“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5,9) | Palavra de Vida Novembro 2025
Organizado por Augusto Parody Reyes com a
comissão da Palavra de Vida publicado às 00:00 de 17/10/2025,
modificado às 12:05 de 30/10/2025
Uma pesquisa organizada por três universidades italianas
relatou recentemente que, naquele país, mais de um milhão de mensagens de ódio
foram postadas on-line em um ano. As mensagens mais violentas
eram direcionadas sempre contra os estrangeiros, os judeus, mas, sobretudo,
contra as mulheres.
Claro que não podemos generalizar, mas cada um de nós já
vivenciou na família, no trabalho, no esporte etc., atitudes conflituosas,
ofensivas e antagônicas que dividem, comprometendo a convivência social. Além
disso, em um nível mais global, existem atualmente 56 conflitos armados no
mundo. É o maior número desde a Segunda Guerra Mundial, com uma quantidade
altíssima de vítimas civis.
É precisamente nesse contexto que ressoam instigantes,
verdadeiras e fortes como nunca, as palavras de Jesus:
“Bem-aventurados
os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”
“Cada povo, cada pessoa sente um profundo desejo de paz, de
concórdia, de unidade. Mesmo assim, apesar dos esforços e da boa vontade, após
milênios de história, continuamos incapazes de manter uma paz estável e
duradoura. Jesus veio trazer-nos a paz, uma paz – diz Ele – que não é ‘como a
dá o mundo1’, porque não consiste apenas na ausência de guerras, de lutas, de
divisões, de traumas. A ‘sua’ paz é também isso, mas é muito mais: é plenitude
de vida e de alegria, é salvação integral da pessoa, é liberdade, é justiça e
fraternidade no amor entre todos os povos2”.
A Palavra de Vida deste mês é a sétima das Bem-aventuranças
encontradas no começo do Sermão da Montanha (Mt 5-7). Jesus, que
personifica todas elas, dirige-se aos seus discípulos para instruí-los. Chama
atenção o fato de que as oito Bem-aventuranças são formuladas no plural. Daí
podemos deduzir que a ênfase não é dada a uma atitude individual ou a virtudes
pessoais, mas sim a uma ética coletiva, vivenciada em um grupo.
“Bem-aventurados
os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”
Quem são os que promovem a paz? Esta “bem-aventurança é a
mais ativa, explicitamente operativa; a expressão verbal é análoga àquela
utilizada para a criação no primeiro versículo da Bíblia e indica iniciativa e
laboriosidade. O amor, pela sua natureza, é criativo […] e procura a
reconciliação custe o que custar. São chamados filhos de Deus aqueles que
aprenderam a arte da paz e que a praticam, sabem que não há reconciliação sem o
dom da própria vida, e que a paz deve ser procurada sempre e de todas as formas.
[…] Esta não é uma obra autônoma, fruto das próprias capacidades; é
manifestação da graça recebida de Cristo, que é a nossa paz, que nos fez filhos
de Deus3”.
“Bem-aventurados
os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”
Como, então, podemos viver esta Palavra? Primeiro,
irradiando o amor verdadeiro por toda parte. Depois, intervindo quando a paz
estiver ameaçada ao nosso redor. Às vezes basta escutar com amor, até o fim, as
partes em conflito para vislumbrarmos uma solução.
Mais ainda: não desistiremos enquanto não se restabelecerem
relacionamentos que, muitas vezes, se romperam por motivos fúteis. Quem sabe,
poderíamos fazer surgir, dentro da nossa organização, associação ou paróquia,
alguma iniciativa específica para desenvolver uma maior consciência da
necessidade da paz. No mundo inteiro existem incontáveis iniciativas, grandes e
pequenas, com essa orientação. Por exemplo: caminhadas, shows,
conferências; também o trabalho voluntário desencadeia uma corrente de
generosidade que constrói a paz.
Há também programas de educação para a paz, como o Living
Peace4. Até o momento, mais de 2.600 escolas e grupos aderiram a esse
projeto, e mais de dois milhões de crianças, além de jovens e adultos, estão
envolvidos nessas iniciativas, nos cinco continentes. Entre elas, o lançamento
do Dado da Paz – que se inspira no Dado da Arte de Amar, de Chiara
Lubich5 – cujas faces trazem frases que ajudam a construir relacionamentos de
paz. E ainda, a iniciativa do Time Out, atuada por pessoas do mundo
inteiro: todos os dias, ao meio-dia, faz-se um momento de silêncio, de reflexão
ou de oração pela paz.
Organizado por Augusto Parody Reyes com a comissão da
Palavra de Vida
Notas:
1) Cf. Jo 14,27.
2) LUBICH, Chiara. A paz que é fraternidade.
Palavra de Vida, janeiro de 2004.
3) Papa Francisco,
Audiência Geral.
Catequese sobre as
Bem-aventuranças.
15 de abril de 2020.
4) LIVING Peace International. 2016. Disponível em:
http://livingpeaceinternational.org/br/. Acesso em:
8 set. 2025.
5) LUBICH, Chiara. A arte de amar. São Paulo:
Cidade Nova, 2006.

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