Philip
Kosloski - publicado em 07/11/25
Romper com um hábito de pecado específico pode ser
difícil, mas o venerável Luís de Granada oferece uma orientação útil que pode
ajudar.
Em algum momento da nossa vida, podemos perceber que
existe um pecado concreto que queremos (ou precisamos!) deixar de
cometer. Talvez esse pecado já tenha se tornado um hábito
enraizado, e livrar-se dele sem direção pode parecer quase
impossível.
De certo modo, pode ser que até nos sintamos
apegados a ele, temendo como seria nossa vida se o abandonássemos.
Mas afinal, é possível deixar de cometer esse
pecado? O que devemos fazer?
A guia do pecador
O venerável Luís de Granada, sacerdote
dominicano do século XVI, oferece seus conselhos em um livro de título muito
apropriado: “A guia do pecador.”
Nele, ele apresenta um plano passo a passo para
os pecadores que desejam começar a praticar a virtude e libertar-se
da escravidão do pecado.
Segundo Granada, “o primeiro remédio contra o pecado é a
firme resolução de não cometê-lo.”
1 - RESOLVE NÃO VOLTAR A PECAR
Sua primeira decisão deve ser uma resolução
profunda e inabalável de nunca cometer um pecado mortal, pois ele nos
priva da graça e da amizade de Deus.
Essa resolução é o alicerce de uma vida virtuosa.
2 - MANTENHA ESSA RESOLUÇÃO, ACONTEÇA O QUE ACONTECER
Assim como uma casa continua sendo casa mesmo
que perca seus adornos — mas deixa de existir se o edifício
for destruído —, também a vida da virtude tem uma
essência: a caridade.
Enquanto essa caridade permanece, nossa construção
espiritual se mantém de pé.
Mas se a resolução de não cometer pecado mortal desmorona, toda
a estrutura cai em ruínas: deixamos de ser amigos de Deus e nos tornamos
seus inimigos.
3 - SUBSTITUA O PECADO PELO DESEJO DE CRESCER NA AMIZADE
COM DEUS
Aquele que deseja perseverar no mesmo caminho de
conversão deve se esforçar para imitar os santos, firmando
essa resolução nas profundezas da alma.
Reconhecendo o verdadeiro valor das coisas, deve
preferir a amizade de Deus a todos os tesouros da terra, sacrificando sem
hesitação os prazeres passageiros em troca das delícias
eternas.
Conseguir isso deve ser o objetivo de todas as suas
ações, a intenção de todas as suas orações, o fruto
buscado nos sacramentos, o proveito extraído dos sermões e das
leituras piedosas, a lição aprendida na beleza e harmonia do mundo
e de todas as criaturas.
4 - NÃO DESISTA QUANDO CAIR
Aprenda com o carpinteiro: quando quer pregar um
grande prego, ele não se contenta com alguns golpes, mas continua
martelando até ter certeza de que o fixou firmemente.
Você deve imitá-lo se quiser enraizar profundamente
essa resolução em sua alma.
Não se contente em renová-la de vez em quando; aproveite
cada dia e todas as oportunidades que se apresentarem
— na meditação, nas leituras, no que vê ou ouve — para fortalecer
cada vez mais em sua alma esse horror ao pecado.



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