Paulo
Teixeira - publicado em 15/09/25
O trabalho da Fazenda da Esperança, que há anos aposta na
recuperação de dependentes químicos.
Um dos objetivos da Fazenda da Esperança, como o nome já intui, é
dar a esperança de um novo amanhecer aos que procuram por ela. A organização é
uma comunidade terapêutica que atua desde 1983 no processo de recuperação de
dependentes químicos. Com mais de 160 unidades em 25 países e em todo território
brasileiro, a Fazenda da Esperança nasceu em Guaratinguetá, com Frei Hans e um
jovem paroquiano que, comprometido com o próximo, viu a necessidade de realizar
um trabalho de espiritualidade e recuperação com pessoas viciadas em álcool e
drogas.
Além do acolhimento a dependentes químicos, a Fazenda também
presta serviço de caridade, acolhimento para crianças órfãs, pessoas portadoras
de HIV, que estão em fase terminal, dos quais a família não consegue cuidar, e
pessoas com problemas psiquiátricos, que são rejeitadas pelos familiares. Padre
José Luiz de Menezes, presidente geral da Fazenda da Esperança, conta que a
Palavra de Deus é a força que move a organização: “Prestamos esses serviços
motivados pelo Evangelho e buscamos motivar todos a viverem a Palavra de Deus,
que é força motora que nos faz realizar esse trabalho de fraternidade. O
propósito do nosso trabalho é acolher pessoas em situação vulnerável, desde a
infância, na fase adulta e na velhice também.”
Caminhos de esperança
Trabalho, espiritualidade e convivência são as três ações
que norteiam os trabalhos da Fazenda da Esperança. Diariamente são distribuídas
as atividades para os assistidos pela organização. A primeira atividade começa
pela manhã com a reflexão da Palavra de Deus, seguida do café, e a partir daí
são entregues as demais ações do dia como: cuidados da horta, do jardim e
padaria; e pela tarde eles descansam, escrevem cartas para os familiares, e
após o jantar acontece o momento de partilha, em que é exposta a experiência
que cada um viveu naquele dia, como destaca Padre José: “Se houve conflito na
convivência, trabalha-se a reconciliação, o perdão. Tudo isso é realizado no
dia a dia e a cada experiência são apresentados os traumas e as dificuldades da
convivência familiar. Infelizmente o relacionamento com a família está muito
fragilizado e muitas vezes é a raiz que leva a pessoa à dependência química.”
O tempo médio de tratamento é de um ano, mas muitos se
identificam com o carisma da Fazenda e decidem tornar-se missionários: “Alguns
se sentem gratos por terem recebido atendimento e pedem para servir como
missionários por quatro ou cinco anos e só depois disso seguem suas vidas”,
reforça o sacerdote.
Mudança de vida
A Fazenda também oferece aos assistidos a integração social
e o direcionamento profissional ao invés de profissionalizá-los, pois foi a
melhor maneira de se inserirem novamente na sociedade: “Fizemos a experiência
de profissionalizar no início do projeto da Fazenda, mas isso tirava o foco do
tratamento que era essencial, então por experiência deixamos essa proposta de
lado. Entendemos que não deveríamos criar expectativa neles, focando apenas na
mudança de vida: ser um homem novo, mudando de dentro para fora. Muitos se
permitiram essa mudança e hoje trabalham em grandes empresas”, partilhou Padre
José Luiz em entrevista à Rede Imaculada
de Comunicação.
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