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domingo, 30 de janeiro de 2022

Cinco santos e beatos viveram o terror do campo de extermínio de Auschwitz

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 28 jan. 22 / 03:51 pm (ACI).- Em 27 de janeiro, comemorou-se 77 anos da libertação do campo de concentração e extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, Polônia, onde mais de um milhão de pessoas foram vítimas do genocídio dirigido pelo regime nazista.

Entre tantas pessoas que sofrearam perseguição, há católicos que decidiram entregar suas vidas para defender sua fé e seus princípios. Conheça a história de cinco santos, beatos e mártires que nos ensinam como ser luz em meio à escuridão da crueldade humana.

1. São Maximiliano Kolbe

São Maximiliano Kolbe nasceu em 8 de janeiro de 1894 na cidade polonesa de Zdunska Wola, que naquele tempo estava ocupada pela Rússia.

Estando como estudante em Roma, fundou a “Milícia da Imaculada”, a fim de promover o amor e o serviço à Virgem Maria e a conversão das almas a Cristo. De volta à Polônia, publicou a revista mensal “Cavaleiro da Imaculada”.

Em 1929, fundou a primeira “Cidade da Imaculada”, no convento franciscano de Niepokalanów a 40 quilômetros de Varsóvia. Tempos depois, ofereceu-se como voluntário para ir para o Japão.

Retornou à Polônia em plena Segunda Guerra Mundial, foi preso, libertado e preso novamente. Foi enviado ao campo de concentração de Auschwitz. Certo dia, um prisioneiro fugiu e, para der demonstração de severidade, os alemães escolheram 10 prisioneiros que foram condenados a morrer de fome. Entre os homens escolhidos estava o sargento Franciszek Gajowniczek, também polonês, que exclamou: “Meu Deus, tenho esposa e filhos”.

Diante disso, padre Maximiliano se ofereceu para trocar de lugar com o condenado. O padre foi levado para o subterrâneo, onde incentivou constantemente os demais presos a seguir unidos em oração. Todos morreram e apenas ele ficou vivo. Ao final, aplicaram-lhe uma injeção letal que acabou com sua vida em 14 de agosto de 1941.

2. Santa Teresa Benedita da Cruz

Edith Stein, mais tarde irmã Teresa Benedita da Cruz, nasceu em Breslau em 1891, cidade que pertenceu à Alemanha e que, depois, passou para a Polônia. Na adolescência, deixou a observância da religião judaica de sua família.

Mais tarde, chegou a ser uma brilhante estudante de fenomenologia na Universidade de Gottiengen. O filósofo Edmund Husserl, fundado da fenomenologia, escolheu-a como sua assistente de cátedra em vez de Martin Heidegger, um dos pensadores e filósofos mais influentes do século XX, que integrou o partido Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Finalmente Edith recebeu o título de Filosofia da Universidade de Freiburg.

Depois de ler, na casa de um casal de amigos, a História da Vida, de Santa Teresa de Ávila, Edith decidiu se tornar católica. Buscou a ajuda de um sacerdote e foi batizada em 1922. Aos poucos, foi brotando nela a inquietude vocacional, enquanto era acompanhada por seu diretor espiritual. Em 15 de abril de 1934, tomou o hábito carmelita em um mosterio na Holanda e tomou o nome de Teresa Benedita da Cruz.

As forças de ocupação nazistas na Holanda declararam todos os católicos-judeus como “apátridas”. Um corpo militar nazista entrou no convento carmelita e levou a Teresa e Rosa, sua irmã, para o campo de concentração de Auschwitz, junto com milhares de judeus.

Imediatamente, os prisioneiros foram conduzidos para a câmara de gás e santa Teresa Benedita da Cruz morreu em 9 de agosto de 1942, oferecendo sua vida pela salvação das almas, a libertação do seu povo e a conversão da Alemanha.

Santa Teresa Benedita da Cruz foi canonizada em 1998 por são João Paulo II, que lhe deu o título de “mártir do amor” e, em outubro de 1999, foi declarado copadroeira da Europa.

3. Beato padre José Kowalski

José Kowalski nasceu em 13 de março de 1911, em Siedliska, Polônia, um pequeno povoado camponês. Pertenceu a uma família profundamente católica, por isso, foi batizado em 19 de março, dia em que se celebra a festa de são José.

O beato se destacava por seu serviço, atenção e trabalho árduo, assim como por sua disposição para poiar os jovens e no serviço de confissões. Seu zelo por aproximar mais as pessoas de Cristo chamou a atenção do exército nazista, que o prendeu junto com outros onze salesianos em 23 de maio de 1941.

Entretanto, apesar dos riscos, padre José realizou sua pastoral no campo de concentração de Auschwitz. De acordo com os testemunhos, o beato organizava a oração cotidiana no campo.

Padre José Kowalski morreu na madrugada de 4 de julho de 1942, afogado no esgoto do campo, depois de ter sido torturado. Foi beatificado em 13 de junho de 1999.

“Com pleno conhecimento, com vontade decidida e disposta a todas as consequências, abraço a doce cruz do chamado de Cristo e quero levá-la até o final, até a morte”, disse o beato, que, seguindo o chamado de Deus, se uniu à congregação salesiana em 1927.

4. Serva de Deus Stanislawa Leszczynska

Leszczynska nasceu em 8 de maio de 1896, na Polônia, em uma família católica. Em 1922, anos em que as mulheres costumavam dar à luz em suas casas, foi recebida como parteira na Universidade de Varsóvia.

Em 1916, casou-se com Bronislaw Leszczynski, com quem teve dois filhos e uma filha. Entretanto, foi separada dos homens de sua família quando a Alemanha invadiu a Polônia em 1939.

Após ser capturada pelos nazistas, foi enviada junto com sua filha para o campo de concentração em Auschwitz, onde, como parte das práticas dos nazistas, as mulheres que engravidavam eram mortas, pois consideravam que os bebês eram “inúteis” e atrasavam os trabalhos das mães no campo de concentração.

Por isso, “Mutti” (Mãe), como apelidaram Stanislawa no campo, teve que improvisar uma “sala de maternidade” nas barracas que se encontravam perto das caldeiras, que estavam infestadas de todos os tipos de insetos e umidade. Porém, esse lugar se tornou a salvação de milhares de mães e bebês. A profunda fé católica da parteira a levou a batizar cada recém-nascido com o sinal da cruz na testa.

“Mutti” esteve em Auschwitz até sua libertação pelas tropas soviéticas em 27 de janeiro de 1945, morreu em 1974 e sua causa de canonização foi introduzida na diocese de Lodz.

5. Serva de Deus Maria Cecilia Autsch

Maria Cecilia Autsch, batizada como Ângela do Sagrado Coração, nasceu em Röllecken, Alemanha, em 1900.

Em 26 de outubro de 1933, mesmo ano em que Adolf Hitler subiu ao poder, Maria começou o postulantado no convento das trinitárias de Mötz, Áustria, pequeno povoado do Tirol austríaco.

Foi presa pela Gestapo devido a “um comentário que fez enquanto fazia compras para o seu convento, em que manifestou que ‘Hitler é um flagelo para a Europa’”, segundo foi revelado nos documentos incorporados à sua causa.

Foi levada para o campo de concentração de Ravensbrück, Alemanha, e depois para o de Auschwitz, Polônia, onde, por ser alemã e enfermeira, foi destinada ao dispensário médico, onde conseguiu esconder mais rações de comida ou sabão para mulheres doentes.

Em 1944, a religiosa morreu depois de ser atingida por uma bomba durante um bombardeio no campo de concentração, enquanto ajudava os doentes a se refugiar.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa: diante de nossos fechamentos, Deus não coloca freios em seu amor

Jovens da Ação Católica Italiana soltaram balões na Praça São Pedro, como
sinal de esperança  (Vatican Media)

Os longos anos de caminhada podem nos levar a pensar que conhecemos bem o Senhor, e assim nos fecharmos às suas novidades e surpresas, fixos em nossas posições. Para evitar isto, devemos ter a mente aberta e o coração simples e humilde: "O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

“Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade, nos mostre o caminho para acolher Jesus.” E para acolher as suas novidades, devemos purificar-nos no "rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis de humildade."

A reflexão do Papa Francisco no Angelus deste IV Domingo do Tempo Comum versa sobre a acolhida a Deus e seus desígnios, e parte do Evangelho de Lucas proposto pela Liturgia do dia, que “narra a primeira pregação de Jesus em sua cidade, Nazaré”, e "o êxito foi amargo", encontra "incompreensão e também hostilidade".

De fato, "seus conterrâneos, mais do que uma palavra de verdade – começa explicando Francisco aos fiéis reunidos na Praça São Pedro - queriam milagres, sinais prodigiosos”. Mas “o Senhor não realiza nenhum e eles o rejeitam, porque dizem que já o conhecem desde criança, que é o filho de José, e assim por diante”, o que leva Jesus a pronunciar a célebre frase: "Nenhum profeta é bem recebido em sua terra".

Deus não coloca freios em seu amor

Mas se Jesus, conhecendo o coração dos conhecidos e sabendo dos riscos que corria de ser rejeitado, por que foi pregar em sua cidade assim mesmo? - pergunta o Papa -, ”por que fazer o bem a pessoas que não estão dispostas a te acolher?”:

Essa é uma pergunta que também nós muitas vezes nos fazemos. Mas é uma pergunta que nos ajuda a compreender melhor Deus: Ele, diante de nossos fechamentos, não retrocede: não coloca freios em seu amor. Vemos um reflexo disso naqueles pais que têm consciência da ingratidão de seus filhos, mas nem por isso deixam de amá-los e de fazer-lhes o bem. Deus é assim, mas em um nível muito mais elevado. E hoje ele convida também a nós a acreditar no bem, a não deixar de fazer o bem.

Humildade e disponibilidade

“Eles não foram acolhedores, e nós?”. A hostilidade em relação a Jesus – observou Francisco - também nos provoca. E para ilustrar os “modelos de acolhida que Jesus propõe hoje a seus conterrâneos e a nós”, volta seu pensamento aos dois livros de Reis, que falam de dois estrangeiros – a viúva de Sarepta de Sidônia e Naamã, o sírio – que acolhem Elias – “apesar da fome e embora o profeta fosse perseguido político-religioso” e Eliseu – “que o levou a se humilhar, a banhar-se sete vezes no rio, como se fosse uma criança ignorante”.

Quer a viúva como Naamã, “acolheram com sua disponibilidade e humildade. O modo de acolher Deus é sempre ser disponível, acolhê-Lo e ser humilde". Ou seja, a fé passa pela “disponibilidade e humildade. Eles “não rejeitaram os caminhos de Deus e de seus profetas; foram dóceis, não rígidos e fechados”:

Irmãos e irmãs, também Jesus percorre o caminho dos profetas: apresenta-se como não esperávamos. Não o encontra quem procura milagres, se nós buscarmos milagres não encontraremos Jesus, que busca novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas, não! Quem busca uma fé feita de poder e sinais externos. Não, não o encontrará. Somente o encontra, por outro lado, quem aceita seus caminhos e seus desafios, sem lamentações, sem suspeitas, sem críticas e sem cara feia.

Para evitar fechamentos, o Senhor pede mente aberta e coração simples

Assim, Jesus nos pede para acolhê-Lo na realidade cotidiana, na Igreja de hoje, nos necessitados, nos problemas na família, nos pais, nos filhos, nos avós, "acolher Deus ali, onde Ele está, e nos convida a nos purificarmos no rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis ​​de humildade. É preciso humildade para encontrar Deus, para deixar-se encontrar por Ele:

E nós, somos acolhedores ou nos assemelhamos aos seus conterrâneos, que achavam que sabiam tudo sobre ele? 'Eu estudei teologia, fiz aquele curso de catequese...eu sei tudo sobre Jesus', como um "tolo"... Não seja tolo, tu não conheces Jesus. Quem sabe, depois de tantos anos sendo crentes, pensamos que conhecemos bem o Senhor, com nossas ideias e nossos julgamentos, tantas vezes. O risco é de nos acostumarmos com Jesus, fechando-nos às suas novidades, ao momento em que Ele bate à porta e te diz uma coisa nova, quer entrar em ti. Nós devemos sair desse estar fixos em nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".

Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade - disse ao concluir - nos mostre o caminho para acolher Jesus.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Jacinta de Marescotti

Sta. Jacinta de Marescotti | arquisp
30 de janeiro

Santa Jacinta de Marescotti

Jacinta era uma das filhas da nobre família do príncipe Marco Antonio Marescotti e estava ligada, por parentesco, com os príncipes Orsini. Esses nobres, da alta aristocracia romana, possuíam fortes vínculos com a Igreja Católica e a educação cristã era a mais preciosa herança a ser deixada aos filhos. E, com certeza, foi para Jacinta e seus irmãos.

Jacinta foi batizada com o nome de Clarice, nasceu em Viterbo, perto de Roma, em 1585. Recebeu uma educação refinada, digna da nobreza, como todos os irmãos. Ainda menina, foi entregue pelos pais a religiosas franciscanas, onde sua irmã mais velha, Inocência, seguia a vida religiosa com o fervor de uma santa. Os pais desejavam que Jacinta tivesse esse mesmo futuro. Mas, ela não demonstrava o mesmo desejo.

Muito bonita, culta e independente, Jacinta levava uma vida fútil, cheia de luxo e vaidades. Sonhava com um matrimonio e não com a vida religiosa. Sua primeira decepção foi quando sua irmã mais nova se casou com um marquês, que ela pretendia conquistar. Logo depois, outro casamento não se realizou. Depois disso, Jacinta assumiu uma atitude mais altiva, insuportável e fútil, freqüentando todas as diversões que a alta sociedade oferecia. Nessa ocasião, seu pai a enviou para o convento das Irmãs da Ordem Franciscana Secular, junto de sua irmã Inocência, em Viterbo.

Embora à contra gosto, vestiu o hábito, trocou o nome de Clarice por Jacinta, iniciando sua experiência religiosa. Infelizmente levou para o convento muitas de suas vaidades e durante dez anos não deu bom exemplo às suas irmãs de hábito. Não respeitou o voto de pobreza, vivendo num quarto decorado com luxo e usando roupas de seda. Mas Deus havia reservado o momento certo para a conversão definitiva de Jacinta.

A notícia do assassinato de seu pai foi o início da sua transformação interior, começando a questionar o valor dos títulos de nobreza e da riqueza. Depois, adoecendo gravemente, o capelão do convento não atendeu seu pedido de confissão, se recusando entrar no seu quarto luxuoso. Percebendo o escândalo que causara durante tantos anos, Jacinta sinceramente se arrepende pedindo perdão a toda a comunidade, publicamente. Nesse momento se converteu verdadeiramente, passando a partir daí a ser exemplo heróico de mortificação e pobreza, atingindo os cumes da mais alta santidade.

Mesmo contra sua vontade foi eleita mais tarde mestra das noviças e superiora do convento. Suas prolongadas orações e severas penitências eram em favor dos pecadores. Com sua orientação muitos, depois de convertidos, chegaram a fundar instituições religiosas, asilos e orfanatos. Faleceu em 30 de janeiro de 1640 e foi enterrada na igreja do convento onde se converteu, em Viterbo. Foi declarada Santa pelo papa Pio VII em 1807.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sábado, 29 de janeiro de 2022

Dom Vital: Jesus, o Profeta verdadeiro e a contestação

Face de Jesus Cristo | Vatican News

Ele foi o profeta, o enviando do Altíssimo que veio a este mundo revelar a misericórdia e o amor de Deus Pai no Espírito Santo. Pelo batismo somos profetas no mundo de hoje.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA. 

Aludindo a Jesus como o profeta verdadeiro, o quarto domingo do tempo comum coloca Jesus em sua terra natal, Nazaré onde ele manifestou o seu programa de vida junto à realidade humana. Se as palavras da Escritura se realizaram nele, ele recebeu a contestação pelos seus concidadãos, não vendo nele o Filho de Deus na carne. Ele disse que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria (Lc 4,24). No entanto, ele foi o profeta, o enviando do Altíssimo que veio a este mundo revelar a misericórdia e o amor de Deus Pai no Espírito Santo. Pelo batismo somos profetas no mundo de hoje. Veremos a seguir a importância da profecia e a forma como os padres da Igreja, os primeiros escritores abordaram a questão do ser profeta em Jesus de Nazaré.

O valor do profeta

O profeta vem da palavra grega profétes, cujo significado é: preanunciar, prever. É uma pessoa que fala em nome de Deus, do Altíssimo, manifestando o seu desejo e preanunciando em seu nome, o futuro [1].

Na Igreja primitiva e também em todos os tempos, o profeta é o homem da palavra, porque fala sob a inspiração do Espírito Santo (cfr. At 21,11) com uma missão importante na comunidade de fé para edificá-la, encorajá-la, testemunhar a ação permanente do Ressuscitado. As suas mensagens são aceitas como expressão da vontade de Deus [2]. São Paulo fala da diversidade de dons que o Espírito Santo dá para as pessoas e um desses é a profecia, o dom da palavra (cfr. 1 Cor 12, 4-8).

Os apóstolos e os profetas

O livro da Didaqué, século I, teve presentes os apóstolos e os profetas, dois ministérios que serviam a comunidade primitiva. Eles procederiam conforme o princípio do Evangelho, nas suas ações testemunhando o amor do Senhor junto ao povo de Deus, de modo que eles seriam bem acolhidos. Na sua partida, o apóstolo não levaria nada consigo, a não ser o pão necessário até o lugar em que for parar. O autor também afirmou é preciso distinguir que tipo de profeta é na comunidade. Desta forma nem todo aquele que fala sob inspiração é profeta, a não ser que viva como o Senhor, de modo que a comunidade distinguirá o falso e o verdadeiro profeta. O verdadeiro profeta deve ensinar a verdade em Cristo, na Igreja e a pratica [3].

Jesus, o cumpridor das promessas

Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V, afirmou que Cristo cumpriu todas as profecias do AT. Com a vinda de Jesus, o seu nascimento, a sua vida, as suas palavras, as suas ações, sofrimentos, morte e ressurreição e ascensão cumpriram-se todos os acontecimentos dos profetas. O Espírito Santo veio sobre os apóstolos para que anunciassem ao mundo a palavra do Senhor e o evangelho da Boa-nova. As diversas previsões se realizaram no Senhor [4].

Santo Agostinho também afirmou que o rei verdadeiro da cidade terrestre, Jerusalém foi o Cristo Jesus. Como prefiguração desse Rei, sobressaiu-se no reino terreno do povo de Israel, o rei Davi, na qual devia vir, segundo a carne, o nosso verdadeiro rei, o Senhor Jesus Cristo, “Deus bendito sobre todas as coisas para sempre” (Rm 9,5) [5]. O bispo de Hipona disse que Jesus Cristo manifestou o Novo Testamento da herança eterna, no qual, renovado pela graça, o ser humano teria vida nova [6].

A relação do Antigo Testamento com o Novo Testamento

Santo Ireneu, bispo de Lião afirmou que houve dois testamentos supondo que tivessem dois povos, mas na realidade há um só e único Deus que os deu para a utilidade dos seres humanos levando as pessoas a acreditarem em Deus. O primeiro Testamento fora dado ao serviço de Deus, sendo um símbolo das coisas celestes, pois o ser humano não via ainda as coisas de Deus, contendo a profecia do futuro, para demonstrar à humanidade que Deus conhece todo o futuro [7].

A economia da encarnação

Santo Ireneu via também na palavra escrita por Moises que um astro procedente de Jacó tornar-se-ia chefe, precedente de Israel (Nm 24,17), anunciando desta forma a economia de sua encarnação que se realizaria entre os hebreus, descendo dos céus, nasceria de Jacó e da estirpe judaica, submetendo-se a essa economia. Esta estrela apareceu no céu, e sendo chefe de um rei, falava a eles do seu nascimento e por seu intermédio tiveram conhecimento do nascimento de Cristo [8].

As profecias referentes ao Senhor Jesus

São Justino de Roma, século II, afirmou que nos livros proféticos já se encontravam dados que Jesus, nosso Cristo, nasceria de uma virgem, curaria toda doença, toda fraqueza e ressuscitaria dos mortos, seria crucificado, morreria, ressuscitaria e subiria aos céus e o seu nome, seria Filho de Deus e que também enviaria pessoas para proclamar essas coisas a todo gênero humano e as pessoas das nações creriam nele [9],

A fé em Cristo Jesus dos justos do AT

São Gregório de Nazianzo, bispo de Constantinopla, século IV, disse que os justos, e dentre eles, também os Macabeus, deram a vida em vista de Cristo. Para São Gregório nenhum deles alcançou a perfeição, sem a fé em Cristo. Eles receberam o louvor porque viveram conforme a cruz do Senhor, manifestando a sua fé naquele momento de seu martírio em unidade com as realidades futuras pela paixão, morte e ressurreição de Cristo [10].

Jesus realizou as profecias do AT. Ele é o Salvador e o Redentor da humanidade. Ele como o profeta verdadeiro, enviado do Pai, com a presença do Espírito Santo, anunciou a todas as pessoas a boa-nova, curou os doentes, expulsou demônios das pessoas, ressuscitou os mortos. Como todo o profeta foi contestado, perseguido, e passando pela morte, ressurgiu dos mortos. Ele caminha conosco e nos encoraja pela presença do Espírito Santo e em unidade com o Pai, a sermos profetas na realidade atual.

[1] Cfr. Profèta. In: Il vocabolario treccaniIl Conciso. Milano, Trento, 1998, pg. 1276.

[2] Cfr. M. Marinone. Profeta. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristianediretto da Angelo Di Berardino, P-Z. Marietti, Genova - Milano, 2008, pg. 4349-4350.

[3] Cfr. Didaqué, 11, 3-10. In: Padres Apostólicos. Paulus, 1995, SP, pgs 355-356.

[4] Cfr. Agostino. Le Lettere, II, 137,4.15-16 (A Volusiano). In: La teologia dei padri, v. 2. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pgs. 86-87.

[5] Cfr. Santo Agostinho. Primeira Catequese aos não cristãos, XX, 36. Paulus, SP, 2013, pg. 121.

[6] Cfr. Idem, XXII, 40, pg. 126.

[7] Cfr. Ireneu de Lião. IV,32,2. Paulus, SP, 1995, pg. 470.

[8] Cfr. Irineu de Lyon. Demonstração da pregação apostólica, 58. Paulus, SP, 2014, pg. 114.

[9] Cfr. Justino de Roma. I Apol 31,7. Paulus, SP, 1995, pg. 47.

[10] Cfr. Gregorio di Nazianzo. Discorso in lode dei Maccabei, 15, 1-2. In: La teologia dei padri, v. 4. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pg. 197.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Arquidiocese alerta católicos sobre carnaval no fim da Quaresma: Não deve nos confundir

Vista da cidade de Vitória (ES). Foto: Wikimedia (CC BY-SA 3.0)

Vitória-ES, 26 jan. 22 / 03:51 pm (ACI).- A arquidiocese de Vitória (ES) exortou os católicos a não fraquejar com o carnaval que a prefeitura da capital capixaba transferiu para abril, coincidindo com o fim da Quaresma. “Isso não deve nos afetar ou confundir, enfraquecendo o nosso Espírito Quaresmal e, tão pouco, desviar o nosso caminhar para uma Semana Santa dentro do Espírito Evangélico”, afirmou.

A prefeitura de Vitória decidiu adiar os desfiles das escolas de samba, que aconteceria entre 17 e 19 de fevereiro, para os dias 7, 8 e 9 de abril, por causa do aumento dos casos de covid-19. A nova data irá coincidir com a última semana da Quaresma e véspera do Domingo de Ramos, que será celebrado em 10 de abril.

Em nota, o coordenador arquidiocese de pastoral, padre Renato Criste Crove, afirmou que a mudança da data do carnaval “é indicada como uma medida importante para o controle pandêmico”. Entretanto, disse que os católicos não podem se confundir e devem “celebrar com profunda piedade, reverencia e amor esse Tempo Sagrado, no qual vivenciamos e fazemos memória do coração de nossa experiência de Fé que é a Paixão Morte e Ressurreição do Senhor”.

Outras cidades também anunciaram a mudança nas datas dos desfiles de carnaval. As prefeituras de Rio de Janeiro e São Paulo informaram por meio de uma nota em conjunto que “optaram por adiar a realização dos desfiles das escolas de samba para o fim de semana do feriado de Tiradentes, em abril”.

No Rio, os desfiles irão acontecer entre 20 e 24 de abril, incluindo grupo de acesso, grupo especial e escolas mirins. Em São Paulo, haverá desfiles de escolas do grupo de acesso e grupo especial entre os dias 21 e 23 de abril e também haverá um desfile de grupo de acesso no dia 16 de abril, quando os católicos irão celebrar o Sábado de Aleluia.

Fonte: https://www.acidigital.com/

As enchentes, a Laudato si’ e a esperança cristã

@governodabahia
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

Precisamos de uma conversão ecológica, que nos leve a escolher formas mais sábias de nos relacionarmos com os espaços urbanos.

No Brasil, o verão é a temporada das tragédias ocasionadas pelo excesso de chuvas. Todo ano, nessa época, sofremos com deslizamentos, transbordamentos e enchentes. Para quem está vivendo pessoalmente esse drama, porque perdeu um ente querido ou seus bens materiais, reflexões teóricas pouco ajudam. Nessa hora, para nós cristãos, o único conforto efetivo é aquele que Deus nos dá e que nos vem com a imprevisibilidade e a concretude típicas de Sua intervenção no mundo. Contudo, refletir sobre essas situações pode nos ajudar melhor a entender a dinâmica da esperança cristã no mundo, tornando-nos mais capazes de enfrentar as provações que fatalmente acontecem na vida de todos nós.

Bento XVI, na sua encíclica Spe salvi (2007), lembra que a esperança não nasce de uma fé cega, que se pareceria mais com um ato voluntarista ou a crença num “pensamento positivo”. A esperança cristã nasce, diz o Papa, do reconhecimento de uma Novidade que já se manifesta em nossa vida, coisas talvez pequenas, mas que nos indicam que podemos acreditar no amor e na providência divinas, que darão a última palavra diante de nossas provações. Porque experimentamos o amor de Deus agindo em nossa vida, podemos esperar que Ele também irá agir no momento do sofrimento e da dor, fazendo brotar algo bom de onde só vemos catástrofes.

Catástrofes

É uma hipótese gigantesca: assim como Deus me amou e me amparou nas provações sempre que eu me entreguei a Ele, também irá, de alguma forma, amparar a cada uma das vítimas das enchentes e dos desabamentos atuais, na medida que cada um, com sua liberdade, se entregar à Sua ação amorosa. Parece impossível, se pensamos com uma racionalidade puramente humana, mas essa é apenas uma parte da grandeza da fé que nos é proposta. Cada um de nós tem a missão de comprová-la na própria vida, para que se torne fonte de esperança para nós e para todo nosso povo.

Mas essas catástrofes naturais nos mostram também a falta de sabedoria com a qual lidamos com a natureza, tema recorrente na Laudato si’, do Papa Francisco. Aprendemos a construir em todos os terrenos, a fazer grandes vias para escoar nossos veículos, construímos reservatórios subterrâneos para represar as águas das chuvas e barragens para reter os rios ou os rejeitos da mineração. Mas não aprendemos a usar esses recursos com prudência, a reconhecer seus limites, a ser solidários com nossos irmãos sem teto… Por isso, quando as chuvas aumentam, mais cedo ou mais tarde nossa engenharia se torna impotente para evitar as catástrofes.

Sabedoria

A verdadeira sabedoria, ensina a Laudato si’, mas também a ciência e o planejamento urbano mais avançados, não está em usar nossa técnica para tentar submeter a natureza, tarefa que nunca conseguiremos realizar plenamente. A verdadeira sabedoria consiste em usar nossa engenharia para vivermos em harmonia com a natureza, nos conformando a ela, de forma a aumentar nossa qualidade de vida e respeitarmos a beleza da obra do Criador.

Em muitas regiões costeiras do mundo, após a passagem de tsunamis, são feitos parques e áreas de conservação e lazer nos territórios devastados pelas ondas gigantes. Com isso, se aumenta a segurança e se implementa a qualidade de vida da população. Se nossas grandes cidades tivessem apostado mais em transporte coletivo e áreas verdes, se projetos de habitação populares atendessem uma população maior e houvesse uma fiscalização mais efetiva nas áreas de risco, muitas das tragédias que estamos vendo hoje não teriam acontecido.

Por ignorância, má fé ou até falta de opções, nossas cidades – grandes ou pequenas – são como são, estão onde estão. Para minimizar os problemas, não basta denunciar o que foi feito de errado. Precisamos de uma conversão ecológica, que nos leve a escolher formas mais sábias de nos relacionarmos com os espaços urbanos, e de uma renovada solidariedade, para ajudar aqueles que hoje sofrem com essa realidade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Coreia do Sul: Arquidiocese de Seul ordena 23 novos sacerdotes católicos

Guadium Press
As novas ordenações confirmam a primavera vocacional vivida pela Igreja na Coreia do Sul.

Coreia do Sul – Seul (28/01/2022 16:42, Gaudium Press) Nesta sexta-feira, 28 de janeiro, o Arcebispo de Seul, Dom Peter Chung Soon-taick, presidiu a cerimônia de ordenação de 23 novos sacerdotes católicos. A solenidade ocorreu na Catedral de Myeongdong, e contou com a presença do Monsenhor Fernando Reis, encarregado dos Assuntos da Nunciatura Apostólica na Coreia, do Cardeal Andrew Yeom e dos Bispos auxiliares.

Guadium Press

Envio de missionários à América Latina

A liturgia foi transmitida ao vivo pelo canal televisivo diocesano ‘Catholic Peace Broadcasting Corporation’ e também pelo seu canal no YouTube. O Arcebispo Chung agradeceu a Deus por possibilitar essas ordenações, assim como aos pais dos novos sacerdotes, aos párocos e religiosas, professores e guias espirituais. Agradeceu também aos funcionários e benfeitores do seminário, que apoiaram os recém-ordenados em sua vocação de servir a Igreja.

Guadium Press

Três dos novos sacerdotes são membros da ‘Seul International Catholic Missionary Society’, uma sociedade missionária fundada em 2005 pela Arquidiocese de Seul, empenhada em enviar missionários à América Latina. Segundo o Arcebispo de Seul, um sinal concreto de que a Igreja na Coreia prosperou, é que ela “passou de uma ‘Igreja que acolhe’ para uma ‘Igreja que dá’, pronta para assumir uma visão missionária e solidária no exterior e, portanto, pronta para a ‘Missio ad Gentes’”.

Guadium Press

Primavera vocacional na Coreia do Sul

“A Igreja local trabalhará ainda mais para promover as vocações ao sacerdócio e à vida religiosa, com a confiança no chamado de Deus a dar sempre novos obreiros à sua vinha, como um dom, não só para a Igreja na Coreia, mas para a Igreja universal”, concluiu Dom Peter Chung Soon-taick.

As novas ordenações confirmam a primavera vocacional vivida pela Igreja na Coreia do Sul. Atualmente, a Arquidiocese de Seul, possui em seu território 966 sacerdotes, incluindo um Cardeal, um Arcebispo, três Bispos e cinco Monsenhores. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Quem é Bento XVI? O testemunho do cardeal Filoni

O cardeal Fernando Filoni com Bento XVI / Bento XVI | ACI

Vaticano, 28 jan. 22 / 04:30 pm (ACI).-  

Abaixo, um texto especial do cardeal Fernando Filoni, grão-mestre da Ordem Equestre do Santo Sepulcro

Essa é a pergunta que surge na mente de muitos nos últimos dias, dias de grande sofrimento para ele e para a Igreja.

No início de seu pontificado (2005) disse que se via como um humilde servo na vinha do Senhor, pensando na parábola do Evangelho Segundo são Mateus (21, 33-43). Nessa parábola, Jesus condenou o comportamento daqueles que, com a sua infidelidade, arruinaram aquela vinha plantada com sacrifício e dedicação. Naquela vinha, amada por Deus, para ser bem cultivada, o proprietário havia enviado trabalhadores. Pertencia a ele e os trabalhadores deveriam ter cuidado dela e não tomado posse.

Conheço Bento XVI pessoalmente, sobretudo porque, no início do seu ministério pontifício, ele me chamou a Roma das Filipinas, para onde, um ano antes, havia me mandado como representante pontifício. Lembro-me bem do nosso primeiro encontro; era o início de julho de 2007. Ele havia me nomeado Substituto da Secretaria de Estado, ou seja, um de seus colaboradores mais próximos. Isso me permitiu estar com ele pelo menos uma vez por semana para falar sobre os assuntos que lhe eram caros e receber informações apropriadas sobre muitos aspectos da vida da Cúria Romana e da Igreja.

Ao cargo do substituto também era confiada a organização das viagens papais, de modo que nos quatro anos em que permaneci no cargo, antes de me tornar prefeito da Congregação para as Missões, pude acompanhá-lo aos vários países aonde fez suas viagens apostólicas.

Naqueles anos, a 'questão da pedofilia' na Igreja surgiu com virulência. Não era conhecido nos termos em que gradualmente emergiu. Mas a vontade de Bento XVI de enfrentá-la com determinação sempre foi clara para mim.

Nisto posso testemunhar sobretudo a sua profunda e elevada honestidade moral e intelectual.

Isso é indubitável, mesmo que não faltem os que hoje se enfurecem contra ele. Eles são livres para fazê-lo, mas posso afirmar que nunca encontrei nele qualquer sombra ou tentativa de esconder ou minimizar nada. Tampouco sua delicadeza em lidar com coisas de profundo senso moral pode ser confundida com incerteza ou qualquer outra coisa.

Também estou bem ciente de sua imensa perturbação diante de graves questões eclesiais e lembro-me claramente de uma expressão que ele proferiu com um profundo suspiro: "Quão inescrutável é o abismo em que se cai pela miséria humana!" Isso o afligia intimamente e às vezes ele permanecia em silêncio por muito tempo. Ainda mais se essas misérias humanas tocaram os homens da Igreja.

Ele tinha um sentimento perceptível pelas vítimas. Quando em preparação para as suas viagens apostólicas (Estados Unidos, Austrália etc.) recebeu pedidos de encontros com vítimas de abusos, falou-me deles.

Ele queria saber o que eu pensava sobre como atender a esses pedidos. Posso afirmar que recomendou dois aspectos de que muito se preocupou: 1) o profundo respeito pelas vítimas cuja identidade deveria ser resguardada. Por isso ele queria que as reuniões ocorressem longe do olhar das câmeras ou de outras ferramentas visuais. Ele não queria testemunhas, mas queria que eu estivesse entre os poucos presentes discretamente; 2) desejava que a reunião não fosse uma espécie de 'audiência' com um simples aperto de mão e um rápido olhar, mas uma verdadeira reunião de oração. Que tivesse uma dimensão espiritual e tivesse lugar diante de Deus a quem era necessário implorar misericórdia. Por isso aceitou a ideia de que os encontros se realizassem na capela, em frente à Santíssima Eucaristia. Assim, depois de alguns minutos de oração com as vítimas, depois de pesados ​​momentos de relacionamento, costumavam recitar juntos o Pai Nosso. Prestava atenção em cada um deles, ouvia com emoção visível e palpável e no final dava um rosário a cada um.

Nesses encontros havia não só a sensação da humilhação sofrida pelas vítimas, mas também a humilhação de um homem da Igreja que jamais poderia imaginar que ações tão degradantes pudessem acontecer, mas agora oferecia o bálsamo de uma oração e a alívio de uma solidariedade em nome daquele Deus que se humilhou e tomou sobre si a condição humana e seus pecados. Em cada encontro sempre houve um verdadeiro sentido humano e espiritual violado. Ainda havia a confiança em Deus de irmãos e irmãs profundamente comovidos. Houve um pedido de perdão de toda a Igreja a Deus, e houve um compromisso haveriam de ver Bento XVI combinar misericórdia e justiça, o que ele fez por meio de medidas que não existiam até então.

Esse é Bento XVI, que conheço de perto. Um 'pastor', um 'trabalhador' da vinha do Senhor, que sempre teve no coração uma profunda "preocupação por todas as Igrejas" e por uma humanidade aflita, caída e sem Deus, como ele disse durante a visita, naquela tarde distante de 25 de abril de 2005, à basílica de São Paulo Fora dos Muros, o apóstolo dos povos.

Fonte: https://www.acidigital.com/

El Salvador. Filme reconstrói massacre de 1989 na UCA

El Salvador. Mártires da UCA | Vatican News

"O importante do projeto é que ele nos convida a lembrar. Para não esquecer o que aconteceu em 1989 e o que está acontecendo em muitos lugares da América Latina e da América-Central, que é a experiência persistente da injustiça e da violência e à qual a Companhia de Jesus ainda tenta responder através das instituições que tem nesses países", afirma o superior provincial dos Jesuítas da Espanha, padre España. "Eles vieram à noite" é o título do filme de Uribe sobre o massacre dos Jesuítas em 1989.

Vatican News

Na manhã de 16 de novembro de 1989, em meio à guerra civil salvadorenha, seis padres jesuítas, professores universitários e duas funcionárias foram assassinadas na Universidade Centro-Americana José Simeón Cañas (UCA), em San Salvador. A notícia teve destaque internacional imediato, pois além da barbárie, os padres assassinados incluíam um renomado intelectual, Ignacio Ellacuría.

A posição dos jesuítas da UCA era fundamental para mediar um acordo de paz e pôr um fim a uma década de conflito sangrento. O governo imediatamente culpou os guerrilheiros da FMLN (Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional), mas uma testemunha ocular negou a versão oficial.

Testemunha ocular e condenação de um dos culpados

Seu nome é Lucía Barrera de Cerna e ela trabalhava como faxineira na UCA. Naquela noite, ela viu os verdadeiros assassinos: o exército. Seu testemunho será a chave para esclarecer a verdade e fazer justiça, mas também mudará sua vida e a de sua família para sempre.

Trinta anos depois, em 2020, a Audiência Nacional de Madri condenou o ex-coronel e vice-ministro Inocente Orlando Montano Morales a 133 anos e 4 meses de prisão por ser um dos mandantes e executores do massacre perpetrado pelas Forças armadas salvadorenhas.

Lançamento do filme em 25 de março nos cinemas

"Eles vieram à noite" é o título do novo filme de Imanol Uribe sobre o massacre dos Jesuítas, baseado no testemunho de Lúcia, a única testemunha do crime, que será lançado no dia 25 de março nos cinemas.

Filmado entre Espanha e Colômbia, segundo uma nota dos Jesuítas, o filme narra os acontecimentos que chocaram toda uma geração, e é uma história de personagens, sua luta pela verdade e justiça em um país em guerra e seu desejo de superar aquele momento de horror.

Para não esquecer o passado e o presente

O roteiro tem a aprovação da Ordem de Santo Inácio de Loyola, que vem acompanhando os produtores nos últimos meses. "Acolhemos com grande entusiasmo a ideia de Uribe de fazer este filme", destacou o superior provincial dos Jesuítas da Espanha, Antônio España.

"O importante do projeto é que ele nos convida a lembrar. Para não esquecer o que aconteceu em 1989 e o que está acontecendo em muitos lugares da América Latina e da América-Central, que é a experiência persistente da injustiça e da violência e à qual a Companhia de Jesus ainda tenta responder através das instituições que tem nesses países", frisou ainda.

(com Fides)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF