Translate

sábado, 18 de março de 2023

Sobre álcool e antidepressivos: “Depois de um mês, eu ainda não prestava para ir para o lixo”


Lojze Grčman | Aleteia
Por Lojze Grčman | Aleteia

Um corajoso testemunho para ajudar outras pessoas a não entrarem no mesmo caminho com o álcool.

“Admitir isso é a coisa mais difícil de se fazer. Até que você o admita para si mesmo, ninguém pode forçá-lo. Ninguém pode dar o passo da cura por você. Não é fácil, mas também não é assim tão difícil, muito menos impossível”, são as palavras de Bosjan Zunkovic, de Kamnik (Eslovênia), que foi dominado pelo álcool várias vezes em sua vida. Mas agora não mais.

Bebidas para mais confiança

Vamos começar há cerca de quatro décadas, na época de sua transição do ensino fundamental para o médio. A bebida era uma tentativa de se tornar um adulto, um trampolim para uma abordagem mais ousada do sexo oposto, também uma consequência da baixa auto-estima. Ele passava seus fins de semana em festas com seus colegas. Com o emprego que ele conseguiu naquele momento, veio uma renda maior e, com isso, mais liberdade. Ele tinha, em sua maioria, colegas mais velhos. As conversas de bar após o trabalho não terminavam com uma cerveja, mas se estendiam por duas ou três horas.

As consequências no dia seguinte são bem conhecidas: cabeça pesada, dor de estômago. Ele descobriu que este tipo de desconforto poderia ser corrigido – com mais álcool. A bebida tornou-se então seu café da manhã. A certa altura, este modo de vida começou a prejudicá-lo. Ele parou de se embebedar em excesso, mas criou um sistema próprio de distribuir cinco a seis drinks ao longo do dia. Mas nunca, exceto em festas ou celebrações algumas vezes ao ano, as pessoas o viam bêbado. Isso durou cerca de 20 anos.

bostjan zunkovic
Lojze Grčman | Aleteia

Primeira vez em tratamento

Quando ele tinha cerca de 45 anos de idade, um check-up médico revelou um hemograma catastrófico. Assim, o hospital psiquiátrico da sua cidade o internou em sua ala de tratamento de vícios. Ele permaneceu em tratamento por três anos e meio. Durante este tempo, ele era abstinente, mas ainda sentia que tinha sido privado de algo. Todos ao seu redor estavam bebendo felizes. Mas ele não tinha permissão. Naquele momento, ele sentiu como se alguém lhe tivesse tirado a coisa mais importante de sua vida. E assim voltou à vida antiga.

Recaídas

Então ele começou a ter problemas com seu braço esquerdo, com seus nervos: não conseguia levantar o braço. Durante quatro meses ele foi à fisioterapia, e ali teve tempo para pensar. Entrou em depressão, não dormia, não comia. Ele se lembrava que às vezes era mais fácil adormecer se ele bebesse uma ou duas cervejas, então ele se voltava novamente para o álcool. Então, no dia seguinte… Duas semanas depois, ele estava de volta aos seus velhos hábitos. O médico deu-lhe um grande impulso, prescreveu-lhe antidepressivos e disse-lhe para não beber. Ele desobedeceu. “Depois de um mês, eu ainda não prestava para ir para o lixo”, ele brinca. Novamente, deu entrada no hospital para tratamento.

Programa de tratamento

Era uma época em que ele já estava lutando para andar cem metros. Ele sabia que tinha que fazer algo, mas não tinha a vontade, a força, a energia. Ele não podia parar por si mesmo. Então ele foi apresentado a um programa local de tratamento de vícios e alcoolismo. “Se eu não tivesse ido a este programa, eu não estaria sentado aqui, estaria deitado um metro debaixo da terra”, ele me diz.

bostjan zunkovic
Fotografija je last Boštjana Žunkoviča

Lá ele dormia e comia regularmente, fazia atividades físicas nas tarefas da fazenda, terapia, conversas, escavava o passado… Ele permaneceu por nove meses, sentindo-se seguro. Mas ele decidiu ficar por mais alguns meses, para que a transição para a vida “normal” fosse gradual. Ele acabou permanecendo no programa por quase dois anos. Entretanto, ele perdeu seu emprego.

Um alerta para os outros

Enfim, ele se acostumou a viver sóbrio: “A abstinência é uma coisa terrível. E se você ficar sofrendo com ela, provavelmente não vai durar muito tempo. Mas se você optar por ter amor pela vida, a abstinência se torna diferente. As emoções nascem de novo, você pode observar seu ambiente, você socializa, você sai na natureza”. Bosjan quis compartilhar seu testemunho e deixar este alerta para que outros possam ser poupados deste difícil caminho.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Francisco: “a participação é o bálsamo para as feridas da democracia"

Papa Francisco na Sala Clementina, no Vaticano, com os
jovens participantes no “Projeto Policoro” da CEI. 
(VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado, 18, na Sala Clementina, no Vaticano, os jovens participantes no “Projeto Policoro” da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Vatican News

Em seu discurso, o Papa disse que este encontro lhe dá a oportunidade de incentivar o caminho de formação sócio-política, que dá continuação ao "Projeto Policoro" da Igreja italiana. Aqui, aproveitou para ressaltar: “A exigência deste caminho veio de baixo, do seu desejo de se formar para o serviço à sociedade e à política, como também, por sua vez, poder colaborar para a formação de outros jovens”.

A seguir, o Santo Padre recordou o tema que os jovens escolheram, este ano, para seu encontro: a paz. Trata-se – disse - de um tema que não pode faltar na formação sócio-política e, infelizmente, também se torna urgente na conjuntura atual. E acrescentou:

A guerra, caríssimos, é resultado da falência da política. Ela se alimenta com o veneno que considera o outro como inimigo. A guerra nos faz tocar com a mão a absurdidade da corrida aos armamentos e seu uso para resolver os conflitos. Por isso, é preciso de uma ‘política melhor’, que pressupõe, precisamente, o que vocês estão fazendo, ou seja, se educar à paz. Esta é uma responsabilidade de todos”.

A este respeito, Francisco frisou que “a política não goza de boa fama, principalmente entre os jovens. E elencou algumas de suas muitas causas: corrupção, ineficiência, distância na vida das pessoas”.

Papa encontra os jovens do "Projeto Policoro"

Eis porque, - afirmou - é preciso ainda mais de uma boa política, que depende das pessoas, como nas administrações locais: uma coisa é ter um prefeito ou vereador disponível e a outra é ser inacessíveis; uma coisa é a política, que vê a realidade e dá atenção aos pobres e a outra é a que se tranca em suas sedes.

A propósito Francisco citou o episódio bíblico do rei Acab e a vinha de Nabot, comentado por Santo Ambrósio, que pode ser útil para a formação dos jovens do “Projeto Policoro”: “A política, que exerce o poder para dominar e não para servir, não é capaz de cuidar dos pobres, pelo contrário, os pisoteia, tira proveito da terra e enfrenta os conflitos com a guerra”.

Mas, o Papa citou ainda outro exemplo bíblico, esta vez positivo, que se refere à figura de José, filho de Jacó que, como se sabe, foi vendido como escravo por seus irmãos invejosos e levado para o Egito. Ali, ao ser libertado, passa a servir o Faraó, como uma espécie de vice-rei. José não age como mestre, mas como pai: cuida do país, sobretudo, nos momentos de maior carestia. Diante da fome do povo, pensou ao bem comum, tanto que o Faraó disse: "Façam tudo o que José lhes disser", a mesma frase que Maria disse aos servos nas Bodas de Caná referindo-se a Jesus. Enfim, José, que passou por injustiças, buscou apenas os interesses do povo, foi um pacificador e renovou a sociedade.

Papa encontra os jovens do "Projeto Policoro"

Estes dois exemplos bíblicos, um negativo e outro positivo, disse o Papa aos presentes, nos levam a entender qual espiritualidade que pode alimentar a política: a ternura e a fecundidade.

"A ternura é o amor que se torna concreto, como fizeram tantos homens e mulheres corajosos. A fecundidade é composta de partilha, visão profética, diálogo, confiança, compreensão, escuta, tempo e respostas concretas. Significa encarar o futuro e investir nas gerações futuras".

O Santo Padre concluiu seu discurso aos jovens do “Projeto Policoro” da Igreja italiana, levantando questões, que todo bom político deve se fazer, sobre seu trabalho, o trato com as pessoas, e a paz social semeada. A preocupação do político não deve ser o pacto eleitoral ou seu sucesso pessoal, mas envolver as pessoas, levando-as a participar da comunidade. Por isso, Francisco disse: “A participação é o bálsamo para as feridas da democracia”. 

Será que sou muito exigente?

Cléofas

Será que sou muito exigente?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Normalmente é no próprio ciclo das amizades e ambientes de convívio que os namoros começam. Para namorar você deverá procurar alguém naquele ambiente onde são vividos os valores que são importantes para você. Se você é cristão, então procure entre famílias cristãs, ambientes cristãos, grupos de jovens, etc., a pessoa que você procura.

O namoro começa com uma amizade, que pode ser um “pré-namoro” que vai evoluindo. Não mergulhe de cabeça num namoro, só porque você ficou “fisgado” pelo outro. Não vá com muita sede ao pote, porque você pode quebrá-lo.

Nunca se esqueça que o mais importante é “invisível aos olhos”.

Aquilo que você não vê: o caráter da pessoa, a sua simpatia, o seu coração bom, a sua tolerância com os outros, as suas boas atitudes, etc., isto não passa, isto o tempo não pode destruir. É o que vale.

A sua felicidade não está na cor da sua pele, no tipo do seu cabelo e na altura do seu corpo, mas na grandeza da sua alma.

Ao escolher o namorado, não se prenda só nas aparências físicas, mas desça até as profundezas da sua alma. Busque lá os seus valores.

Há uma velha música dos meus tempos de garoto, que dizia assim:

“Quem eu quero não me quer, quem me quis mandei embora, e por isso já não sei, o que será de mim agora”.

Será que você não “mandou embora”, quem de fato a amava e poderia fazê-la feliz?

Lembre-se, paixão não é amor.

Se você encontrou aquela pessoa que satisfaz os valores “mais essenciais”, não seja muito exigente naquilo que é secundário. E você terá que aprender a ceder em alguns pontos, repito, não essenciais.

Há um ditado que diz que “quem tudo quer, tudo perde”. Se você for “hiper-exigente” poderá ficar só. Muitas vezes aquele que quer escolher muito acaba sendo o último contemplado.

Não force um namoro quando o outro não o quer. Se você forçar a situação, o relacionamento não será maduro e nem duradouro. Não tente “segurar” o seu namorado junto de você pelo sexo, ou com outras chantagens. O namoro não é a hora de viver a vida sexual. Espere o casamento.

Certa vez o governo fez uma campanha para reduzir o número de acidentes de automóvel; usou este “slogan”: “Não faça do seu carro uma arma, a vítima pode ser você!” Posso plagiar esta frase e lhe dizer com toda a segurança:

“Não faça do seu corpo uma arma, a vítima pode ser você!”

Ao se escolher com quem namorar, não se pode deixar de lado alguns aspectos como: idade, nível social e cultural, financeiro, religião, etc.

Uma diferença de idade muito grande entre ambos pode ser uma dificuldade séria, especialmente se a mais idosa for a mulher.

O amor, quando é autêntico, é capaz de superar tudo, mas isto será uma pedrinha a mais no sapato dos dois.

A diferença de nível social e financeiro também pode ser uma dificuldade a mais, mesmo que possa ser vencido por um amor autêntico entre ambos.

Um rapaz culto e estudado pode ter sérias dificuldades para se relacionar com uma moça sem estudos.

Também a diferença de religião deve ser evitada, pois será também um entrave para o crescimento espiritual do casal; especialmente na hora de educar os filhos.

Na hora de escolher alguém você precisa ter claro os valores fundamentais para a sua vida toda.

Há coisas que são mutáveis, mas há outras que não.

Você pode ajudar sua namorada a estudar e chegar ao seu nível cultural um dia – e isto é muito bonito -, mas será difícil você fazê-la mudar de religião, se ela é convicta da fé que recebeu dos pais.

O namoro é para isto, para que jamais você reclame no futuro dizendo que se casou enganado. Isto ocorre com quem não leva o namoro a sério. Se você não namorar bem hoje, não reclame amanhã de ter se casado mal, ou com quem não devia; a escolha será sua.

Sobretudo lembre-se que você nunca encontrará alguém perfeito para namorar; mesmo porque “amar é construir alguém querido, e não, querer alguém já construído”.

Retirado do livro: “Namoro”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

São Cirilo de Jerusalém, Bispo e Doutor da Igreja

batendo
18 de março
São Cirilo de Jerusalém

Famoso por seu catecismo.

São Cirilo nasceu no ano 315 em uma cidade perto de Jerusalém. Seus pais eram cristãos e tiveram o cuidado de lhe dar uma excelente educação. Em consequência disso, foi um grande conhecedor das Sagradas Escrituras e das Humanidades , e um grande comunicador da fé .

Isso o tornou um Padre Grego e Doutor da Igreja, por sua profundidade teológica e sua mestria na transmissão da fé.

Foi ordenado sacerdote e incumbido de formar catecúmenos , tarefa que desempenhou durante anos.

Mais tarde seria Bispo e Arcebispo de Jerusalém.

Lutando contra a heresia do arianismo, foi banido cinco vezes na época dos imperadores Constantino e Valente. No total, uma sentença de dezesseis anos.

Dele conservamos 18 discursos catequéticos (chamam-se Catequeses de São Cirilo ), um sermão, a carta ao imperador Constantino e alguns textos fragmentários. Os textos catequéticos não foram escritos por ele, mas por alguém que rapidamente transcreveu o que São Cirilo pregava.

Fragmento da Catequese II de São Cirilo: Convite à conversão

«Então, dirá alguém, perecemos enganados? não haverá salvação? Caímos, podemos nos levantar? (Jr 8,4). Ficamos cegos, podemos recuperar nossa visão? Estamos mancando, não há esperança de andarmos corretamente? Direi em resumo: não podemos nos levantar depois de cair? (cf. Sl 41,9) Será que aquele que ressuscitou Lázaro, com mau cheiro de quatro dias (Jn 11,39), não ressuscitará também a ti vivo? Aquele que derramou seu precioso sangue por nós nos livrará do pecado para que não desistamos de nós mesmos (cf. Ef 4,19)11, irmãos, caindo em estado de desespero.

É ruim não acreditar na esperança da conversão. Quem não espera a salvação acumula o mal sem medida; mas aquele que espera a cura é facilmente misericordioso consigo mesmo. Da mesma forma, o ladrão que não espera ser divertido chega à insolência; mas se espera o perdão, muitas vezes acaba fazendo penitência.

Se até uma cobra pode trocar de pele, não devemos adiar o pecado? Também a terra que produz espinhos torna-se fértil se for cuidadosamente cultivada: podemos obter novamente a salvação? A natureza é, então, passível de recuperação, mas para isso é necessária a aceitação voluntária.

Deus ama os homens, e não em pequena medida. Não digas então: fui fornicador e adúltero, cometi grandes crimes, e isto não só uma vez, mas com muita frequência. Ele vai me perdoar ou vai se esquecer de mim? Ouça o que diz o salmista: "Quão grande é a tua bondade, Senhor!" (Sl 31,20).

Os pecados acumulados não superam a multidão das misericórdias de Deus. Suas feridas não podem exceder a experiência do médico supremo. Simplesmente entregue-se a ele com fé; informe ao médico sua doença; Diga você também com Davi: "Sim, confesso minha culpa, estou triste por meu pecado" (Sl 38:19). E em ti se cumprirá também o que foi dito: «E tu perdoaste a malícia do meu coração» (Sl 32,5)».

Fonte: https://es.aleteia.org/

Os Papas e a Quaresma: o valor da esmola, um gesto de amor gratuito

"A esmola nos ajuda a viver a gratuidade do dom" 
(Copyright: Stefano Buttafoco Arti Fotografiche)

Perguntas sobre o significado deste ato de compartilhar encontram muitas respostas nas palavras dos Papas. Vamos percorrer algumas reflexões no Magistério de Francisco, Bento XVI, João Paulo II, Paulo VI.

Amedeo Lomonaco - Vatican News

Os elementos do caminho espiritual durante a Quaresma são a oração, o jejum e a esmola. O termo "esmola", em particular, vem do grego e significa "misericórdia". E indica gratuidade. Na esmola, como o Papa Francisco assinalou durante a Santa Missa de 5 de março de 2014, "você dá a alguém de quem você não espera receber algo em troca". "A esmola nos ajuda a viver a gratuidade do dom, que é a liberdade da obsessão da posse, do medo de perder o que se tem, da tristeza daqueles que não querem compartilhar seu bem-estar com os outros".

Por que a esmola deve ser escondida?

Uma característica típica da esmola cristã é que ela deve ser escondida. O Papa Francisco nos lembrou disso durante a Audiência Jubilar de 9 de abril de 2016: Jesus "nos pede para não dar esmola a fim de sermos louvados e admirados pelos homens por nossa generosidade: assegure-se de que sua mão direita não saiba o que sua mão esquerda está fazendo (cf. Mt 6,3)". "Não é a aparência que conta, mas a capacidade de parar e olhar a pessoa pedindo ajuda no rosto". Não devemos, portanto, identificar a esmola com a simples moeda oferecida com pressa, sem olhar para a pessoa e sem parar para falar e entender o que ela realmente precisa". A esmola é "um gesto de amor que se faz àqueles que encontramos".

O que representa a esmola?

A esmola, sublinha o Papa Bento XVI em sua mensagem para a Quaresma de 2008, "representa uma forma concreta de ajudar os necessitados e, ao mesmo tempo, um exercício ascético para libertar-se do apego aos bens terrenos". Quão forte é a sugestão de riquezas materiais e quão clara deve ser nossa decisão de não as idolatrar, Jesus afirma de forma peremptória: Não podeis servir a Deus e ao dinheiro" (Lc 16,13). "A esmola", continua a mensagem, "nos ajuda a superar esta tentação constante, educando-nos a satisfazer as necessidades do próximo e a compartilhar com os outros tudo o que possuímos através da bondade divina". Este é o propósito das coletas especiais em favor dos pobres, que são promovidas em muitas partes do mundo durante a Quaresma".

Que conexão têm esmola e jejum?

"Cristo - e, depois dele, a Igreja - também nos propõe, no tempo da Quaresma, os meios que servem a esta conversão. Trata-se antes de tudo da oração; depois a esmola e o jejum". O Papa João Paulo II recorda isto em sua mensagem para a Quaresma de 1979. "A esmola e o jejum como meios de conversão e de penitência cristã estão intimamente ligados". Jejum significa domínio sobre si mesmo; significa ser exigente de si mesmo, estar pronto para renunciar às coisas - e não apenas à comida - mas também aos prazeres e aos vários prazeres. E esmola - em seu sentido mais amplo e essencial - significa disponibilidade para compartilhar alegrias e tristezas com os outros, para dar ao próximo, aos necessitados em particular; para compartilhar não somente bens materiais, mas também os dons do espírito".

O que é a verdadeira caridade?

O Papa Paulo VI na Quarta-Feira de Cinzas, 8 de fevereiro de 1967, lembra como é difícil, na caridade material, "privar-se de algo querido, útil, talvez necessário: dar esmolas que realmente tenham um impacto em nossas economias, em nossas peculiaridades". Dá-se de boa vontade o supérfluo, aquilo que não custa nada". "A verdadeira caridade, por outro lado, se propõe a dar uma parte do que custa, do que nos parece indispensável. Eis a sábia regra que pode abrir horizontes inexplorados".

sexta-feira, 17 de março de 2023

Dos Comentários sobre o livro de Jó, de São Gregório Magno, papa

S. Gregório Magno, papa | paroquiadasaude

Dos Comentários sobre o livro de Jó, de São Gregório Magno, papa

(Lib. 13,21-23: PL75,1028-1029)            (Séc.VI)

O mistério da nossa vida nova

O bem-aventurado Jó, como figura da santa Igreja, ora fala em nome do corpo, ora em nome da cabeça. Mas, às vezes, ocorre que, quando fala dos membros, toma subitamente as palavras da cabeça. Eis por que diz: Sofri tudo isso, embora não haja violência em minhas mãos e minha oração seja pura(Jó 16,17).

Sem haver violência alguma em suas mãos, teve também que sofrer aquele que não cometeu pecado e em cuja boca não se encontrou falsidade; no entanto, pela nossa salvação, suportou o tormento da cruz. Foi ele o único que elevou a Deus uma oração pura, pois mesmo em meio aos sofrimentos da paixão orou por seus perseguidores, dizendo: Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem! (Lc 23,34).

Quem poderá dizer ou pensar uma oração mais pura do que esta em que se pede misericórdia por aqueles mesmos que infligem a dor? Por isso, o sangue de nosso Redentor, derramado pela crueldade dos perseguidores, se transformou depois em bebida de salvação para os que nele acreditariam e o proclamariam Filho de Deus.

Acerca deste sangue, continua com razão o texto sagrado: Ó terra, não cubras o meu sangue, nem sufoques o meu clamor (Jó 16,18). E ao homem pecador foi dito: És pó e ao pó hás de voltar (Gn 3,19).

A terra, de fato, não ocultou o sangue de nosso Redentor, pois qualquer pecador, ao beber o preço de sua redenção, o proclama e louva e, como pode, o manifesta aos outros.

A terra não cobriu também o seu sangue porque a santa Igreja já anunciou em todas as partes do mundo o mistério de sua redenção.

Notemos no que se diz a seguir: Nem sufoques meu clamor. O próprio sangue da redenção, por nós bebido, é o clamor de nosso Redentor. Por isso diz também Paulo: Vós vos aproximastes da aspersão do sangue mais eloquente que o de Abel (Hb 12,24). E do sangue de Abel fora dito: A voz do sangue de teu irmão está clamando da terra por mim (Gn 4,10).

O sangue de Jesus é mais eloquente que o de Abel, porque o sangue de Abel pedia a morte do irmão fratricida, ao passo que o sangue do Senhor obteve a vida para seus perseguidores.

Assim, para que não nos seja inútil o sacramento da paixão do Senhor, devemos imitar aquilo que recebemos e anunciar aos outros o que veneramos.

O clamor de Cristo fica sufocado em nós, se a língua não proclama aquilo em que o coração acredita. Para que esse clamor não seja sufocado em nós, é preciso que, na medida de suas possibilidades, cada um manifeste aos outros o mistério de sua vida nova.

O verdadeiro jejum

Como jejuar? | catequizar

O VERDADEIRO JEJUM

Dom Carmo João Rhoden 
Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

Qual é o jejum que Deus quer de nós? (Is 58,3-11). 

Texto Bíblico: “De que nos serve jejuar, se Tu não vez, humilharmos, se não ficas sabendo? Ora, no dia do vosso jejum, sabeis fazer bons negócios, brutalizais todos os que por vós labutam”. O jejum que eu prefiro, a caso não é esse: desatar os laços provenientes da maldade, desamarrar as correias do jugo, dar liberdade aos que estavam curvados, em suma, que despedaceis todos os jugos? Não é partilhar o teu pão com o faminto?… Então, tu clamarás e o Senhor responderá, tu chamarás e Ele dirá: “aqui estou!” Se eliminares de tua casa o jugo, o dedo acusador, a palavra maléfica, se cederes ao faminto, o teu próprio bocado… tua escuridão será como o meio-dia. Sem sessar, o Senhor te guiará, em plena fornalha, Ele aliviará a tua garganta, e teus ossos, Ele revigorará (Is 58,3-11). 

 O jejum era muito valorizado, como prática religiosa, antigamente. Por exemplo, na festa da expiação, para implorar misericórdia (1Rs 21,12), e quando aconteciam desgraças. Os fariseus, também, o apreciavam, penso eu, até demais… 

 João Batista, percursor de Jesus Cristo, foi mais veterotestamentário, em seu espírito religioso: ele o fazia regularmente. Jesus, nem tanto. É claro: o jejum de injustiças, de maldades, de falsas acusações, Ele o apreciava. Jesus, de fato era diferente, por isso, dizia: “enquanto o esposo estiver presente” e o esposo era Ele próprio, os apóstolos não precisavam jejuar. Viria, porém, um tempo em que deveriam, fazê-lo. 

 O verdadeiro jejum, para nós cristão, se vive, amando e servindo aos irmãos. Sendo justos e amorosos. Misericordiosos.  Procurando perceber sua própria finitude e vivendo-a de acordo com o evangelho: como quem é limitado e pecador. 

 O melhor jejum, acontecerá, então, quando, o que for poupado, pelos que jejuam, é dado aos necessitados e pobres. Quando, há generosidade e solidariedade. Um dos modos de bem vivê-lo, é participar pessoal ou familiarmente da Campanha da Fraternidade de 2023, segundo as possibilidades.  

 Como será então nosso jejum? As catástrofes de Santos e São Sebastião, cidades de  São Paulo e outras mais, como as do Rio de Janeiro e alhures, não seriam ocasião propícia, para exercitar nosso jejum, de modo mais cristão?  

 Recordando a Campanha da Fraternidade de 2023, o que nos pede?

Aprovada a terceira edição do Missal Romano para o Brasil

Entrega do documento de aprovação no Dicastério para o Culto Divino e
Disciplina dos Sacramentos  (Vatican Media)

Depois de 19 anos de intensos trabalhos, o Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos aprovou a terceira edição do Missal Romano para o Brasil.

Silvonei José e padre Pedro André, SDB – Vatican News

O padre Leonardo José de Souza Pinheiro, assessor para a Comissão de Liturgia da CNBB e secretário da CETEL, Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos, esteve na Rádio Vaticano nesta sexta-feira, 17 de março de 2023, e partilhou em primeira mão a novidade, logo após sair do Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos com o documento de aprovação em mãos: depois de 19 anos foi aprovada a tradução da terceira edição típica do Missal Romano para o Brasil, fruto de muito trabalho e dedicação de muitos bispos, sacerdotes e leigos especializados, ressaltando que alguns deles já partiram deste mundo, por isso essa aprovação é motivo de grande alegria.

Revisão na tradução

Em entrevista a Silvonei José durante a edição do meio-dia do Programa Brasileiro, padre Leonardo afirmou que “não são propriamente mudanças, mas revisões na tradução. O Missal Romano é publicado em língua latina na sua versão oficial e cada país, através da Conferência Episcopal, tem a missão de traduzir para a sua própria língua. Há 19 anos estavam acontecendo esses trabalhos de tradução e, em 15 de dezembro de 2022, foi entregue no Dicastério para ser avaliado e aprovado e hoje veio a aprovação.”

Padre Leonardo Pinheiro (Vatican Media)

19 anos de trabalho

Sobre o longo tempo (19 anos) para a revisão, padre Leonardo disse que “por se tratar de um trabalho de tradução é algo muito sério, pois neste caso não é como traduzir uma carta ou um e-mail, que se traduz rapidamente. No Missal está contida a fé da Igreja em oração, portanto é um trabalho que precisa ser feito por especialista, por peritos, com muito cuidado, com muita oração, pedindo a assistência do Espírito Santo, pois não é uma tradução qualquer, pois o resultado da tradução vai exprimir naquele país, para aquele povo, a fé da Igreja. Por isso foi um trabalho muito meticuloso e a responsabilidade deste trabalho é sempre do episcopado da nação, auxiliado por peritos, por pessoas que tem a formação litúrgica, formação linguística, se faz essa proposta de tradução que vai sendo feita pouco a pouco, avaliada e aprovada pelo episcopado.”

Documento de aprovação (Vatican Media)

Últimos ajustes

A respeito dos próximos passos padre Leonardo relatou que “serão dados os encaminhamentos finais, revisando o que foi apontado pelo Dicastério, que não diz respeito ao conteúdo mas a forma, inserir as partituras das músicas, pois uma vez tendo o texto aprovado agora se pode anexar as partituras, ou seja, o texto cantado e fazer os últimos complementos, no que diz respeitos a diagramação e as fitas a serem colocadas.”

Em relação a publicação do novo Missal ainda não há previsão. Há a possibilidade que a data seja anunciada durante a Assembleia Geral da CNBB que acontecerá no mês de abril, tanto para a publicação quanto para a obrigatoriedade do uso da nova tradução, levando em conta o tamanho do Brasil e suas realidades tão plurais.

Dia de São Patrício: muito, muito mais do que cerveja verde

Fr-Lawrence-Lew-OP-CC
17 de março
São Patrício

A rude e pagã Irlanda se converteu em peso graças ao bispo que tinha sido escravo.

Embora seja mundialmente conhecido como o santo padroeiro da Irlanda, São Patrício nasceu na Grã-Bretanha no ano de 377 ou 387. Há divergências tanto sobre a data quanto sobre o local exato, que pode ter sido na Inglaterra ou na Escócia. Seu pai, Calpurnius, era diácono. Patrício, porém, só passou a praticar a fé cristã na adolescência.

Aos dezesseis anos, o jovem foi sequestrado por um grupo de piratas irlandeses e vendido como escravo. Na Irlanda, viu-se forçado a realizar trabalhos pesados, dos quais tentou fugir duas vezes, sem sucesso. Na terceira tentativa, conseguiu embarcar para a Grã-Bretanha e, de lá, para a França, então chamada de Gália. Entrou na vida monástica e voltou como missionário para a sua ilha britânica natal, acompanhando São Germano de Auxerre.

No entanto, o destino de Patrício era mesmo a Irlanda. Ele próprio alimentava o anseio de levar o Evangelho para aquela ilha ainda pagã, na qual tinha vivido e sofrido como escravo. Depois da morte do bispo encarregado das missões na Irlanda, o papa Celestino I convocou Patrício para substituí-lo. Foi assim que, no ano de 432, já consagrado bispo, ele retornou à “Ilha Esmeralda”, desta vez como missionário.

Em cerca de 30 anos, Patrício converteu simplesmente a ilha inteira, mudando para sempre a história da nação irlandesa. Ele não precisou nem de apoio político nem de violência para converter os pagãos. Por isso mesmo, nem os cristãos sofreram repressão na sua época. Quando o rei Leogário se converteu, a corte inteira aderiu com ele ao cristianismo.

A vida cristã na Irlanda se consolidou a tal ponto que a pequena ilha deu à Igreja um número ímpar de santos e missionários que partiram para evangelizar muitas outras partes do mundo.

Patrício fundou e espalhou pela Irlanda uma enorme quantidade de mosteiros, o que transformou a “Ilha Esmeralda” em um centro de difusão tanto do cristianismo quanto da cultura clássica. Entre os próprios irlandeses, a influência de Patrício foi tamanha que as lendas e relatos de heroísmo do povo local falam mais de monges e seus prodígios do que de reis, cavaleiros e guerras, como acontece na maioria das tradições europeias.

Um símbolo muito usado por São Patrício em suas pregações e catequeses era o trevo, cujas três folhas serviam como exemplo do mistério da Santíssima Trindade: um único Deus, mas três Pessoas Divinas. O trevo passou a ser adotado pelos irlandeses na festa de São Patrício, que é celebrada no dia 17 de março por ter sido a data do seu nascimento para a vida eterna, no ano de 461.

Os dados históricos sobre a vida de São Patrício são escassos, baseando-se majoritariamente na sua autobiografia “Confissões” (não confundir com a célebre obra de Santo Agostinho que tem o mesmo título).

As lendas sobre São Patrício são incontáveis, mas a mais famosa é a que atribui a ele a expulsão de todas as serpentes da Irlanda. Antes da presença missionária do santo bispo, de fato, a ilha continha uma enorme quantidade de cobras, mas o número delas sofreu uma queda desproporcional após um suposto milagre de São Patrício.

Com a intensa emigração de irlandeses para os Estados Unidos, a nação norte-americana passou a reverenciar São Patrício de forma notável. É dedicada a ele uma belíssima catedral de Nova Iorque.

Todos os anos, em 17 de março, realizam-se festas e desfiles populares em homenagem a São Patrício em diversas cidades do mundo, particularmente nos países de língua inglesa que contam com relevante comunidade irlandesa. A versão laica das festividades homenageia o povo irlandês e é marcada pelo uso quase universal da cor verde, presente na decoração das ruas, nas roupas e chapéus e nos corantes que tingem a cerveja e até mesmo rios: o rio Chicago, por exemplo, é “pintado” de verde há 43 anos como parte das comemorações do dia de São Patrício.

A data se tornou, enfim, uma grande festa popular. O próprio São Patrício, no entanto, é cada vez menos convidado a participar dela…

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF