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sexta-feira, 3 de junho de 2022

Cem dias de guerra para dizer "não" a todas as guerras

Criança ucraniana refugiada | Vatican News

A invasão russa da Ucrânia completou 100 dias e não para: dias de morte e destruição, enquanto aumentam os temores de um alargamento do conflito. Com grande facilidade agora se fala de uma possível guerra nuclear. Mas os povos precisam de gestos corajosos de paz.

Sergio Centofanti

Já se passaram 100 dias desde o início desta guerra absurda: e não se vê o fim. Pelo contrário, aumentam as preocupações de um alargamento do conflito e uma guerra nuclear não pode ser excluída. Fala-se disso cada vez mais. Na TV, afirma-se que levaria apenas alguns segundos para destruir grandes cidades e estamos nos acostumando com essa linguagem. Seria o suicídio da humanidade.

A história ensina que quando se começa uma pequena guerra não se imagina o quão grande ela possa se tornar. Vê-se isso depois. Quando um líder decide começar uma guerra, contempla suas possíveis vitórias: mas a história nos mostra o fim não glorioso de muitos desses líderes. A história nos ensina que muitas vezes não se aprende com a história e erros se repetem, erros que são letais para quem os comete e, infelizmente, dramáticos para os milhões de pessoas que os sofrem.

Enquanto isso, a invasão russa desejada por Putin está causando morte e destruição na Ucrânia: o Ocidente tem suas responsabilidades na escalada da tensão na área, mas o ataque russo não tem nenhuma justificativa. Morrem crianças, morrem civis, são destruídos edifícios residenciais, hospitais, casas, escolas e igrejas. As famílias são divididas, os refugiados e os deslocados são milhões. Tantas vidas são abaladas e destruídas na Ucrânia. Um país destruído é um crime contra a humanidade. Na Rússia, também se chora pelos muitos jovens enviados para morrer não se sabe por quê. No mundo, foi atingida uma economia que estava apenas começando a se recuperar dos golpes da pandemia. Agora há também a guerra do gás, a guerra do petróleo, a guerra do trigo, e para os pobres há mais pobreza e mais fome. Sem mencionar o ódio que aumenta, os sentimentos de raiva, violência e vingança que aumentam e preparam mais violência, mais rancores e mais lutos.

A guerra é uma loucura, disse o Papa Francisco várias vezes. É uma aventura sem volta, disse João Paulo II. É preciso uma palavra de paz, uma profecia que saiba dizer com força um "basta" a esta guerra e a todas as guerras esquecidas no mundo: Síria, Iêmen, Etiópia, Somália, Mianmar... muita devastação. Precisamos encontrar coragem para nos rebelarmos contra as guerras comandadas por alguns poderosos que mandam outros para morrer. Quantas outras mortes serão necessárias para poder dizer "basta"? Quando os povos acordarão para dizer que querem viver em paz?

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santos Carlos Lwanga e companheiros

S. Carlos Lwanga e companheiros | arquisp
03 de junho

Santos Carlos Lwanga e companheiros

O povo africano talvez tenha sido o último a receber a evangelização cristã, mas já possui seus mártires homenageados na história da Igreja Católica. O continente só foi aberto aos europeus depois da metade do século XIX. Antes disso, as relações entre as culturas davam-se de forma violenta, principalmente por meio do comércio de escravos. Portanto, não é de estranhar que os primeiros missionários encontrassem, ali, enorme oposição, que lhes custava, muitas vezes, as próprias vidas.

A pregação começou por Uganda, em 1879, onde conseguiu chegar a "Padres Brancos", congregação fundada pelo cardeal Lavigérie. Posteriormente, somaram-se a eles os padres combonianos. A maior dificuldade era mostrar a diferença entre missionários e colonizadores. Aos poucos, com paciência, muitos nativos africanos foram catequizados, até mesmo pajens da corte do rei. Isso lhes causou a morte, quase sete anos depois de iniciados os trabalhos missionários, quando um novo rei assumiu o trono em 1886.

O rei Muanga decidiu acabar com a presença cristã em Uganda. Um pajem de dezessete anos chamado Dionísio foi apanhado pelo rei ensinando religião. De próprio punho Muanga atravessou seu peito com uma lança, deixou-o agonizando por toda uma noite e só permitiu sua decapitação na manhã seguinte. Usou o exemplo para avisar que mandaria matar todos os que rezavam, isto é, os cristãos.

Compreendendo a gravidade da situação, o chefe dos pajens, Carlos Lwanga, reuniu todos eles e fez com que rezassem juntos, batizou os que ainda não haviam recebido o batismo e prepararam-se para um final trágico. Nenhum desses jovens, cuja idade não passava de vinte anos, alguns com até treze anos de idade, arredou pé de suas convicções e foram todos encarcerados na prisão em Namugongo, a setenta quilômetros da capital, Kampala. No dia seguinte, os vinte e dois foram condenados à morte e cruelmente executados.

Era o dia 3 de junho de 1886, e para tentar não fazer tantos mártires, que poderiam atrair mais conversões, o rei mandou que Carlos Lwanga morresse primeiro, queimado vivo, dando a chance de que os demais evitassem a morte renegando sua fé. De nada adiantou e os demais cristãos também foram mortos, sob torturas brutais, com alguns sendo queimados vivos.

Os vinte e dois mártires de Uganda foram beatificados em 1920. Carlos Lwanga foi declarado "Padroeiro da Juventude Africana" em 1934. Trinta anos depois, o papa Paulo VI canonizou esse grupo de mártires. O mesmo pontífice, em 1969, consagrou o altar do grandioso santuário construído no local onde fora a prisão em Namugongo, na qual os vinte e um pagens, dirigidos por Carlos Lwanga, rezavam aguardando a hora de testemunhar a fé em Cristo.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Manter tradições mortas é perigoso para a Igreja, diz o papa Francisco

O papa Francisco participa de conferência sobre Pacto Global
pela Educação / Vatican Media

Vaticano, 02 jun. 22 / 02:00 pm (ACI).- O papa Francisco criticou na quarta-feira (1º) as pessoas que “se dizem guardiãs de tradições, mas de tradições mortas”, dizendo que não avançar é perigoso para a Igreja hoje. Francisco falava aos organizadores de uma conferência sobre educação. Para Francisco é vital progredir “extraindo das raízes”.

A conferência foi organizada para avaliar o trabalho realizado até agora em relação ao Pacto Global pela Educação proposto por Francisco.

“Agradeço-vos por tudo o que fazeis a serviço da educação, que é também a contribuição específica que estais a oferecer ao processo sinodal da Igreja. Continuem caminhando nessa direção, do passado para o futuro, crescimento contínuo”, disse.

“E esteja atento ao ‘retrocesso’ tão em voga hoje, que nos faz pensar que, dando um passo atrás, podemos preservar o humanismo”, acrescentou o papa.

Francisco disse que “há a moda – em todas as épocas, mas nesta época da vida da Igreja eu considero perigosa – que em vez de buscar nas raízes para avançar – o que significa boas tradições – nós 'recuamos', não subindo ou descendo, mas para trás”.

“Esse ‘retrocesso’ nos torna uma seita; faz você "fechar" e corta seus horizontes. Essas pessoas se autodenominam guardiãs de tradições, mas de tradições mortas.”

O Papa Francisco sublinhou que “a verdadeira tradição católica cristã e humana … cresce, progride”.

Guardiães da tradição, Traditionis custodes, em latim, é o título e as duas primeiras palavras do motu proprio com o qual o papa restringiu drasticamente o uso da liturgia tradicional, em julho do ano passado. “Guardiães da tradição, os bispos, em comunhão com o bispo de Roma, constituem o princípio visível e o fundamento da unidade nas suas Igrejas particulares”, começa o documento.

Na conferência de quarta-feira, o papa disse que a verdadeira tradição é “o que aquele teólogo do século V descreveu como um crescimento constante: ao longo da história, a tradição cresce, progride: ut annis consolidetur, dilatetur tempore, sublimetur aetate”.

Francisco se referia a são Vicente de Lerins, que escreveu sobre o desenvolvimento do ensinamento da Igreja, dizendo que ele “se solidificou ao longo dos anos, se estendeu com o tempo e refinou com a idade”. O papa já fez essa citação várias vezes desde sua eleição em 2013, inclusive em uma carta sobre a encíclica Amoris laetitia em 2018.

O papa não mencionou a liturgia ou a doutrina católica em seu discurso de 1º de junho, mas concentrou seu discurso na educação. “A educação, por sua vez, está sempre enraizada no passado, mas não para por aí: é direcionada para ‘iniciativas voltadas para o futuro’, onde o velho e o novo convergem para criar um novo humanismo”, disse.

Francisco disse que a Eneida, de Virgílio, um dos maiores poetas da língua latina, contém uma imagem que “pode servir para ilustrar a missão dos educadores, que são chamados a preservar o passado … e guiar os passos dos jovens para o futuro”.

“Um exemplo eloquente de como enfrentar a crise pode ser encontrado na figura épica de Enéias, que em meio às chamas de sua cidade em chamas, carrega nos ombros seu pai idoso Anquises e pega o jovem filho Ascânio pela mão, levando os dois para a segurança”, disse Francisco.

“Enéias se salva, mas não sozinho. Ele traz consigo seu pai, que representa seu passado, e seu filho, que representa o futuro. E assim ele segue em frente”, acrescentou.

Segundo o papa, essa representação da tradição sendo respeitada e preservada o lembrou o que o compositor austríaco Gustav Mahler (1860-1911) disse: ‘A tradição é a garantia do futuro’, não uma peça de museu.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa: rezemos pelas famílias para que vivam o amor com gestos concretos

Vatican News

O vídeo do Papa para o mês de junho foi divulgado nesta quinta-feira (2) com a intenção de oração que Francisco confia à Igreja. O Pontífice reza "pelas famílias cristãs de todo o mundo para que, com gestos concretos, vivam a gratuidade do amor e a santidade na vida quotidiana".

https://youtu.be/FThC4cV8ZXA

Andressa Collet - Vatican News

A série de três vídeos do Papa sobre a família continua neste mês de junho, após dedicar o primeiro episódio ao jovens em maio. Nesta quinta-feira (2), então, foi divulgado o vídeo sobre o caminho percorrido junto à família:

"A família é o lugar onde aprendemos a viver juntos, a conviver com os mais novos e os mais velhos. E, ao estarmos unidos, jovens, idosos, adultos, crianças, ao estarmos unidos nas diferenças, evangelizamos com o nosso exemplo de vida."

Produzida pela Rede Mundial de Oração do Papa com a colaboração do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, a intenção de oração deste mês coincide com a celebração do Encontro Mundial das Famílias, que acontede de 22 a 26 de junho em Roma. Um evento que encerra o ano dedicado à meditação sobre a família, por ocasião do aniversário de 5 anos da Exortação Apostólica Amoris laetitia.

A família em crise?

De fato, a família continua a ser a principal fonte de significado na vida de muitas pessoas. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pew em 2021, perguntando o que dá sentido à existência, aponta nessa direção: a família foi mencionada em primeiro lugar, antes da profissão, do bem-estar material ou da saúde. Por isso da importância em tomar conta da própria família, na sua realidade concreta, relembra o Papa:

"É claro que não existe a família perfeita. Há sempre um 'mas'. Mas tudo bem. Não devemos ter medo dos erros; devemos aprender com eles para podermos avançar. Não esqueçamos que Deus está conosco: na família, no bairro, na cidade onde vivemos, Ele está conosco. E Ele se preocupa conosco, está sempre conosco no vaivém do barco agitado pelo mar: quando discutimos, quando sofremos, quando estamos felizes, o Senhor está lá, nos acompanha, ajuda, corrige."

A família como caminho de santidade

O Papa recorda ainda que, para além do seu grande valor humano, a família é também valiosa do ponto de vista da fé:

“O amor na família é um caminho pessoal de santidade para cada um de nós. Foi por isso que o escolhi como tema para o Encontro Mundial das Famílias deste mês. Rezemos pelas famílias cristãs de todo o mundo, por cada uma e por todas as famílias para que, com gestos concretos, vivam a gratuidade do amor e a santidade na vida quotidiana.”

O Cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, falou sobre as famílias que crescem no caminho da santidade: "não existe a família perfeita, Amoris laetitia lembra-nos, e não devemos ter medo das dificuldades. Todas as famílias têm preocupações, sofrimentos, mas também alegrias e esperanças. São as relações amorosas entre cônjuges, pais, filhos e avós que os tornam caminhos de santidade, feitos de simples gestos diários, que pouco a pouco tornam extraordinários os momentos comuns".

O Pe. Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, comentou a intenção deste mês ao afirmar que "Francisco nos recorda que a família é o lugar onde aprendemos a conviver com a diferença, com os jovens e com os idosos. Conhecer pessoas que são diferentes é uma riqueza, não uma ameaça. No mundo de hoje parece que a diferença provoca confronto, quando deveria abrir novos caminhos. A família é o lugar para aprender a amar, para conviver na diferença, aprendendo com os erros, conscientes de que o Senhor está presente, ajuda e acompanha. Esta experiência da presença de Deus nasce da oração, e é por isso que é importante rezar pela intenção de oração do Papa".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Erasmo

S. Erasmo | arquisp
02 de junho

Santo Erasmo

A tradição cristã descreveu a vida de Erasmo com passagens surpreendentes. Ele pertencia ao clero da Antioquia. Foi forçado, durante a perseguição do imperador Diocleciano, a esconder-se numa caverna no Monte Líbano durante sete anos. Capturado e longamente torturado, foi levado para ser julgado pelo imperador, que tentou de todas as formas fazer com que renegasse a fé em Cristo. Porém Erasmo manteve-se firme e por isso novamente voltou para a prisão. De lá foi milagrosamente libertado por um anjo que o levou para a Dalmácia, onde fez milhares de conversões durante mais sete anos.

Na época do imperador Maximiano, novamente foi preso e no tribunal, além de destruir um ídolo falso, declarou sua incontestável religião cristã. Tal atitude de Erasmo fez milhares de pagãos converterem-se, as quais depois foram mortas pela perseguição desse enfurecido imperador. Outra vez teria sido horrivelmente torturado e também libertado, agora pelo arcanjo Miguel, que o conduziu para a costa do sul da Itália. Ali se tornou o bispo de Fornia, mas por um breve período. Morreu pouco depois devido às feridas de seus dois suplícios, por este motivo recebeu o título de mártir.

As muitas tradições descreveram algumas particularidades sobre as crueldades impostas nas suas torturas. Dizem que seu ventre foi cortado e aos poucos os seus intestinos foram retirados. Devido a esse suplício, santo Erasmo tornou-se, para os fiéis, o protetor das enfermidades do ventre, dos intestinos e das dores do parto.

Os marinheiros ainda hoje são muito devotos de santo Erasmo, ou são Elmo, como também o chamam. Desde a Idade Média eles o tomaram como seu padroeiro, invocado-o especialmente durante as adversidades no mar.

As fontes históricas da Igreja também comprovam a existência de Erasmo como mártir e bispo de Fornia, Itália. Dentre elas estão o Martirológio Gerominiano, que indicou o dia 2 de junho para sua veneração e a inscrição do seu nome entre os mártires no calendário marmóreo de Nápoles.

O papa são Gregório Magno, no fim do século VI, escrevendo ao bispo Bacauda, de Fornia, atestou que o corpo de santo Erasmo estava sepultado na igreja daquela diocese. No ano 842, depois de Fornia ser destruída pelos árabes muçulmanos, as suas relíquias foram transferidas para a cidade de Gaeta e escondidas num dos pilares da igreja, de onde foram retiradas em 917. A partir de então, santo Erasmo foi declarado padroeiro de Gaeta, e em sua homenagem foram cunhadas moedas com a sua esfinge.

Após a recente revisão do calendário litúrgico, a Igreja manteve a festa deste santo no dia em que sempre foi tradicionalmente celebrado.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Manuscrito original do padre António Vieira, apresentado em Lisboa

Manuscrito original do padre António Vieira - Foto: Arquivo Pontifícia
Universidade Gregoriana (Direitos Reservados)

Manuscrito original da «Clavis Prophetarum» esteve desaparecido durante 300 anos e foi descoberto por investigadores portugueses.

Lisboa - Ecclesia

O manuscrito original da ‘Clavis Prophetarum’ (em português A Chave dos Profetas), da autoria do Padre António Vieira (1608-1697), foi apresentado nesta segunda-feira (30) em Lisboa, após ter sido dado como desaparecido há 300 anos.

O documento foi divulgado numa sessão especial, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em ligação direta com a Universidade Pontifícia Gregoriana, de Roma.

“Estou certo de que apresentar em 2022 este manuscrito de António Vieira é motivo de satisfação para todos nós: pelo valor do manuscrito em si mesmo e porque o seu autor, Vieira, é uma figura luso-brasileira por excelência; uma figura capaz de continuar a juntar as duas margens do Atlântico”, referiu o reitor desta instituição académica, o jesuíta português padre Nuno da Silva Gonçalves.

O religioso destacou a descoberta de um manuscrito “tão importante para a história luso-brasileira” no momento em que se comemoram os 200 anos da independência do Brasil.

“Fica também patente na apresentação de hoje que há ainda um longo caminho a percorrer, para continuar a estudar este precioso manuscrito em todas as suas vertentes”, acrescentou, em ligação por videoconferência.

O documento foi descoberto por dois investigadores portugueses em Roma, na Biblioteca da Universidade Pontifícia Gregoriana: Ana Travassos Valdez, especialista em literatura apocalíptica e investigadora principal do Centro de História da Universidade de Lisboa; e Arnaldo Espírito Santo, professor emérito da Faculdade de Letras, responsável por uma edição crítica do livro III da ‘Clavis’.

Ana Travassos Valdez falou das circunstâncias que lhe permitiram aceder ao arquivo da Gregoriana, e a um volume, o 1165/1, com “mau aspeto”, que lhe abriu uma hipótese aparentemente “impossível”: que aquele fosse o texto original.

“As minhas certezas cresciam, a par das minhas inseguranças”, confessou.

Em fevereiro de 2020 começaram os primeiros testes materiais, que apontavam para o último quartel do século XVII, com papel diferente – a escrita começou na Europa e foi continuando até à morte do autor – e vários cadernos.

Apresentação em Lisboa - Foto Ecclesia

A pandemia fez com que, durante dois anos, se tornasse impossível trabalhar fisicamente com o manuscrito, entretanto restaurado.

“Hoje, as dúvidas já não existem: é o original da ‘Clavis”, concluiu.

Ele está aqui e o trabalho só agora começou, para se desvendarem os segredos da Clavis Prophetarum”.

Arnaldo Espírito Santo apresentou o processo que levou à identificação da obra como o texto original, com o cruzamento de várias fontes e referências cronológicas, a partir da correspondência do próprio padre António Vieira, ao longo de várias décadas.

O classicista falou de uma obra “profusamente” censurada pela Inquisição e “mutilada” pela censura, com cópias em vários países.

“Entretanto, o original foi dado como desaparecido”, observou.

Apresentação em Lisboa - Foto Ecclesia

O diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Miguel Tamen, sublinhou no início da sessão que se está perante “um verdadeiro livro”.

O jesuíta Martín Morales, professor da Gregoriana e diretor do Arquivo Histórico da Universidade Pontifícia, falou sobre a história do manuscrito, “caído no esquecimento”, e o futuro da sua edição.

Irene Pedretti, restauradora e arquivista da Gregoriana, e Giulia Venezia, responsável pelo projeto de digitalização do documento, abordaram “os aspetos materiais” do manuscrito.

OC

Nascido a 6 de fevereiro de 1608, em Lisboa, António Vieira partiu com a família para o Brasil aos seis anos de idade; como religioso jesuíta foi missionário e diplomata, ficando conhecido pelas denúncias da desumanidade com que os colonos tratavam indígenas e escravos.

Ana Travassos Valdez destacou a importância desta figura, assumindo o “enorme desafio” da transcrição de um texto manuscrito e em latim, que vai ser digitalizado e colocado ao dispor de todos os investigadores e dos leitores de todo o mundo, com uma tradução crítica em inglês.

Foto: Arquivo Pontifícia Universidade Gregoriana (Direitos Reservados)

A investigadora do Centro de História da Universidade de Lisboa deixou votos de que o manuscrito original de um tratado político-teológico seja “um documento vivo, sempre em evolução”, numa abordagem transdisciplinar.

O padre Francisco Mota, jesuíta, diretor-geral da ‘Brotéria’, destacou a “importante descoberta” apresentada hoje, com impacto “académico, histórico e cultural”.

“Esta descoberta recorda-nos a necessidade de ter profetas e profecias”, sustentou.

Foto: Arquivo Pontifícia Universidade Gregoriana (Direitos Reservados)

Luís Ferreira, reitor da Universidade de Lisboa, considerou que a descoberta do original da ‘Clavis’ mostra a importância da “possibilidade de procurar”, num tempo de pressa excessiva.

O responsável apresentou Vieira como “mestre maior da língua portuguesa”, lembrando a admiração que por ele nutriam, entre outros, Pessoa e Saramago.

No final da sessão, Ana Travassos Valdez e Arnaldo Espírito Santo afirmaram aos jornalistas que, com a descoberta do original, se abre uma janela “completamente diferente” para a obra, com as anotações originais e texto que se encontrava escondido por baixo de páginas coladas com farinha da mandioca, por exemplo.

Os dois investigadores descartaram a possibilidade de o documento ser transferido e depositado em Portugal, considerando-o propriedade da Companhia de Jesus.

Fonte: ECCLESIA

Apresentação em Lisboa - Foto Ecclesia

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A extraordinária habilidade comum a estes 3 Papas

Shutterstock
Por Cerith Gardiner

Mas há um Papa em particular que era o melhor nesta habilidade - não que isso seja uma competição!

Uma das tarefas mais importantes de um Pontífice é compartilhar a Palavra de Deus – algo que se torna um pouco mais fácil se eles dominarem a habilidade de falar alguns idiomas. E eles são exímios poliglotas!

De fato, os Papas Francisco, Bento XVI e São João Paulo II têm esta habilidade em comum. Porém, há um deles cuja habilidade linguística lhe permitiu comunicar-se com a maioria dos católicos ao redor do mundo.

Papa Francisco – domina 8 línguas

O Papa argentino cresceu aprendendo sua língua materna (espanhol), além do italiano, já que seu pai e seus avós paternos eram da Itália. Ele também aprendeu alemão, francês, ucraniano (foi mentorado pelo bispo ucraniano Stepan Chmil quando jovem), português e piemontês – uma língua falada no norte da Itália.

Naturalmente, o pontífice também fala latim, a língua oficial do Vaticano. Ele também está familiarizado com o grego antigo e o hebraico. No entanto, a única língua que ele acha complicado é o inglês, devido à fonética.

Aos 44 anos, ele foi a Dublin para praticar seu inglês com os jesuítas durante oito semanas. Segundo o i News, o padre Donal Neary lembrou que ele partiu sem ter realmente melhorado.

Como o Papa Francisco sente-se mais seguro ao falar espanhol e italiano, você, muitas vezes, o verá com um intérprete dos outros idiomas que ele pratica, a fim de garantir que suas palavras sejam interpretadas corretamente para todos aqueles que o escutam.

Papa Bento XVI – fala 6 línguas

O Papa Emérito também é um poliglota. Oriundo da Baviera, Bento fala, naturalmente, o alemão. Também é fluente em inglês, espanhol, italiano e francês, e fala português em menor grau.

O prolífico leitor e escritor é também proficiente nos idiomas clássicos.

Papa João Paulo II – falava inúmeras línguas

O falecido Papa João Paulo II foi verdadeiramente um mestre dos idiomas. Ele era capaz de conversar em várias línguas, principalmente o polonês (sua língua materna), português, italiano, francês, espanhol, alemão e inglês. Ele também dominava o latim e o uso escrito do hebraico bíblico.

Embora não fosse fluente, João Paulo II conseguia se comunicar em eslovaco, russo, ucraniano, japonês e tagalo. E, para completar, ele também fazia um esforço para falar outros dialetos. Em uma Missa de Páscoa, ele saudou os fiéis em 57 idiomas. Depois conseguiu superar isso em uma Missa de Natal, saudando a congregação em 62 idiomas!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: a velhice não deve ser escondida, é o “magistério da fragilidade”

Vatican News

Na Audiência Geral desta quarta-feira, falando sobre os idosos, Francisco disse que "a sociedade como um todo deve apressar-se a cuidar dos seus idosos cada vez mais numerosos, e com frequência também mais abandonados", até mesmo pelas famílias.

https://youtu.be/G43pckrQMs0

Mariangela Jaguraba - Vatican News

"Não me abandonar quando minhas forças declinarem" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (01/06), realizada na Praça São Pedro.

Essas palavras do Salmo 71 "nos encoraja a meditar sobre a forte tensão que habita na condição da velhice, quando a memória das dificuldades superadas e das bênçãos recebidas é colocada à prova da fé e da esperança". "A provação apresenta-se com a fraqueza que acompanha a passagem através da fragilidade e da vulnerabilidade da idade avançada. E o salmista – um idoso que se dirige ao Senhor – menciona explicitamente o fato de que este processo se torna ocasião de abandono, engano, prevaricação e arrogância, que por vezes recaem sobre os idosos", disse ainda o Papa.

Não faltam os que se aproveitam da idade do idoso

"Uma forma de covardia em que estamos nos especializando nesta nossa sociedade. É verdade! Nessa sociedade do descarte, nessa cultura do descarte, os idosos são deixados de lado e sofrem essas coisas", sublinhou Francisco, acrescentando:

Com efeito, não faltam aqueles que se aproveitam da idade do idoso, para o enganar, para o intimidar de mil maneiras. Lemos frequentemente nos jornais ou ouvimos notícias de pessoas idosas que são enganadas sem escrúpulos a fim de se apoderar das suas economias; ou que são deixadas desprotegidas e abandonadas sem cuidados; ou que são ofendidas por formas de desprezo e intimidadas a renunciar aos seus direitos. Tais crueldades também acontecem nas famílias. Os idosos são descartados, abandonados em asilos, sem que seus filhos vão visitá-los ou se vão, vão algumas vezes ao ano. O idoso é colocado bem no canto da existência. E isso acontece: acontece hoje, acontece nas famílias, acontece sempre. Precisamos refletir sobre isso.

Segundo o Pontífice, "a sociedade como um todo deve apressar-se a cuidar dos seus idosos cada vez mais numerosos, e com frequência também mais abandonados".

“Quando ouvimos dizer que os idosos são despojados da própria autonomia, da sua segurança, até das suas casas, compreendemos que a ambivalência da sociedade atual em relação aos idosos não é um problema de emergências ocasionais, mas um traço da cultura do descarte que envenena o mundo em que vivemos.”

O idoso do salmo confia o seu desânimo a Deus: «Os meus inimigos já dizem de mim, e os que espiam a minha vida conspiram dizendo: “Deus o abandonou. Podem persegui-lo e agarrá-lo, que ninguém o salvará!» De acordo com o Papa, "as consequências são fatais. A velhice não só perde a sua dignidade, como até se duvida que mereça continuar. Assim, todos somos tentados a esconder a nossa vulnerabilidade, a esconder a nossa doença, a nossa idade, a nossa velhice, porque tememos que sejam a antecâmara da nossa perda de dignidade".

https://youtu.be/WaaziSHyqf4

Promessa da fidelidade e bênção de Deus

"O ancião do salmo, que vê a sua velhice como uma derrota, redescobre a confiança no Senhor. Ele sente a necessidade de ser ajudado. E dirige-se a Deus. E o salmista idoso invoca: « Salva-me, por tua justiça! Liberta-me! Inclina depressa o teu ouvido para mim! Sejas tu a minha rocha de refúgio, a fortaleza onde eu me salve, pois o meu rochedo e fortaleza és tu!»", disse ainda o Papa.

Segundo Francisco, "a oração renova no coração da pessoa idosa a promessa da fidelidade e bênção de Deus. O idoso redescobre a oração e dá testemunho da sua força. Jesus, nos Evangelhos, nunca rejeita a oração das pessoas que necessitam de ajuda. Os idosos, devido à sua fraqueza, podem ensinar àqueles que se encontram noutras idades da vida que todos nós precisamos nos entregar ao Senhor, para invocar a sua ajuda. Neste sentido, todos devemos aprender com a velhice: sim, há um dom em ser idoso entendido como abandonar-se aos cuidados dos outros, começando pelo próprio Deus".

Não esconder as fragilidades da velhice

De acordo com o Papa, "existe um “magistério da fragilidade”, não esconder as fragilidades, não. São verdadeiras. Existe uma realidade, existe um magisterio da fragilidade que a velhice é capaz de nos lembrar de forma crível durante todo o período da vida humana. Não esconder a velhice, não esconder as fragilidades da velhice. Este é um ensinamento para todos nós. Este magistério abre um horizonte decisivo para a reforma da nossa civilização. Uma reforma que é indispensável para o benefício da convivência de todos. A marginalização – conceitual e prática – da velhice corrompe todas as fases da vida, e não apenas a da velhice".

Cada um de nós pode pensar hoje nos idosos da sua família: como eu me relaciono com eles, me lembro deles, vou visitá-los? Procuro ver se não falta nada para eles? Eu os respeito? Os idosos que estão na minha família: pensemos na mãe, no pai, no avô, na avó, tios, amigos. Eu os cancelei da minha vida? Ou eu vou até eles para tomar sabedoria, a sabedoria da vida? Lembre-se de que você também será idoso ou idosa. A velhice chega para todos. E como você gostaria de ser tratado ou tratada no momento da velhice, trate os idosos hoje. São a memória da família, a memória da humanidade, a memória do país. Proteger os idosos que são sabedoria.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Aníbal Maria di Francia

S. Aníbal Maria di Francia | arquisp
01 de junho

Santo Aníbal Maria di Francia

Filho de nobres da aristocracia siciliana, Aníbal Maria di Francia nasceu na cidade italiana de Messina no dia 5 de julho de 1851.

Terceiro de quatro filhos, aos quinze meses ficou órfão de pai. A dura experiência de não conviver com a figura paterna desenvolveu-lhe um especial amor e compreensão às necessidades das crianças órfãs, pobres e abandonadas. Para elas dedicou toda a sua vida de apostolado e por elas nunca deixou de ser um simples padre, embora as oportunidades no clero não lhe faltassem.

Aos dezoito anos recebeu o forte chamado à vida religiosa e ordenou-se sacerdote em 1878. O contato com o terrível mundo dos miseráveis e pobres deu-se poucos meses antes de sua consagração, quando conheceu a Casa de Avignon, o pior e mais esquecido local da cidade. Local que depois se tornou o campo de atuação do seu ministério.

Nele realizou o que definiu como o "espírito da dupla caridade: evangelização e socorro aos pobres", iniciando a criação dos Orfanatos Antonianos, masculinos e femininos, colocados sob a guarda de santo Antônio de Pádua. Para mantê-los, não teve dúvidas, tornou-se mendicante, indo de porta em porta pedir subsídios. Depois desenvolveu a devoção do "pão de santo Antônio", responsável, por muito tempo, pela sustentação de suas obras.

Os milhões e milhões de pessoas ainda não-evangelizadas eram um pensamento constante que o consumia. Pregando ao Espírito Santo, encontrou a luz para essa inquietação no próprio Senhor Jesus, que disse: "Rogai ao Senhor da messe, para que envie trabalhadores para sua messe". Assim inspirado, fundou duas congregações religiosas: as Filhas do Divino Zelo, em 1887, e, dez anos depois, os Rogacionistas do Coração de Jesus.

Dizia frequentemente que a Igreja, para realizar a sua missão, tem necessidade de sacerdotes, numerosos e santos, segundo o Coração de Jesus. Padre Aníbal viveu por esta grande causa, com fama de santidade, em meio aos mais necessitados e abandonados. Além disso, deu uma atenção concreta às necessidades espirituais e materiais dos sacerdotes.

Amado e respeitado por todos, foi reconhecido como o "Pai dos órfãos e pobres", até morrer, no dia 1o de junho de 1927. O seu corpo foi sepultado no Templo da Rogação Evangélica do Coração de Jesus e Santuário de Santo Antonio de Pádua, fundado por ele em 1926, em Messina.

O papa João Paulo II proclamou santo o padre Aníbal Maria di Francia, marcou sua celebração litúrgica para o dia de seu trânsito e o definiu como o "apóstolo da moderna pastoral vocacional" em 2004.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

São Justino

São Justino | arquisp
01 de junho

São Justino

Justino nasceu na cidade de Flávia Neápolis, na Samaria, Palestina, no ano 103, início do século II, quando o cristianismo ainda se estruturava como religião católica. Tinha origem latina e seu pai se chamava Prisco.

Ele foi educado e se formou nas melhores escolas do seu tempo, cursando filosofia e especializando-se nas teorias de Platão. Tinha alma de eremita e abandonou a civilização para viver na solidão. Diz a tradição que foi nessa fase de isolamento que recebeu a visita de um misterioso ancião, que lhe falou sobre o Evangelho, as profecias e seu cumprimento com a Paixão de Jesus, abalando suas convicções e depois desaparecendo misteriosamente.

Anos mais tarde, acompanhou uma sangrenta perseguição aos cristãos, conversou com outros deles e acabou convertendo-se, mesmo tendo conhecimento das penas e execuções impostas aos seguidores da religião cristã. Foi batizado no ano 130 na cidade de Efeso, instante em que substituiu a filosofia de Platão pela verdade de Cristo, tornando-se, historicamente, o primeiro dos Padres da Igreja que sucederam os Padres apostólicos dos primeiros tempos.

No ano seguinte estava em Roma, onde passou a travar discussões filosóficas, encaminhando-as para a visão do Evangelho. Muito culto, era assim que evangelizava entre os letrados, pois esse era o mundo onde melhor transitava. Era um missionário filósofo, que, além de falar, escrevia.

Deixou muitos livros importantes, cujos ensinamentos influenciaram e ainda estão presentes na catequese e na doutrina dogmática da Igreja. Embora tenham alcançado nossos tempos apenas três de suas apologias, a mais célebre delas é o Diálogo com Trifão. Seus registros abriram caminhos à polêmica antijudaica na literatura cristã, além de fornecerem-nos importantes informações sobre ritos e administração dos sacramentos na Igreja primitiva.

Bem-sucedido em todas as discussões filosóficas, conseguiu converter muitas pessoas influentes, ganhando com isso muitos inimigos também. Principalmente a ira dos filósofos pagãos Trifão e Crescêncio. Este último, após ter sido humilhado pelos argumentos de Justino, prometeu vingança e o denunciou como cristão ao imperador Marco Aurélio.
Justino foi levado a julgamento e, como não se dobrou às ameaças, acabou flagelado e decapitado com outros companheiros, que como ele testemunharam sua fé em Cristo no ano 164, em Roma, Itália.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF