Talita
Rodrigues - publicado em 30/09/25
Quando a vida apaga o brilho: redescobrindo a centelha
que resiste.
Avida tem um jeito cruel de nos testar. No começo, somos
cheios de brilho, sonhos e esperança. Mas, conforme os anos passam, algumas
dores se acumulam. Decepções, perdas, traições, ciclos que se repetem. Cada
ferida deixa uma marca, cada golpe tira um pedaço. E sem perceber, algo dentro
de nós, vai morrendo.
A alegria se torna um eco distante. O que antes
fazia o coração vibrar agora já não faz diferença. O riso é raro, os
olhos já não brilham como antes. Você se olha no espelho e não se reconhece.
Onde foi parar aquela pessoa cheia de vida? O que sobrou de quem você era?
A essência, aquela centelha única que nos torna quem somos,
parece ter se apagado. Você se acostuma a sobreviver, mas não a viver. Aprende
a carregar o peso dos dias, a vestir um sorriso vazio, a dizer “está tudo bem”
quando, na verdade, nada está.
E o mais doloroso é perceber que ninguém realmente vê. O
mundo segue o seu curso enquanto você se perde dentro de si mesma. O silêncio
vira o seu refúgio, porque explicar a dor parece impossível.
Mas mesmo na escuridão, há uma esperança silenciosa. Porque
se um dia você brilhou, essa luz ainda existe em algum lugar. Talvez fraca,
talvez escondida, mas sempre viva. E quem sabe, um dia, depois de tantas
quedas, você encontre força para reacendê-la.
A esperança como semente de renascimento:
A dor tem a capacidade de nos transformar profundamente, mas
não de nos definir para sempre. Muitas vezes, acreditamos que nossa luz se
apagou, quando, na verdade, ela apenas se escondeu atrás das sombras das
experiências difíceis. Assim como a semente precisa ser enterrada na escuridão
da terra antes de florescer, nós também, em meio às perdas e quedas, podemos
reencontrar uma nova forma de existir.
No silêncio da alma, quando tudo parece vazio, uma voz suave
insiste em nos chamar para o alto. É a lembrança de que a vida não se limita à
dor, mas é atravessada por um sentido maior. Essa esperança, que muitas vezes
se confunde com fé, nos lembra que não caminhamos sozinhos, e que há uma
Presença que continua acreditando em nós, mesmo quando já não acreditamos mais.
Talvez essa seja a verdade mais difícil de aceitar: a
vida pode apagar o nosso brilho por um tempo, mas nunca consegue destruí-lo por
completo. Ele continua ali, como uma chama pequena, aguardando o sopro
certo para voltar a arder. E, quando esse momento chega, não é mais o mesmo
brilho inocente do começo — é uma luz amadurecida, marcada pela dor, mas também
pela resistência.
É nessa luz renovada que descobrimos que a vida tem um
propósito maior do que imaginávamos. Que cada queda pode nos aproximar de algo
mais profundo, mais verdadeiro, mais eterno. E assim, mesmo depois da noite
mais escura, podemos reencontrar a claridade. Porque, no fim, o brilho não vem
apenas de nós — mas da força que nos sustenta e nunca nos abandona.
Gostou do artigo? Então clique aqui e
siga a psicóloga católica Talita rodrigues no instagram

Nenhum comentário:
Postar um comentário