Translate

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Evento no DF reúne juventude para celebrar canonização de Carlo Acutis

Foto: O papa Leão XIV marcou a canonização de Carlo Acutis para 7 de setembro - (crédito: divulgação/Site Carlo Acutis)

Intitulado de "Jovens a Caminho da Basílica", o evento contará com presença do arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa.

Por Correio Braziliense

Postado em 01/09/2025

Um dos maiores eventos que reúne a juventude católica vai ocorrer no domingo (7/9), das 7h às 17h, na Basílica Santuário São Francisco de Assis. A atividade vai celebrar canonização de Carlo Acutis, conhecido como "padroeiro da internet". Haverá exposição de relíquia de 1º grau dele.

Segundo os organizadores, será um dia inteiro de música, adoração, bate-papo, confraternização, alegria, louvor e um "verdadeiro caminho para a Santidade". 

Intitulado de Jovens a Caminho da Basílica, o evento contará com presença do arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa. Os jovens poderão ouvir, dialogar e partilhar experiências de fé com o arcebispo. Além disso, os ministérios Nova Primavera e Jovem da Comunidade Shalon são algumas das atrações confirmadas.

Os participantes poderão vivenciar experiências inspiradas no chamado "Kit Santidade" criado por Carlo Acutis. Este "circuito" contará com cinco espaços rotativos, estimulando a vivência prática dos seguintes valores: ir à Santa Missa, confissão, adoração eucarística, oração do Santo Rosário, leitura da Bíblia, devoção ao anjo da guarda e obras de misericórdia.

"Uma caminhada de fé que promete momentos de encontro com Deus e muita espiritualidade", disse a Basílica Santuário São Francisco de Assis. A entrada é gratuita mediante doação de 1kg de alimento, ou objetivos e roupas para campanha social. 

Quem é Carlo Acutis?

Carlo Acutis nasceu em 3 de maio de 1991 em Londres, na Inglaterra, e morreu aos 15 anos, em 12 de outubro de 2006 em Monza, na Itália, após ser acometido por uma leucemia classificada como fulminante. 

Ele usou a tecnologia para evangelizar. Apaixonado pela eucaristia, o jovem criou um site com os principais milagres eucarísticos do mundo. A Basílica Santuário São Francisco de Assis destaca que Carlo viveu uma fé simples, alegre e profunda, mesmo enfrentando a doença. 

Inicialmente, a canonização de Carlo Acutis havia sido marcada para 27 de abril, na Praça de São Pedro, como parte das celebrações jubilares dedicadas aos adolescentes. Com a morte do papa Francisco, em 21 de abril, logo após o domingo de Páscoa, a data foi alterada. O papa Leão XIV marcou a canonização de Carlo Acutis para 7 de setembro.

Programação do evento “Jovens a Caminho da Basílica”

  • 7h - Bênção e abertura dos espaços do Kit Santidade
  • 10h - Conversa com o arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa
  • 11h - Santa Missa
  • 12h Almoço (leve o seu ou compre no local)
  • 16h30 - Bênção final com o Santíssimo
  • 17h - Encerramento
  • * Além disso, haverá apresentações de bandas católicas e pregações com temáticas voltadas para o público jovem. Para maior comodidade, serão oferecidas opções de alimentação no local, com almoço e lanches a preços acessíveis.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2025/09/7238787-evento-no-df-reune-juventude-para-celebrar-canonizacao-de-carlo-acutis.html

Por que um adolescente não deve ingerir bebidas alcoólicas

alkoholizm | Shutterstock

Javier Fiz Pérez - publicado em 08/03/19 - atualizado em 01/09/25

Pesquisas mostram que o álcool causa mais danos ao cérebro em desenvolvimento dos adolescentes do que se acreditava.

Pesquisas recentes podem ajudar a explicar por que as pessoas que começam a beber em idade precoce correm um grande risco de se tornarem alcoólatras.

De acordo com os resultados de uma pesquisa realizada nos EUA com 43.093 adultos e publicada em 3 de julho na revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, 47% das pessoas que começam a beber antes dos 14 anos desenvolvem uma dependência em algum momento sua vida, em comparação com 9% daqueles que esperam pelo menos até os 21 anos de idade. A correlação é mantida mesmo quando os riscos genéticos do alcoolismo são levados em conta.

Entre todos os processos de desenvolvimento durante a adolescência, há dois que são de interesse especial.

O primeiro é a melhora sináptica, que ocorre gradualmente ao longo do período da adolescência. Refere-se ao aperfeiçoamento de sinapses ou conexões entre as células cerebrais. Ao nascer, cada célula do cérebro está conectada a outras dez mil, mas nem todas essas conexões serão necessárias. Assim, dependendo do tipo de atividade em que a pessoa está envolvida, as conexões desnecessárias desaparecem e o restante é aperfeiçoado. Assim, o córtex cerebral e a massa cinzenta experimentam uma redução no final de uma adolescência saudável.

O segundo é a mielinização da substância branca. Os axônios são extensões dos neurônios através dos quais o impulso nervoso circula para ativar o processamento da informação no cérebro. Esses axônios são cobertos com uma substância chamada mielina, que favorece que a informação seja processada de forma mais eficiente dentro do cérebro.

Durante a adolescência, muitos desses processos de desenvolvimento ocorrem, estando localizados principalmente na região dos lobos frontais. Se tudo evolui normalmente durante a adolescência, o cérebro ganha efetividade em termos de transmissão de informações com vistas à maturidade.

Problemas de atenção e velocidade

O que acontece então se o álcool é introduzido no corpo durante este período de desenvolvimento significativo?

Os níveis de atenção são significativamente mais baixos em adolescentes que bebem bebidas alcoólicas. Além disso, devido à sua fase de desenvolvimento, o fígado de um menino ou uma menina não está pronto para metabolizar o álcool até os 18 anos. E quanto ao sistema imunológico, o álcool o enfraquece, o que torna o organismo mais vulnerável ​​a todo tipo de doença.

Há também evidências de deterioração na velocidade dos testes de processamento de informações. Esses resultados coincidem com outras investigações, que descrevem uma deterioração no desempenho ao processar informações rapidamente e manter a atenção.

Sinais de alarme

Vejamos alguns dos sintomas para reconhecer se um adolescente está com problemas com álcool.

– Mudanças súbitas no comportamento sem motivo aparente.

– Muito tempo sozinho ou trancado no quarto.

– Chegadas tardias. Atrasos a ausências não justificadas.

– Mudanças significativas no desempenho escolar.

– Falta de interesse em amigos, esportes, entretenimento.

– Perda de apetite.

– Comportamento depressivo.

– Hiperatividade ou fadiga.

– Negligenciar a maneira de vestir ou a higiene pessoal.

– Escapa de casa.

A chave para tudo está nos pais

A presença dos pais é de importância crucial.

Você tem que estar presente. Ouça os adolescentes. Saiba o que eles fazem, onde estão e com quem. Definir limites significa cuidar. Os limites são necessários. Eles permitem diferenciar entre o bem e o mal, o que precisa ser feito e o que não deve ser feito. Sem limites, há vazio, solidão e confusão.

Os pais devem ser as referências em que as crianças e os adolescentes podem se sentir seguros, valorizados e apreciados. A autoridade é valorizada quando expressa com carinho, ternura, abraços e decisões firmes, com a garantia de que amanhã nossos filhos irão apreciar muito a nossa forte presença nos seus anos de crescimento e desenvolvimento.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2019/03/08/por-que-um-adolescente-nao-deve-ingerir-bebidas-alcoolicas/

O ministério do catequista: vocação e serviço à Palavra

Ministério de Catequista (CNBB)

O MINISTÉRIO DO CATEQUISTA: VOCAÇÃO E SERVIÇO À PALAVRA

01/09/2025

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

A Igreja, ao longo dos séculos, sempre reconheceu e valorizou a missão de homens e mulheres que, movidos pela fé e pelo amor a Cristo, dedicam-se ao anúncio da Palavra de Deus e à formação dos irmãos na caminhada cristã. Entre esses, estão os catequistas, cujo ministério ocupa lugar de destaque na vida eclesial e missionária. 

O catequista é chamado a ser testemunha viva do Evangelho e colaborador no processo de iniciação à vida cristã. Sua missão não se restringe a transmitir conteúdos doutrinais, mas a conduzir os catequizandos a um encontro pessoal e transformador com Jesus Cristo. Assim, o catequista é, antes de tudo, um discípulo missionário, alguém que se deixa formar pela Palavra e pela Eucaristia para, depois, formar outros. 

O saudoso Papa Francisco, ao instituir oficialmente o ministério do catequista em 2021, recordou que estes são “homens e mulheres chamados a expressar sua competência no serviço da transmissão da fé, que se desenvolve através de diferentes etapas e modalidades”. Esse reconhecimento oficial não é apenas honorífico: ele confirma o valor eclesial e missionário desse serviço, que está no coração da missão da Igreja. 

Ser catequista exige um coração apaixonado por Deus e pelo próximo. O catequista é alguém que acolhe, escuta, acompanha e orienta. Ele se torna presença amiga e referência de fé para crianças, jovens e adultos que buscam aprofundar a vida cristã. Sua missão é particularmente importante em um tempo marcado pela indiferença religiosa, pelo relativismo e pelas crises de sentido que atingem tantas famílias. 

A catequese, no entanto, não pode ser reduzida a um curso ou a uma simples preparação para os sacramentos. Ela é um itinerário de fé, que introduz a pessoa na vida comunitária, na oração e na missão. O catequista é mediador: ajuda o catequizando a compreender e a viver a fé em todas as dimensões da existência. Por isso, deve se esforçar para que cada encontro seja uma verdadeira experiência de Deus, e não apenas uma lição a ser decorada. 

Nesse sentido, o catequista deve cultivar três atitudes fundamentais: 

Ser testemunha – mais do que falar de Jesus, viver como Jesus. Sua vida deve ser coerente com o Evangelho que anuncia. 

Ser servidor da Palavra – meditar diariamente a Sagrada Escritura, buscar formação contínua e abrir-se à ação do Espírito Santo. 

Ser missionário – não se limitar à sala de catequese, mas ajudar as famílias a se tornarem verdadeiras “igrejas domésticas”, onde a fé é partilhada e celebrada. 

O Diretório Geral para a Catequese recorda que a catequese deve estar intimamente ligada à liturgia, à caridade e à vida comunitária. Por isso, outro aspecto essencial é a integração da catequese na vida da paróquia. O catequista é chamado a trabalhar em comunhão com o pároco, com outros agentes de pastoral e com os pais, primeiros educadores da fé. Essa colaboração fortalece a comunidade e torna a catequese mais fecunda. 

Na realidade atual, os catequistas enfrentam desafios grandes: a falta de tempo das famílias, a competição com as tecnologias digitais, a secularização e, muitas vezes, a desvalorização do próprio ministério. Ainda assim, é precisamente nesse cenário que o testemunho do catequista se torna mais necessário. Ele deve ser criativo, perseverante e cheio de esperança, para anunciar Cristo de forma fiel e atraente. 

Não podemos esquecer que o ministério do catequista é também um ato de esperança. Quem se dedica a ensinar a fé acredita que a semente lançada dará frutos, mesmo que não veja imediatamente os resultados. O catequista trabalha com paciência evangélica, confiante na promessa do Senhor: “A Palavra que sair da minha boca não voltará para mim vazia” (Is 55,11). 

Por fim, é importante recordar que a catequese não é uma tarefa individual, mas uma missão eclesial. O catequista não fala em nome próprio, mas em nome da Igreja. Por isso, precisa estar em comunhão com os pastores e com toda a comunidade. Seu serviço não é apenas voluntariado, mas uma vocação específica, um chamado de Deus para ser instrumento de evangelização e de formação de discípulos. 

Rezemos para que nunca faltem à Igreja catequistas generosos, comprometidos e cheios de ardor missionário. Que cada comunidade saiba acolher, formar e valorizar esses servidores da Palavra, que dedicam tempo, dons e vida à semeadura do Evangelho. 

Como recorda São Paulo: “Ai de mim se eu não evangelizar!” (1Cor 9,16). Que essa exortação ressoe no coração de cada catequista, para que sua missão, vivida com humildade e amor, continue sendo fonte de esperança e vida nova para a Igreja e para o mundo. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Sonho profético de são João Bosco celebrado em Brasília completa 142 anos

Santuário dom Bosco, em Brasília | Monasa Narjara | ACI Digitak.

Por Monasa Narjara*

30 de ago. de 2025

O “sonho-visão” ou sonho profético do fundador dos salesianos, são João Bosco, com uma "terra prometida" localizada entre os “paralelos 15 e 20” do globo terrestre fez 142 anos em 30 de agosto. A visão de dom Bosco aconteceu em 1883, dá exatamente a latitude em que está localizada Brasília, que só foi inaugurada em 21 de abril de 1960 durante o governo do então presidente Juscelino Kubitschek. 

A profecia de dom Bosco, co-padroeiro de Brasília, diz que “entre o grau 15 e o 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia do ponto onde se formava um lago” e “uma voz repetidamente” disse a ele: “Quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".

Segundo o escrito dos salesianos, “toda profecia” de dom Bosco “é, por si só, obscura em seu enunciado, usando em sua expressão termos genéricos e linguagem imaginosa, figurativa”, mas, “mesmo sob este ponto de vista, é admirável notar como dom Bosco situou nitidamente no tempo e no espaço o objetivo de sua previsão”.

Sonho profético de dom Bosco

A profecia de são João Bosco foi relatada por ele durante uma “reunião da Assembleia Geral da Congregação Salesiana, no dia 4 de setembro” do mesmo ano, enquanto o padre salesiano, Lemoyne “recolhia as memórias do santo”, transcrevendo o relato e “submetendo-o à correção de dom Bosco. “Este o examinou com atenção, acrescentando e modificando”, narra as Memórias biográficas de são João Bosco, publicada em 1935.

Dom Bosco contou que "na noite que precedia a festa de santa Rosa de Lima, 30 de agosto”, teve “um sonho”:  “Percebi que estava dormindo e parecia-me, ao mesmo tempo, correr a toda velocidade, a ponto de me sentir cansado de correr, de falar, de escrever e de esforçar-me no desempenho das ocupações costumeiras. Enquanto hesitava se tratava de sonho ou de realidade, pareceu-me entrar em um salão, onde se achavam muitas pessoas, falando de assuntos vários".

“...Nesse interim, aproximou-se de mim um jovem de seus dezesseis anos, amável e de beleza sobre-humana, todo radiante de viva luz, mais clara que a do sol...".

Segundo os salesianos, este jovem que “se apresenta como amigo seu e dos salesianos” acompanhou dom Bosco “durante toda a misteriosa viagem” e “vem, em nome de Deus, dar-lhe um pouco de trabalho”.

São João Bosco relata que este jovem pede que ele “sente-se” a uma mesa que está no meio de um salão, “sobre a qual estava enrolada uma corda” e pede que ele “puxe” esta “corda”. O santo conta que viu “que essa corda estava marcada com linhas e números, como se fosse uma fita métrica” e percebe, “mais tarde, que aquele salão estava situado na América do Sul, exatamente por sobre a linha do Equador, correspondendo os números impressos na corda aos graus geográficos de latitude...".

"Observo que então via tudo de conjunto, como que em miniatura. Depois, como direi, vi tudo em sua real grandeza e extensão. Foram os graus marcados na corda correspondendo exatamente aos graus geográficos de latitude, que me permitiram gravar na memória os sucessivos pontos que visitei, viajando na segunda parte do sonho. Meu jovem amigo continuava: “Pois bem, estas montanhas são como balizas: são um limite. Entre elas e o mar está a messe oferecida aos Salesianos. São milhares, são milhões de habitantes que esperam o seu auxílio: aguardam a fé”, disse dom Bosco destacando que “aquelas montanhas eram as Cordilheiras da América do Sul e aquele mar o Oceano Atlântico...".

Ao escutar a moção do jovem, dom Bosco disse que ia pensando: “Mas para se conseguir isto, vai ser preciso muito tempo” e exclamou em voz alta: “Não sei mais o que responder”. Mas o jovem, lendo seus pensamentos disse: “Isto acontecerá antes que passe a segunda geração”.

“E qual será a segunda geração?”, perguntou o santo. “A presente não se conta. Será uma outra, depois outra”, respondeu o jovem. “E quantos anos compreende cada geração dessas?”, indagou o salesiano. “60 anos”, disse o moço. “E depois?”, perguntou novamente dom Bosco. “Quer ver o que sucederá depois? Venha cá”, falou o jovem.

“E sem saber como, encontrei-me numa estação de estrada de ferro. Havia muita gente. Embarcamos. Perguntei onde estávamos. Respondeu o moço: “Note bem! Observe! Viajaremos ao longo da cordilheira. O senhor tem estrada franqueada também para leste, até o mar. É outro dom do Senhor". Assim dizendo, tirou do bolso um mapa, que mostrava assinalada a diocese de Cartagena (Colômbia). Era o ponto de partida”, relatou o santo dizendo que, “enquanto olhava o mapa, a máquina apitou e o trem se pôs em movimento” e ao longo da viagem aprendeu “coisas belíssimas e inteiramente novas sobre astronomia, náutica, meteorologia, sobre a fauna, a flora e a topografia daqueles lugares, que ele me explicava com maravilhosa precisão...”

Ele também contou que ao olhar “através das janelas do vagão”, via “variadas e estupendas regiões”, com “bosques, montanhas, planícies, rios tão grandes e majestosos que não era capaz de os acreditar assim tão caudalosos, longe que estavam da foz...”. “Meus olhos tinham uma potência visual maravilhosa, não encontrando obstáculos que os detivessem de estender-se por aquelas regiões. Enxergava nas vísceras das montanhas e no subsolo das planícies. Tinha debaixo dos olhos as riquezas incomparáveis daqueles países, riquezas que um dia serão descobertas. Via numerosos filões de metais preciosos, minas inexauríveis de carvão, depósitos de petróleo tão abundantes como nunca se encontraram até então em outros lugares, pontuou o santo.

Mas segundo dom Bosco, isso “não era tudo”, “entre o grau 15 e o 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia do ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: Quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".

E continuando sua viagem, ao longo da cordilheira, ele também passou pelas “margens do Uruguai". Segundo o santo, já no fim da viagem, “o jovem guia tirou do bolso uma carta geográfica de incrível beleza” e perguntou a ele se queria “ver a viagem” que ele tinha feitos, “as regiões percorridas?”. E ao dizer que sim, o moço “desdobrou então o mapa, em que se desenhava com admirável exatidão toda a América do Sul”.

“Ademais, já estava representando tudo o que existia, que existe, e haverá de existir naquelas regiões, sem confusão de espécie alguma, pelo contrário, com tal nitidez que, de um só relance, se abrangia tudo. Compreendi tudo no instante, mas, pela multiplicidade das circunstâncias, durou pouco tal clareza, cedendo lugar à completa confusão que ora me ocupa a mente. Enquanto observava aquele mapa, esperando que o rapazinho acrescentasse ainda alguma explicação, agitado que estava-pela surpresa de tudo quanto vira, pareceu-me que soassem as Ave-Marias, ao alvorecer. Despertando, percebi que eram os sinos da paróquia de são Benigno. O sonho durara a noite inteira", finalizou a profecia.

“Embora o objeto” da visão de dom Bosco “não seja exclusivamente nem mesmo explicitamente Brasília, podemos afirmar que dom Bosco viu, em 1883, o que hoje, em parte, é realidade”, diz o escrito enfatizando que isso “reforça” a narração do santo: "Quando vierem explorar as riquezas escondidas neste planalto, surgirá aqui a terra prometida, onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível". “Ora, a maior repercussão não obteve nenhuma outra descoberta, em outros pontos da referida faixa continental”, frisou os salesianos.

*Monasa Narjara é jornalista da ACI Digital desde 2022 e foi jornalista na Arquidiocese de Brasília entre 2014 a 2015.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/64319/sonho-profetico-de-sao-joao-bosco-celebrado-em-brasilia-completa-142-anos

A esperança na voz de São Paulo Apóstolo

Praça São Pedro - Estátua de São Paulo (Vatican News)

O tema do Jubileu, "A esperança não decepciona", também serve como um chamado para um mundo em busca de paz e renovação. É um convite para que as pessoas se voltem para Deus, encontrem a esperança em sua fé e a compartilhem com o mundo, promovendo fraternidade, solidariedade e um mundo melhor."

Jackson Erpen* - Cidade do Vaticano

Na teologia paulina, a esperança ocupa um lugar central como virtude que sustenta o cristão no caminho da fé. Para São Paulo, não se trata de mero otimismo humano, mas da certeza enraizada na promessa de Deus e na ressurreição de Cristo. Ela projeta o crente para o futuro definitivo, mas atua também no presente, dando forças para enfrentar tribulações. Assim, a esperança é dom do Espírito que alimenta a perseverança e mantém a confiança de que “a glória futura” supera os sofrimentos do agora.

Além disso, Paulo apresenta a esperança como parte inseparável da tríade fé–esperança–caridade. Ela não isola o indivíduo, mas o integra na comunidade, pois é no corpo de Cristo que essa expectativa encontra seu sentido. O apóstolo recorda que a esperança “não decepciona”, porque se apoia no amor de Deus derramado nos corações. 

Depois de "A esperança na boca dos Salmistas" e  "A esperança na boca dos Profetas", Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje "A esperança na voz de São Paulo Apóstolo":

"Para São Paulo, não crer na ressurreição dos mortos é estar “sem esperança” (1Tess 4,13; 1Cor 15,19; Ef 2,12). Ele mesmo diz que se não cremos na Ressurreição, é vã a nossa fé. O apóstolo dos gentios diz assim: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança” (1Tess 4,13). E continua a dizer aos que esperam somente nessa vida terrena: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (1Cor 15,19). Diz mais: “Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos convênios da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que dantes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto”. Paulo alerta para uma realidade nova, a partir da fé em Cristo, para viver uma esperança nova. Com Cristo, há uma nova criatura que não vive mais sem esperança e sem Deus no mundo. Para São Paulo, um batizado já está ressuscitado. Vemos isso na Carta ao Romanos, quando o apóstolo diz: “Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos mais ao pecado. Pois o morto foi justificado do pecado. Sabemos que Cristo, tendo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte já não tem poder sobre ele” (Rm 6,1-7). O verdadeiro cristão já possui nesse mundo o penhor da Vida Eterna e a sua esperança pode assim superabundar. Na mesma carta do apóstolo aos Romanos (15,13) lemos assim: "Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz na fé que vocês têm, para que transbordem de esperança pelo poder do Espírito Santo". Este versículo expressa um desejo para os cristãos, pedindo que Deus, a fonte de esperança, os preencha com alegria e paz através da fé, resultando em uma abundância de esperança fortalecida pelo Espírito Santo. Esse cumprimento em Cristo da esperança de Israel, na espera da promessa de seu ungido e escolhido para salvação do Povo, é a revelação plena do motivo da esperança cristã.

Pode então o cristão esperar verdadeiramente tomar parte na herança prometida. Ele pode e deve como Abraão “esperar contra toda a esperança” em razão de sua fé nas promessas (Rm 4,18-25). E da sua confiança na fidelidade de Deus que garantirá a fidelidade do homem desde o seu chamamento e vocação até à Glória (Rm 8,28-30). Por isso, as esperança mais legítimas humanas, em São Paulo, perdem seu valor, diante da realidade nova de Cristo. "Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas e as considero como refugo, como lixo, para que possa ganhar a Cristo". Esse trecho da Carta aos Filipenses (3,8), Paulo declara que considera tudo como perda em comparação com o "supremo valor" de conhecer Jesus Cristo. Ele afirma que considera suas conquistas anteriores e posses como "lixo" para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele. A esperança de São Paulo é estar com Cristo, na expectativa de receber o prêmio, pois guardou a fé (Fp 3,14). A tradução bíblica, direta do grego, na Carta a Timóteo afirma assim: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm 4,8).

Não poderíamos de falar, sobre a esperança na voz de São Paulo com o lema do Jubileu da Esperança 2025. A frase "a esperança não decepciona" é uma citação bíblica, encontrada em Romanos 5,5, que se refere à esperança cristã, baseada no amor de Deus derramado nos corações pelo Espírito Santo. Ela expressa a ideia de que a esperança em Deus não nos frustrará, mesmo diante de dificuldades e incertezas. O tema do Jubileu de 2025, proclamado pelo Papa Francisco, é "Peregrinos de esperança" e enfatiza a importância da esperança como dom e mensagem central para o tempo presente.

A esperança, nesse contexto, não é apenas um sentimento otimista, mas uma atitude de confiança e expectativa no bem, fundada em Deus. Ela nos fortalece nas tribulações, nos encoraja a perseverar e nos leva a buscar um futuro melhor, mesmo em meio a desafios. A esperança cristã não é uma ilusão, mas uma certeza baseada na promessa e fidelidade de Deus.

O tema do Jubileu, "A esperança não decepciona", também serve como um chamado para um mundo em busca de paz e renovação. É um convite para que as pessoas se voltem para Deus, encontrem a esperança em sua fé e a compartilhem com o mundo, promovendo fraternidade, solidariedade e um mundo melhor."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF