Fatos e Fotos - Comunidade I

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Do sonho dos fiéis ao Santuário: a verdade sobre o Cristo Redentor (Parte 2/3)

Cristo Redentor - Rio de Janeiro | santuariocristoredentor

História do Cristo Redentor – Uma história de fé que virou símbolo do Brasil.

Vatican News

Outra forma de vivenciar a fé no Cristo Redentor é participando dos sacramentos celebrados lá. O Santuário mantém uma programação regular de Missas diárias às 11h e 15h. Também há disponibilidade para os fiéis receberem o sacramento da Penitência (Confissão) no local. Além disso, é possível celebrar Batizados e Matrimônios no alto do Corcovado – algo que muitos casais e famílias sonham, pela singularidade do lugar. Tais cerimônias precisam ser marcadas com antecedência junto à Secretaria do Santuário, pois envolvem logística específica (subida dos convidados, horário reservado etc.). A Arquidiocese estipula algumas regras, mas incentiva esses sacramentos no Santuário Cristo Redentor como forma de evangelização e de tornar aquele espaço cada vez mais um “altar” para o povo. Para informações sobre agendamento de casamentos, batizados e missas, deve-se preencher os formulários disponíveis no site oficial: www.santuariocristoredentor.com.br. Em caso de dúvidas, entrar em contato com a Secretaria Pastoral pelo telefone (21) 2038-0516. Normalmente, é necessário providenciar a documentação exigida (por exemplo, no caso de casamento religioso, os noivos devem fazer a preparação matrimonial na igreja etc.) e verificar a disponibilidade de datas. A beleza e a espiritualidade do local certamente tornam essas celebrações inesquecíveis, mas vale lembrar que são celebrações religiosas como em qualquer igreja, devendo seguir as orientações litúrgicas.

Um destaque especial: o Santuário Cristo Redentor foi oficialmente designado pela Arquidiocese como “Igreja Jubilar” para o Ano Santo de 2025. Isso significa que durante o Jubileu de 2025, proclamado pelo Papa Francisco como Ano Santo da Esperança, o Cristo Redentor é um dos locais de Peregrinação privilegiados onde os fiéis podem alcançar a Indulgência Plenária (o perdão espiritual especial concedido pela Igreja Católica em jubileus). Ao longo de 2025, o Santuário recebe diversas celebrações jubilares, e todos os visitantes têm a oportunidade de vivenciar profundamente o sacramento da Reconciliação (Confissão), fortalecendo sua fé por meio da oração e dos sacramentos. Diariamente, antes de o parque abrir oficialmente, a equipe do Santuário realiza um pequeno ritual matinal de acolhida jubilar – com orações em vários idiomas, aspersão de água benta nos primeiros visitantes e o toque do sino – abrindo simbolicamente o dia com bênçãos. Ou seja, mais do que nunca, participar de Peregrinações ao Santuário Cristo Redentor em 2025 tem um significado espiritual profundo.

Fica o convite para que todos os fiéis “Peregrinos de Esperança” aproveitem esse tempo de graça visitando o Cristo Redentor, confessando-se, orando e participando das Missas jubilares, para experimentar a misericórdia e a renovação espiritual que o Jubileu propõe. Informações sobre as celebrações jubilares e indulgências estão disponíveis no site do Santuário (https://santuariocristoredentor.com.br/jubileu2025).

O Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor está de portas abertas para acolher tanto turistas quanto fiéis peregrinos. Seja integrando uma romaria, seja indo em família por devoção ou buscando celebrar um sacramento aos pés do Redentor, as pessoas encontram ali uma estrutura preparada para atendê-las espiritualmente. A presença constante de sacerdotes, a oferta dos sacramentos e a possibilidade de oração naquele ambiente único propiciam uma experiência de fé singular. Para facilitar essa participação, reforçamos os contatos úteis: site do Santuário (www.santuariocristoredentor.com.br) – seção “Celebrações” / “Solicitações Cerimoniais” – e telefone (21) 2038-0516 da Secretaria. Assim, todos podem “subir ao Cristo” não apenas como passeio, mas como verdadeira peregrinação, encontrando no monumento uma igreja viva e uma comunidade acolhedora.

O Cristo que desce a montanha

O Cristo Redentor não está somente no alto do Corcovado. Ele desce a montanha todos os dias para encontrar quem mais precisa, por meio do Consórcio Cristo Sustentável — uma aliança entre o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, o Instituto Redemptor e a Obra Social Leste 1 – O Sol. Juntos, realizam ações sociais, ambientais, culturais e de saúde, sempre com foco em dignidade humana, acolhimento e resultados concretos.

A Ação de Amor do Cristo Redentor leva mutirões gratuitos a diferentes bairros da cidade, oferecendo aferição de pressão, orientação em saúde bucal, cortes de cabelo e barba e emissão de documentos, com apoio de órgãos públicos, entidades parceiras e voluntários.

No inverno, o Consórcio mobiliza a Campanha do Agasalho: entre 2023 e 2024, foram arrecadadas 15 toneladas de roupas e cobertores, com entregas a instituições sociais e à população em situação de rua. As parcerias incluem o Festival de Inverno Rio e uma ampla rede de pontos de coleta.

As iluminações e projeções do Santuário Cristo Redentor também servem ao bem comum, dando visibilidade a causas de saúde e de direitos humanos — muitas vezes em parcerias institucionais e sem fins lucrativos —, ampliando a consciência pública e conectando a sociedade a campanhas e serviços de utilidade pública.

O Monumento que movimenta a economia

Mais do que um símbolo de fé, o Cristo Redentor faz a economia do Rio girar. Cada pessoa que sobe ao Corcovado põe em movimento uma cadeia inteira: trem e vans oficiais, hotéis e pousadas, bares e restaurantes, vendedores do entorno, guias, fotógrafos, motoristas de aplicativo, além de muitos outros serviços que sustentam milhares de famílias.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas, encomendado pela Arquidiocese do Rio de Janeiro,  mostrou que, com cerca de 1,9 milhão de visitantes/ano, o Cristo já movimentava quase R$ 1,5 bilhão por ano na cidade — dinheiro que circula em hospedagem, alimentação, transporte e passeios —, mantendo mais de 21 mil postos de trabalho e gerando aproximadamente R$ 193 milhões em impostos. O levantamento também aponta algo que os cariocas já sabem: quem visita o Cristo tende a ficar um dia a mais no Rio e, para quase três em cada quatro pessoas, ele é a atração número 1 da cidade; praticamente todos (99%) consideram a experiência “única”.

E o impacto cresce ano após ano. Com os preços atualizados e o novo patamar de cerca de 3 milhões de visitantes por ano, uma projeção conservadora — usando a mesma metodologia do estudo — indica algo em torno de R$ 3 bilhões por ano movimentados, mais de 30 mil empregos sustentados e cerca de R$ 400 milhões em impostos. Em outras palavras: cuidar do Santuário e garantir acessos dignos é, também, cuidar do trabalho e da renda de muita gente.

Em síntese, o Cristo Redentor movimenta a economia de baixo para cima: fortalece pequenos empreendedores, atrai investimentos e reforça a imagem internacional do Rio. Quando o Cristo acolhe bem, quem ganha é o povo.

Fonte: BLUMENSCHEIN, Fernando. “O Cristo além dos números”. In: BARBOSA, L. G.; FINGUERUT, S.; PADINHA, T. A. (orgs.). Cristo 90+: de braços abertos para o amanhã. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2021, p. 125–127.

O que está acontecendo no campo da política?

O debate sobre a gestão do alto do Corcovado envolve missões diferentes: a Arquidiocese administra o Santuário, celebra missas e mantém o monumento, enquanto o ICMBio é responsável por preservar o Parque Nacional da Tijuca e organizar a visitação turística. Ao longo dos anos, surgiram tensões pontuais — por exemplo, sobre regras de uso do espaço, horários de celebração  — que foram tratadas em acordos institucionais. A Igreja defende que a liberdade de culto e a preservação do monumento sejam conciliadas com a proteção ambiental, e busca soluções que garantam acessibilidade e respeito mútuo entre as partes.

Por trás da manutenção e administração do Cristo Redentor, há um contexto político e jurídico complexo que, nos últimos anos, ganhou destaque. O Santuário está inserido em terrenos federais (dentro de um parque nacional) e envolve interesses da Igreja e do Estado, o que eventualmente gera conflitos. A questão central diz respeito à gestão da área do “Alto Corcovado”.

Historicamente, o monumento foi construído pela Igreja Católica com autorização federal (década de 1920), sem transferência plena do domínio do terreno. A imagem e o Santuário pertencem à Igreja; o solo integra o Parque Nacional da Tijuca, de propriedade da União. Essa dualidade, por muito tempo administrada com cooperação, recentemente gerou atritos sobre uso do espaço, segurança, exploração comercial e regras ambientais/patrimoniais.

Em 2025, após a morte de um visitante nas escadarias, o Procon-RJ determinou a interdição parcial do acesso por questões de segurança e acessibilidade. Dias depois, durante a Missa do Tríduo Pascal, agentes estaduais chegaram a ameaçar a interrupção do culto ao aplicar indevidamente normas de consumo à celebração litúrgica. A Justiça, em decisão de abril de 2025, proibiu Procon e Secretaria de Defesa do Consumidor de impedir ou fiscalizar Missas no Cristo Redentor, reconhecendo o livre exercício do culto — celebrado ali há quase um século — e afastando a ideia de relação de consumo em atos religiosos.

Paralelamente, tramita desde 2020 o litígio sobre as lojas do platô. Em junho de 2025, uma sentença reconheceu como bem da União a área comercial do “Alto Corcovado”, entendendo que os títulos históricos apresentados pela Mitra não abrangiam aqueles imóveis específicos. Na prática, a decisão centralizou no ICMBio a gestão dessa área, o que a Arquidiocese do Rio de Janeiro contesta por considerar que desconsidera o papel histórico e pastoral da Igreja no “Alto Corcovado”.

Diante dos impasses, foram propostas saídas legislativas. No Senado, o PL 3.490/2024 propõe retirar do Parque uma porção mínima, urbanizada, correspondente ao platô, preservando a vocação religiosa e cultural do Santuário e desburocratizando manutenção e acesso dos fiéis (aprovado na CDR em março de 2025; segue para a CMA e Plenário). Na Câmara, o PL 3.208/2024 autoriza a transferência da área ao Município do Rio, viabilizando gestão compartilhada com a Arquidiocese e mais agilidade em obras, manutenção e acolhida litúrgica. São iniciativas de caráter declaratório: não criam um “novo direito”, mas buscam reconhecer formalmente a realidade histórica do Santuário.

Em 2023, um Termo de Compromisso mediado pelo Ministério do Meio Ambiente definiu regras de convivência: a Igreja observa a legislação ambiental e patrimonial; o ICMBio reconhece a presença histórica e legítima do Santuário e assegura liberdade para atividades religiosas, sociais e culturais. Esse pacto, somado ao diálogo constante, tem permitido o funcionamento cotidiano mesmo em meio às disputas.

Em síntese: seja por mudança legislativa (desafetação do platô) ou por acordos institucionais mais robustos, o objetivo comum precisa prevalecer — um Cristo Redentor bem cuidado, seguro, acessível e fiel à sua vocação de Santuário. Governança clara, liberdade religiosa respeitada e proteção ambiental garantida — em benefício de todos.

Conclusão

A história e a situação atual do Cristo Redentor evidenciam sua singularidade: nascido da fé do povo brasileiro, o monumento transcende a dimensão religiosa e tornou-se também símbolo cultural e turístico mundialmente reverenciado. Por quase um século, o Cristo de braços abertos abençoa e acolhe cariocas e visitantes, sem jamais fechar suas portas — nos dias de festa e nos dias de prova (chuvas, ventos, litígios). Ali permanece, impávido no alto do Morro do Corcovado, lembrando valores de paz, esperança e unidade. Durante a pandemia, o Cristo Redentor ficou fechado para os turistas, porém o trabalho da Igreja Católica permaneceu funcionando lá em cima, com momentos importantes de oração e ações solidárias. O Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, coração espiritual desse símbolo, procura honrar a missão para a qual foi criado: casa de oração para todos, lugar de encontro com Deus e espaço de encontro fraterno.

Vimos como a fé move montanhas — literalmente: tirou do papel o monumento colossal no topo do morro — e continua movendo corações. Ao mesmo tempo, a convivência institucional entre Igreja e Estado requer diálogo contínuo e ajustes, pois envolve patrimônio público e liberdade religiosa. Os episódios recentes trouxeram lições importantes: reafirmaram que o culto ali é legítimo e protegido e impulsionaram melhorias na administração do local. Com boa vontade de todos, é possível consolidar um modelo sustentável e claro de governança que preserve o Cristo Redentor por inteiro: no que é material (estrutura, segurança e acolhida) e no que é espiritual (oração, sacramentos e serviço aos fiéis).

Em 2025, como Igreja Jubilar do Ano Santo, o Cristo nos convida a enxergá-lo não apenas como monumento, mas como aquilo que sempre foi: um Santuário vivo, sinal de fé e amor. No alto do Corcovado, a Igreja cuida do sagrado; ao descer a montanha, cuida do povo — por meio de ações sociais, ambientais e culturais que se traduzem em gestos concretos de dignidade e cuidado, inclusive projeções e iluminações que mobilizam causas de saúde e solidariedade.

Reafirmamos: o futuro do Cristo Redentor deve ser construído com cooperação, respeito à liberdade religiosa e reconhecimento mútuo — sem narrativas que apaguem o valor simbólico, espiritual e histórico de quem esteve presente desde o primeiro tijolo.

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Fonte: Santuário do Cristo Redentor

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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