Papa quis dizer que reza pelo Brasil

Antoine Mekary | ALETEIA | I.Media

A afirmação é de quem acompanhou de perto o momento em que Francisco brincou, dizendo que o Brasil "não tem salvação".

A pitada de bom humor e alegria – características do Papa Francisco – não foi bem recebida por muitos católicos.

Depois da audiência geral de quarta-feira, 26 de maio de 2021, no Vaticano, um padre pediu ao Santo Padre que rezasse pelos brasileiros. Em tom de brincadeira, Francisco disse: “Vocês não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração”.

O vídeo correu a internet e deixou muitos brasileiros descontentes com a fala do Papa. Mas quem acompanhou de perto o momento tem outra opinião.

Papa quis dizer que reza pelo Brasil

Foi o Padre João Paulo Souto Victor, de Campina Grande (PB) que pediu para que o Papa rezasse pelos brasileiros. Foi para ele, em tom de alegria e bom humor, que Francisco disse que os brasileiros “não têm salvação”.

Para o Padre, aquele momento foi especialíssimo. E ele entendeu bem o recado do Pontífice. “É inexplicável o que senti hoje, recebi a benção do santo padre, mas o que me cativou foi sua simplicidade e alegria, antes da benção uma brincadeira e um gesto de afeto”, disse o padre.

O Padre Carlos Henrique, que filmou a cena, também entendeu o que o Papa quis dizer com a brincadeira. “Ao brincar o papa reafirmou: EU REZO SEMPRE PELO BRASIL”, postou o sacerdote em seu perfil no Instagram. Ele ainda acrescentou: “Precisamos recuperar esta alegria…a alegria de um coração puro…a alegria de quem não vê maldade no outro…alegria de quem tem esperança…alegria de quem tem Deus. Só quem tem Deus é capaz disso…de ser alegre!”

Em outro post, o Padre Carlos Henrique afirmou que, depois da brincadeira, o Papa disse: “Rezo sempre pelo Brasil”. Por fim, o sacerdote nos lembrou: “São João Bosco dizia que o demônio não resiste a pessoas alegres.

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF