"Quem busca a verdade e a justiça, quem espera pela
liberdade e pela paz, questiona Jesus". Sua palavra "liberta-nos da
prisão do desconforto e do sofrimento: todas as profecias encontram n’Ele o
esperado cumprimento. Na verdade, é Cristo quem abre os olhos do homem à glória
de Deus. Ele dá voz aos oprimidos, silenciados pela violência e pelo ódio; Ele
vence as ideologias, que impedem de ouvir a verdade; Ele cura das aparências
que deformam o corpo".
Vatican News
Depois de presidir na Basílica de São Pedro a Celebração
Eucarística no Jubileu dos Reclusos, Leão XIV rezou o Angelus da
janela do apartamento pontifício com os 20 mil fiéis e peregrinos reunidos na
Praça São Pedro.
Antes da oração mariana, a inspirar sua reflexão,
foi o Evangelho de Mateus (Mt 11,2-11) proposto pela liturgia do dia, cuja
narrativa "leva-nos a visitar João Batista na prisão, onde se
encontra detido por causa da sua pregação. Apesar disso - observa o Papa -
ele não perde a esperança, tornando-se para nós um sinal de que a profecia,
embora acorrentada, continua a ser uma voz livre em busca de verdade e
justiça".
Na prisão, João Batista ouve «falar das obras de Cristo»,
que são diferentes das que ele esperava. Então, manda perguntar-lhe: «És Tu
aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?»:
Quem busca a verdade e a justiça, quem espera pela
liberdade e pela paz, questiona Jesus. É mesmo Ele o Messias, ou seja, o
Salvador prometido por Deus pela boca dos profetas?
E a resposta de Jesus - explicou Leão XIV - orienta o olhar
para aqueles que Ele amou e serviu:
São eles – os últimos, os pobres, os doentes – que falam
por Ele. Cristo anuncia quem Ele é através das suas ações. O que Ele faz é para
todos nós um sinal de salvação. Com efeito, quando encontra Jesus, a vida sem
luz, sem palavra e sem sabor reencontra sentido: os cegos veem, os mudos falam,
os surdos ouvem. A imagem de Deus, desfigurada pela lepra, recupera integridade
e saúde. Até os mortos, totalmente insensíveis, voltam à vida. Este é o
Evangelho de Jesus, a boa nova anunciada aos pobres: quando Deus vem ao mundo,
vê-se!
A palavra de Jesus - acrescentou o Papa - liberta-nos da
prisão do desconforto e do sofrimento: todas as profecias encontram n’Ele o
esperado cumprimento:
Na verdade, é Cristo quem abre os olhos do homem à glória
de Deus. Ele dá voz aos oprimidos, silenciados pela violência e pelo ódio; Ele
vence as ideologias, que impedem de ouvir a verdade; Ele cura das aparências
que deformam o corpo. Assim, o Verbo da vida nos redime do mal, que
conduz o coração à morte.
Nesse sentido, como discípulos do Senhor, "somos
chamados neste tempo de Advento a unir a espera do Salvador à atenção ao que
Deus faz no mundo. Poderemos, então, experimentar a alegria da liberdade que
encontra o seu Salvador: «Gaudete in Domino semper – Alegrai-vos
sempre no Senhor»:
É precisamente com este convite que começa a Santa Missa
de hoje, terceiro domingo do Advento, chamado por isso domingo Gaudete.
Alegremo-nos, pois, porque Jesus é a nossa esperança, sobretudo nas horas de
provação, quando a vida parece perder sentido e tudo se nos apresenta mais
sombrio, quando nos faltam palavras e temos dificuldade em ouvir o próximo.
Que a Virgem Maria, modelo de expectativa, atenção e alegria
- disse o Papa ao concluir - nos ajude a imitar a obra do seu Filho,
partilhando com os pobres o pão e o Evangelho.


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