Comentando a cura de Jesus a duas mulheres, Leão XIV reflete
sobre uma doença muito comum do nosso tempo, que é o cansaço de viver. Jesus
não só nos cura de toda doença, mas nos desperta da morte. "Para Deus, que
é Vida eterna, a morte do corpo é como um sono. A morte verdadeira é a da alma:
esta sim devemos temer!"
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Esta quarta-feira, 25 de junho, o Papa realizou sua última
Audiência Geral antes da pausa de verão. Os encontros semanais com Leão XIV
serão retomados em 30 de julho. Em sua catequese, o Pontífice deu continuidade
ao ciclo sobre as curas de Jesus como sinal de esperança. O tema de hoje foi
extraído do capítulo quinto do Evangelho de São Marcos, em que é relatado a
cura de duas mulheres: uma menina de 12 anos, no leito de morte, e uma senhora
que há 12 anos sofre com hemorragias
Entre essas duas figuras femininas, o Evangelista insere o
pai da jovem, Jairo, que sai de casa para pedir ajuda. Quando dizem que sua
filha morreu, Jesus o tranquiliza e o encoraja a manter a fé. O colóquio
com o Mestre é interrompido pela mulher hemorroíssa, que consegue tocar no seu
manto e ser curada. Ela o toca não de um modo superficial, mas movida pela fé,
acreditando firmemente Nele. Enquanto isso, Jairo volta para casa com Jesus. Ao
entrar no quarto da jovem, ordena: “Talità kum”, “Menina, levanta-te!”. A
menina se levanta e começa a caminhar.
Cansaço de viver, a doença do nosso tempo
Essas duas curas, comentou o Santo Padre, falam de uma
doença muito comum do nosso tempo, que é o cansaço de viver: a realidade nos
parece demasiada complexa, pesada, difícil de enfrentar. Então nos apagamos,
nos adormecemos, na ilusão de que, ao acordar, as coisas serão diferentes. “Mas
a realidade deve ser enfrentada e, com Jesus, podemos fazê-lo.”
Toda vez que fazemos um ato de fé endereçado a Jesus, se
estabelece um contato com Ele e imediatamente Dele brota a sua graça. “Às vezes
não percebemos, mas de modo secreto e real a graça nos alcança e a partir de
dentro, pouco a pouco, transforma a vida.”
Talvez hoje, prosseguiu o Papa, muitas pessoas se aproximam
de Jesus de modo superficial, sem realmente acreditar na sua potência. “Pisamos
na superfície de nossas igrejas, mas talvez o coração está em outro lugar!”,
afirmou.
Somente Jesus pode nos curar!
Este episódio nos mostra que Ele não só nos cura de toda
doença, mas nos desperta da morte.
“Para Deus, que é Vida eterna, a morte do corpo é como um
sono. A morte verdadeira é a da alma: esta sim devemos temer!”
Um detalhe interessante é que Jesus, após ressuscitar a
menina, diz aos pais que lhe deem de comer. Trazido para a nossa realidade,
este episódio nos leva a questionar: quando os nossos jovens estão em crise e
necessitam de alimento espiritual, sabemos oferecê-lo? E como podemos fazê-lo
se nós mesmos não nos nutrimos do Evangelho?
“Queridos irmãos e imãs, na vida existem momentos de
desilusão e de desencorajamento, e há também a experiência da morte. Aprendamos
daquela mulher, daquele pai, a buscar Jesus. Ele pode nos curar, pode nos fazer
renascer. Ele é a nossa esperança!”
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