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domingo, 19 de março de 2023

Como perdoar coisas aparentemente imperdoáveis?

Antonio Guillem | Shutterstock
Por Carlos Padilla Esteban

A pessoa que não perdoa continua sendo escrava de quem a ofendeu.

Há pecados terríveis. Quantos assassinatos. Quanta corrupção. Às vezes, penso que há coisas que me parecem imperdoáveis. Como perdoar o assassino de um ente querido? Ou a infidelidade de alguém que eu amo? Para mim parece impossível.

Para o homem é impossível, é verdade. Mas não para Deus. Eu carrego ofensas que não consegui perdoar. Elas me parecem imperdoáveis. Em algumas ocasiões, creio que isso acontece pela magnitude da ofensa, pelo dano causado.

Outras vezes, pela atitude de quem me ofendeu uma ou mil vezes e acha que fez bem. Nunca se arrepende, nunca pede perdão. Essa atitude, para mim, é imperdoável.

Porém, creio que o problema é mais meu que do daquele que me ofendeu. Guardo rancores na alma por ofensas que, talvez, quem me ofendeu já tenha esquecido. Ou nunca soube. Não é consciente do que eu guardo na lembrança. Eu mantenho minha postura. Não perdoo. Não é justo.

A ofensa e a raiva

Quando me lembro da ofensa, fico indignado novamente. Quase como se aquilo estivesse acontecendo agora mesmo, outra vez. O mesmo sentimento de raiva, de ira. A cólera me cega. Mas eu não perdoo. Porque não me parece justo perdoar tudo. Acho que há coisas imperdoáveis. Há pessoas que não merecem o perdão.

Se estamos magoados, a via de saída passa por aceitar e perdoar. Perdoar mostra que nós somos donos de nosso bem estar e deixamos de ser vítimas do outro. Sem esse domínio nossa mente irá, uma ou outra vez, até esse lugar de sofrimento, repetirá o “por que comigo?”, “como se atreveu?”. Os pensamentos serão como um martelo constante, e os sentimentos de raiva, frustração e tristeza não serão controlados. Como um verme, seus próprios pensamentos consumirão as entranhas de  eu ser e você ficará esgotado, sem energia.”

Não quero que isso aconteça em minha alma. Mas sempre ocorre quando não estou disposto a perdoar. Não é que eu não consiga fazê-lo. É que não quero. Não me parece educativo para o que ofende. Ele não receberia o pagamento proporcional ao mal causado. Não haveria justiça. Não pode ser.

Não ser escravo de quem te magoou

E continuo sofrendo, porque o ódio e a raiva consomem minha alma. Vou afundando na minha própria lama. Encho-me de veneno e de amargura. Não quero perdoar para sair dessa encruzilhada. Continuo ofendido. Que não pensem que eu já esqueci. Continuo sendo o escravo de quem me magoou. Ele segue tendo domínio sobre mim. Sem saber.

Creio que esse não seja o caminho. Muitas pessoas me dizem que não estão dispostas a perdoar a quem lhes ofendeu. Não querem. Isso me surpreende. Estão cheias de ódio. Guardam raiva ao recordar a ofensa. Magoam-se. Não perdoam.

Talvez o Evangelho me motive a querer perdoar. É um primeiro passo para sair da prisão da minha própria raiva. É só o começo de um caminho difícil, mas que sempre começa com um desejo, o desejo de perdoar de coração.

Hoje, vejo as ofensas que guardo e me pergunto se as perdoei. Talvez, no meu interior, guardo ofensas não esquecidas, não perdoadas. Quero que Deus me presentei o desejo de perdoar. De perdoar a quem me ofendeu. Sete vezes. Setenta vezes sete.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa: Peçamos a graça de nos maravilhar com os dons de Deus

Papa Francisco - Ângelus | Vatican News

"Como o cego, será que sabemos ver o bem e agradecer os dons que recebemos? Somos testemunhas de Jesus ou espalhamos críticas e suspeitas?" Estas foram algumas das perguntas feitas por Francisco aos fiéis no Angelus dominical.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Aos milhares de peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Papa comentou o Evangelho deste IV Domingo de Quaresma, recomendando vivamente aos fiéis que leiam a narração do gesto de Jesus que doa a vista a um homem cego de nascença (cf. Jo 9,1-41). 

Este episódio, afirmou Francisco, mostra como Jesus age e como procede o coração humano: há o coração bom, tíbio, medroso e corajoso, como demonstram os protagonistas da narração. Ninguém acolhe de bom grado o prodígio de Jesus, com exceção do cego. Os vizinhos são céticos, os escribas e os fariseus se opõem, enquanto os pais do homem curado temem as autoridades religiosas. 

Em todas estas reações, explica o Papa, emergem corações fechados diante do sinal de Jesus: ou porque procuram um culpado ou não sabem se maravilhar, ou porque não querem mudar, bloqueados pelo medo.

O único que reage bem é o cego: feliz em poder ver, ele testemunha o que lhe aconteceu na maneira mais simples: "Eu era cego e agora vejo". Agora, livre no corpo e no espírito, ele dá testemunho de Jesus, deixando para trás o gosto amargo da marginalização, da indiferença e do desprezo. 

"Esta é a dignidade de uma pessoa nobre, de uma pessoa que sabe que foi curada e se restabelece, renasce."

E nós, como agimos?

O Papa então faz uma série de perguntas:

"Como o cego, será que sabemos ver o bem e agradecer os dons que recebemos? Somos testemunhas de Jesus ou espalhamos críticas e suspeitas? Somos livres diante dos preconceitos ou nos associamos àqueles que espalham negatividade e fofocas?"

E mais: Como acolhemos as pessoas que têm limitações, sejam físicas, como este cego, sejam sociais, como os mendicantes que encontramos na rua?

Francisco concluiu convidando os fiéis a pedirem ao Senhor a graça de nos maravilhamos todos os dias com os dons de Deus e de ver as várias circunstâncias da vida, mesmo as mais difíceis de aceitar, como oportunidades para fazer o bem, como Jesus fez com o cego. 

"Que Nossa Senhora nos ajude nisto, junto com São José, um homem justo e fiel."

O silêncio de São José e a Quaresma

joscreative I Shutterstock
Por Hozana

São José orienta-nos a viver intensamente a Quaresma - tempo que a Igreja nos propõe uma mudança de vida.

É fato e notório a todos os cristãos, sejam católicos ou não, que os Evangelhos sinóticos são Cristocêntricos, isto é, foram escritos com o objetivo de a anunciar a vinda, morte e ressurreição de Jesus. Por esta razão, tudo mais que ocorre ao longo destes textos sagrados ficam em “segundo plano”, são relatos que acrescentam as ações de Nosso Senhor, mas não as sobrepõem. Isto se nota, por exemplo, quando São João Batista diz: “Importa que Ele (Jesus) cresça e que eu diminua” (Jo 3,30). Neste sentido vê-se que há um silêncio total de São José. Não há um versículo sequer em que ele diz uma palavra.

Ora, o que se pode aprender de um homem que nada fala?

Quando nos silenciamos, abrimo-nos à possiblidade da auto-escuta, da reflexão. E, nas correrias do dia a dia, infelizmente não dispomos de muito tempo pra isto, né?

Daí a importância de reservamos um tempo para o silêncio e aprendermos com São José que, no seu silêncio, orienta-nos a viver intensamente o período da Quaresma, tempo que a Igreja nos propõe para mudança de vida.

A Santa Igreja, Mãe educadora, inicia a Quaresma na quarta-feira de Cinzas com o Evangelho de São Mateus (Mt 6,1-6;16-18), orientando-nos como bem viver este período: esmola, oração e jejum.

Virtudes de São José

Mas, o que estas orientações da Igreja têm a ver com as virtudes de São José?

Vejamos.

Dar esmola é um ato de bondade. É capaz de reconhecer no pobre o próprio Jesus: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”. (Mt 25,40) É, sobretudo, um ato de caridade. Qual foi a esmola de São José? Sua própria vida. Deu-se inteiramente a Maria e a Jesus.

Para a oração é necessária a “fundamento da esperança, uma certeza a respeito do que não se vê” (Hb 11,1). É fazer a coisa certa, sempre andar na vontade de Deus. Como o justo é aquele que dá a Deus o que devido, cumpre os preceitos e a vontade de Deus, São Tiago nos recorda que “a oração do justo tem grande eficácia” (Tg 5,16). São José era íntimo de Deus ao ponto de lhe aparecer um anjo em sonhos (Mt 1,20) enquanto pensava na gravidez de Nossa Senhora. Veja bem, ele apenas pensava, e não julgava. Portanto, um homem justo, de fé, de oração

Para se fazer o Jejum é necessário ter Fortaleza, a capacidade de manter-se firme diante de dificuldades. E, sejamos sinceros: jejuar nem sempre é fácil. Afinal, o corpo reclama a falta de alimentos. Por isto ela é acompanhada da Prudência, a capacidade de escolher bem e decidir pelo bem em qualquer circunstância. E aqui faz-se importante notar que o jejum pode não ser apenas do alimento, mas também das ações como, por exemplo, o jejum da língua, pois “a língua, porém, nenhum homem a pode domar. É um mal irrequieto, cheia de veneno mortífero.” (Tg 3,8). Foi graças a Prudência de São José que ele não difamou Maria. Manteve sua fortaleza inabalável, uma vez que não duvidou, mas acreditou.

São José e a Quaresma

Nessa Quaresma, convido você a meditar com os mistérios da vida de São José. Na rede social de oração Hozana, você encontrará o Terço Abençoado de São José. Ele é um complemento harmonioso à devoção mariana e contribui para nossa maior compreensão acerca do grande mistério que é o plano da salvação do povo de Deus. O Terço Abençoado de São José é fruto da oração e do grande amor do padre Luiz Roberto Di Lascio para com São José. Clique aqui para rezar o Terço de São José!

São José: pai na ternura, obediência, coragem e no acolhimento

Aprendamos com o Sumo Pontífice, o Papa Francisco, sobre este silencioso São José, pai adotivo de Jesus e nosso:

“Em São José temos a figura do PAI AMADO, sempre amado pelos cristãos, como esposo de Maria e pai de Jesus, grande homem a quem podemos recorrer nos tempos de aflição, como acorreram àquele José, filho de Jacó e governador no Egito, abaixo apenas do Faraó (Gn 41, 55). Temos nele, pai de Jesus, o “cardo” ou dobradiça que divide Antigo e Novo Testamento”.

São José e o Menino Jesus
Renata Sedmakova | Shutterstock

São José também é PAI NA TERNURA e o menino Deus pôde ver naquele homem bondoso os primeiros traços da ternura de Deus, um Deus que é terno, amoroso, generoso, que compreende nossas fraquezas e nos convida a caminhar em seu amor, deixando-nos conduzir por Ele, que sempre está a esperar por nós, como o pai misericordioso do filho pródigo (Lc 15, 11-32), enquanto muitas vezes nos deixamos contagiar pela dureza do filho mais velho.

Foi PAI NA OBEDIÊNCIA, dispondo-se a aceitar as orientações divinas e a difícil missão – por amor a Deus, a Maria e ao nascituro menino – de tornar-se chefe da Sagrada Família e guardião dos maiores tesouros da humanidade. Com coragem e solicitude, ele, cuja bondade impediu de condenar Nossa Senhora, angustiado pela gravidez incompreensível, a toma por esposa ao saber donde provinha a criança que estava para nascer, e assim também foge para o Egito e depois vai a Nazaré, na Galileia. Enquanto servo submisso ao Pai do Céu, também lhe coube ensinar ao menino Deus a importância de serem os filhos submissos e respeitosos, honrando seus pais, observando as leis de Deus e dos homens e exercendo a paternidade de forma exemplar.

São José também foi PAI NO ACOLHIMENTO. Ciente de que a criança gestada por Nossa Senhora era o filho de Deus e de todas as responsabilidades que enfrentaria, inclusive em seu Santo Matrimônio, vivido em plena castidade, como antecipação daquele amor que existe plenamente no Céu, onde as pessoas não se casam nem se dão em casamento, acolhe sua amada sem impor condições e acolhe como seu aquele filho que lhe foi confiado. Não age como alguém resignado, mas assume a missão com maestria, exemplar como pai e como esposo.

Coragem e trabalho

Ainda temos em São José um PAI COM CORAGEM CRIATIVA, com constantes iniciativas para superar as dores e adversidades, como vemos em muitos pais sofridos em nossos tempos, que com dignidade e empenho, “tiram leite de pedras” para que suas famílias sobrevivam, como fez esse grande santo, para em meio a tantas viagens, à Belém por ordem imperial, ao Egito para fugir da perversidade de Herodes ou a Nazaré para se estabelecer, empenhar sua vida e seu labor de carpinteiro no sustento dos seus.

Daí concluímos que também no esposo de Maria temos um PAI TRABALHADOR, carpinteiro honesto e dedicado que ensinou ao Nosso Senhor sua profissão e a dignidade do trabalho honrado, que deve tirar o suor do rosto e colocar o pão à mesa, dar paz, conforto e segurança à família. Quantos em nossos dias não tem um trabalho ou o tem de forma indigna e imoral para custear injusta opulência de poucos. Mesmo assim, não podem desanimar os trabalhadores que encontram no operário São José, um patrono fiel e intercessor dedicado.

Por último, mas não menos importante, vemos em São José um PAI NA SOMBRA, exercendo seu papel dignamente e propiciando o crescimento do Menino Deus para Sua própria Missão: o sustentou, o amou, o ensinou, esteve com ele até seu último instante. Essa paternidade que não é um exercício de posse, mas sinal daquela paternidade suprema encontrada em Deus que também nos dá a liberdade de filhos e filhas, mas espera que, em tributo ao Seu Amor, trilhemos o caminho correto.

Por Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana

Fonte: https://pt.aleteia.org/

São José, esposo de Maria

São José e o Menino Jesis | A12
19 de março
São José, esposo de Maria

José era descendente da casa real de Davi, e dele conhecemos apenas as referências dos Evangelhos. Residia em Nazaré e era carpinteiro (um termo genérico, em Grego, designando trabalhadores manuais e/ou relacionados à construção civil). Maria havia-lhe sido prometida em casamento: “A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo.” (Mateus 1:18-19).

O costume judeu na época era de que os noivos, antes da celebração das bodas, podiam já conviver; ora, José e Maria haviam feito voto de castidade, e a gravidez de Maria o deixou confuso. Mesmo sem duvidar da pureza Dela, sabia que o filho não era seu, e neste caso a lei judaica previa que as adúlteras fossem apedrejadas até a morte. Para evitar isto, José decide fugir em segredo, de modo a que ele fosse culpado, diante da lei, de abandonar a esposa grávida, o que protegeria Maria. Ela, por outro lado, certamente inspirada pelo Espírito Santo, e por humildade, não quis revelar que havia concebido por Deus, como a Escolhida para Mãe do Salvador, confiando em Deus para o que quer que acontecesse.

De fato, “Eis que o Anjo do Senhor manifestou-se a ele em um sonho, dizendo: 'José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que Nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois Ele salvará o Seu povo dos seus pecados'. (...) José, ao despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em sua casa sua mulher” (Mt 1,21-24).

Estas são as primeiras das Sete Dores e Alegrias de São José, uma oração proposta pela Igreja: 1. Pensar em abandonar Maria / A visão do Anjo Gabriel em sonho. Perto do tempo previsto do nascimento de Jesus, por um decreto de recenseamento do imperador romano, eles foram para Belém, onde Maria deu à luz ao Menino Jesus: 2. Ver o Menino nascer numa gruta fria / O louvor dos anjos, pastores e reis Magos. Como lhe havia sido dito em sonho, Jesus é circuncidado e recebe o nome: 3. A dor da circuncisão de Jesus / A honra de dar-Lhe o nome.

A Lei obrigava ao resgate ritual dos primogênitos e à purificação das mães, de que tanto Jesus quanto Maria estavam naturalmente isentos, mas a Sagrada Família, para dar exemplo e para evitar escândalo, foi ao Templo conforme o costume. Não sendo ricos, ofertaram o mínimo previsto, um par de pombinhos: 4. A profecia de Simeão de dor para Maria e Jesus / A previsão de Ana da Redenção por Jesus.

Em novo sonho, o anjo preveniu José que Herodes queria matar o Menino Jesus e mandou-o levar a família para o Egito: 5. A dor do desterro para o Egito / A queda dos ídolos de seus pedestais. Após quatro anos, o anjo lhe avisa da morte de Herodes e do perigo de Arquelau, ordenando a volta a Israel: 6. A dor de não poder voltar para Jerusalém /A volta para Nazaré. De volta à pátria, a Sagrada Família, conforme a Lei, todos os anos vai ao Templo em Jerusalém para celebrar a Páscoa, e com 12 anos Jesus Se deixa lá ficar na volta – as caravanas eram separadas em homens e mulheres, e José e Maria criam que seu filho estava com o outro; assim, no terceiro dia de marcha, voltam aflitos a Jerusalém, encontrando-O no Templo a ensinar os doutores da Lei: 7. A perda de Jesus no Templo / O reencontro entre os doutores. Esta é a última vez que José é mencionado nas Sagradas Escrituras, e assume-se que faleceu antes de Jesus iniciar a Sua vida pública.

A missão de São José incluiu a proteção de Maria e Jesus, dar a Ele a descendência de Davi (necessário, para cumprir as promessas; segundo a Lei e perante a sociedade, José garante que Jesus é filho de Davi) e o nome próprio, educá-Lo e mantê-Lo, ensinar-Lhe um ofício. Dar-lhe o amor, a segurança e a orientação de um pai, como todo filho necessita. Por exercer esta indispensável providência, José (como Jesus e Maria) também tem uma imagem no Antigo Testamento, José do Egito, filho de Jacó, que proveu aos necessitados (“Ide a José, e fazei tudo que ele vos disser”, cf Gen 41,55).

A dignidade de José só está abaixo da de Deus e de Maria. A ele Deus confiou Suas riquezas: Jesus e Maria, portanto é o único homem à Sua altura, e por isso chamado na Bíblia de Justo, o que a Igreja entende como um grau máximo de santidade. Como esposo e pai adotivo, o chefe da Sagrada Família, a ele serviam e obedeciam a Mãe de Deus e o próprio Deus Encarnado, que quis obedecer-lhe. Assim como Nossa Senhora, José, por desígnio divino, recebeu a mais alta responsabilidade e honra possível a um ser humano, a guarda e o cuidado de Cristo Redentor, mas, também como Ela, disse livremente “sim” à sua missão; por isso é, de todos, o varão mais digno da humanidade.

Recebe deste modo o culto especial de protodulia (dulia é o culto devido a Deus, hiperdulia o devido a Maria), o primeiro a ser venerado na hierarquia dos Santos. É verdade que Jesus disse, “(...) de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”, o que significa que João, último representante da promessa do Antigo Testamento, é o maior dentre os antigos, mas, a partir da Encarnação, José está muito acima dele.

Santo Agostinho, Doutor da Igreja, compara os outros santos às estrelas, mas São José ao Sol. Ainda dois aspectos da dignidade de São José: o divino lar que ele dirigia com autoridade de pai foi o berço da Igreja nascente, pois Maria é Mãe de Jesus e portanto do Seu Corpo Místico; e une em si e na sua santidade tanto a realeza de legítimo sucessor de Davi quanto a humildade servil do trabalhador comum, algo que compartilha com o próprio Jesus. Reinar é servir, a Deus e aos irmãos.

Se Jesus recorreu a José, quanto mais nós, pecadores. Em outras palavras, quando José apresenta a Cristo a necessidade de algum devoto seu, Ele também no Céu obedece a Seu pai terreno, como obedece a Maria Sua Mãe, nossos dois maiores intercessores. Pois em função da missão e predestinação de São José e da Virgem Maria, que requeriam uma santidade total, Deus lhe concedeu todas as graças, e tem diante de Deus privilégios únicos. Isto foi revelado a Santa Águeda; e Santa Teresa de Ávila testemunha que nunca lhe pediu nada que não fosse atendido: ao contrário de outros santos, padroeiros de causas específicas, São José socorre em tudo.

A Igreja teve, portanto, extremo cuidado para que São José fosse honrado como convém. As mesmas indulgências, concedidas pela Igreja a quem faz com as devidas disposições o mês de Maria (maio), são concedidas a quem faz o mês de São José (março); como os sábados são dedicados a Maria, as quartas-feiras a são a ele; da mesma forma que há uma devoção especial às sete dores e aos sete gozos de Maria, há também uma devoção especial às sete dores e aos sete gozos de São José; da mesma forma que para Maria, existem para ele rosários, coroinhas ladainhas, orações, jaculatórias e hinos, a fim de honrá-Lo e invocá-Lo; a Igreja pede que se diga nas invocações “Jesus, José e Maria”, sem separá-los.

Embora os primeiros registros devocionais a São José sejam do ano 800, sua figura ficou escondida nos primeiros séculos do cristianismo, para que se firmasse melhor a origem divina de Jesus. Mas já na Idade Média São Bernardo, Santo Alberto Magno e São Tomás de Aquino lhe dedicaram tratados. Desde então, seu culto cresce continuamente, como deve ser.

Inúmeras são as exaltações a São José. Ele é padroeiro e guarda da Igreja Católica; padroeiro, intercessor, advogado e modelo das famílias cristãs, modelo para os pais; patrono dos carpinteiros, operários e trabalhadores, e da justiça social; patrono dos moribundos e das almas atribuladas; terror dos demônios, que dele fogem quando invocado; patrono de várias dioceses e lugares. Várias imagens veneradas de São José receberam uma coroação canônica por um Papa; seu nome está no cânon da missa, imediatamente após o da Virgem Maria; e tem seu nome nas três outras orações eucarísticas. A festa de 19 de março normalmente cai no meio da Quaresma, por isso a Igreja abre neste dia uma exceção litúrgica e celebra com paramentos brancos a sua festa, retirando o roxo penitencial.

 Em muitas imagens de São José ele carrega um lírio, símbolo da sua castidade e pureza, dom de quem vive unido a Jesus – “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Em antigas representações ele tem a aparência de um idoso, prática piedosa mas completamente errada e até perniciosa: São José foi casto por opção de santidade, como a Virgem Maria, e não por senilidade.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

O nome José significa em Hebraico “Deus acrescenta”, ou, “cumula de bens”. Aceitando a sua missão, São José cumula a Humanidade dos maiores bens possíveis, Maria e Jesus, portanto seu papel é primordial na História da Salvação: nada mais há para acrescentar. Devemos, sim, é limitar-lhe o exemplo de silêncio e obediência, silêncio na alma para ter pronta obediência a Deus. Nem uma única palavra sua foi registrada nos Evangelhos, sinal de que, se obedecemos como o Senhor nos pede, nenhum alarde é preciso, mas apenas os louvores necessários, como nas poucas palavras de Maria. Em nenhuma Igreja, mesmo que consagradas a outros santos, devem faltar as imagens de Maria e José, bem como, óbvia e necessariamente, o Crucifixo e imagens de Jesus. Se o nome de José está no cânon da Missa, em destaque, também fisicamente a sua figura deve ser venerada. É preciso pedir sempre a este intercessor supremo. Santa Ágata, numa revelação, esclarece que muitos vão lamentar não lhe terem pedido as graças, principalmente espirituais, de que necessitam. Por isso, assim como quando os egípcios carentes de alimentos imploravam ao Faraó que lhes desse comida, e este lhes dizia: “Ide a José”, hoje, quando os povos são invadidos por um neopaganismo que nega a Deus e a Seu Cristo, que abandona a Igreja e a ataca; quando o sensualismo toma conta das mentes e dos meios de comunicação; e as misérias humanas afloram em toda parte, inclusive na Igreja, mais ainda devemos clamar: socorrei-nos São José, dai-nos o alimento da Salvação que vem do Pão do Céu, e que a vós em tudo atende!

Oração:

Glorioso São José, filho diletíssimo do Pai, esposo da Mãe do universo, pai de Nosso Senhor Jesus Cristo – que a vós nada pode negar, intercessor perpétuo e efetivo diante da Santíssima Trindade, cuidai de nós como o fizestes com a Sagrada Família, protegendo-nos de todos os males, educando-nos na Fé, ensinando-nos a trabalhar como o Senhor deseja, e protendo o Corpo Místico de vosso Filho, a Igreja, que abraçais com o mesmo carinho dedicado ao Menino Jesus; provede o necessário alimento do nosso espírito, as vestes de pureza de que precisamos para entrar e estar em vossa Casa, e especialmente velai pelas famílias, hoje tão atormentadas pelos demônios e pelos enganos mundanos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que é vosso Filho, e Nossa Senhora, vossa infinitamente amada esposa. Amém.

sábado, 18 de março de 2023

Sobre álcool e antidepressivos: “Depois de um mês, eu ainda não prestava para ir para o lixo”


Lojze Grčman | Aleteia
Por Lojze Grčman | Aleteia

Um corajoso testemunho para ajudar outras pessoas a não entrarem no mesmo caminho com o álcool.

“Admitir isso é a coisa mais difícil de se fazer. Até que você o admita para si mesmo, ninguém pode forçá-lo. Ninguém pode dar o passo da cura por você. Não é fácil, mas também não é assim tão difícil, muito menos impossível”, são as palavras de Bosjan Zunkovic, de Kamnik (Eslovênia), que foi dominado pelo álcool várias vezes em sua vida. Mas agora não mais.

Bebidas para mais confiança

Vamos começar há cerca de quatro décadas, na época de sua transição do ensino fundamental para o médio. A bebida era uma tentativa de se tornar um adulto, um trampolim para uma abordagem mais ousada do sexo oposto, também uma consequência da baixa auto-estima. Ele passava seus fins de semana em festas com seus colegas. Com o emprego que ele conseguiu naquele momento, veio uma renda maior e, com isso, mais liberdade. Ele tinha, em sua maioria, colegas mais velhos. As conversas de bar após o trabalho não terminavam com uma cerveja, mas se estendiam por duas ou três horas.

As consequências no dia seguinte são bem conhecidas: cabeça pesada, dor de estômago. Ele descobriu que este tipo de desconforto poderia ser corrigido – com mais álcool. A bebida tornou-se então seu café da manhã. A certa altura, este modo de vida começou a prejudicá-lo. Ele parou de se embebedar em excesso, mas criou um sistema próprio de distribuir cinco a seis drinks ao longo do dia. Mas nunca, exceto em festas ou celebrações algumas vezes ao ano, as pessoas o viam bêbado. Isso durou cerca de 20 anos.

bostjan zunkovic
Lojze Grčman | Aleteia

Primeira vez em tratamento

Quando ele tinha cerca de 45 anos de idade, um check-up médico revelou um hemograma catastrófico. Assim, o hospital psiquiátrico da sua cidade o internou em sua ala de tratamento de vícios. Ele permaneceu em tratamento por três anos e meio. Durante este tempo, ele era abstinente, mas ainda sentia que tinha sido privado de algo. Todos ao seu redor estavam bebendo felizes. Mas ele não tinha permissão. Naquele momento, ele sentiu como se alguém lhe tivesse tirado a coisa mais importante de sua vida. E assim voltou à vida antiga.

Recaídas

Então ele começou a ter problemas com seu braço esquerdo, com seus nervos: não conseguia levantar o braço. Durante quatro meses ele foi à fisioterapia, e ali teve tempo para pensar. Entrou em depressão, não dormia, não comia. Ele se lembrava que às vezes era mais fácil adormecer se ele bebesse uma ou duas cervejas, então ele se voltava novamente para o álcool. Então, no dia seguinte… Duas semanas depois, ele estava de volta aos seus velhos hábitos. O médico deu-lhe um grande impulso, prescreveu-lhe antidepressivos e disse-lhe para não beber. Ele desobedeceu. “Depois de um mês, eu ainda não prestava para ir para o lixo”, ele brinca. Novamente, deu entrada no hospital para tratamento.

Programa de tratamento

Era uma época em que ele já estava lutando para andar cem metros. Ele sabia que tinha que fazer algo, mas não tinha a vontade, a força, a energia. Ele não podia parar por si mesmo. Então ele foi apresentado a um programa local de tratamento de vícios e alcoolismo. “Se eu não tivesse ido a este programa, eu não estaria sentado aqui, estaria deitado um metro debaixo da terra”, ele me diz.

bostjan zunkovic
Fotografija je last Boštjana Žunkoviča

Lá ele dormia e comia regularmente, fazia atividades físicas nas tarefas da fazenda, terapia, conversas, escavava o passado… Ele permaneceu por nove meses, sentindo-se seguro. Mas ele decidiu ficar por mais alguns meses, para que a transição para a vida “normal” fosse gradual. Ele acabou permanecendo no programa por quase dois anos. Entretanto, ele perdeu seu emprego.

Um alerta para os outros

Enfim, ele se acostumou a viver sóbrio: “A abstinência é uma coisa terrível. E se você ficar sofrendo com ela, provavelmente não vai durar muito tempo. Mas se você optar por ter amor pela vida, a abstinência se torna diferente. As emoções nascem de novo, você pode observar seu ambiente, você socializa, você sai na natureza”. Bosjan quis compartilhar seu testemunho e deixar este alerta para que outros possam ser poupados deste difícil caminho.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Francisco: “a participação é o bálsamo para as feridas da democracia"

Papa Francisco na Sala Clementina, no Vaticano, com os
jovens participantes no “Projeto Policoro” da CEI. 
(VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado, 18, na Sala Clementina, no Vaticano, os jovens participantes no “Projeto Policoro” da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Vatican News

Em seu discurso, o Papa disse que este encontro lhe dá a oportunidade de incentivar o caminho de formação sócio-política, que dá continuação ao "Projeto Policoro" da Igreja italiana. Aqui, aproveitou para ressaltar: “A exigência deste caminho veio de baixo, do seu desejo de se formar para o serviço à sociedade e à política, como também, por sua vez, poder colaborar para a formação de outros jovens”.

A seguir, o Santo Padre recordou o tema que os jovens escolheram, este ano, para seu encontro: a paz. Trata-se – disse - de um tema que não pode faltar na formação sócio-política e, infelizmente, também se torna urgente na conjuntura atual. E acrescentou:

A guerra, caríssimos, é resultado da falência da política. Ela se alimenta com o veneno que considera o outro como inimigo. A guerra nos faz tocar com a mão a absurdidade da corrida aos armamentos e seu uso para resolver os conflitos. Por isso, é preciso de uma ‘política melhor’, que pressupõe, precisamente, o que vocês estão fazendo, ou seja, se educar à paz. Esta é uma responsabilidade de todos”.

A este respeito, Francisco frisou que “a política não goza de boa fama, principalmente entre os jovens. E elencou algumas de suas muitas causas: corrupção, ineficiência, distância na vida das pessoas”.

Papa encontra os jovens do "Projeto Policoro"

Eis porque, - afirmou - é preciso ainda mais de uma boa política, que depende das pessoas, como nas administrações locais: uma coisa é ter um prefeito ou vereador disponível e a outra é ser inacessíveis; uma coisa é a política, que vê a realidade e dá atenção aos pobres e a outra é a que se tranca em suas sedes.

A propósito Francisco citou o episódio bíblico do rei Acab e a vinha de Nabot, comentado por Santo Ambrósio, que pode ser útil para a formação dos jovens do “Projeto Policoro”: “A política, que exerce o poder para dominar e não para servir, não é capaz de cuidar dos pobres, pelo contrário, os pisoteia, tira proveito da terra e enfrenta os conflitos com a guerra”.

Mas, o Papa citou ainda outro exemplo bíblico, esta vez positivo, que se refere à figura de José, filho de Jacó que, como se sabe, foi vendido como escravo por seus irmãos invejosos e levado para o Egito. Ali, ao ser libertado, passa a servir o Faraó, como uma espécie de vice-rei. José não age como mestre, mas como pai: cuida do país, sobretudo, nos momentos de maior carestia. Diante da fome do povo, pensou ao bem comum, tanto que o Faraó disse: "Façam tudo o que José lhes disser", a mesma frase que Maria disse aos servos nas Bodas de Caná referindo-se a Jesus. Enfim, José, que passou por injustiças, buscou apenas os interesses do povo, foi um pacificador e renovou a sociedade.

Papa encontra os jovens do "Projeto Policoro"

Estes dois exemplos bíblicos, um negativo e outro positivo, disse o Papa aos presentes, nos levam a entender qual espiritualidade que pode alimentar a política: a ternura e a fecundidade.

"A ternura é o amor que se torna concreto, como fizeram tantos homens e mulheres corajosos. A fecundidade é composta de partilha, visão profética, diálogo, confiança, compreensão, escuta, tempo e respostas concretas. Significa encarar o futuro e investir nas gerações futuras".

O Santo Padre concluiu seu discurso aos jovens do “Projeto Policoro” da Igreja italiana, levantando questões, que todo bom político deve se fazer, sobre seu trabalho, o trato com as pessoas, e a paz social semeada. A preocupação do político não deve ser o pacto eleitoral ou seu sucesso pessoal, mas envolver as pessoas, levando-as a participar da comunidade. Por isso, Francisco disse: “A participação é o bálsamo para as feridas da democracia”. 

Será que sou muito exigente?

Cléofas

Será que sou muito exigente?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Normalmente é no próprio ciclo das amizades e ambientes de convívio que os namoros começam. Para namorar você deverá procurar alguém naquele ambiente onde são vividos os valores que são importantes para você. Se você é cristão, então procure entre famílias cristãs, ambientes cristãos, grupos de jovens, etc., a pessoa que você procura.

O namoro começa com uma amizade, que pode ser um “pré-namoro” que vai evoluindo. Não mergulhe de cabeça num namoro, só porque você ficou “fisgado” pelo outro. Não vá com muita sede ao pote, porque você pode quebrá-lo.

Nunca se esqueça que o mais importante é “invisível aos olhos”.

Aquilo que você não vê: o caráter da pessoa, a sua simpatia, o seu coração bom, a sua tolerância com os outros, as suas boas atitudes, etc., isto não passa, isto o tempo não pode destruir. É o que vale.

A sua felicidade não está na cor da sua pele, no tipo do seu cabelo e na altura do seu corpo, mas na grandeza da sua alma.

Ao escolher o namorado, não se prenda só nas aparências físicas, mas desça até as profundezas da sua alma. Busque lá os seus valores.

Há uma velha música dos meus tempos de garoto, que dizia assim:

“Quem eu quero não me quer, quem me quis mandei embora, e por isso já não sei, o que será de mim agora”.

Será que você não “mandou embora”, quem de fato a amava e poderia fazê-la feliz?

Lembre-se, paixão não é amor.

Se você encontrou aquela pessoa que satisfaz os valores “mais essenciais”, não seja muito exigente naquilo que é secundário. E você terá que aprender a ceder em alguns pontos, repito, não essenciais.

Há um ditado que diz que “quem tudo quer, tudo perde”. Se você for “hiper-exigente” poderá ficar só. Muitas vezes aquele que quer escolher muito acaba sendo o último contemplado.

Não force um namoro quando o outro não o quer. Se você forçar a situação, o relacionamento não será maduro e nem duradouro. Não tente “segurar” o seu namorado junto de você pelo sexo, ou com outras chantagens. O namoro não é a hora de viver a vida sexual. Espere o casamento.

Certa vez o governo fez uma campanha para reduzir o número de acidentes de automóvel; usou este “slogan”: “Não faça do seu carro uma arma, a vítima pode ser você!” Posso plagiar esta frase e lhe dizer com toda a segurança:

“Não faça do seu corpo uma arma, a vítima pode ser você!”

Ao se escolher com quem namorar, não se pode deixar de lado alguns aspectos como: idade, nível social e cultural, financeiro, religião, etc.

Uma diferença de idade muito grande entre ambos pode ser uma dificuldade séria, especialmente se a mais idosa for a mulher.

O amor, quando é autêntico, é capaz de superar tudo, mas isto será uma pedrinha a mais no sapato dos dois.

A diferença de nível social e financeiro também pode ser uma dificuldade a mais, mesmo que possa ser vencido por um amor autêntico entre ambos.

Um rapaz culto e estudado pode ter sérias dificuldades para se relacionar com uma moça sem estudos.

Também a diferença de religião deve ser evitada, pois será também um entrave para o crescimento espiritual do casal; especialmente na hora de educar os filhos.

Na hora de escolher alguém você precisa ter claro os valores fundamentais para a sua vida toda.

Há coisas que são mutáveis, mas há outras que não.

Você pode ajudar sua namorada a estudar e chegar ao seu nível cultural um dia – e isto é muito bonito -, mas será difícil você fazê-la mudar de religião, se ela é convicta da fé que recebeu dos pais.

O namoro é para isto, para que jamais você reclame no futuro dizendo que se casou enganado. Isto ocorre com quem não leva o namoro a sério. Se você não namorar bem hoje, não reclame amanhã de ter se casado mal, ou com quem não devia; a escolha será sua.

Sobretudo lembre-se que você nunca encontrará alguém perfeito para namorar; mesmo porque “amar é construir alguém querido, e não, querer alguém já construído”.

Retirado do livro: “Namoro”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

São Cirilo de Jerusalém, Bispo e Doutor da Igreja

batendo
18 de março
São Cirilo de Jerusalém

Famoso por seu catecismo.

São Cirilo nasceu no ano 315 em uma cidade perto de Jerusalém. Seus pais eram cristãos e tiveram o cuidado de lhe dar uma excelente educação. Em consequência disso, foi um grande conhecedor das Sagradas Escrituras e das Humanidades , e um grande comunicador da fé .

Isso o tornou um Padre Grego e Doutor da Igreja, por sua profundidade teológica e sua mestria na transmissão da fé.

Foi ordenado sacerdote e incumbido de formar catecúmenos , tarefa que desempenhou durante anos.

Mais tarde seria Bispo e Arcebispo de Jerusalém.

Lutando contra a heresia do arianismo, foi banido cinco vezes na época dos imperadores Constantino e Valente. No total, uma sentença de dezesseis anos.

Dele conservamos 18 discursos catequéticos (chamam-se Catequeses de São Cirilo ), um sermão, a carta ao imperador Constantino e alguns textos fragmentários. Os textos catequéticos não foram escritos por ele, mas por alguém que rapidamente transcreveu o que São Cirilo pregava.

Fragmento da Catequese II de São Cirilo: Convite à conversão

«Então, dirá alguém, perecemos enganados? não haverá salvação? Caímos, podemos nos levantar? (Jr 8,4). Ficamos cegos, podemos recuperar nossa visão? Estamos mancando, não há esperança de andarmos corretamente? Direi em resumo: não podemos nos levantar depois de cair? (cf. Sl 41,9) Será que aquele que ressuscitou Lázaro, com mau cheiro de quatro dias (Jn 11,39), não ressuscitará também a ti vivo? Aquele que derramou seu precioso sangue por nós nos livrará do pecado para que não desistamos de nós mesmos (cf. Ef 4,19)11, irmãos, caindo em estado de desespero.

É ruim não acreditar na esperança da conversão. Quem não espera a salvação acumula o mal sem medida; mas aquele que espera a cura é facilmente misericordioso consigo mesmo. Da mesma forma, o ladrão que não espera ser divertido chega à insolência; mas se espera o perdão, muitas vezes acaba fazendo penitência.

Se até uma cobra pode trocar de pele, não devemos adiar o pecado? Também a terra que produz espinhos torna-se fértil se for cuidadosamente cultivada: podemos obter novamente a salvação? A natureza é, então, passível de recuperação, mas para isso é necessária a aceitação voluntária.

Deus ama os homens, e não em pequena medida. Não digas então: fui fornicador e adúltero, cometi grandes crimes, e isto não só uma vez, mas com muita frequência. Ele vai me perdoar ou vai se esquecer de mim? Ouça o que diz o salmista: "Quão grande é a tua bondade, Senhor!" (Sl 31,20).

Os pecados acumulados não superam a multidão das misericórdias de Deus. Suas feridas não podem exceder a experiência do médico supremo. Simplesmente entregue-se a ele com fé; informe ao médico sua doença; Diga você também com Davi: "Sim, confesso minha culpa, estou triste por meu pecado" (Sl 38:19). E em ti se cumprirá também o que foi dito: «E tu perdoaste a malícia do meu coração» (Sl 32,5)».

Fonte: https://es.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF