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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

SÃO PEDRO JULIÃO EYMARD

S. Pedro Julião Eymard | ArquiSP
02 de agosto

S. PEDRO JULIÃO EYMARD, SACERDOTE FUNDADOR DOS SACRAMENTINOS

Pedro Julião Eymard nasceu no norte da França, em Esère, no dia 4 de fevereiro de 1811, primeiro filho de um casal de simples comerciantes, profundamente religioso. Todos os dias, sua mãe levava-o à igreja, para receber a bênção eucarística. Assim, aos cinco anos de idade, despontou sua vocação religiosa e sacerdotal.

Mas encontrou a objeção do seu pai. Apesar de muito religioso, ele não concordou com a decisão do filho, porque precisava da sua ajuda no trabalho, para sustentar a casa. Além disto, não tinha condições de pagar as despesas dos estudos no seminário. Diante desses fatos, só lhe restava rezar muito enquanto trabalhava e, às escondidas, estudar o latim. Em 1834, conseguiu realizar o seu sonho, recebendo a ordenação sacerdotal na sua própria diocese de origem.

Após alguns anos no ministério pastoral, em 1839, padre Eymard entrou na recém-fundada Congregação dos Padres Maristas, em Lyon. Nesta Ordem permaneceu durante dezessete anos, chegando a ocupar altos cargos. Foi quando recebeu de Maria Santíssima a missão de fundar uma obra dedicada à adoração perpétua da eucaristia.

Aliás, padre Eymard já notava que havia um certo distanciamento do povo da Igreja. Algo precisava ser feito. Rezou muito, pediu conselhos aos superiores e para o próprio papa Pio IX. Entretanto, percebeu que por meio do Instituto dos Maristas não poderia executar o que era preciso. Deixou o Instituto e foi para Paris.

Lá, em 1856, com a ajuda do arcebispo de Paris, fundou a Congregação dos Padres do Santíssimo Sacramento. E, depois de três anos, a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento. Mais tarde, também fundou uma Ordem Terceira, em que leigos comprometem-se na adoração do Santíssimo Sacramento.

Padre Pedro Julião Eymard foi incansável, viajando por toda a França, para levar sua mensagem eucarística. Como seu legado, além da nova Ordem, deixou inúmeros escritos sobre a espiritualidade eucarística.

Muito doente, ele faleceu na sua cidade natal no dia 1o. de agosto de 1868, com apenas cinqüenta e sete anos de idade. Beatificado pelo papa Pio XI em 1925, foi canonizado pelo papa João XXIII em 1962. Na ocasião, foi designado que a memória litúrgica de são Pedro Julião Eymard deve ser celebrada em 2 de agosto, um dia após o de sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

domingo, 1 de agosto de 2021

Abraão jamais existiu?

Presbíteros

Em síntese: A quem nega a existência de Abraão, como faz  Vinicius Romanini em SUPERINTERESSANTE de julho 2002, se pode apresentar a obra de Walter Vogel, professor universitário no Canadá, que, com mais autoridade do que o jornalista, trata do assunto, fornecendo dados lingüísticos e arqueológicos que abonam a historicidade do Patriarca. O cientista aceita haver anacronismos no relato bíblico, de tal monta, porém, que não afetam o valor historiográfico das páginas bíblicas.

A revista SUPERINTERESSANTE de julho 2002 nega a existência do Patriarca Abraão nos seguintes termos:

“Na viagem para Canaã Abraão e seus filhos comerciavam em caravanas de camelos. Mas não há registros de migrações de Ur em direção a Canaã que justifiquem o relato bíblico, naquela época, os camelos ainda não haviam sido domesticados… Hoje a análise filológica dos textos indica que Abraão foi introduzido na Torá entre os séculos VIII e VII a.C. (mais de mil anos após a suposta viagem)” (pp. 43 e 46).

A afirmação do jornalista causou surpresa e curiosidade. Deve-se-lhe responder citando a obra de um professor  universitário, dotado de autoridade de um profissional para falar do assunto. É o que faremos a seguir.

FALE O PROF. WALTER VOGELS

Já em PR 462/2000, pp. 508-515 foi apresentado o Prof. Walter Vogels, que ensina Exegese do Antigo Testamento na Universidade Saint Paul de Ottawa (Canadá). Publicou um livro cujo título pode causar reserva à primeira vista: ABRAÃO E SUA LENDA. Gn 12, 1-25, 11.¹ Lenda (légende, original francês) é tomada no sentido etimológico; em latim, legenda significa as coisas que devem ser lidas ou as tradições escritas, sem algum juízo de valor a respeito. O autor se concentra no ciclo do patriarca Abraão, que ocupa a secção de  Gn 12, 1-25, 11.

W. Vogels considera as hipóteses dos que negam a historicidade de Abraão e dos patriarcas bíblicos em geral. Todavia na base de bons argumentos dissipa-se e afirma a credibilidade das secções em pauta, admitindo pormenores acrescentados à história real no decorrer dos séculos (como se dirá a seguir).

  1. Falam pesquisadores modernos
    À p. 27  W. Vogels cita estudiosos de bom nome:

Roland de Vaux, Professor da École Biblique de Jerusalém: “Se, como se afirmou por muito tempo, (os autores bíblicos) tivessem reconstruído o passado segundo o que viam e imaginavam, eles teriam obtido um quadro diferente do que possuímos, e que teria sido falso” (“Les patriarches hébreux et les découvertes nodernes”, Revue biblique 56 (1949), pp. 5-36, citação pp. 36).

A. Parrot: “A vida, tal como aparece nos relatos do Gênesis que são consagrados, encaixa-se perfeitamente com o que hoje sabemos, por outras vias, sobre o início do segundo milênio, mas imperfeitamente com um período mais recente” (Abraham et son temps, “Cahiers d’archéologie biblique” 14, Neuchatel, elachaux et Niestlé, 1962, p. 11).

W. F. Albright: “Abraão, Isaac e Jacó não parecem mais, doravante, figuras isoladas, quanto menos reflexos da história hebraica posterior; parecem atualmente verdadeiros filhos de sua época, trazendo os mesmos nomes, deslocando-se sobre o mesmo território, visitando as mesmas cidades (especialmente Harran e Nahor), submetidos aos mesmos costumes que seus contemporâneos. Em outros termos, os relatos dos patriarcas têm de cabo a rabo um fundo histórico”.

  1. A Religião dos patriarcas em favor da historicidade
    Às pp. 32s escreve Vogels:

“Autores como Wallhausen, Thompson e Van Setes, que rejeitam todo valor histórico, afirmam que os relatos dos patriarcas nos informam unicamente sobre a época em que os textos foram redigidos. Isso é contraditado pelos menos no que concerne à religião dos patriarcas. Se os autores bíblicos tivessem inventado as tradições dos patriarcas, inspirando-se na religião que eles próprios praticavam, os relatos teriam sido bem diferentes. Os patriarcas praticavam, segundo, os textos bíblicos, uma religião pré-israelita, pré-mosaica. Alguns pontos podem mostrá-lo.

Não existe antagonismo religioso entre os patriarcas e as pessoas com as quais entram em contato. No restante da Bíblia, a oposição entre Yahweh, o Deus de Israel, e os Baals, os deuses dos cananeus, é habitual. Nos relatos dos patriarcas, diríamos que todos adoram o mesmo Deus. Melquisedec, rei de Shalêm, abençoa Abraão em nome do “Deus Altíssimo” (14, 18-20), e Abraão levanta a mão em nome do “Deus Altíssimo” (14, 22).

A Bíblia distingue com freqüência Israel o povo eleito, e as nações, os povos pagãos. Tal distinção não se encontra nos relatos dos patriarcas. Abraão crê que não existe temor algum de  Deus em Guerar (20, 11), mas o texto prova o contrário. O povo de  Guerar é uma nação justa (20, 4), e seu rei Abimélek age com o coração íntegro e mão inocentes (20, 5-6). Todos são iguais diante de Deus; a perspectiva dos relatos dos patriarcas é mais universalista do que no restante da Bíblia.

As práticas são bem diferentes. Não há indicação alguma de que os patriarcas observassem o sabbat, ou as leis concernentes aos alimentos, o que era muito importante na época do exílio. Se as tradições  patriarcais tivessem sido inventadas nessa época, os autores teriam muito provavelmente feito os patriarcas viverem segundo essas leis. O mesmo se aplica aos locais do culto. Abraão constrói altares onde quer (12, 7; 13, 18) e planta árvores sagradas (21, 33). Tais práticas eram proibidas  pela lei mosaica, que prescreve o lugar do culto (Dt 12, 2-5) e condena essas árvores sagradas (Dt 16, 21).

A religião dos patriarcas não conhece mediadores, sacerdotes ou profetas. Os patriarcas não se dirigem aos outros à maneira de Moisés ou dos profetas, e ninguém lhes fala em nome de Deus. Eles estão em contato direto, pessoal com Deus (17, 1). Os patriarcas oferecem seus próprios sacrifícios (22, 13) e não necessitam de sacerdotes que o façam em seu nome.

Na religião de Israel, a lei ocupa um lugar bem central, sua observância traz a bênção; sua rejeição, a  maldição. Na religião  dos patriarcas, encontramos promessas e bênçãos (12, 2-3), mas dadas sem menção de estipulações que os patriarcas deveriam observar para obtê-las. Não existe tampouco ameaça de julgamento, no caso de não serem fiéis.

Esses poucos exemplos, entre outros, ilustram a  diferença entre a religião descrita nos relatos dos patriarcas e a religião do restante do Pentateuco. Os patriarcas tinham certas práticas religiosas condenadas pela lei. É difícil, portanto, imaginar que essa religião tivesse sido inventada por um autor que era um fiel javista. Se ele houvesse “inventado” a história de Abraão, teria escrito uma história mais “ortodoxa”. Os textos testemunham uma forma de religião antiga pré-javista”.

  1. Anacronismos

“Um versículo do ciclo de Abraão diz que “Abraão residiu por muito tempo na terra dos filisteus” (21, 34), mas  esses filisteus só se instalaram em Canaã depois de 1200 a.C. O nome da cidade da qual partiram Terah e sua família, “Ur dos caldeus” (11, 31), também constitui problema. A cidade de Ur é conhecida e muito antiga, mas o termo “Caldéia” é problemático. Os caldeus só surgem nos textos assírios no século IX a.C. Além disso, referir-se a “Ur dos caldeus” pressupõe a ascensão ao poder dos caldeus, ou seja, babilônicos, que só ocorre no final do século VII a.C. No início do segundo milênio, talvez se dissesse “Ur dos sumérios”. Tais dificuldades não perturbam aqueles estudiosos, eles as explicam por meio de anacronismos que não afetariam o fundo verdadeiramente histórico dos textos. Os autores dos relatos dos patriarcas substituíram os nomes antigos pelos nomes em uso na época em que escreviam.

Outra dificuldade para a hipótese do início do segundo milênio é o costume dos patriarcas, como Abraão, de se servir de camelos (12, 16). Aceita-se, em geral, que o camelo só foi domesticado e utilizado no Oriente Próximo antigo depois de 1200 a.C. É verdade que se conhecem alguns casos raros um pouco antes no segundo milênio. Poderíamos, assim, recorrer a tais casos excepcionais e afirmar que os patriarcas faziam um uso restrito de camelo. Mas prefere-se, em geral, explicar essas referências aos camelos como anacronismos. Chega-se a sugerir que o texto, de início, falava de jumentos, substituídos posteriormente por camelos.

Explicar tais dificuldades como anacronismos não  é, em si, uma solução absurda. Todos nós tendemos, ainda hoje, a introduzir semelhantes anacronismos em nossos textos. Um dos subúrbios da cidade de Ottawa se chamava, outrora, Eastview. Esse nome foi alterado, em 1969, para Ville de Vanier, Se escrevo em 1996: “Em minha chegada no Canadá, instalei-me em Vanier”, cometo um anacronismo. Quando cheguei ao Canadá, em 1960, a cidade se chamava ainda Eastview. Meu texto, cientificamente falando, não é exato, mas o leitor comum compreende mais facilmente, pois muitas  pessoas não sabem mais nada  a respeito dessa mudança de nome. Mas o leitor que se baseasse em meu texto para concluir que devo ter chegado ao país depois de 1969 se enganaria. É certo, em contrapartida, que o texto deve Ter sido escrito após 1969. Uma frase que afirmasse “Livingstone morreu na Zâmbia” seria outro exemplo de anacronismo. O país, que sob o regime britânico se chamava Rodésia do Norte, tornou-se Zâmbia no momento de sua independência, em 1964. Isso me indica que a frase deve ter sido escrita depois de 1964. Mas concluir, a partir daí, que Livingstone teria morrido depois de  1964 seria um erro histórico. Esse explorador britânico morreu em 1873 na região da África que hoje se chama Zâmbia” (pp. 28s).

Assim fala o professor universitário, à diferença do jornalista.

¹ Ed. Loyola, São Paulo, 160 x 230 mm, 183 pp. 

Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb.
Nº 485 – Ano 2002 – Pág. 445.
Fonte: http://www.pr.gonet.biz/index-catolicos.php


Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Uma partilha equitativa para lutar contra o escândalo da fome das crianças

Papa Francisco | L'Osservatore Romano
27 de julho 2021

«Ainda hoje, a multiplicação de bens não resolve os problemas sem uma partilha justa. Vem-me à mente a tragédia da fome, que atinge particularmente os mais pequeninos. Face a escândalos como estes, Jesus dirige-nos um convite... semelhante ao que provavelmente recebeu o rapaz do Evangelho: “Coragem, dá o pouco que tens... acredita na força da gratuidade”», frisou o Papa no Angelus recitado da janela do estúdio particular do Palácio apostólico do Vaticano com os fiéis presentes na Praça de São Pedro ao meio-dia de 25 de julho. A seguir as palavras pronunciadas pelo Pontífice ao comentar o Evangelho dominical centrado no episódio da multiplicação dos pães e dos peixes.

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho da Liturgia deste domingo narra o célebre episódio da multiplicação dos pães e dos peixes, com o qual Jesus dá de comer a cerca de cinco mil pessoas que o vieram ouvir (cf. Jo 6, 1-15). É interessante ver como este prodígio acontece: Jesus não cria os pães e os peixes a partir do nada, não, mas opera a partir do que os discípulos lhe trazem. Um deles diz: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes: mas que é isso para tanta gente?» (v. 9). É pouco, é nada, mas a Jesus é suficiente.

Procuremos agora colocar-nos no lugar desse rapazito. Os discípulos pedem-lhe que partilhe tudo o que tem para comer. Parece uma proposta sem sentido, aliás, injusta. Por que privar uma pessoa, sobretudo um menino, do que trouxe de casa e tem o direito de reservar para si? Por que tirar a uma pessoa o que não é suficiente para alimentar toda a gente? Humanamente, é ilógico. Mas para Deus não. Pelo contrário, graças a esse pequeno dom gratuito e, portanto, heroico, Jesus pode dar de comer a todos. Para nós é um grande ensinamento. Diz-nos que o Senhor pode fazer muito com o pouco que pomos à sua disposição. Seria bom perguntarmo-nos todos os dias: “O que levo hoje a Jesus?”. Ele pode fazer muito com uma nossa oração, com um nosso gesto de caridade para com os outros, até com uma das nossas misérias entregues à sua misericórdia. A nossa pequenez a Jesus, e Ele faz milagres. É assim que Deus gosta de agir: Ele faz grandes coisas a partir das pequenas, a partir das gratuitas.

Todos os grandes protagonistas da Bíblia — Abraão, Maria e o menino de hoje — mostram esta lógica da pequenez e do dom. A lógica do dom é muito diferente da nossa. Procuramos acumular e aumentar o que temos, mas Jesus pede-nos para dar, para diminuir. Gostamos de acrescentar, gostamos das adições; Jesus gosta das subtrações, de tirar algo para o dar a outros. Queremos multiplicar para nós; Jesus aprecia quando dividimos com os outros, quando partilhamos. É curioso que nos relatos da multiplicação dos pães nos Evangelhos, o verbo “multiplicar” nunca aparece. Pelo contrário, os verbos utilizados são de sinal oposto: “partir”, “dar”, “distribuir” (cf. v. 11; Mt 14, 19; Mc 6, 41; Lc 9, 16). Mas o verbo “multiplicar” não é usado. O verdadeiro milagre, diz Jesus, não é a multiplicação que produz ostentação e poder, mas a divisão, a partilha, que aumenta o amor e permite que Deus realize maravilhas. Procuremos partilhar mais, tentemos este caminho que Jesus nos ensina.

Ainda hoje, a multiplicação de bens não resolve os problemas sem uma partilha justa. Vem-me à mente a tragédia da fome, que atinge particularmente os mais pequeninos. Foi calculado — oficialmente — que todos os dias no mundo cerca de sete mil crianças com menos de cinco anos morrem devido à desnutrição, pois não têm o suficiente para viver. Face a escândalos como estes, Jesus dirige-nos um convite, um convite semelhante ao que provavelmente recebeu o rapaz do Evangelho, que não tem nome e no qual todos nós nos podemos ver: “Coragem, dá o pouco que tens, os teus talentos, os teus bens, torna-os disponíveis para Jesus e para os teus irmãos. Não tenhas medo, nada se perderá, porque se partilhares, Deus multiplica. Expulsa a falsa modéstia de te sentires inadequado, confia. Acredita no amor, acredita no poder do serviço, acredita na força da gratuidade”.

Que a Virgem Maria, que respondeu “sim” à proposta sem precedentes de Deus, nos ajude a abrir o coração aos convites do Senhor e às necessidades dos outros.

No final da oração mariana, o Pontífice, pedindo uma salva de palmas para os avós e os idosos, recordou o primeiro Dia mundial a eles dedicado; depois expressou solidariedade para com as populações chinesas atingidas pelas inundações e abençoou os organizadores, os atletas e quantos participam nos Jogos Olímpicos de Tóquio nestes dias.

Amados irmãos e irmãs!

Acabámos de celebrar a Liturgia por ocasião do Primeiro Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. Um aplauso a todos os avós, a todos! Avós e netos, jovens e idosos juntos manifestaram uma das belas faces da Igreja e demonstraram a aliança entre as gerações. Convido a celebrar este Dia em cada comunidade e a visitar avós e idosos, aqueles que estão mais sozinhos, a fim de lhes transmitir a minha mensagem, inspirada na promessa de Jesus: “Estou contigo todos os dias”. Peço ao Senhor que esta festa possa ajudar-nos, a nós que somos mais velhos, a responder à sua chamada nesta estação da vida, e a mostrar à sociedade o valor da presença dos avós e dos idosos, especialmente nesta cultura do descarte. Os avós precisam dos jovens e os jovens precisam dos avós: devem falar uns com os outros, devem encontrar-se! Os avós têm a seiva da história que sobe e dá força à árvore que cresce. Lembro-me — penso que já o disse — daquelas palavras de um poeta: “Tudo o que a árvore tem de florescido vem do que está enterrado”. Sem diálogo entre jovens e avós, a história não avança, a vida não avança: precisamos de retomar isto, é um desafio para a nossa cultura. Os avós têm o direito de sonhar olhando para os jovens, e os jovens têm o direito à coragem da profecia, tirando a seiva dos avós. Por favor, fazei isto: encontrar avós e jovens e falar, conversar. Fareis felizes todos.

Nos últimos dias, chuvas torrenciais atingiram a cidade de Zhengzhou e a província de Henan na China, causando inundações devastadoras. Rezo pelas vítimas e pelas suas famílias, e expresso a minha proximidade e solidariedade a quantos sofrem por esta calamidade.

Na sexta-feira passada, os 32º Jogos Olímpicos foram inaugurados em Tóquio. Que neste tempo de pandemia, estes Jogos sejam um sinal de esperança, um sinal de fraternidade universal sob a bandeira da competição saudável. Deus abençoe os organizadores, os atletas e todos os que colaboram nesta grande festa do desporto!

Dirijo de coração uma saudação a vós, romanos e peregrinos. Em particular, saúdo o grupo de avós de Rovigo — obrigado por terdes vindo! — os jovens de Albinea que percorreram a Via Francigena desde a Emilia até Roma; e os participantes no “Rally de Roma Capital”. Saúdo também a comunidade do Cenáculo. Desejo bom domingo a todos. Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista! Parabéns pela aprovação definitiva, a vós, rapazes da Imaculada!

Fonte: https://www.osservatoreromano.va/

A cautela da Igreja quanto às aparições reconhecidas de Nossa Senhora

Adam Jan Figel I Shutterstock
Por Arquidiocese de São Paulo

"A Igreja é tão cautelosa que não declarou e nem pode declarar dogma de fé nenhuma aparição", destaca o pe. Cido Pereira.

Aparições reconhecidas de Nossa Senhora e cautela da Igreja ao reconhecê-las: este foi o tema que o pe. Cido Pereira abordou na semana passada, em sua coluna no jornal O São Paulo. Ele respondeu, de fato, à seguinte pergunta da leitora Sônia Alves:

“Padre Cido, o que o senhor diz sobre as aparições de Nossa Senhora?”

Eis a resposta completa do sacerdote:

É uma pena, Sônia, que, de repente, as pessoas fiquem como que alienadas por esses fenômenos de aparições, que se sucedem tanto no Brasil quanto no mundo todo, sendo que a maioria deles – digo a você com toda a convicção –, não passa de alucinações de pessoas infelizmente desequilibradas, por mais tranquilidade que demonstrem ter.

Atenção à coerência das mensagens

Sônia, é uma pena que as pessoas não ouçam os pastores da Igreja que alertam contra esses fenômenos de aparições, oferecendo muitos critérios para a gente examinar antes de dar fé a eles. Entre esses critérios estão a coerência das mensagens, o equilíbrio psíquico dos videntes, a concordância ou não com os ensinamentos da Igreja. Você já reparou como muitas destas mensagens que colocam revelações na boca de Jesus, de Nossa Senhora, são muito mais ameaças do que palavras de orientação e confiança? Como qualquer profeta de mau agouro, muitos desses videntes só fazem anunciar castigos tremendos, fim do mundo, inferno… Ora, como acreditar que Jesus, o Bom Pastor, saia por aí anunciando desgraça em vez de salvação? Como acreditar que Maria, a doce mãe de Jesus, a mulher do silêncio, a mãe de bondade e de misericórdia, saia por aí anunciando que não está dando mais para segurar o braço de seu Filho, como se este fosse um vingador cruel pronto a despejar sua ira sobre a humanidade?

Aparições reconhecidas de Nossa Senhora não são dogma

É por tudo isso que a Igreja é prudente diante dessas aparições. A Igreja é tão cautelosa que não declarou e nem pode declarar dogma de fé nenhuma aparição e nenhuma mensagem transmitida nessas aparições. Ela não nega que essas aparições podem acontecer, porque Deus, sendo onipotente, pode fazer e permitir o que Ele quiser. No entanto, a Igreja entende e ensina que tudo o que Deus tem a dizer à humanidade já foi revelado pelos profetas do Antigo Testamento, por Jesus, a Palavra viva do Pai, e pelos apóstolos. As revelações de Deus terminaram com a morte do último apóstolo. Dito isso, minha irmã, é preciso que você tenha no seu coração que a Igreja leva tempo para reconhecer uma aparição de Maria. As aparições existem e nós veneramos: Nossa Senhora de Lourdes, de Fátima, de Guadalupe e Aparecida. Fique com Deus, minha irmã. Que Ele abençoe você e sua família.

 Fonte: Aleteia

A Igreja que agrada a todos

Guadium Press
O que aconteceria com a Igreja se adotasse para si as doutrinas do mundo?

Redação (05/07/2021 18:01Gaudium Press) Quem nunca quis agradar todo o mundo? É preciso reconhecer: trata-se geralmente de uma experiência amarga, ingrata e… fracassada! Mesmo quando se fez o possível, depois sabe-se que outro se ofendeu, que um terceiro interpretou mal, que alguém ficou com inveja, e assim por diante. Em suma, não é fácil agradar a todos.

O desastre de agradar a todos

Ora, esse fenômeno é mais indissociável da vida do homem do que parece…

Tome-se, por exemplo, o Sol. Enquanto que para uns, em determinada circunstância, ele está insuportavelmente quente, para outros ele aquece de forma insuficiente. Em certos lugares, é ele que sustenta a vida, em outros, ele causa a seca… Uns caminham debaixo de seus raios para fazer bem à própria saúde; outros fogem dele.

Suponhamos agora que o Sol pudesse pensar e desejasse agradar a todos e, de repente, chegasse aos seus “ouvidos” que ele está forte demais. Preocupado, ele resolve diminuir sua força, causando nevascas inimagináveis, frios históricos, congelamentos, mortes, etc. Em seguida, diriam que ele está muito fraco; então ele aumentaria sua intensidade, produzindo queimadas, cegueiras, secas, decessos em quantidade.

A verdade é que o Sol sustenta a vida na terra. Ele é ele, sem precisar se adaptar a ninguém. Tudo depende da posição e das condições que as pessoas têm em relação a ele. O que faz dele o eixo, a sustentação e fonte da vida é o fato de ele não se adulterar pela opinião de ninguém e ser sempre ele mesmo!

A doutrina da Igreja deve agradar?

As opiniões dos homens de hoje são tão distantes e tão opostas entre si, que binômios como Norte-Sul ou Verão-Inverno nem podem ser usados como termos de comparação.

Ora, não seria uma autêntica hipocrisia seguir aqueles que ensinam que devemos nos adaptar aos erros e aos horrores do mundo, para não ferir os demais? Esses não são como o sol para seu próximo, mas sim como um buraco negro que aniquila o que encontra no caminho.

A doutrina da Igreja sim é como o sol: se permanecer fiel a si mesma e imutável poderá manter as almas com vida. No entanto, se procurar adaptar-se às opiniões, ceder às doutrinas e aprovar os horrores do mundo, acabará por destruir a si e àqueles que a ela se confiam.

Por Cícero Leite

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Papa: aprender da amizade com Jesus o amor desinteressado e sem cálculo pelos outros

Fiéis e turistas na Praça São pedro para o Angelus | Vatican News

"É justo apresentar ao coração de Deus as nossas necessidades, mas o Senhor, que age bem além das nossas expectativas, deseja viver conosco sobretudo uma relação de amor. E o amor verdadeiro é desinteressado, é gratuito: não se ama para receber um favor em troca!"

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

https://youtu.be/u7Qu1UfNvos

No centro de uma fé imatura não existe Deus, mas as nossas necessidades. Assim, para viver uma relação de amor verdadeiro com o Senhor, devemos interrogar-nos sobre os motivos pelo qual O buscamos, fugindo assim da tentação idolátrica que leva a buscá-Lo apenas para o “próprio uso e consumo”, e depois de satisfeitos, “nos esquecemos dele”.

Jesus o Pão da vida: a narrativa do Evangelho de João da liturgia deste XVIII Domingo do Tempo Comum, ofereceu ao Santo Padre a ocasião para exortar-nos a buscar uma relação com Deus que “vá além das lógicas do interesse e do cálculo”, ou seja, a ter com Ele uma relação de amor.

Dirigindo-se aos fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro a uma temperatura de 34ºC, Francisco comenta que as pessoas que haviam testemunhado a multiplicação dos pães não haviam compreendido o significado do gesto, “se restringiram ao milagre externo e ao pão material.”

O risco da "tentação idolátrica"

Neste sentido, o Papa propõe a primeira pergunta que poderíamos fazer a nós mesmos: “Por que buscamos o Senhor? Por que eu busco o Senhor? Quais são as motivações da minha fé, da nossa fé?”:

“Temos necessidade de discernir isso, porque entre as tantas tentações que temos na vida, entre as tantas tentações há uma que poderíamos chamar de tentação idolátrica. É aquela que nos leva a buscar a Deus para nosso próprio uso e consumo, para resolver os problemas, para obter, graças a Ele, o que não conseguimos obter sozinhos, por interesse.”

Amor verdadeiro é desinteressado e gratuito

Mas assim – observou o Papa - a fé permanece superficial e miraculosa: “buscamos a Deus para matar nossa fome e depois quando estamos satisfeitos nos esquecemos dele”:

“No centro desta fé imatura não existe Deus, estão as nossas necessidades.  Penso nos nossos interesses, tantas coisas...É justo apresentar ao coração de Deus as nossas necessidades, mas o Senhor, que age bem além das nossas expectativas, deseja viver conosco sobretudo uma relação de amor. E o amor verdadeiro é desinteressado, é gratuito: não se ama para receber um favor em troca. Isso é interesse, e tantas vezes na vida nós somos interesseiros!”

Passar de uma fé mágica para uma fé que agrada a Deus

Vem então um segundo questionamento: "Mas, como fazer para purificar a nossa busca por Deus? Como passar de uma fé mágica, que só pensa nas próprias necessidades, para uma fé que agrada a Deus?”. E é o próprio Jesus que responde, afirmando que “a obra de Deus é acolher Aquele que o Pai enviou, ou seja, Ele mesmo, Jesus”:

“Não é acrescentar práticas religiosas ou observar especiais preceitos; é acolher Jesus, é acolhê-Lo na vida, é viver uma história de amor com Ele. Será Ele quem purificará a nossa fé. Sozinhos, não somos capazes. Mas o Senhor deseja uma relação de amor conosco: antes das coisas que recebemos e fazemos, existe Ele a ser amado. Existe uma relação com Ele que vai além das lógicas do interesse e do cálculo.”

A partir da amizade com Jesus, aprender a amar-nos uns aos outros

E isso – disse Francisco - vale não só em relação a Deus, mas também nas nossas relações humanas e sociais:

“[Quando buscamos sobretudo a satisfação das nossas necessidades, corremos o risco de usar as pessoas e de instrumentalizar as situações para os nossos objetivos.  Quantas vezes ouvimos sobre uma pessoa: 'Mas ele usa as pessoas e depois se esquece'. Usar as pessoas em proveito próprio, é feio isso! E uma sociedade que coloca no centro os interesses em vez das pessoas, é uma sociedade que não gera vida. O convite do Evangelho é este: em vez de nos preocuparmos apenas com o pão material que nos alimenta, acolhamos Jesus como o pão da vida e, a partir da amizade com Ele, aprendamos a amar-nos uns aos outros. Com gratuidade e sem cálculos.  Amor gratuito e sem cálculos, sem usar as pessoas, com gratuidade, com generosidade, com magnanimidade.]”

Rezemos agora à Virgem Santa - disse o Santo Padre ao concluir - Aquela que viveu a mais bela história de amor com Deus, para que nos conceda a graça de nos abrirmos ao encontro com o seu Filho.

Fonte: Vatican News

XVIII DOM TEMPO COMUM - Ano "B"

Dom Paulo Cezar | arqbrasília

Por Dom Paulo Cezar Costa / Arcebispo de Brasília

Eu sou o Pão da Vida

            A primeira leitura da liturgia deste domingo colocou diante de nós a experiência do Povo de Deus no deserto. O Povo murmura contra Moisés e Aarão: “Por que nos trouxeste a este deserto para matar de fome a toda esta gente?” O deserto é o descampado, o árido onde o homem sente a falta de tudo. É onde o homem se vê diante da sua solidão, onde a fragilidade da vida se manifesta, onde o ser humano se volta para o essencial. O Povo de Deus se viu privado de tudo, até do pão que é essencial à vida. É no deserto que nos encontramos com a nossa fragilidade, pois não podemos suprir a nós mesmos, devemos esperar por tudo. Nesta condição de essencialidade, o homem aprende que não é Deus, mas somente homem. O deserto relembra a precariedade da vida, a nossa condição de indigente. “No deserto, o homem se revela e se revela a si mesmo, manifestando o seu eu …” (M. Grilli, In Ascolto della Voce, 185). O deserto é uma imagem que serve para designar a nossa cultura e, principalmente, este tempo difícil de pandemia que estamos vivendo. Esta imagem revela à nossa opulência aquilo que é essencial à vida humana. No deserto, foi Deus quem nutriu o seu povo com o maná, para fazer Israel entender que “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Dt 8, 3).

O Evangelho inicia com a multidão que procura Jesus e Ele vai dizer que O estão procurando não pelos sinais, mas por que comeram pão e ficaram saciados (Jo 6, 26). Procurar é um verbo essencial no evangelho de são João. Os judeus não estão procurando Jesus por aquilo que Ele é, mas permaneceram na superfície, no alimento físico, que alimenta somente a fome do corpo. Não perceberam o verdadeiro sentido do sinal que Jesus tinha realizado. Os sinais, isto é, os milagres querem conduzir à experiência da fé, querem conduzir à fé em Jesus Cristo. Jesus vai, neste discurso, conduzindo progressivamente os ouvintes à fé nEle. A multiplicação dos pães quer conduzir à percepção de que Ele é o verdadeiro pão da vida. Vida, aqui, não é somente vida biológica, “é um conceito que abrange a salvação, que contém em si tudo o que o Redentor enviado por Deus ao mundo traz aos homens” (F. Mussner). Há, agora, no meio dos homens, alguém que pode dar vida. O ser humano foi criado para ter vida eterna. Ele traz em si, inscrito no seu ser, esta tensão para o infinito de Deus. O ser humano, no seu estar na existência, se manifesta como um ser vocacionado ao infinito.  Só o ser humano é capaz de refletir sobre a existência, só ele é autoconsciente de si, só ele se autotranscende rumo ao outro e rumo ao totalmente Outro, Deus. À precariedade da vida humana, Jesus mostra que a Sua vida, vindo ao encontro da nossa vida, dá a nós a vida eterna. Jesus é o verdadeiro pão do céu, Ele é o pão da vida. Que a precariedade da vida que estamos experimentando, neste tempo de pandemia, nos ajude a ancorarmos a nossa existência no absoluto de Jesus Cristo, Pão da Vida: “Eu sou o Pão da Vida.” (Jo 6, 35)

Fonte: Arquidiocese de Brasília

Santo Afonso Maria de Ligório

S. Afonso Maria de Ligório | ArquiSP
01 de agosto

Santo Afonso Maria de Ligório

Afonso de Ligório nasceu no dia 27 de setembro de 1696, no povoado de Marianela, em Nápoles, na Itália, filho de pais cristãos, ricos e nobres, que, ao se depararem com sua inteligência privilegiada, deram-lhe todas as condições e todo o suporte para tornar-se uma pessoa brilhante. Enquanto seu pai o preparava nos estudos acadêmicos e científicos, sua mãe preocupava-se em educá-lo nos caminhos da fé e do cristianismo. Ele cresceu um cristão fervoroso, músico, poeta, escritor e, com apenas dezesseis anos de idade, doutorou-se em direito civil e eclesiástico.

Passou a advogar e atender no fórum de Nápoles, porém jamais abandonou sua vida espiritual, que era muito intensa. Sempre foi muito prudente, nunca advogou para a Corte, atendia a todos, ricos ou pobres, com igual empenho. Porém atendia, em primeiro lugar, os pobres, que não tinham como pagar um advogado, não por uma questão moral, mas porque era cristão.

Depois de dez anos, tornara-se um memorável e bem sucedido advogado, cuja fama chegara aos fóruns jurídicos de toda a Itália. Entretanto, por exclusiva interferência política, perdeu uma causa de grande repercussão social, ocasionando-lhe uma violenta desilusão moral. A experiência do mundo e a forte corrupção moral já eram objeto de suas reflexões, após esse acontecimento decidiu abandonar tudo e seguir a vida religiosa.

O pai, a princípio, não concordou, mas, vendo o filho renunciar à herança e aos títulos de nobreza, com alegria no coração, aceitou sua decisão. Afonso concluiu os estudos de teologia, sendo ordenado sacerdote aos trinta anos, em 1726. Escolheu o nome de Maria para homenagear o Nosso Redentor por meio da Santíssima Mãe, aos quais dedicava toda a sua devoção, e agora também a vida.

Desde então, colocou seus muitos talentos a serviço do Povo de Deus, evidenciando ainda mais os da bondade, da caridade, da fé em Cristo e do conforto espiritual que passava a seus semelhantes. Em suas pregações, Afonso Maria usava as qualidades da oratória e colocava sua ciência a serviço do Redentor. As suas palavras eram um bálsamo aos que procuravam reconciliação e orientação, por meio do confessionário, ministério ao qual se dedicou durante todo o seu apostolado. Aos que lhe perguntavam qual era o seu lema, dizia: "Deus me enviou para evangelizar os pobres".

Para viver plenamente o seu lema, em 1732, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, ou dos Padres Redentoristas, destinada, exclusivamente, à pregação aos pobres, às regiões de população abandonada, sob a forma de missões e retiros. Ele mesmo viajou por quase todo o sul da Itália pregando a Palavra de Deus e a devoção a Maria, entremeando sua atividade pastoral com a de escritor de livros ascéticos e teológicos. Com tudo isso, conseguiu a conversão de muitas pessoas.

Em 1762, obedecendo à indicação do papa, aceitou ser o bispo da diocese de Santa Águeda dos Godos, diante da qual permaneceu durante treze anos. Portador de artrite degenerativa deformante, já paralítico e quase cego, retirou-se ao seu convento, onde completou sua extensa e importantíssima obra literária, composta de cento e vinte livros e tratados. Entre os mais célebres estão: "Teologia moral"; "Glórias de Maria", "Visitas ao SS. Sacramento"; além do "Tratado sobre a oração".

Depois de doze anos de muito sofrimento físico, Afonso Maria de Ligório morreu aos noventa e um anos, no dia 1º de agosto de 1787, em Nocera dei Pagani, Salerno, Itália. Canonizado em 1839, foi declarado doutor da Igreja em 1871. O papa Pio XII proclamou santo Afonso Maria de Ligório Padroeiro dos Confessores e dos Teólogos de Teologia Moral em 1950.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

sábado, 31 de julho de 2021

ALEITAMENTO MATERNO

CNBB

EM SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO, PASTORAL DA CRIANÇA RESSALTA A IMPORTÂNCIA DE ASSEGURAR A ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS

O próximo domingo, 1º de agosto, marca o Dia Mundial da Amamentação. Esta semana que antecedeu o primeiro de agosto, é a Semana Mundial do Aleitamento Materno. O tema deste ano é “Proteja a amamentação: uma responsabilidade compartilhada”. Segundo Patrícia Lima, enfermeira e professora da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e membro da International Baby Food Action Network – Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN), a principal mensagem desta campanha é que as mães e crianças que vivenciam a amamentação precisam ser protegidas.

A amamentação é um direito humano que precisa ser respeitado, protegido e cumprido e, como tal, não pode ser visto como uma responsabilidade da mãe apenas. Precisa ser uma responsabilidade de todos nós, família, sociedade e governos. O Brasil ainda encontra diversas dificuldades que o impedem de atingir maiores índices de amamentação, algumas delas são vontade política, falta de profissionais capacitados para trabalhar com amamentação, promoção de produtos substitutos do leite materno, aumento do trabalho informal que impede as mulheres de terem a licença maternidade de 120 dias.

A pandemia trouxe ainda mais desafios. No entanto, artigo publicado recentemente na revista científica Lancet, uma das mais conceituadas do mundo, apresenta evidências para contribuir na decisão de políticas públicas relacionadas à amamentação e infecção por Covid-19.

O texto, de autoria do doutro Cesar Victora, médico brasileiro e uma das maiores autoridades do mundo sobre amamentação, aborda as evidências disponíveis em relação aos benefícios de manter a amamentação quando a mãe apresenta infecção por COVID-19. O artigo reforça que já há evidências de alta qualidade que mostram os benefícios do aleitamento materno exclusivo, do contato pele a pele logo na primeira hora de vida, do cuidado responsivo na sobrevivência, saúde e desenvolvimento infantil.

Mesmo assumindo que existem altas taxas de transmissão de mãe para filho de SARS-CoV-2 por contato e através do leite materno, as mortes adicionais entre bebês recém-nascidos e bebês em países de baixa e média renda que fossem separados das mães e não amamentados seria aproximadamente 67 vezes maior do que o número de bebês recém-nascidos e bebês com probabilidade de morrer por conta de COVID-19.

Para o doutor Nelson Arns Neumann, coordenador internacional da Pastoral da Criança e doutor em Saúde Pública, deve-se apoiar que as mães contaminadas pela COVID-19 tenham contato e continuem amamentando seus filhos, procurando manter as medidas de prevenção de transmissão, como lavar as mãos e usar máscaras faciais. Os benefícios da amamentação sobre a sobrevivência infantil superam todas as outras causas de morte que a falta dessa possa levar. A mensagem dos profissionais de saúde para as famílias sobre o apoio à amamentação deve ser clara”.

Nutricionista da Pastoral da Criança fala sobre a importância do aleitamento materno

A nutricionista, Caroline Caus Dalabona, formada pela PUC/PR e mestre em saúde pública pela Faculdade de Saúde Pública/USP concedeu entrevista à Pastoral da Criança, que publicamos a seguir. Ela é nutricionista da equipe técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança desde 2014. Tem experiência na área de nutrição materno infantil, avaliação nutricional de crianças e obesidade infantil.

1. Qual a importância da amamentação para o desenvolvimento do bebê e para a mãe?

Os benefícios do aleitamento materno para a mãe e para o bebê são inúmeros e cada vez mais a ciência nos traz mais informações que reforçam a importância e necessidade da amamentação. Além dos efeitos imediatos relacionados à saúde e nutrição do bebê, há benefícios em longo prazo, como o melhor desenvolvimento cerebral e maior inteligência na vida adulta quando o bebê é amamentado por mais de um ano de vida. Para a mãe, já há pesquisas que comprovam a prevenção de alguns tipos de câncer, como o de mama e ovário. A amamentação também contribui para o desenvolvimento infantil ao reforçar o vínculo entre mãe e bebê.

2. Quais os maiores desafios da amamentação e como todos podemos ajudar?

Os desafios são inúmeros. A falta de informação e orientação para as famílias, a ausência de uma rede apoio, a promoção indevida de produtos substitutos do leite materno, as dificuldades relacionadas ao trabalho da mãe, especialmente as que vivem na informalidade, entre tantos outros.

E cada um pode fazer sua parte para ajudar, unindo esforços. Cobrar políticas públicas mais efetivas, que assegurem ainda mais o direito de toda mulher amamentar, que promovam mais capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde, fiscalização de acordo com a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL), que é o conjunto de regulamentações sobre a promoção comercial e a rotulagem de alimentos e produtos destinados a recém-nascidos e crianças de até três anos de idade. Além disso, podemos fazer nossa parte, procurar informação em fontes seguras e encorajar e dar apoio a alguma mãe que amamenta.

3. Nos tempos de pandemia, como estimular a amamentação e incentivar as mães a continuarem amamentando de forma segura?

Com muita informação, de fontes seguras. É consenso entre as mais renomadas organizações da área da saúde nacionais e internacionais (Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria, entre outras) que as mães com Covid-19 podem e devem continuar amamentando, desde que sigam as recomendações de prevenção. Orientar essas mães, de forma a dar suporte e segurança para que elas sigam com a amamentação, é fundamental para que o aleitamento materno continue durante o período da doença.

4. De que forma a Pastoral da Criança atua para informar e auxiliar as mães que acompanha a amamentar seus bebês?

A Pastoral da Criança é uma grande defensora do aleitamento materno. Por meio dos nossos líderes, que são capacitados e recebem muita informação sobre o assunto, as famílias acompanhadas recebem, mensalmente, orientações e apoio que precisam. No aplicativo Visita Domiciliar, que os líderes utilizam para realizar o acompanhamentos das crianças e gestantes, há muita informação, orientações, fotos e vídeos sobre amamentação que podem ser usados durante a visita domiciliar. Além disso, o aleitamento materno é assunto recorrente em nossos temas do site, programas de rádio Viva a Vida, redes sociais e nas mensagens pelo correio do aplicativo. Estamos sempre atentos e sempre que sai alguma novidade, pesquisa científica ou recomendação, já disponibilizamos para todos nossos líderes.

5. Mais alguma orientação?

Estar bem informado sobre aleitamento materno é fundamental para poder ajudar. Neste sentido, o aplicativo da Visita Domiciliar da Pastoral da Criança disponibiliza muitos conteúdos relevantes relacionados com o tema e que podem ajudar muito quem precisa. Qualquer pessoa pode baixar nosso app, em celulares Android, e se cadastrar como uso particular. Dessa forma terão acesso às nossas principais capacitações eletrônicas, como o e-Guia da gestação aos seis anos, e-Combate ao coronavírus e outras, nas quais há conteúdos variados sobre aleitamento materno e outros assuntos importantes relacionados à saúde de gestantes e crianças.

Aleitamento Materno uma pauta prioritária da Pastoral da Criança

A Pastoral da Criança, há mais de 37 anos, vem apoiando a amamentação acreditando que é dever de toda a comunidade criar condições para as mães amamentarem e promover o aleitamento materno. Hoje, por meio do Aplicativo Visita Domiciliar e Nutrição, todos os voluntários e famílias acompanhadas recebem informações confiáveis e alertas sobre qualquer atualização sobre a pandemia no “e-Combate ao Coronavírus”, com base nas informações da Organização Mundial da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria, Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e protocolos do Ministério da Saúde.

No link, a seguir, é possível acessar dados sobre a atuação da Pastoral da Criança em defesa do aleitamento, números e demais informações sobre todas as ações realizadas:  Relatório Anual da Pastoral da Criança 2020. 

O artigo completo da Revista Lancet pode ser encontrado em: www.thelancet.com

Com informações da Pastoral da Criança.

Fonte: CNBB

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF