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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Holocausto: Pio XII sabia e salvou milhares de judeus. Novas provas históricas

Papa Pio XII | Vatican News

O Papa Pacelli salvou pessoalmente pelo menos 15 mil judeus e sabia em detalhes o que estava acontecendo no coração da Europa. O historiador alemão Michael Feldkamp afirma isso com evidências coletadas nos arquivos do Vaticano: "Agora podemos corrigir muitas vagas suposições ou até mesmo acusações" contra o Pontífice e seu suposto "silêncio".

Mario Galgano – Vatican News                                        

O arquivista-chefe do Bundestag (Parlamento alemão), Michael Feldkamp, dedica-se há anos em pesquisas históricas sobre o Papa Pio XII. O historiador Feldkamp já publicou temas como a nunciatura de Colônia e a diplomacia papal, assim como artigos sobre a relação entre a Igreja Católica e o Nacional-socialismo. Sua obra "Pio XII e a Alemanha", de 2000, teve como objetivo levar o complexo estado da pesquisa a um público mais amplo e foi também uma resposta ao livro de João Cornwell Pio XII - "O Papa que ficou em Silêncio". 

Os silêncios cúmplices de Pio XII: é também sobre isso que se trata das novas descobertas nos arquivos do Vaticano, onde a Feldkamp trabalha com o arquivista Johannes Ickx. O Papa Pio XII (no trono papal de 1939 a 1958) salvou pessoalmente pelo menos 15 mil judeus e soube imediatamente sobre o Holocausto. Segundo Feldkamp, o Papa Pacelli enviou um relatório sobre os extermínios nazistas aos americanos logo após a Conferência Wannsee, mas os americanos não acreditaram nele, daí muitos aspectos desconhecidos para o público em geral:

O senhor esteve nos arquivos do Vaticano nos últimos dias e viu alguns documentos até então desconhecidos sobre Pio XII. O que há de novo na pesquisa sobre Pio XII que o público em geral ainda não sabe?

Antes de tudo, nós na Alemanha não somos os únicos que fazemos pesquisas sobre Pio XII. Também não há apenas historiadores neste campo, mas também jornalistas - dos quais precisamos como multiplicadores. O que é novo agora, e o que sempre soubemos até hoje, é que Eugenio Pacelli, ou seja, Pio XII, soube do Holocausto logo no início. Com relação ao extermínio sistemático dos judeus europeus, Pio XII enviou uma mensagem ao Presidente americano Roosevelt em março de 1942, dois meses após a conferência de Wannsee. Em sua mensagem advertia que algo estava acontecendo na Europa nas zonas de guerra. Estas mensagens não foram consideradas confiáveis pelos americanos. Hoje sabemos (...) que Pio XII se confrontava com a perseguição dos judeus quase diariamente. Ele recebia e lia vários relatórios e chegou a criar um seu departamento interno dentro da Segunda Seção da Secretaria de Estado, onde os funcionários tinham que lidar exclusivamente com tais assuntos. Ali trabalhava Dom Domenico Tardini - que mais tarde se tornou um importante cardeal no Concílio Vaticano II - e também Dom Dell'Acqua, também mais tarde um cardeal. Também é considerado um dos principais autores da Constituição Concílio Vaticano II sobre Reconciliação com os judeus do (Nostra Aetate). Durante a Segunda Guerra Mundial, esses responsáveis estiveram em contato muito próximo com Pio XII, informando-lhe diariamente sobre as perseguições e deportações em massa, bem como sobre os destinos individuais das pessoas que pediam ajuda a eles. E o fato mais importante é que agora podemos estimar que Pio XII salvou pessoalmente cerca de 15 mil judeus através de seu esforço pessoal: abrindo os mosteiros e os claustros para que as pessoas pudessem ficar escondidas. Tudo isso é de uma enorme importância! Os documentos arquivados que encontrei agora no Vaticano mostram a precisão com a qual Pacelli fosse informado.

O senhor disse as afirmações de Pio XII sobre o destino dos judeus não foram consideradas pelo lado americano. Como a Santa Sé reagiu, mas também o Papa Pio XII?

Trata-se de uma correspondência diplomática, somente as cartas que receberam são confirmadas. É interessante, entretanto, que o Presidente dos Estados Unidos ou os seus colaboradores no Departamento de Estado tenham contatado repetidamente Pio XII para obter informações sobre casos individuais... O apoio de Pio XII aos judeus foi tão longe que a Guarda Palatina papal, uma espécie de guarda-costas do Papa como a atual Guarda Suíça, esteve envolvida em brigas com as Waffen-SS, com os soldados da Wehrmacht, para esconder os judeus na basílica romana de Santa Maria Maior. Agora pode-se ver e provar tudo isso. Sou grato que tenham aberto estes arquivos no Vaticano. Desta forma, podemos agora corrigir muitas destas vagas suposições ou mesmo acusações. Sobretudo, há a acusação de que Pio XII não fez nada e permaneceu em silêncio. O problema do silêncio ainda está presente, é claro. Mas agora pode ser considerado razoável, considerando que ele levou pessoas a se esconderem em operações secretas. Naquela época ele não podia chamar mais a atenção sobre si mesmo organizando protestos ou escrevendo notas de protesto, mas para desviar a atenção, ele conduzia negociações com a embaixada alemã e as forças policiais italiana, mesmo com Mussolini e o ministro das Relações Exteriores italiano e assim por diante. Ele sempre tentou conseguir o máximo possível através de negociações.

Como o senhor vê a historiografia de hoje e sua reavaliação dos dossiês de Pio XII? Os resultados são apresentados de forma correta e honesta, ou o senhor teme que haja algumas reservas?

A reavaliação de hoje pode ajudar a esclarecer isto. Mas também temo que certos círculos ainda tentem retratá-lo de forma negativa. Acho que isso vai acontecer. Mas certamente é difícil acusar ou querer acusar alguém em detalhes. Vejo também em minhas pesquisas e publicações aqui na Alemanha como é difícil transmitir estes novos resultados como confiáveis. Portanto, ainda há pessoas que dizem que não podem imaginar que durante 70 anos acreditamos na falsidade, e agora é suposto que seja diferente. Frequentemente encontro este ceticismo, tanto dentro como fora da Igreja. O que devemos prestar muita atenção, e o que eu sempre fiz, é ter em mente que os resultados e os dossiês estão todos escritos em francês e especialmente em italiano. E que a maioria dos meus colegas, que são historiadores e que também sabem muito sobre a Segunda Guerra Mundial, muitas vezes não entendem italiano. Isto significa que eles agora dependem de seus colegas para traduzi-lo, ou dependem do que eu apresento e traduzo. Naturalmente tento traduzir com muita precisão e depois coloco as citações em italiano para que as pessoas possam entender novamente, se necessário. Acho que pode ser feita muita coisa neste campo.... Já tivemos casos em que as pessoas simplesmente erraram na tradução ou passaram de uma tradução para outra de forma incorreta.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora Da Candelária

Nsa. Senhora da Candelária | arquisp
02 de fevereiro

Nossa Senhora Da Candelária

Pode-se dizer que a devoção a Nossa Senhora da Candelária , ou Nossa Senhora das Candeias , ou Nossa Senhora da Luz.
Origem: Conta-se que por volta de 1440 , dois pastores guardavam seus animais perto de uma caverna na ilha de Tenerife , nas Canárias , e observaram , certo dia , que o gado se recusava a entrar na caverna , apesar de seus esforços . Os pastores entraram então na gruta e descobriram a imagem de uma Senhora com o filho no colo .
Estranhando o ocorrido , foram relatar ao povo . Acudindo a população , inclusive o rei do país , ao local , observaram maravilhados a existência de numerosas candeias (velas) sustentadas por seres invisíveis que , com seus cânticos , ensinavam a maneira de render culto a Deus e a Virgem Maria .
Começaram os nativos a honrar Aquela que amavam sem conhecer , até que um cristão espanhol , casualmente , ali desembarcou nos fins do século XV e explicou-lhes o mistério .
Pouco depois , foram as ilhas conquistadas pelos castelhanos e , quando os Padres Jesuítas chegaram , não tiveram trabalho em converter aquele povo já tão devoto de Maria , a quem deram o título de Candelária , por causa das candeias que iluminavam a imagem .

Candelária , venerada em sua pátria , e prometeram perpetuar a memória de sua proteção edificando-lhe um templo na primeira terra onde aportassem sãos e salvos . Esta terra foi o Rio de Janeiro , e os quase náufragos , ao desmbarcarem , deram graças a Deus e à Virgem Maria

A festa em honra à Nossa Senhora da Candelária é celebrada no dia 2 de fevereiro. Nesta celebração , antes ou após a missa é feita a Benção das Velas , com procissão.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Apresentação do Senhor

Apresentação do Senhor | arquisp
02 de fevereiro

Apresentação do Senhor

A data de hoje lembra o cumprimento, por Maria e José, de um preceito hebraico. Quarenta dias após dar à luz, a mãe deveria passar por um ritual de "purificação" e apresentar o filho ao Senhor, no templo. Desde o século quatro essa festa era chamada de "Purificação de Maria".

Com a reforma litúrgica de 1960, passou-se a valorizar o sentido da "apresentação", oferta de Jesus ao Pai, para que seu destino se cumprisse, marcando em conseqüência a aceitação por parte de Maria do que o Pai preparara para o fruto de sua gestação. A data passou a ser lembrada então como a da "Apresentação do Senhor".

No templo, a família foi recebida pelo profeta Simeão e pela profetiza Ana, num encontro descrito por São Lucas no seu evangelho, da seguinte maneira:

"Assim que se completaram os dias da purificação conforme a Lei de Moisés, levaram o Menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, segundo está escrito na Lei do Senhor, que "todo varão primogênito será consagrado ao Senhor" e para oferecerem em sacrifício, segundo o que está prescrito na Lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.

Havia em Jerusalém um homem justo chamado Simeão, muito piedoso, que esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Pelo Espírito Santo foi-lhe revelado que não veria a morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, veio ele ao templo e, ao entrarem os pais com o Menino Jesus, também ele tomou-o em seus braços, bendizendo a Deus, e disse: "Agora, Senhor, já podes deixar teu servo morrer em paz segundo a tua palavra, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste ante a face de todos os povos, luz para iluminação das gentes e para a glória do teu povo, Israel". José e Maria estavam maravilhados com as coisas que se diziam de Jesus. Simeão os abençoou e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino será um sinal de contradição, para ruína e salvação de muitos em Israel; e uma espada atravessará a tua alma para que se descubram os pensamentos de muitos corações". (Lc 2,22-35).

Ambos, Simeão e Ana, reconheceram em Jesus o esperado Messias e profetizaram o sofrimento e a glória que viriam para Ele e a família. É na tradição dessa profecia que se baseia também a outra festa comemorada nesta data, a de Nossa Senhora da Candelária, ou da Luz, ou ainda dos Navegantes.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Arcebispo de Brasília fala ao Correio Braziliense

créditos da foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press

“A fé nos faz perceber que há uma presença maior que nos acompanha na história, que é a presença de Deus” – Arcebispo de Brasília fala ao Correio Braziliense

Em entrevista para o jornal Correio Braziliense, em uma série de reportagens sobre os olhares dos líderes religiosos para 2022, Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, fala sobre as perspectivas da Igreja Católica na Capital Federal, os impactos da pandemia na vida espiritual do povo e, também, as ações pastorais que se pensa para o próximo ano. Abaixo, alguns trechos da entrevista com Dom Paulo Cezar.

Sobre o papel da fé nos tempos difíceis

“Para nós, católicos, a religião nos conduz à experiência da fé. A fé nos faz perceber que há uma presença maior que nos acompanha na história, que é a presença de Deus. E que, mesmo nos momentos de crise, não estamos sozinhos. Por isso, a fé, a religião, nos traz esperança, nos faz olhar para os problemas de uma forma aberta. A fé sempre nos projeta no caminho da esperança.”

A prática do bem: as obras da fé

“É claro que a religião deve sempre conduzir as pessoas à prática do bem, de valores. Nós falávamos de uma sociedade polarizada, em que o grande perigo é sempre a outra pessoa. E a religião nos aponta sempre ao caminho da irmandade, da prática do bem, da solidariedade. Deve criar entre nós correntes de solidariedade. Numa sociedade com tantas pessoas necessitadas, devemos ser solidários e fazer com que o outro seja um irmão ou uma irmã que tenho obrigação de socorrer, de ir ao encontro, de auxiliá-lo. De ser dom de amor para ele.”

O que a Igreja Católica em Brasília planeja para o próximo ano

“Dentro da comunidade Católica, terminamos de montar um Plano Arquidiocesano Pastoral, quer dizer, um plano que deve nortear a vida da nossa arquidiocese. A gente espera que a vida da comunidade seja retomada, as atividades, a catequese, as diversas pastorais e os movimentos. Esse plano pastoral está centrado na palavra de Deus, com o intuito de que essa palavra, a Bíblia, esteja cada vez mais na vida das pessoas. Que as pessoas meditem, que elas percebam a importância da palavra de Deus em sua vida e caminhada.”

A dimensão social na vida da Igreja

“É claro que esperamos que a Igreja Católica continue, cada vez mais, atuando na dimensão social da fé, que a gente continue criando redes de solidariedade, assistindo os pobres e necessitados. Que ela vá ao encontro daquilo que o Papa Francisco chama de periferias urbanas e existenciais, onde estão os necessitados. Que seja dom de amor e presença na vida dessas pessoas.”

Projetos conversados com o Santo Padre

“Pretendemos, ainda, ir além. Tem paróquias em que acontecem feiras de solidariedade, por exemplo. Então, pretendemos criar, cada vez mais, projetos de auxílio às pessoas desempregadas, de forma que possam começar empreendimentos e que possamos dar auxílio para que sejam levados adiante. Temos projetos interessantes, e tenho o intuito de criar um banco de solidariedade, projeto que já foi conversado com o Papa. Agora, estamos correndo atrás de fundos. Espero que a comunidade Católica viva bem a sua fé e testemunhe beleza no mundo e na sociedade hoje.”

Para conferir a entrevista completa clique aqui

Com Informações do Jornal Correio Braziliense / Ana Maria Pol

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Como o cérebro percebe a beleza da natureza

Shutterstock | 4Max
Por Octavio Messias

Pesquisadores se dedicaram a entender o que muda no sistema de recompensas do cérebro com o impacto da beleza estética.

Embora tantos insistam em viver como se estivessem à parte da natureza, não há como negar que dela dependemos para nos hidratar, nos alimentar, nos medicar, nos manter em uma temperatura suportável e até mesmo para respirar. E poucas coisas fazem uma pessoa se sentir presente, conectada e em paz quando em contato com a natureza.  

Basta um passeio pelo campo, especialmente nas regiões serranas, ou pelo litoral, para perceber como Deus foi um caprichoso esteta em sua criação. Nesse sentido, o Papa Francisco se coloca como um vigoroso defensor do meio-ambiente. O pontífice dedicou a encíclica Laudato Si, de 2015, ao tema do cuidado da casa comum e à preservação do meio-ambiente.  

No documento de 190 páginas, o Papa desenvolveu uma linha de pensamento que ele chama de “ecologia integral”, que compreende como o homem, os animais e toda a vida na natureza estão interligados. “Tudo está conectado”, escreveu o Pontífice três vezes ao longo do texto, no qual discorre sobre como o ser humano depende da Terra. 

Deleite estético

Estudar determinados campos como as artes plásticas, o cinema, a fotografia, a literatura ou até mesmo a música, nos ensina, nos dá repertório para apreciar com cada vez mais refinamento uma determinada obra. Mas não existe como ensinar alguém a apreciar as belezas naturais deste planeta, é algo que sentimos naturalmente. E agora a ciência explica como isso se dá no cérebro. 

Um time de pesquisadores do Instituto Max Planck de Estéticas Empíricas, na Alemanha, se dedicou a entender o que muda no sistema de recompensas do cérebro com o impacto da beleza estética. Para isso, eles monitoraram a atividade cerebral – através de um aparelho de neuroimagem por ressonância magnética funcional – de 24 participantes enquanto os mesmos assistiam a vídeos de belas paisagens naturais. 

“Átomos” de efeito positivo

O estudo revelou que neurotransmissores como a dopamina são responsáveis pela sensação de bem-estar com as imagens. “Quando vemos algo além das nossas expectativas, certas partes de tecido cerebral geram pequenos ‘átomos’ de efeito positivo”, explica Edvard Vessel, autor sênior do estudo. “A combinação de tantos sinais de surpresa no sistema visual se somam para criar uma experiência de apelo estético.”

As recentes descobertas, publicadas na revista científica Frontiers in Human Neuroscience – não apenas contribuem com a nossa compreensão da beleza, como podem ajudar a expor como a nossa interação com o meio ambiente pode afetar nosso senso de bem-estar. Pois, de fato, como diria o Papa Francisco, “tudo está conectado”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

“Entrevista” com um pedagogo católico

Educação Monástica Medieval | Guadium Press
A Gaudium Press reproduz uma “entrevista” exclusiva com um importante personagem da pedagogia católica. Seus ensinamentos, se forem seguidos corretamente, poderão santificar crianças, jovens e inclusive pais e professores.

Itália – Turim (31/01/2022 09:09, Gaudium Press) Ele é de pequena estatura física, pequenino e de olhar esperto, penetrante, de semblante ameno e determinado, cativa a todos pelo seu modo de ser simples, sincero. Nele se confia, logo. Há um quê de inocência e pureza em tudo que faz. Junto dele, jovens (e também adultos) aprendem muito e sentem desejo de fazer o bem. Por quê?

Gaudium Press – Todos sabem que o senhor possui uma grande experiência no campo da educação. Em breves palavras o senhor será capaz de nos ensinar muita coisa. Queríamos saber sobre sua metodologia no trato com a juventude. Se nos permite, antes de mais nada, gostaríamos de saber que papel a juventude teve em sua vida?

– A juventude foi sempre o terno objeto dos meus trabalhos, dos meus estudos e do meu ministério sacerdotal.

Gaudium Press – Para quem é professor e formador, nesse nosso terceiro milênio, o que o senhor teria a dizer se ele desejasse, além disso, evangelizar jovens?

– Antes de mais nada, se queremos ser amigos do verdadeiro bem de nossos alunos e levá-los ao cumprimento de seus deveres, é indispensável jamais vos esquecerdes de que representais os pais desta querida juventude.

Gaudium Press – Representamos os pais… Mas estamos falando de jovens de hoje. Eles compõem uma juventude que muitas vezes se mostra rebelde quando é contrariada ou corrigida. O senhor concorda que em determinados momentos é necessário utilizar métodos mais duros na correção deles?

– É mais fácil encolerizar-se do que ter paciência, ameaçar uma criança do que persuadi-la. Direi mesmo que é mais cômodo, para nossa impaciência e nossa soberba, castigar os que resistem do que corrigi-los, suportando-os com firmeza.

Gaudium Press – Mas no que pode dificultar a pedagogia uma correção mais dura?

– É muito difícil, quando se castiga, conservar aquela calma tão necessária para afastar qualquer dúvida de que agimos para demonstrar a nossa autoridade ou descarregar o próprio mau humor.

Gaudium Press – É verdade, mas então que conselho o senhor dá para tratarmos os jovens de forma mais amena, inclusive durante esses momentos em que somos tentados a nos levar por ímpetos de cólera?

– Consideremos como nossos filhos aqueles sobre os quais exercemos certo poder.

Gaudium Press – De que forma poderemos fazer isso?

– Ponhamo-nos a seu serviço, assim como Jesus, que veio para obedecer e não para dar ordens; envergonhemo-nos de tudo o que nos possa dar aparência de dominadores; e se algum domínio exercemos sobre eles, é para melhor servirmos.

Gaudium Press – O senhor nos falou agora sobre Nosso Senhor Jesus Cristo, pois bem o senhor poderia nos mostrar essa atitude Nele?

– Assim procedia Jesus com seus apóstolos; tolerava-os na sua ignorância e rudeza, e até mesmo na sua pouca fidelidade. A afeição e a familiaridade com que tratava os pecadores eram tais que em alguns causava espanto, em outros escândalo, mas em muitos infundia a esperança de receber o perdão de Deus. Por isso nos ordenou que aprendêssemos dele a ser mansos e humildes de coração.

Gaudium Press – Voltando então aos jovens como devemos agir?

– Uma vez que são nossos filhos, afastemos toda cólera quando devemos corrigir-lhes as faltas ou, pelo menos, a moderemos de tal modo que pareça totalmente dominada.

Gaudium Press – O senhor poderia ser mais específico?

– Nada de agitação de ânimo, nada de desprezo no olhar, nada de injúrias nos lábios; então sereis verdadeiros pais e conseguireis uma verdadeira correção.

Gaudium Press – Sim, mas o senhor como pedagogo e como formador, sabe que há momentos em que realmente é difícil segurar as palavras. Que conselho o senhor nos dá para sermos fortes o suficiente para dominarmos a nossa língua?

– Em determinados momentos muito graves, vale mais uma recomendação a Deus, um ato de humildade perante ele, do que uma tempestade de palavras que só fazem mal a quem as ouve e não têm proveito algum para quem as merece.

Gaudium Press – Realmente é um método muito especial de se tratar a juventude. Aonde o senhor se baseou na criação desse sistema?

– A prática desse sistema baseia-se toda nas palavras de São Paulo: A caridade é benigna e paciente; tudo sofre, mas espera tudo e suporta qualquer incômodo.

São João Bosco | Guadium Press

Gaudium Press – Muito obrigado pela entrevista, e… Ah! Desculpa-me, esqueci de apresentá-lo aos nossos leitores… Agora é melhor que o senhor mesmo se apresente…

– Eu sou italiano, vivi em Turim. Meu nome é Giovanni. Mas, por ser sacerdote, sou mais conhecido como Padre Bosco. Meus filhos da Congregação religiosa que fundei –os salesianos– preferem chamar-me de Dom Bosco.

Por Emílio Portugal Coutinho.

(Baseado nas cartas escritas por São João Bosco: Epistolario, Torino 1959, 4, 201-203)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

A diferença entre racismo, identitarismo e encontro entre culturas

Jeffrey Bruno
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

O cancelamento cultural que os cristãos vêm sofrendo no mundo atual tem levado muitos de nós a se verem como “minorias” em seus próprios países.

Existe uma tendência recente de se criticar a insistência, por parte das novas esquerdas, em praticar as chamadas políticas identitárias, focadas nos direitos de minorias raciais, étnicas ou de gênero. Um artigo publicado no jornal “Folha de São Paulo”, criticando o racismo de negros contra brancos, ilustra bem essa tendência, bem como as reações opostas. O texto elenca uma série de eventos (nenhum deles no Brasil) em que negros se voltaram violentamente contra brancos usando justificativas raciais, do tipo “os brancos devem pagar”. Creio que a melhor crítica ao artigo é aquela que vê nos casos citados exemplos de discriminação e perseguição, mas não de racismo propriamente dito. Entendamos…

O que é “racismo estrutural”?

Discriminação e perseguição são posições individuais, mesmo quando são dominantes na sociedade. Uma pessoa sempre poderá dizer “eu não quero ser conivente ou compactuar com a discriminação e a perseguição racial”. Por outro lado, o racismo, na acepção que vem sendo usada atualmente, é estrutural, no sentido que a forma de organização da sociedade leva a ele. Uma pessoa, mesmo que não queira discriminar e perseguir, se insere obrigatoriamente na sociedade a partir das estruturas dadas e por isso se beneficia ou se prejudica com as relações étnicas existentes.

Uma comparação ilustrativa refere-se à situação dos negros e dos judeus. O antissemitismo é um fato, mesmo no Brasil. Ninguém pensaria, contudo, em fazer um programa de quotas raciais para judeus nas universidades. O antissemitismo, em nosso País, é cultural e pouco comum, enquanto a condição do negro é dominante e determinada não apenas por aspectos culturais, mas também pelas estruturas econômicas, sociais e políticas da sociedade.

Problemas de discriminação e perseguição podem ser resolvidos com medidas policiais e educativas. Já racismo estrutural necessita de “ações afirmativas”, de caráter institucional, que mudem a forma pela qual a sociedade se organiza.

Vendo sobre esse prisma, a sociedade brasileira enfrenta sérios problemas de racismo estrutural – que tendem a permanecer ocultos quando condenamos atitudes individuais de discriminação e perseguição, mas não enfrentamos o problema das desigualdades estruturais.

As contradições do identitarismo e do multiculturalismo

O artigo que causou a celeuma, contudo, usava a discussão sobre racismo para atacar outro problema: o identitarismo. Trata-se de uma posição que vê a própria identidade, seja étnica, cultural ou política, como a única justa e confiável; acreditando que o outro é sempre mal-intencionado, traiçoeiro e merecedor de discriminação e perseguição. Ações identitárias são necessárias e importantes, a crítica ao identitarismo refere-se àquelas ações que não apenas afirmam a própria identidade, mas querem desqualificar a até perseguir as demais. O multiculturalismo tem muito a ver com esse problema: percebeu a pluralidade de culturas nas sociedades complexas e reconheceu o direito à existência que todas têm, mas frequentemente as imaginou como unidades isoladas obrigadas a se defender – de forma até agressiva – das demais.

Ao longo do século XX, as políticas públicas dos chamados Estados sociais, que predominaram nos países de capitalismo avançado, esvaziaram grande parte das demandas das classes trabalhadoras, enquanto as novas relações do trabalho enfraqueceram os sindicatos. Com isso, as esquerdas tradicionais, centradas na oposição entre capital e trabalho, perderam espaço político e foram substituídas pelas novas esquerdas, que se organizaram não tanto a partir de pautas socioeconômicas, mas sim das pautas socioculturais das minorias.

A igualdade, o respeito aos direitos das pessoas, a autonomia para cada um buscar a própria realização são bandeiras simpáticas a todos, com uma elevada capacidade de gerar empatia e arregimentar seguidores. Nas últimas décadas, essas bandeiras mudaram a mentalidade hegemônica em nossas sociedades, eliminando antigos estigmas, mas frequentemente criando novos. Aos poucos, os ideais universalistas que estavam na raiz dessas políticas identitárias começaram a ser corroídos por posturas sectárias, que dificultavam tanto a unidade política dos movimentos quanto o seu reconhecimento empático por parte de toda a população.

Esse tipo de problema se evidencia quando vemos pessoas simples do povo, que em teoria fazem parte daquela grande multidão que deveria se unir buscando uma sociedade melhor, acusando a militância identitária, seja de qual tipo for, de arrogante, fechada ou agressiva. O sectarismo está dificultando, nesses casos, a empatia, o encontro e o esforço compartilhado pela construção do bem comum.

O cristianismo, idealmente, sempre defendeu um “encontro de culturas”, a possibilidade que as culturas se encontrassem e cada uma absorvesse o que há de melhor nas demais. Essa postura ideal muitas vezes foi deturpada e instrumentalizada ao longo da história e devemos reconhecer nossos erros, para manter ainda mais vivo o ideal. Uma espécie de “exame de consciência” histórico deveria nos levar a reconhecer as muitas vezes que preconceitos e escolhas econômicas fizeram com que os cristãos fossem responsáveis pela exclusão social, pela escravização e pelo sofrimento de muitas minorais. Frequentemente as estruturas de poder laico das sociedades eram ainda mais culpadas pela situação das minorias do que os cristãos praticantes, mas – de qualquer forma – superar tais pecados sociais históricos deveria ser um compromisso de todos nós. Ao mesmo tempo, um real espírito fraterno, um desejo de encontro e partilha com o irmão, deve orientar essas lutas, para nos aproximarmos sempre mais do ideal de uma “civilização do amor” e não da exclusão.

Quando os cristãos se tornam “minoria”

O conceito de “minoria” não é demográfico, mas político. Minorias são grupos sociais destituído de poder político – mesmo que sejam maioria em termos numéricos na população. Por isso, aquilo que o Papa Francisco denomina “perseguição educada” e o cancelamento cultural que os cristãos vêm sofrendo no mundo atual tem levado muitos de nós a se verem como “minorias” em seus próprios países, mesmo que sejam o grupo social mais numeroso.

Essa situação tem provocado, em muitos, uma defesa “identitarista” da fé, que leva aos mesmos sectarismos e à mesma dificuldade de empatia que percebemos nos demais. Nessa dinâmica, supomos que todos que dizem comungar dos nossos valores são obrigatoriamente bons e devem ser apoiados e todos que não seguem esses valores são maus e devem ser perseguidos, até fisicamente. Esse  identitarismo nos faz perder a racionalidade e o realismo, que historicamente sempre foram importantes para a cultura cristã, e – pior ainda – nos faz colocar a agressividade no lugar do amor. Desde as perseguições romanas dos primeiros séculos, a resposta cristã sempre foi propor um amor maior, onde todos podem descobrir a realização de suas humanidades e a fraternidade universal.

Temos que tomar cuidado para não nos tornarmos justamente aquilo que queremos combater!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Padre fala sobre evangelizar uma "cultura milenar" em Hong Kong

Padre José Buzzo, uruguaio que mora em Hong Kong desde 2014 e é vigário
regional da prelazia do Opus Dei na Ásia Oriental | ACI Digital

HONG KONG, 31 jan. 22 / 10:50 am (ACI).- Padre José Buzzo, uruguaio que mora em Hong Kong desde 2014 e é vigário regional da prelazia do Opus Dei na Ásia Oriental, falou sobre sua experiência de como a Igreja Católica evangeliza em uma cultura milenar.

Hong Kong tem uma população de aproximadamente 7,48 milhões de habitantes. Destes, cerca de 400 mil pessoas se declaram católicas.

“É um privilégio poder ver com os próprios olhos como a semente do Evangelho se enraíza em culturas tão distantes da nossa experiência”, mas é também um desafio “comunicar a mensagem segundo os modos e linguagem próprios destes lugares. São culturas antigas”, disse o padre Buzzo em entrevista ao jornal “Entre Todos da arquidiocese de Montevidéu, Uruguai.

O padre expressou sua alegria ao ver que o "trabalho modesto" que realizam "se complementa muito bem com o trabalho das dioceses".

“Nessas terras, as dioceses dedicam suas melhores energias ao cuidado pastoral dos fiéis. Principalmente ao catecumenato. Em Hong Kong, cerca de 3 mil adultos e 3 mil bebês são batizados a cada ano.”

Os padres dedicam "horas abundantes" à confissão e direção espiritual. “Oferecemos formação espiritual aos fiéis que a desejam, fomentando o desejo de santidade na vida cotidiana, que é o carisma do Opus Dei”.

“Algumas dioceses passam por um tempo de escassez de vocações sacerdotais e os párocos têm dificuldades de conseguir tempo para este acompanhamento. Por sua vez, nós não seríamos capazes de nos encarregar de uma paróquia”, explicou o padre Buzzo.

Mesmo assim, “Deus fomenta as vocações, não só para a Obra. Vários rapazes foram para o seminário diocesano. E há poucos dias uma moça que acompanho espiritualmente me escreveu para compartilhar sua alegria: ela decidiu entrar em um instituto de vida consagrada”, afirmou o padre.

Padre Buzzo destacou a "hospitalidade própria dos orientais" e disse que a fé é vivida "substancialmente da mesma maneira em todos os lugares" com "uma consideração especial pelo ritual ou pragmatismo próprios dessas culturas".

“Vivem com a consciência de ser minoria e o comunitário é importante. Há uma variedade de iniciativas católicas caritativas e educacionais (cerca de 300 escolas). Mas cada um desses locais responde de maneira diferente à mensagem cristã”, acrescentou.

“Em Taiwan, os católicos não chegam a 1%, as pessoas são muito, muito amáveis, mas há um importante apego às tradições ancestrais chinesas. Acho que na China continental há uma maior abertura. Em Hong Kong e Macau, por razões históricas, houve uma maior exposição ao cristianismo e os católicos são mais de 5%. Na Coreia do Sul, a presença católica cresceu muito nestes anos e está em torno de 15%”, disse.

O padre Buzzo falou sobre a importância da “criatividade da caridade. Os católicos se mobilizaram para ajudar os mais desfavorecidos durante a emergência sanitária”.

“Hong Kong tem, proporcionalmente, a maior Caritas do mundo: os fiéis são generosos e muitas iniciativas foram desenvolvidas, também para a pandemia”, assegurou.

Algumas pessoas da prelazia, presentes nos bairros mais desfavorecidos, conseguiram doações de máscaras para as famílias mais necessitadas das escolas diocesanas de Hong Kong.

“Lembro que uma doação de quatro mil máscaras reutilizáveis ​​foi para as dezessete escolas de educação infantil da diocese de Hong Kong. Mas as máscaras eram grandes demais para crianças daquelas idades. Assim, surgiu a ideia de que cada criança deveria identificar entre sua família ou vizinhos, quem estava mais necessitado e dar-lhe o que recebeu. Desta forma, desde cedo, se cultivava neles a alegria de dar”, disse o padre Buzzo.

Apesar de viver sete anos na Ásia, o padre conta que se sente como "recém-chegado" porque todos os dias se surpreende pelos gestos e pela forma de viver o Evangelho.

“Naquela região quase não há preconceito contra a Igreja ou as instituições católicas. As pessoas estão dispostas a aprender mais sobre nossa fé.” “Ser cristão não é um código de conduta ou uma filosofia, mas um encontro pessoal com Jesus Cristo que me muda por dentro”, concluiu o padre.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Mianmar. Cardeal Bo: chega de armas, ajudem-nos a reconstruir a paz

Cardeal Charles Bo, Arcebispo de Yangon em Mianmar

No primeiro aniversário do golpe militar em Mianmar, 1º de fevereiro, o Cardeal Charles Bo expressa os sentimentos do povo e da Igreja, ao mesmo tempo em que lança um apelo à junta militar e à comunidade internacional.

Robin Gomes

No primeiro aniversário do golpe de Estado militar em Mianmar (01/02), os bispos católicos do país reiteram sua proximidade com o povo sofredor, exortando a Igreja e os cristãos a serem "o curador ferido" e "um instrumento de paz".  "Sentimos a sua dor, o seu sofrimento, a sua fome; compreendemos a sua desilusão; compreendemos a sua resistência", disse o Arcebispo de Yangon em Mianmar, cardeal Charles Bo, em uma mensagem enviada ao Vaticano News em vista do aniversário do golpe. "Mas para aqueles que acreditam apenas na resistência violenta dizemos: 'Existem outros meios'", disse o cardeal, que também é presidente da Conferência dos Bispos Católicos do país (CBCM).

O golpe

Com o golpe militar de Estado de 1° de fevereiro de 2021, o exército de Mianmar, liderado pelo general Min Aung Hlaing, depôs o governo eleito da Liga Nacional para a Democracia de Aung San Suu Kyi, prendendo-a junto com outros líderes eleitos. O golpe provocou protestos e greves exigindo a libertação da líder e a restauração do processo democrático. As forças de segurança da junta militar responderam com violentas represálias contra os opositores ao golpe, causando a morte de quase 1.500 manifestantes e prendendo mais de 11.700 pessoas. O golpe de Estado marcou o fim de 10 anos de reformas visando um governo democrático, após quase cinco décadas de duro governo militar.

Via-Sacra prolongada

O Cardeal Bo, que fez inúmeros apelos para um retorno pacífico ao governo civil e ao respeito aos direitos humanos e à liberdade, expressou profunda preocupação com a situação desesperada do povo. Ele descreveu o sofrimento humano sob domínio militar como uma "prolongada via-sacra, onde o Jardim do Éden se torna o Monte Calvário". De acordo com as últimas estimativas do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), acredita-se que os motins de Mianmar mergulharam quase metade dos 54 milhões de pessoas do país na pobreza, acabando com os notáveis ganhos obtidos desde 2005. Estima-se que 14 dos 15 estados e regiões já ultrapassaram o limite crítico de desnutrição aguda. O Cardeal Bo, que também é presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC), descreveu a situação atual como um momento de "caos, confusão, conflito e agonia humana em perigoso crescimento". As pessoas estão vivendo em um clima de medo, ansiedade e fome: "Toda a Mianmar é uma zona de guerra", esclareceu.

Um conflito cada vez maior

O cardeal de 73 anos disse que os bispos continuam a acompanhar seu povo, "apoiando o acesso à ajuda humanitária e exortando todas as partes a trilhar um caminho de paz e reconciliação". A ofensiva militar contra os manifestantes reacendeu velhos conflitos entre os grupos rebeldes armados do país, especialmente nas regiões predominantemente cristãs habitadas pelas etnias Kachim, Chi, Karen e Kayah. Vários grupos independentes de resistência civil também surgiram em autodefesa contra as atrocidades da junta militar.

Cristãos na mira

Entre as regiões mais afetadas pelo conflito armado estão Chin, Kayah e Estados de Karen. As igrejas que ofereceram abrigo aos refugiados que fogem dos confrontos entre o exército e grupos armados estão sendo alvo, atacadas e bombardeadas pelos militares. Sacerdotes e pastores foram presos, enquanto muitos civis desarmados, inclusive cristãos, foram mortos. O conflito entre o exército e os grupos armados levou a um grande número de pessoas deslocadas no país e além de suas fronteiras. Alguns especialistas da ONU expressaram o temor de que o país pudesse entrar em uma guerra civil em plena expansão, com consequências ainda mais dramáticas. O Cardeal Bo deplorou os ataques aos lugares de culto, nos quais pessoas que procuravam refúgio eram mortas. Em particular, foi denunciado pela CBCM o massacre de pelo menos 35 civis, incluindo quatro crianças e alguns agentes humanitários, que foram mortos ou queimados vivos na véspera de Natal na aldeia de Mo Son, Estado de Keyah.

Curadores e pacificadores

Observando que os cristãos "sofreram muito" por causa do golpe, o Cardeal Bo expressou a proximidade da Igreja a eles nesta "via-sacra". "Mas como Igreja e como cristãos seguimos as orientações do Papa Francisco", disse o cardeal. "Tornemo-nos o curador ferido, sejamos um instrumento de paz; acendamos a luz da esperança no meio da escuridão frustrante"!

Para a junta militar - respeitar a liberdade e os direitos

Dirigindo-se aos líderes militares, o presidente dos bispos de Mianmar assegurou-lhes que a Igreja está comprometida com o bem maior do povo e com a resolução pacífica de todas as questões. "Temos apelado constantemente ao diálogo, à libertação dos detentos, a uma maior liberdade de expressão e ao respeito pelos direitos fundamentais de todos", explicou o cardeal, pedindo urgentemente que o acesso humanitário seja garantido para milhões de pessoas afetadas.

Não esqueçam de Mianmar

Por fim o cardeal Charles Bo lamentou que após "um período inicial de interesse, Mianmar parece ter desaparecido do radar do mundo". Ele exortou a comunidade internacional a não esquecer Mianmar e ajudar o país em sua luta pela paz. Isto pode ser feito, explicou, pondo fim ao fornecimento de armas e garantindo maior acesso humanitário aos necessitados.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Veridiana

Sta. Veridiana | arquisp
01 de fevereiro

Santa Veridiana

Santa Veridiana eremita beneditina do ramo valumbrosano (†1242).

Essa santa com nome tão belo é muito conhecida na região da Toscana. Nascida em Castelfiorentino, durante alguns anos foi governanta na casa de uma rica família, mas logo sentiu o chamado para a solidão.

Após uma peregrinação ao santuário de Santiago de Compostela, na Espanha, aos 30 anos, permaneceu reclusa numa pequena cela, contígua ao oratório do abade santo Antão, onde viveu totalmente isolada, ao longo de 34 anos.

Seu único contato com o mundo exterior consistia numa pequena abertura na parede, por onde recebia pão e água. Tudo quanto recebia da caridade de seus compatriotas, distribuía aos pobres. O próprio são Francisco de Assis esteve entre os que a visitaram, em 1221.

Além dos incômodos da ermida (ela dormia sobre a terra nua), acrescentou-se a indesejável presença de duas serpentes, que ela não enxotou, as quais aparecem nas figuras que representam a santa, a fim de simbolizar sua vida de penitente.

Ao morrer, foi sepultada em sua pequena cela (transformada em capela) e depois transferida para a igreja construída em sua honra, onde se erguia o oratório de santo Antão. Mais tarde, seus despojos foram trasladados para a igreja anexa ao colégio dos santos Lourenço e Leonardo; por fim, em 1939, à igreja que leva seu nome. É venerada como padroeira da Toscana.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF