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sexta-feira, 29 de abril de 2022

O Papa das periferias canonizará o santo das periferias, diz postulador da causa de Charles de Foucauld

Public Domain
Por I. Media

Pode-se dizer que, do ponto de vista humano, a missão de Charles de Foucauld foi um fracasso. E no entanto: o seu carisma é tão poderoso que se espalhou pelo mundo inteiro.

Charles de Foucauld será canonizado pelo Papa Francisco numa missa na Praça de S. Pedro a 15 de Maio de 2022. O Padre Bernard Ardura, presidente do Comité Pontifício para as Ciências Históricas, é o postulador da causa de canonização de Charles de Foucauld. Foi ele que trabalhou para o reconhecimento do milagre que permitirá ao Beato francês tornar-se um santo.

Alguns dias antes da canonização, ele conta a I.MEDIA o milagre que salvou um jovem carpinteiro, Charle, que caiu mais de 15 metros num estaleiro de construção em 2016. Ele fala do fato de o homem abençoado ainda não ter pedido o batismo e explica porque é que o Papa Francisco considera Charles de Foucauld um santo para o nosso tempo.

O que a postulação da causa de Charles de Foucauld tinha de especial para si?

O milagre que permitiu a Charles de Foucauld tornar-se santo é bastante singular. Pertence a uma categoria rara de milagres. Não foi uma “cura” mas um caso que em Itália se chama “Scampato pericolo”, uma expressão que pode ser traduzida como “perigo evitado”.

Era portanto necessário provar tecnicamente que o jovem Charle tinha escapado a uma tragédia que teria levado à sua morte ou tetraplegia. Um engenheiro aerodinâmico estudou o caso, tendo em conta a duração da queda ou a velocidade a que o jovem carpinteiro atingiu o solo. Os médicos deduziram os efeitos esperados a partir desta informação, utilizando estatísticas. O resultado foi que o que aconteceu não correspondeu aos efeitos previstos pela ciência. Charle caiu e um braço de apoio furou-lhe o lado. Nenhum órgão vital foi afetado, não teve efeitos secundários, nem psíquicos nem físicos. O jovem cirurgião que o operou disse-me: “Foi muito impressionante de ver, mas eu soube logo que não era grave”.

Como podemos ter a certeza de que este milagre se deve à intercessão de Charles de Foucauld?

Toda a demonstração que fiz consistiu em destacar as coincidências providenciais que rodearam este evento. Primeiro, uma coincidência temporal. Este milagre teve lugar durante o ano do centenário da morte de Chales de Foucauld, um ano em que todas as famílias espirituais dos Beatos rezaram, em vários continentes, para obter graças e um milagre. No entanto, o acidente ocorreu a 30 de Novembro de 2016, no dia anterior a 1 de Dezembro, o aniversário da morte do beato. Como sabem, a liturgia começa o dia com as vésperas. À noite, François Asselin, o chefe da empresa de Charle, enviou dezenas de mensagens de texto pedindo aos familiares que rezassem a Charles de Foucauld pelo seu trabalhador. Pode portanto dizer-se que o milagre teve lugar no aniversário da morte. Outra coincidência foi que a paróquia Charles de Foucauld em Saumur estava a completar a sua novena de oração em preparação para a festa.

Depois há algumas coincidências perturbadoras em termos de localização. A queda teve lugar em Saumur, onde Charles de Foucauld tinha estado, na escola de cavalaria. Ocorreu na região da paróquia Charles de Foucauld, criada quatro anos antes. É uma paróquia onde o Beato foi invocado durante todo o ano por uma oração recitada após a comunhão, no final de cada missa.

O homem caiu enquanto trabalhava no local de construção da capela da Instituição Saint-Louis, uma escola secundária que iria acolher as celebrações paroquiais do centenário.

Charle, o jovem carpinteiro, não foi batizado. Parece não ter tomado hoje o caminho do batismo. Será isto surpreendente?

É algo que intriga… Mas é talvez uma piscadela e um ensinamento de Charles de Foucauld. Considerava-se um missionário, mas um missionário que não pregava de boca em boca. Ele disse: “Quero pregar através da recepção da caridade.

Este espantoso milagre que testemunhámos confirma-me que o bom Deus não quer fazer de ninguém uma excepção. Quando ele dá, dá totalmente, sem exigir nada em troca. Deus não dá os seus dons com vista a um possível retorno.

Charles de Foucauld não gerou muitas vocações na Argélia. Poder-se-ia dizer que do ponto de vista humano, a sua missão foi um fracasso. E no entanto: o seu carisma é tão poderoso que se espalhou pelo mundo inteiro. Quando conhece as Irmãzinhas de Jesus em Bangalore, pergunta-se a si próprio: “Como é que Charles de Foucauld chegou aqui? O Papa Bento XVI tinha um ditado que poderia bem explicar o que está a acontecer com Charles de Foucauld: “A fé não se espalha por persuasão mas por atração”.

De fato, poder-se-ia ter imaginado que o jovem carpinteiro seria persuadido da existência de Deus depois de ter escapado incólume à sua queda…

Sim… Parece óbvio num esquema clássico. Muitas pessoas perguntam-me se Charle pediu para ser batizado. Mas creio que devemos estar cientes da realidade. Há cinquenta anos, 90% das crianças eram batizadas, e Charle teria provavelmente sido batizado. A situação do catolicismo na Europa foi virada do avesso. Na França, por exemplo, um em cada dois nascimentos ocorre fora do casamento e apenas 30% dos filhos são batizados. Vivemos numa sociedade para a qual Deus já não existe. Já não estamos acordados para Deus.

Para o Papa Francisco, o que representa Charles de Foucauld?

Para ele, é o irmão universal, e é o santo de hoje, o santo da fraternidade universal. A sua canonização tem lugar num clima de sofrimento e lágrimas cruéis. Todas as guerras são fratricidas, mas a que tem lugar na Ucrânia é ainda mais!

O Papa Francisco gosta muito de Charles de Foucauld. Após ter lido a sua biografia escrita por Pierre Sourisseau, teve um pequeno parágrafo acrescentado no final da sua encíclica Fratelli tutti. Ele enfatizou a fé profunda deste homem que soube experimentar Deus e tornar-se um irmão de todos os homens e mulheres. O Papa também ofereceu aos membros da Cúria este livro sobre Charles de Foucauld.

Que mensagem quer a Igreja enviar com a canonização de Charles de Foucauld?

Quando Charles de Foucauld conheceu Deus, compreendeu que toda a sua vida tinha de ser dada inteiramente a Deus. Em busca de imitar Cristo, foi primeiro à abadia de Notre-Dame-des-Neiges. Era um lugar austero, mas Charles percebeu que ao viver em comunidade nada lhe faltaria. Por isso, partiu para a Terra Santa. Ele fica em Nazaré até compreender que imitar Cristo não requer segui-lo geograficamente. Ele encontraria Cristo naqueles que ele considerava os mais pobres, os mais necessitados, abandonados e desprezados. Optou por partir para o Saara e viver com os Tuaregues.

É o testemunho e a trajetória de Charles de Foucauld que a Igreja quer propor ao mundo através desta canonização. Francisco é o Papa das periferias e canonizará Charles de Foucauld, o santo das periferias.

Durante a Missa de canonização, que lugar dará o Papa a Charles de Foucauld?

Em geral, o Papa só cita a vida das pessoas canonizadas, especialmente quando há muitas delas. A 15 de Maio, haverá mais nove novos santos. Espera-se que o Papa Francisco baseie a sua homilia no Evangelho do dia, como ele normalmente faz.

Entre os outros nove futuros santos que menciona, há dois franceses, César de Bus e Marie Rivier. Como são hoje modelos para os cristãos?

César de Bus é um homem do século XVI que viveu na região de Avignon. Há muitos paralelos entre ele e Charles de Foucauld. Vivia num ambiente rico, levava uma vida dissipada, e empunhava armas. E ele também teve de experimentar uma conversão, ou melhor, um novo começo, pois já tinha sido batizado. Entrou plenamente na reforma católica, que saiu do Conselho de Trento. Dedicou todas as suas energias ao ensino do catecismo, que considerou ser o melhor instrumento para a formação dos fiéis. Fundou assim a Sociedade dos Sacerdotes da Doutrina Cristã e as Ursulinas de França.

Tal como Charles de Foucauld – batizado à nascença – ele era um recém-chegado à fé. Penso que podemos até dizer que são dois santos para os recém-chegados. César de Bus compreendeu que a fé aprendida com as palavras da infância tinha de ser atualizada no decurso do crescimento, que havia um processo de amadurecimento a ser posto em marcha. Caso contrário, acaba por não fazer sentido. Por conseguinte, deu grande ênfase a um aspecto fundamental: a transmissão. É verdade que a fé é transmitida por atração, mas na condição de que também se possa dizer algo a esse respeito. Hoje em dia, podemos deplorar a falta de transmissão cultural ou espiritual.

Marie Rivier é uma pequena senhora, mas uma mulher forte! Na época da Revolução Francesa, quando todas as casas religiosas estavam a fechar, Marie Rivier fundou uma congregação! Ela confiou na Providência e não hesitou em ir contra a corrente. Ela faz-me lembrar Jean-Baptiste Fouque, o abade abençoado cuja causa eu assumi. Diz-se dele que é o “imprudente da caridade”. Penso que poderíamos dizer de Marie Rivier que ela é a “imprudente do bom Deus”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa: a família é antídoto para a pobreza material e espiritual

Encontro com os participantes da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais | Vatican News

“Este vínculo de perfeição, consiste em uma ação amorosa motivada pelo dom”. “A família humaniza as pessoas através da relação do ‘nós’ e, ao mesmo tempo, promove as diferenças legítimas de cada um”. Palavras do Papa Francisco durante o encontro com os participantes na Plenária da Pontifícia Comissão das Ciências Sociais que teve como tema a família.

Jane Nogara - Vatican News

Na manhã desta sexta-feira (29) o Papa Francisco recebeu no Vaticano os participantes da Sessão Plenária da Pontifícia Comissão das Ciências Sociais. O tema focalizado pelo Santo Padre foi sobre a realidade da família, tema da plenária da Comissão e que pode ser considerada como um “bem relacional”. Francisco iniciou comentando que o contexto mundial atual com crises múltiplas e prolongadas “coloca as famílias estáveis e felizes à dura prova”. “Podemos responder a esta situação – continuou - redescobrindo o valor da família como fonte e origem da ordem social, como célula vital de uma sociedade fraterna e capaz de cuidar da casa comum”.

No alto da escala de valores

O Papa recordou que “a família está quase sempre no alto da escala de valores de diferentes povos, porque está inscrita na natureza própria da mulher e do homem. Neste sentido, o matrimônio e a família não são instituições puramente humanas”. “Além de todas as diferenças – continuou - existem traços comuns e permanentes que revelam a grandeza e o valor do matrimônio e da família”. E em seguida adverte: “Porém, se este valor for vivido de forma individualista e privada, como é em parte o caso no Ocidente, a família pode ser isolada e fragmentada no contexto da sociedade. Assim perdem-se as funções sociais que a família desempenha entre os indivíduos e na comunidade, especialmente em relação aos mais fracos, tais como crianças, pessoas com deficiência e idosos dependentes”. Por isso, explicou o Papa, “trata-se de uma questão de compreender que a família é um bem para a sociedade, não como uma simples agregação de indivíduos, mas como uma relação fundada em um ‘vínculo de perfeição mútua’, para usar uma expressão de São Paulo”.

Vínculo relacional de perfeição

“O bem da família – disse - não é agregativo, ou seja, não consiste em agregar os recursos dos indivíduos para aumentar a utilidade de cada um, mas é um vínculo relacional de perfeição, que consiste em compartilhar relações de amor fiel, confiança, cooperação, reciprocidade, das quais derivam os bens de cada membro da família e, portanto, sua felicidade.”

Aprofundando o tema o Francisco acrescentou: “Este vínculo de perfeição, que poderíamos chamar de seu específico ‘genoma social’, consiste em uma ação amorosa motivada pelo dom, vivendo de acordo com a regra da reciprocidade generosa e da generatividade. A família humaniza as pessoas através da relação do ‘nós’ e, ao mesmo tempo, promove as diferenças legítimas de cada um”.

“O pensamento social da Igreja ajuda a compreender este amor relacional próprio da família, como a Exortação Apostólica Amoris laetitia procurou fazer, seguindo os passos da grande tradição.”

Antídoto para a pobreza material e espiritual

Em seguida o Papa sublinhou outro ponto importante da família: “lugar de acolhida. Suas qualidades são particularmente evidentes em famílias com membros frágeis ou deficientes. Estas famílias desenvolvem virtudes especiais, que aumentam a capacidade de amor e a resistência do paciente às dificuldades da vida” e confirma:

“A família - como sabemos - é o principal antídoto para a pobreza, tanto material quanto espiritual, como também para o problema do inverno demográfico ou da maternidade e paternidade irresponsáveis.”

E para isso serve a ajuda de outras pessoas e das instituições mesmo governamentais para que a família se torne um vínculo de perfeição: “É necessário que em todos os países sejam promovidas políticas sociais, econômicas e culturais 'amigas da família'”. “É possível uma sociedade ‘amiga da família’, pondera Francisco continuando: “porque a sociedade nasce e evolui com a família. Nem tudo é feito por contrato, nem tudo pode ser imposto por comando. Na verdade, quando uma civilização desarraiga a árvore do dom como gratuidade de seu solo, seu declínio se torna incontrolável. Pis bem, a família é o principal plantador da árvore da gratuidade”.

Três condições da beleza da família

Por fim o Papa destacou três condições para redescobrir a beleza da família: “A primeira é tirar dos olhos da mente a ‘catarata’ das ideologias que nos impedem de ver a realidade”. A segunda condição, “é a redescoberta da correspondência entre matrimônio natural e sacramental. A separação entre os dois, de fato, termina por um lado fazendo as pessoas pensarem na sacramentalidade como algo acrescentado, algo extrínseco e, por outro lado, arriscando-se a abandonar a instituição da família à tirania do artificial. A terceira condição é, como recorda a Amoris laetitia, a consciência de que a graça do sacramento do Matrimônio - que é o sacramento ‘social’ por excelência - cura e eleva toda a sociedade humana e é um fermento de fraternidade”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Manipulação religiosa e fake news são ameaças ao processo eleitoral, diz CNBB

Foto: CNBB | ACI Digital

BRASILIA, 29 abr. 22 / 03:24 pm (ACI).- Por ocasião do fim da etapa virtual da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a entidade divulgou a tradicional mensagem ao povo brasileiro. O texto recorda as eleições deste ano e afirma que “o cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança”. Além disso, diz que “duas ameaças merecem atenção especial”: a manipulação religiosa e a fake news.

A mensagem é assinada pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, por dom Walmor Oliveira de Azevedo, pelo arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da entidade, dom Jaime Spengler, pelo arcebispo nomeado de Cuiabá (RS) e segundo vice-presidente, dom Mário Antônio da Silva, e pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.

A mensagem afirma que o Brasil passa por uma “complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política”, que foi acentuada com a pandemia de covid-19. Neste âmbito, a CNBB espera que os governantes “promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988”.

A mensagem ainda toca no processo eleitoral deste ano, que segundo a entidade está envolto “de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança”. A CNBB chama atenção para as ameaças ao pleito e faz um apelo pela democracia.

“Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro”, afirma a entidade.

Além disso, afirma que há a ameaça da “manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo”, e das fake news, que “modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder”.

Acompanhe o texto da mensagem na íntegra:

MENSAGEM AO POVO BRASILEIRO

59ª. Assembleia Geral da CNBB

“A esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Guiados pelo Espírito Santo e impulsionados pela Ressurreição do Senhor, unidos ao Papa Francisco, nós, bispos católicos, em comunhão e unidade, reunidos para a primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, de modo on-line e com a representação de diversos organismos eclesiais, dirigimos ao povo brasileiro uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil.

Enche o nosso coração de alegria perceber a explosão de solidariedade, que tem marcado todo o País na luta pela superação do flagelo sanitário e social da COVID-19. A partilha de alimentos, bens e espaços, a assistência a pessoas solitárias e a dedicação incansável dos profissionais de saúde são apenas alguns exemplos de incontáveis ações solidárias. Gestores de saúde e agentes públicos, diante de um cenário de medo e insegurança, foram incansáveis e resilientes. O Sistema Único de Saúde-SUS mostrou sua fundamental importância e eficácia para a proteção social dos brasileiros. A consciência lúcida da necessidade dos cuidados sanitários e da vacinação em massa venceu a negação de soluções apresentadas pela ciência. Contudo, não nos esquecemos da morte de mais de 660.000 pessoas e nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, trazendo ambas em nossas preces.

Agradecemos ainda, de modo particular às famílias e outros agentes educativos, que não se descuidaram da educação das crianças, adolescentes, jovens e adultos, apesar de todas as dificuldades. Com certeza, a pandemia teria consequências ainda mais devastadoras, se não fosse a atuação das famílias, educadores e pessoas de boa vontade, espírito solidário e abnegado. A Campanha da Fraternidade 2022 nos interpela a continuar a luta pela educação integral, inclusiva e de qualidade.

A grave crise sanitária encontrou o nosso País envolto numa complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, que já nos desafiava bem antes da pandemia, escancarando a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira. A COVID-19, antes de ser responsável, acentuou todas essas crises, potencializando-as, especialmente na vida dos mais pobres e marginalizados.

O quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem! A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade. Assistimos estarrecidos, mas não inertes, os criminosos descuidos com a Terra, nossa casa comum. Num sistema voraz de “exploração e degradação” notam-se a dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a casa comum.

Tudo isso desemboca numa violência latente, explícita e crescente em nossa sociedade. A crueldade das guerras, que assistimos pelos meios de comunicação, pode nos deixar anestesiados e desapercebidos do clima de tensão e violência em que vivemos no campo e nas cidades. A liberação e o avanço da mineração em terras indígenas e em outros territórios, a flexibilização da posse e do porte de armas, a legalização do jogo de azar, o feminicídio e a repulsa aos pobres, não contribuem para a civilização do amor e ferem a fraternidade universal.

Diante deste cenário, esperamos que os governantes promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988, já tão desfigurada por meio de Projetos de Emendas Constitucionais. Não se permita a perda de direitos dos trabalhadores e dos pobres, grande maioria da população brasileira. A lógica do confronto que ameaça o estado democrático de direito e suas instituições, transforma adversários em inimigos, desmonta conquistas e direitos consolidados, fomenta o ódio nas redes sociais, deteriora o tecido social e desvia o foco dos desafios fundamentais a serem enfrentados.

Nesse contexto, iremos este ano às urnas. O cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança. Nossas escolhas para o Executivo e o Legislativo determinarão o projeto de nação que desejamos. Urge o exercício da cidadania, com consciente participação política, capaz de promover a “boa política”, como nos diz o Papa Francisco. Necessitamos de uma política salutar, que não se submeta à economia, mas seja capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos, como as conquistas da Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar 135 de 2010, que afasta do pleito eleitoral candidatos condenados em decisões colegiadas, e da Lei 9.840 de 1999, que criminaliza a compra de votos. Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral.

Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro. Reiteramos nosso apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições.

Duas ameaças merecem atenção especial. A primeira é a manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo. A autonomia e independência do poder civil em relação ao religioso são valores adquiridos e reconhecidos pela Igreja e fazem parte do patrimônio da civilização ocidental. A segunda é a disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade. Carregando em si o perigoso potencial de manipular consciências, elas modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e o respeito aos resultados nas eleições. A democracia brasileira, ainda em construção, não pode ser colocada em risco.

Conclamamos toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve. Todos os cristãos somos chamados a preocuparmo-nos com a construção de um mundo melhor, por meio do diálogo e da cultura do encontro, na luta pela justiça e pela paz.

Agradecemos os muitos gestos de solidariedade de nossas comunidades, por ocasião da pandemia e dos desastres ambientais. Encorajamos as organizações e os movimentos sociais a continuarem se unindo em mutirão pela vida, especialmente por terra, teto e trabalho. Convidamos a todos, irmãos e irmãs, particularmente a juventude, a deixarem-se guiar pela esperança e pelo desejo de uma sociedade justa e fraterna. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, obtenha de Deus as bênçãos para todos nós.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Santa Catarina de Sena

Sta. Catarina de Sena | arquisp
29 de abril

Santa Catarina de Sena

Catarina era apenas uma irmã leiga da Ordem Terceira Dominicana. Mesmo analfabeta, talvez tenha sido a figura feminina mais impressionante do cristianismo do segundo milênio. Nasceu em 25 de março de 1347, em Sena, na Itália. Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal. Fica fácil imaginar a infância conturbada que Catarina teve. Além de não poder estudar, cresceu franzina, fraca e viveu sempre doente. Mas, mesmo que não fosse assim tão debilitada, certamente a sua missão apostólica a teria fragilizado. Carregava no corpo os estigmas da Paixão de Cristo.

Desejando seguir o caminho da perfeição, aos sete anos de idade consagrou sua virgindade a Deus. Tinha visões durante as orações contemplativas e fazia rigorosas penitências, mesmo contra a oposição familiar. Aos quinze anos, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Durante as orações contemplativas, envolvia-se em êxtase, de tal forma que só esse fato possibilitou que convertesse centenas de almas durante a juventude. Já adulta e atuante, começou por ditar cartas ao povo, orientando suas atitudes, convocando para a caridade, o entendimento e a paz. Foi então que enfrentou a primeira dificuldade que muitos achariam impossível de ser vencida: o cisma católico.

Dois papas disputavam o trono de Pedro, dividindo a Igreja e fazendo sofrer a população católica em todo o mundo. Ela viajou por toda a Itália e outros países, ditou cartas a reis, príncipes e governantes católicos, cardeais e bispos, e conseguiu que o papa legítimo, Urbano VI, retomasse sua posição e voltasse para Roma. Fazia setenta anos que o papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas.

Outra dificuldade, intransponível para muitos, que enfrentou serenamente e com firmeza, foi a peste, que matou pelo menos um terço da população européia. Ela tanto lutou pelos doentes, tantos curou com as próprias mãos e orações, que converteu mais algumas centenas de pagãos. Suas atitudes não deixaram de causar perplexidade em seus contemporâneos. Estava à frente, muitos séculos, dos padrões de sua época, quando a participação da mulher na Igreja era quase nula ou inexistente.

Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas e editadas de alto valor histórico, místico e religioso, como o livro "Diálogo sobre a Divina Providência", lido, estudado e respeitado até hoje. Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Foi declarada "doutora da Igreja" pelo papa Paulo VI em 1970.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Falar palavrão é pecado?

Shutterstock
Por Philip Kosloski

Precisamos usar sempre uma linguagem adequada para elevar as pessoas, não derrubá-las.

Na cultura popular de hoje, xingar, falar palavrão ou usar linguagem imprópria são extremamente comuns. À primeira vista, não parecem ser pecado, pois nem sempre machucam alguém.

Tecnicamente, o Catecismo da Igreja Católica não aborda diretamente o ato de falar palavrão ou xingar os outros. Mas esse péssimo hábito se enquadra outras categorias diferentes.

Usar o nome do Senhor em vão

Em primeiro lugar, sempre que alguém usa o nome do Senhor de forma inconveniente em sua linguagem, é uma violação direta do segundo mandamento.

“O segundo mandamento proíbe o abuso do nome de Deus, isto é, todo o uso inconveniente do nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os santos.”

CIC 2146

Esta é, provavelmente, a maneira mais óbvia de que falar palavrão ou xingar pode ser um pecado, pois não trata o nome de Deus com respeito.

Chamar as pessoas com outros nomes

A próxima maneira pela qual xingar pode se configurar um pecado é chamar as pessoas de nomes vulgares.

“Deus chama a cada um pelo seu nome (79). O nome de todo o homem é sagrado. O nome é a imagem da pessoa. Exige respeito, como sinal da dignidade de quem por ele se identifica.”

CIC 2158

Chamar alguém de nome profano é outro exemplo claro de como uma pessoa pode violar o segundo mandamento.

Linguagem chula

Após os exemplos acima, há mais áreas cinzentas, pois a Igreja não lista especificamente quais termos são palavrões, e, consequentemente, pecados.

No entanto, a Bíblia enfatiza repetidamente a necessidade de evitar toda linguagem inadequada e desrespeitosa.

“Agora, porém, deixai de lado todas estas coisas: ira, animosidade, maledicência, maldade, palavras torpes da vossa boca.”

Colossenses 3,8

“Não é aquilo que entra pela boca que mancha o homem, mas aquilo que sai dela.”

Mateus 15,11

Portanto, a pessoa deve saber que é pecado dizer essas palavras com total total consentimento. Às vezes, podemos deixar escapar um, e isso nem sempre é fácil de parar.

O segredo é tentar deixar nossa linguagem elevar outras pessoas, em vez de derrubá-las.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

De uma Homilia atribuída a Santo Epifânio, bispo

Salve na Liturgia
Santo Epifânio de Salamina
Sermão 3 (atribuído) sobre a Ressurreição de Cristo
“Mistérios antigos e novos”

Este é o dia em que o Senhor agiu: seja nossa alegria espiritual e rejubilemo-nos n’Ele com divina alegria. Para nós, realmente esta é a festa das festas, a festa do mundo inteiro que celebra, como em única solenidade, a consagração e a salvação universal. Neste dia tem o seu cumprimento todo tipo de figuras, sombras e profecias. Cristo, nossa Páscoa, foi imolado, ou seja, a verdadeira Páscoa, e o que vive com Cristo é uma criatura nova; o que vive com Cristo possui uma nova fé, novas leis, é o novo povo de Deus; o novo, sim, não o velho Israel; nova é a Páscoa, nova e espiritual é a circuncisão, novo e incruento o sacrifício, novo e divino o testamento.
Renovai-vos no dia de hoje, renovai-vos por dentro com espírito firme, para que vos seja dado perceber os mistérios desta nova e verdadeira festa e possais desfrutar profundamente das delícias celestiais; para que sejais iluminados e iniciados, não pelos da antiga, mas pelos indeléveis e sempre vigentes símbolos da nova Páscoa; para que conheçais a grande diferença existente entre nossos mistérios e os do povo judeu, assim como a distância que existe entre a figura e a realidade. Seja, portanto, tal confrontação o ponto de partida desta nossa reflexão e contemplação sobre o mistério da Páscoa e da Ressurreição de Cristo.
Assim como no passado e para a salvação do povo Moisés foi enviado por Deus como legislador desde o sublime monte para esboçar um avanço da lei, assim também Aquele que é a própria verdade, legislador, Deus e Senhor, foi enviado por Deus, o monte pelo monte, desde as montanhas celestes, para a salvação de nosso povo. Moisés redimiu nosso povo do faraó e dos egípcios; Cristo o libertou do diabo e da servidão dos demônios. Moisés alcançou a paz entre dois de seus irmãos que estavam brigando; Cristo reconciliou entre si aos seus dois povos e uniu o céu com a terra. No passado, a filha do faraó, quando foi banhar-se, encontrou Moisés e o adotou; por outro lado, a Igreja de Cristo - que também é sua filha -, ao descer às águas batismais, recebe a Cristo: porém, não como Moisés, resgatado da cesta de vime com a idade de três meses, mas, em vez de Moisés, recebe a Cristo saído do sepulcro ao terceiro dia.
No passado, Israel celebrou a Páscoa em figura e de noite; mas agora celebramos a Páscoa em um dia de luz e de esplendor. No passado, ao declinar o dia; agora, ao entardecer e no ocaso dos tempos. No passado, com o sangue se aspergiram as ombreiras e o dintel das casas; agora, com o sangue de Cristo são selados os corações dos crentes. Naquela ocasião, de noite se matou ao cordeiro e de noite atravessaram o Mar Vermelho; agora, por sua vez, dispomos da salvação e de um mar batismal esplêndido e vermelho, que reluz com o fulgor do Espírito; mar sobre o qual realmente esvoaçava o Espírito de Deus; mar no qual se percebe sua presença; mar em cujas águas foi abatida a cabeça do dragão; ainda mais: a cabeça do príncipe dos dragões, ou seja, dos satélites do diabo. Naquela ocasião, Moisés lavou aos israelitas com um batismo noturno, e uma nuvem cobriu o povo; mas ao povo de Cristo a força do Altíssimo o cobre com sua sombra. Naquela ocasião, ao ser libertado o povo, Maria, a irmã de Moisés, dirigiu a dança; agora, libertado o povo dos gentios, a Igreja de Cristo celebra festejos com todas as suas igrejas.
Naquela ocasião Moisés se abrigou junto a uma rocha natural; agora o povo se abriga junto à rocha da fé. No passado, foram quebradas as pedras da lei, o que foi indício de uma lei chamada a perecer e a envelhecer; agora, as leis divinas se mantêm íntegras e invioladas. Naquele tempo, para castigo do povo, fabricou-se um bezerro fundido; agora, para salvação do povo, é imolado o Cordeiro de Deus. No passado, a rocha foi golpeada por uma vara; mas agora uma lança transpassa o lado de Cristo, que é a verdadeira rocha. Então, da rocha brotou água; agora, do lado vivificante de Cristo manou sangue e água. Eles receberam do céu a carne de codornizes; nós recebemos do alto a pomba do Espírito Santo. Eles comeram o maná temporal e morreram; nós comemos o pão que dá a vida eterna.

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 341-342.

Você se consagrou à Virgem Maria? Eis um "método" seguido por grandes santos

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 28 abr. 22 / 09:00 am (ACI).- Em seu "Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria", são Luís Maria Grignon de Montfort propõe um método de consagração a Maria seguido por grandes santos. Atualmente, o Movimento Laços de Amor Mariano (LAM) prepara milhares de fiéis de vários países que desejam se consagrar à Mãe de Deus com esse método.

Em entrevista à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em 2019, Wilson Tamayo, subdiretor geral de LAM, disse que na história da Igreja sempre houve atos de consagração à Virgem, mas "o que são Luís de Montfort fez foi dar um passo a mais, e dizer que esta consagração não é apenas um ato devocional, mas é um ato de entrega verdadeira, de entrega total”.

Os temas da preparação que são Luís propõe em seu Tratado são desenvolvidos e aprofundados durante 33 semanas nos grupos de consagração de Laços de Amor Mariano. Providencialmente, isso leva 9 meses, por isso é simbolicamente entendido como "uma espécie de gestação em Maria para nascer em Jesus Cristo", disse Tamayo.

Os conteúdos trabalhados dividem-se em quatro blocos e referem-se ao conhecimento do mundo, de si, de Nossa Senhora e de Jesus Cristo. No final, os participantes realizam a consagração, geralmente em uma festa mariana especial e com uma eucaristia solene.

Entre os papas e santos que destacaram a Consagração à Virgem Maria com esse método, estão o beato Pio IX, que afirmou que a verdadeira devoção proposta por são Luís é a melhor e a mais aceitável; e são Pio X, que aprovou a fórmula da consagração.

Além disso, são João Paulo II expressou na encíclica Redemptoris Mater que se alegrava em recordar “a figura de são Luís Maria Grignion de Montfort, que propõe aos cristãos a consagração a Cristo pelas mãos de Maria, como meio eficaz para viverem fielmente os compromissos batismais”.

No final da sua vida, são João Paulo II escreveu uma carta às famílias monfortinas, em 2003, na qual dizia que na sua juventude a leitura do "Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria" o ajudou muito, porque ali encontrou a resposta para suas dúvidas sobre o medo de que o culto excessivo a Maria acabasse por comprometer a supremacia do culto a Cristo.

“Sob a orientação sábia de são Luís Maria compreendi que, quando se vive o mistério de Maria em Cristo, esse risco não subsiste. O pensamento mariológico do Santo, de fato, está radicado no Mistério trinitário e na verdade da Encarnação do Verbo de Deus”, disse são João Paulo II.

Ele também explicou que o lema "Totus tuus" que apareceu em seu escudo episcopal foi inspirado nos ensinamentos de Montfort. “A doutrina deste Santo exerceu uma profunda influência sobre a devoção mariana de muitos fiéis e sobre a minha própria vida. Trata-se de uma doutrina vivida, de grande profundidade ascética e mística, expressa com um estilo vivo e fervoroso, que usa com frequência imagens e símbolos”.

Como ter acesso à preparação?

Os interessados ​​em se consagrar a Maria segundo o método de são Luís Maria Grignon de Montfort podem entrar em contato com o Movimento Laços de Amor Mariano, que atualmente está em várias cidades do Brasil, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Venezuela, Panamá, Uruguai, México e Peru.

O movimento criou a consagração online, que oferece aos fiéis que têm dificuldades para ingressar fisicamente em um grupo, a possibilidade de se preparar pela internet com vídeos de formação e tutores virtuais.

“Não tenham medo de receber Maria em sua casa, de abrir as portas para ela. A única coisa que ela sabe fazer é conduzir-nos a Jesus e esta consagração é um tesouro da Igreja”, afirmou Wilson Tamayo.

Laços de Amor Mariano é uma Associação Privada de Fiéis que nasceu na Colômbia em 16 de julho de 1999, dia de Nossa Senhora do Carmo, cujo diretor-geral atual é Rodrigo Jaramillo. O movimento se expandiu rapidamente e, por meio de seus missionários, promove o amor à Virgem Maria, a Jesus Eucaristia e ao papa.

Para mais informações, clique AQUI.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Santa Joana (Gianna) Baretta Molla

Sta. Joana Baretta Molla | arquisp
28 de abril

Santa Joana (Gianna) Baretta Molla

Na família italiana dos Baretta de Milão, os treze filhos foram reduzidos a oito pela epidemia da gripe espanhola e por duas mortes ocorridas na primeira infância. Desses oito, saíram uma pianista, dois engenheiros, quatro médicos e uma farmacêutica. Um dos engenheiros, José, depois se fez sacerdote, e dois médicos fizeram-se religiosos missionários: madre Virgínia e padre Alberto.

Gianna Baretta, para nós Joana, a penúltima dos oito, nasceu no dia 4 de outubro de 1922 na cidade de Magenta, onde cresceu e se formou médica cirurgiã, com especialização em pediatria, concluída 1952. Porém preferiu exercer clínica geral, atendendo especialmente os velhos abandonados e carentes. Para ela, tudo era dever, tudo era sagrado: "Quem toca o corpo de um paciente, toca o corpo de Cristo", dizia.

Em 1955, ela se casa com Pedro Molla. O casal vive na tradição religiosa familiar: missa, oração e eucaristia, inserida com harmonia na Modernidade. Joana ama esquiar na neve, pintar e a música também. Ela freqüenta o teatro e os concertos com o marido, importante diretor industrial, sempre muito ocupado.

Residem em Magenta mesmo, onde Joana participa ativamente também da vida local da Associação Católica Feminina. Os retiros espirituais são momentos de forte interiorização e ela é a verdadeira colaboradora dessas novidades felizes da comunidade católica. Vive essa atribuição como sua missão de médica.

Nascem os filhos: Pedro Luiz , Maria Rita e Laura . No mês de setembro de 1961, no início da quarta gravidez, é hospitalizada e então é descoberto um fibroma no útero. Diante da gravidade, sempre mais evidente, do caso, a única perspectiva de sobreviver é renunciar à gravidez, para não deixar órfãos os três filhos. Mas Joana possui valores cristãos firmemente consolidados e coloca em primeiro lugar o direito à vida. E assim decide, com o preço da sua vida, ter o bebê.

Joana Emanuela nasce e sua mãe ainda a segura nos braços antes de morrer, no dia 28 de abril de 1962. Uma morte que é uma mensagem iluminada do amor em Cristo.

Após sua morte, o marido lê as anotações pessoais de Joana que antecediam os retiros espirituais, e descobre sua conexão indissolúvel com o amor, o sacrifício e a fé inabalável.

Ao proclamar santa Joana Baretta Molla, em 2004, o papa João Paulo II quis exaltar, juntamente com seu heroísmo final, a sua existência inteira, os ensinamentos de toda uma vida no seguimento de Jesus, exemplo para os casais modernos.

Joana Emanuela, a filha nascida do seu sacrifício, em pronunciamento nessa ocasião, disse: "Sinto em mim a força e a coragem de viver, sinto que a vida me sorri". Ela ainda disse que rende homenagem à mãe "dedicando a minha vida à cura e assistência aos anciãos".

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Celulares, smartphones e redes sociais devem ser ilegais para menores de idade?

Marian Fil | Shutterstock
Por Jim Schroeder

Precisamos de uma conversa séria e aberta sobre um dos maiores problemas para os jovens e as famílias de hoje.

Estamos no meio de uma crise de saúde mental neste país. Embora haja muitos fatores envolvidos, um grande corpo de investigação científica forneceu provas inegáveis de que, para qualquer impacto positivo que a tecnologia possa ter na juventude, a utilização de smartphones e redes sociais resultou numa realidade de problemas físicos, psicológicos e sociais que só estão a piorar para os jovens.

Chegou o momento de fazer a pergunta: Devem ser impostas restrições legais aos menores de idade quando se trata de smartphones pessoais e de contas em redes sociais? Aqui estão as quatro considerações que creio que temos de fazer ao discutur esta questão.

Consideração #1

A 22 de Março de 2022, o Diretor Científico da Associação Psicológica Americana, Dr. Mitch Prinstein, em conjunto com uma série de outros profissionais e organizações, enviou uma carta sem precedentes ao Surgeon General dos Estados Unidos.

Ao abordar um aspecto específico da crise de saúde mental, a carta pediu ao governo que lançasse uma “campanha de educação pública” sobre os “perigos específicos que as redes sociais representam para os adolescentes” e os melhores métodos para manter a juventude segura.

As principais conclusões da carta foram as evidências, detalhando como as redes sociais podem “explorar vulnerabilidades biológicas entre os jovens” especificamente associadas à sua fase de desenvolvimento, o que leva à redução da saúde e do bem-estar, ao aumento de comportamentos ilícitos, à influência mal orientada dos pares, e ao aumento da vitimização e assédio dos pares.

Entretanto, também afirma a carta, as empresas tecnológicas continuam a demonstrar uma “falta de transparência” em relação aos métodos concebidos para recompensar uma maior utilização entre os jovens. Para além do que foi detalhado nesta carta, existe uma abundância de dados científicos disponíveis (sublinhei algumas destas informações no meu website) indicando que tanto as redes sociais como os celulares e smartphones pessoas estão associados a resultados negativos em muitas áreas, incluindo mas não se limitando ao seguinte: atenção, humor, comportamento, competências sociais, sono, acidentes de trânsito, desempenho académico/intelectual, pornografia, obesidade, criatividade.

As evidências científicas apoiam cada vez mais a ideia de que o “experimento” feito com a nossa juventude através do uso de celulares, smartphones e redes sociais é um dos piores da história.

Consideração #2

Recentemente, estive num programa de rádio a discutir este assunto, e um dos apresentadores observou que “todos nós sabemos que [a situação tecnológica com a juventude] é um naufrágio, mas não sabemos o que fazer a esse respeito”.

A realidade é que os pais e educadores têm vindo a dizer isto há já algum tempo. Todas as recomendações de peritos, muitas vezes envolvendo educação e monitoramento, falharam em proporcionar uma situação melhorada no que diz respeito à juventude e à tecnologia. Passaram 15 anos desde que o iPhone foi lançado, e apesar de todo e qualquer esforço para ensinar e modelar o uso apropriado, chegou o momento de reconhecer que a situação é pior do que nunca.

Enquanto que a possibilidade de restrições legais vem com desafios, vem também com a promessa de dar aos pais, cuidadores e educadores “uma perna para se manterem de pé”. Ao longo dos anos, tenho conversado com inúmeros pais que lamentam as escolhas que fizeram em relação a celulares, smartphones e redes sociais, exasperados por terem sido pressionados (por várias forças) a tomar decisões que sabem não serem saudáveis para os seus filhos. É tempo de considerarmos realmente todas as opções para ajudar as pessoas a fazer o que é melhor para as crianças.

Consideração #3

Para qualquer bem que as empresas tecnológicas possam tentar trazer ao mundo, é inegável que elas são principalmente motivadas por um fator – o lucro. Isto nunca foi tão evidente como no ano passado em relação ao que foi descoberto no Facebook.

Uma reportagem do Wall Street Journal afirmou que o Facebook tinha estado a esconder pesquisas conduzidas nos últimos três anos, que descobriram que o Instagram está a prejudicar a juventude – especialmente as meninas adolescentes.

Entre muitas descobertas, quase um terço das meninas inquiridas revelou que quando se sentiam mal com o seu corpo, o Instagram fê-las sentir-se pior. Seis por cento dos utilizadores americanos e 13% dos utilizadores britânicos vincularam seus pensamentos suicidas ao uso do Instagram. De um modo geral, os dados eram claros: para muitos jovens, o Instagram é um lugar pouco saudável para se estar.

Entretanto, 40% dos utilizadores do Instagram têm menos de 22 anos de idade. Por mais irresponsável que tenha sido esconder a pesquisa, o Facebook, proprietário do Instagram, afirma claramente nos seus documentos que a juventude tem sido e continua a ser um dos seus principais alvos de crescimento. Estão atualmente a trabalhar na construção de uma plataforma Instagram para jovens com menos de 13 anos, ignorando ao mesmo tempo as suas próprias pesquisas sobre o quão tóxica esta plataforma é para os utilizadores mais jovens.

A realidade é esta: as empresas tecnológicas ganham mais dinheiro quando mais jovens utilizam as suas plataformas, e não demonstraram uma “consciência social” em relação a todas as formas como esta prática está a causar efeitos prejudiciais. Não podemos confiar que estas empresas façam a coisa certa; por conseguinte, temos de considerar outras opções para refrear as práticas insalubres destes gigantes de bilhões de dólares.

Consideração #4

A nossa sociedade há muito que impõe restrições legais aos jovens por duas razões principais: a sua saúde e bem-estar / e o bem público.

Dos 16 aos 21 anos de idade, os indivíduos são restringidos ou limitados nos seguintes aspectos: conduzir, fumar, beber (álcool), jogo, consentimento médico, filmes com classificação R (restritos), seguros pessoais e propriedade de cartões de crédito, entre outras coisas. Não se pode sequer obter um carro alugado até os 25 anos de idade.

Não é que os jovens não tenham capacidades gerais para gerir estas áreas, pois poderíamos facilmente argumentar que um jovem de 15 anos tem as capacidades físicas para conduzir bem, ou que um jovem de 16 anos tem a capacidade matemática para compreender as compras/pagamentos com cartão de crédito. Em vez disso, falta-lhes uma gama mais completa de desenvolvimento neurológico e experiências de vida para gerir estes campos de uma forma que os mantenha – e os outros – em segurança.

No entanto, considere o que temos feito com as redes sociais e os celulares e smartphones quando se trata de jovens. Sancionámos a sua utilização, reconhecendo ao mesmo tempo os tremendos efeitos negativos que está a ter nos indivíduos e na comunidade como um todo.

À luz do que já é ilegal para a juventude, parece quase óbvio que esta consideração ocorreria em relação à tecnologia digital. Penso que falo pela maioria quando digo que estaríamos muito menos preocupados com o fato de os nossos jovens possuírem um cartão de crédito ou irem sozinhos a um filme com classificação R do que terem acesso sem restrições a celulares, smartphones e ao mundo online.

Outras observações

Ao propor uma consideração pelas restrições legais para os smartphones e as contas pessoais de redes sociais para menores de idade, é importante reconhecer algumas coisas.

Em primeiro lugar, gostaria que não tivesse chegado a este ponto. Para aqueles que me conhecem, não penso que as restrições legais sejam a resposta para a maior parte das dificuldades das nossas vidas. Pelo contrário, preferiria outras opções (que poderiam ainda estar em desenvolvimento), envolvendo melhor educação, comunicação, responsabilidade parental, cooperação, políticas internas (por exemplo, nas escolas), opções de segurança tecnológica, e apoio global.

No entanto, tendo estado no centro desta tempestade durante mais de uma década, cheguei infelizmente à conclusão de que, se queremos verdadeiramente preservar a saúde e o bem-estar dos nossos jovens e comunidades, precisamos de fazer algo mais drástico.

Em segundo lugar, para aqueles pais ou educadores que consideram isto demasiado restritivo da autonomia, ofereço mais alguns pontos de reflexão:

1) Não proponho que os menores não tenham telefones (por exemplo, em casos de emergência), mas sim que sejam impedidos de ter smartphones pessoais, que demonstraram ser os verdadeiros culpados de tudo isto.

2) Reconheço que se os pais optarem por utilizar as redes sociais, podem fazer essa escolha pelos seus filhos, se assim o desejarem (através da conta dos pais, não da criança).

3) Compreendo que a aplicação de tais políticas seria difícil para a aplicação da lei, que já se encontram amarradas de muitas maneiras. No entanto, a esperança é que ao apoiar pais e prestadores de cuidados a fazerem escolhas mais saudáveis para os nossos filhos, os efeitos decorrentes beneficiarão todos a longo prazo.

Discussão aberta

Em última análise, isto precisa de ser uma discussão aberta. Mesmo para além de todas as terríveis estatísticas e histórias de terror do público em geral, testemunhei pessoalmente demasiados jovens – mesmo os de famílias com grandes recursos, apoio e estabilidade – vitimizados pelo atual panorama tecnológico. Se houver uma forma melhor de regressar a um lugar saudável para a nossa juventude, sou todo ouvidos.

Entretanto, é tempo de não ter medo de fazer a coisa certa. Caso contrário, o que já é a questão mais importante que a nossa juventude enfrenta hoje em dia tornar-se-á em breve o problema mais importante com impacto em toda a nossa sociedade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF