Por Redação central*
21 de ago. de 2025
Hoje (21), a Igreja celebra a festa de são Pio X, um papa
recordado por suas demonstrações de humildade e caridade com os mais
necessitados, seu firme desejo por manter a sã doutrina da Igreja ante o erro
do modernismo e por aplicar importantes reformas.
“A doutrina católica nos ensina que o primeiro dever da
caridade não está na tolerância das convicções errôneas, por sinceras que sejam
, nem da indiferença teórica e prática pelo erro ou o vício, em que vemos
mergulhados nossos irmãos, mas no zelo pela sua restauração intelectual e
moral, não menos que por seu bem-estar material”, escreveu são Pio X em sua
encíclica Notre Charge Apostolique.
A seguir, apresentamos oito dados sobre a vida deste santo
papa da Igreja:
1. Criou uma “rede espiã interna”
“São Pio X, diante de algumas tendências que se manifestaram
no âmbito teológico, no final do século XIX e no início do século XX, interveio
com determinação, condenando o ‘Modernismo’, para defender os fiéis de
concepções errôneas e promover um aprofundamento científico da Revelação, em
harmonia com a Tradição da Igreja”, disse o papa Bento XVI, na audiência
geral de 18 de agosto de 2010.
Pio X classificou o modernismo como a “síntese de todas as
heresias”. Através de sua encíclica Pascendi Dominici Gregis e
do decreto Lamntabili Sane Exitu, condenou 65 proposições que,
segundo ele, minavam o dogma tradicional do cristianismo. O modernismo, em
essência, tendia a renunciar a certos dogmas tradicionais a fim de acomodar
certas teorias científicas modernas.
Além disso, nomeou monsenhor Umberto Begnini como
subsecretário da Congregação de Assuntos Eclesiásticos Extraordinários. Em
seguida, foi criada toda uma rede em toda a Igreja para informar sobre as
atividades modernistas.
2. Alguns milagres ocorreram por sua intercessão durante
sua vida
Em uma audiência, o papa Pio X segurou um rapaz paralisado.
O jovem se soltou dos braços do pontífice e começou a correr alegre pela sala,
por ter sido curado.
Em outra ocasião, havia um casal que conheceu quando era
bispo e que lhe escreveu uma carta pedindo sua ajuda para curar seu filho com
meningite. O pontífice lhes escreveu dizendo que esperassem, jejuassem e
rezassem. Dois dias depois, a criança estava curada.
Também uma religiosa que sofria de tuberculose avançada lhe
pediu por sua saúde. A única resposta do papa foi “sim”, enquanto colocava suas
mãos sobre a cabeça da religiosa. Naquela mesma tarde, o médico determinou que
ela estava completamente curada.
3. É conhecido como o “papa da Eucaristia”
Bento XVI recordou que são Pio X, no motu proprio
Tra le sollecitudini, afirma que o “verdadeiro espírito cristão tem a sua
fonte primária e indispensável na participação concreta nos mistérios
sacrossantos e na oração pública e solene da Igreja”.
“Por isso, recomendava a aproximação frequente dos
Sacramentos, favorecendo a recepção diária da Sagrada Comunhão, bem preparados,
e antecipando oportunamente a primeira comunhão das crianças mais ou menos aos
sete anos de idade, ‘quando a criança começa a raciocinar’”, acrescentou.
Naquele tempo, os fiéis comungavam raramente. A comunhão
diária ou muito frequente era considerada como algo extraordinário e ainda
indevido.
4. Pela primeira vez abriu o refeitório papal às visitas
No século XIX foi um escândalo que o papa Pio X deixasse de
jantar sozinho e convidasse amigos e conhecidos para comer com ele.
Embora hoje em dia vemos essas atitudes no papa Francisco,
foi Pio X quem rompeu a tradição de que os pontífices comessem dozinhos.
Muitos anos antes, quando era patriarca de Veneza, dispensou
grande parte de seus empregados e não tolerou que ninguém, exceto suas irmãs,
preparasse sua comida.
5. Redigiu um catecismo para a Itália
“Outro ramo importante foi o da formação doutrinal do povo
de Deus. Desde os anos em que era pároco, tinha redigido pessoalmente um
catecismo e, durante o Episcopado em Mântua, trabalhara a fim de que se
chegasse a um catecismo único, se não universal, pelo menos italiano”, comentou
Bento XVI em 2010.
Em seguida, destacou que, como autêntico pastor, o papa Pio
X tinha compreendido que a situação da época, entre outras coisas pelo fenômeno
da emigração, “tornava necessário um catecismo ao qual cada fiel pudesse fazer
referência, independentemente do lugar e das circunstâncias de vida”.
“Como pontífice, preparou um texto de doutrina cristã para a
diocese de Roma, depois se difundiu em toda a Itália e no mundo. Este
catecismo, chamado ‘de Pio X’ foi para muitas pessoas uma guia segura na
aprendizagem das verdades relativas à fé pela sua linguagem simples, clara e
específica, e pela eficácia da sua exposição”, acrescentou.
6. Iniciou a redação do Código de Direito Canônico
Até o ano de 1917, a Igreja só contava com um conjunto
disperso e sem codificar de normas jurídicas, inclusive, as compilações
realizadas por Pio IX e Leão XIII eram insuficientes.
Entretanto, desde o início de seu pontificado, Pio X se
dedicou à reorganização da cúria romana e, depois, iniciou os trabalhos de
redação do Código de Direito Canônico, promulgado por seu sucessor Bento XV.
7. Ele era italiano, mas seus pais eram poloneses
O papa Pio X nasceu em 2 de junho de 1835, em Riese
(Itália), de pais que emigraram para a Itália depois da ocupação da Prússia,
onde receberam asilo político.
Seu pai, originário de Wielkopolska (Polônia), se chamava
Jan Krawiec, um alfaiate que teve que mudar seu nome para Giovanni Battista
Sarto.
O sobrenome Sarto significa sastre (alfaiate) na Itália, por
isso, Giuseppe escolheu este nome porque representava sua profissão. Anos mais
tarde, sua esposa e ele deram à luz Giuseppe Melchiorre Sarto, que conhecemos
como papa são Pio X.
8. Abriu o Vaticano aos refugiados e sem-teto
Como o papa Francisco no século XXI, o papa são Pio X também
criou um espaço para que pessoas necessitadas se refugiassem no Vaticano.
Tal ação ocorreu depois do terremoto ocorrido em 28 de
dezembro de 1908, que afetou a cidade de Messina, e o papa permitiu que se
abrisse o albergue de Santa Marta (junto à basílica de São Pedro) para os
refugiados e pessoas sem lar.
*A Agência Católica de Informação - ACI Digital, faz parte
das agências de notícias do Grupo ACI, um dos maiores geradores de conteúdo
noticioso católico em cinco idiomas e que, desde junho de 2014, pertence à
família EWTN Global Catholic Network, a maior rede de televisão católica do
mundo, fundada em 1981 por Madre Angélica em Irondale, Alabama (EUA), e que
atinge mais de 85 milhões de lares em 110 países e 16 territórios.
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