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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Assembleia Arquidiocesana de Pastoral aponta diretrizes para uma Igreja Mistagógica, Sinodal e Missionária

Assembleia Arquidiocesana de Pastoral - Arquidiocese de Brasília (arqbrasilia)

A Arquidiocese de Brasília realizou, neste sábado (06/12), a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, reunindo sacerdotes, religiosos, diáconos, leigos, representantes das pastorais, movimentos e comunidades no auditório do Colégio Santo Antônio, na Asa Sul.

6 de dezembro de 2025 16:43

Com o tema “Uma Igreja Mistagógica, Sinodal e Missionária” e o lema “Reconhecer Jesus, ouvir o Espírito e anunciar com alegria” (cf. Lc 24,31; At 15,28; Mt 28,19), a assembleia reforçou o compromisso da Arquidiocese com um processo pastoral integrado, maduro e profundamente enraizado no Evangelho. O encontro marcou a apresentação e aprovação do novo Plano Pastoral Arquidiocesano, que será homologado pelo Arcebispo Metropolitano de Brasília, Cardeal Paulo Cezar Costa, ainda este ano.

Durante a reflexão, Dom Paulo destacou o primeiro eixo do plano, a Igreja Mistagógica, que conduz os fiéis a uma experiência profunda e transformadora do mistério de Deus. “Uma Igreja mistagógica é uma Igreja que conduz as pessoas a fazer a experiência de Deus”. O Arcebispo enfatizou que a fé cristã não nasce de ideologias, mas de um encontro real e pessoal com Cristo. “A fé se move pelo encontro, pela experiência… uma experiência que dá sentido à vida.”

Ao citar o Papa Francisco e a centralidade do querigma, Dom Paulo ressaltou que o anúncio cristão sempre deve conduzir a uma vivência concreta do mistério. “O querigma não é um anúncio vazio. Ele precisa conduzir a pessoa a encontrar Aquele que está sendo anunciado. A Igreja deve ser a comunidade que ajuda os homens e mulheres de hoje a experimentarem o mistério de Deus… uma Igreja que reza bem, que celebra bem a liturgia, que professa a fé com beleza e pratica bem a caridade”, destacou.

Ao tratar do segundo eixo, a Igreja Sinodal, Dom Paulo reforçou que a sinodalidade não é um modismo, mas a forma própria de ser Igreja. “Na Igreja há uma igualdade fundamental que une a todos e uma distinção ministerial… A sinodalidade envolve todos na evangelização e na missão.”

O Arcebispo sublinhou que o ministro ordenado não é um detentor de poder, mas aquele que anima a vida comunitária. “O presbítero não é um príncipe, ele é um servidor. Onde o presbítero serve, a comunidade se sente envolvida, caminha unida e se doa com alegria.”

Dom Paulo também destacou a beleza da Igreja no Brasil, explicando que o “Nosso diferencial é o amor. As pessoas trabalham o dia inteiro e à noite estão na pastoral, no movimento, servindo por amor.” E completou sobre o sentido verdadeiro da sinodalidade. “Se a sinodalidade se tornasse uma luta de poder, seria falência total. Sinodalidade é comunhão: todos caminhando juntos, buscando o bem do povo de Deus.”

Ao refletir sobre o terceiro eixo, a Igreja Missionária, Dom Paulo recordou o desafio da indiferença religiosa e da saída de muitos fiéis das igrejas. Diante desse cenário, reafirmou o ensinamento de Aparecida: “Quem se encontrou com Jesus Cristo é discípulo… e quem é discípulo é missionário. A missão faz parte do meu ser batizado. Não é algo opcional. A vida de todo batizado deve ser uma missão.”

Dom Paulo salientou que uma Igreja missionária é uma Igreja que olha para fora. “Uma Igreja que olha para os pobres, para os necessitados, uma Igreja que sai ao encontro.” O Arcebispo concluiu a reflexão afirmando que os três eixos se iluminam mutuamente. “A sinodalidade não é fim em si mesma, ela existe em vista da missão, para que a Igreja seja mais evangelizadora e mais bonita.”

Após as reflexões de Dom Paulo, Padre Antônio Xavier, que integra a equipe sinodal da Arquidiocese e coordenou a equipe de redação e síntese do Plano Pastoral Arquidiocesano, apresentou o tema, o lema e o objetivo geral do Plano Pastoral, destacando sua organicidade e propósito. “O plano é para a Arquidiocese inteira e busca iluminar as situações. Ele não é para substituir nada, mas para fazer com que todos olhem na mesma direção.”

O sacerdote explicou que o trabalho agora segue em duas fases: a conclusão da redação do documento e, posteriormente, a recepção e aplicação do plano nas paróquias, comunidades, movimentos e pastorais. “O objetivo não é produzir um papel, mas que aquilo que está tratado ali possa iluminar a ação pastoral da Arquidiocese. Hoje terminamos a construção; o próximo passo é a aplicação.”

Os três eixos do Plano Pastoral:

 1. Igreja Mistagógica: Formação integral e permanente; Vida litúrgica viva e comunitária; Renovação da iniciação à vida cristã. 

2. Igreja Sinodal: Caminho conjunto, escuta e participação; Corresponsabilidade e unidade; Liderança servidora. 

3. Igreja Missionária: Igreja em saída; Evangelização como identidade; Protagonismo de cada batizado.

“Queremos promover, na Igreja Arquidiocesana, uma renovação espiritual, pastoral e missionária, conduzindo cada pessoa a um encontro vivo com Jesus Cristo, fortalecendo uma Igreja sinodal, de verdadeira comunhão e participação, e formando discípulos missionários comprometidos com o anúncio do Evangelho e com a transformação da realidade à luz do amor e da caridade cristã”, finalizou Padre Xavier.

Após as reflexões, os participantes foram divididos em pequenos grupos de trabalho para leitura do Plano Pastoral proposto. Após a análise, os presentes aprovaram o documento, que será homologado ainda este ano pelo Cardeal Paulo Cezar Costa e será implementado nas paróquias da Arquidiocese de Brasília, orientando os trabalhos pastorais nos próximos anos.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Leão XIV, um papa mariano e prudente

Antoine Mekary | ALETEIA

Cibele Battistini - publicado em 08/12/25

Desde o início do pontificado de Leão XIV, assim como no de seu predecessor Francisco, vários textos foram publicados pelo Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF) para alertar contra certos desvios relacionados à devoção mariana.

O novo Papa segue a linha do anterior, adotando uma postura prudente, garantindo que a figura de Maria seja honrada sem jamais ofuscar a primazia de Cristo na fé cristã.

Nos últimos meses, a questão mariana voltou ao centro das atenções da Igreja, impulsionada por uma série de esclarecimentos doutrinais. Em 4 de novembro, o DDF publicou a nota doutrinal Mater Populi fidelis (A Mãe do povo fiel), fazendo um ponto de situação sobre certos títulos atribuídos à Virgem Maria — especialmente “corredentora” e “mediadora”. O documento esclarece a posição do magistério sobre o status e o papel de Maria, recordando que, segundo a fé católica, “somente Deus pode conceder a graça”.

Roma alerta contra qualquer consideração sobre a Virgem que “afaste de Cristo ou a coloque no mesmo nível que o Filho de Deus”. Contudo, “não se trata de corrigir, mas de valorizar, admirar e encorajar a piedade do povo fiel de Deus”, afirma a nota, que destaca a “cooperação” particular de Maria na salvação realizada por Jesus, entendida como uma “maternidade espiritual” em relação aos seres humanos.

Embora sua publicação tenha gerado muitos comentários, Mater Populi fidelis não foi impulsionada por Leão XIV, pois foi escrita durante o pontificado de Francisco. Mas o texto foi aprovado pelo novo Papa duas vezes: o cardeal Robert Prevost o aprovou como membro do dicastério em 26 de março — antes da morte de Francisco — e novamente como Papa em 7 de outubro.

“Nossa Mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar próxima de nós, ajudar-nos por sua intercessão e por seu amor.”

Algumas semanas antes da publicação, durante a missa do Jubileu da espiritualidade mariana, dedicada a grupos e movimentos devotos à Virgem, o pontífice americano-peruano afirmou que “a espiritualidade mariana, que alimenta nossa fé, tem Jesus como centro”. Palavras com a mesma tonalidade das da nota doutrinal.

No livro Leão XIV, retrato de um papa peruano (2025, Fayard), a teóloga Véronique Lecaros relata a “atitude muito pragmática” adotada pelo padre Robert Francis Prevost diante de supostas visões e mensagens do além durante seu tempo como missionário no Peru. Segundo um de seus próximos colaboradores, César Piscoya, o agostiniano advertia: “Pense que 103 vezes essas visões vêm da imaginação; é possível que, na 104ª vez, seja uma mensagem inspirada…”

Outros documentos de esclarecimento foram publicados recentemente pelo Vaticano. Em 9 de julho, o DDF concedeu o nihil obstat às aparições marianas do Monte Zvir, na Eslováquia, embora alertando contra algumas mensagens ambíguas atribuídas à mãe de Jesus. Em 12 de novembro, o “Guardião do dogma” decretou que o fenômeno das presumidas aparições de Dozulé, na Normandia, “deve ser considerado, de modo definitivo, como não sobrenatural”.

Mais uma vez, não há novidade nesses veredictos: foi no pontificado de Francisco que, em maio de 2024, uma nova metodologia de investigação sobre fenômenos místicos foi implementada. Essas normas estabeleceram seis “níveis” de avaliação, permitindo destacar aspectos positivos e negativos em um mesmo fenômeno. O estudo desses dossiês continua, portanto, sob o pontificado de seu sucessor.

Um brasão papal com o lírio mariano

Desde seus primeiros instantes como Papa, Leão XIV expressou sua devoção pessoal à Virgem Maria. Saudando a multidão da varanda da Basílica de São Pedro logo após sua eleição, o novo papa destacou que 8 de maio marca o dia da Súplica a Nossa Senhora de Pompeia. “Nossa Mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar próxima de nós, ajudar-nos por sua intercessão e por seu amor”, afirmou antes de convidar os fiéis a rezar uma Ave-Maria.

Em seu livro, Véronique Lecaros comenta a escolha do brasão papal — o mesmo que o brasão episcopal de Robert Prevost — que retoma os símbolos característicos dos agostinianos, incluindo a flor-de-lis, “o símbolo mariano por excelência”. “A devoção mariana, de forma sapiencial e meditativa, harmoniza-se bem com a espiritualidade agostiniana e representa também uma dimensão pessoal de Leão XIV”, escreve a autora.

No dia seguinte à sua eleição, a primeira saída do Papa Leão XIV fora de Roma também teve uma tonalidade mariana: ele foi a Genazzano para se recolher no santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho, fundado no século XV por uma religiosa agostiniana, a beata Petruccia.

“Mãe da Igreja, acolhe-nos com benevolência, para que, sob teu manto, encontremos refúgio.”

Durante o jubileu da espiritualidade mariana, o sucessor de Pedro declarou que “a espiritualidade mariana autêntica torna atual na Igreja a ternura de Deus, sua maternidade”. “A espiritualidade mariana nos mergulha na história sobre a qual o céu se abriu; ela nos ajuda a ver os soberbos dispersos pelos pensamentos de seu coração, os poderosos derrubados de seus tronos, os ricos enviados embora de mãos vazias”, acrescentou, evocando temas do Magnificat.

Ao final da celebração, Leão XIV pronunciou uma oração ao Coração Imaculado de Maria, apresentando-a como “perfeita discípula do Senhor” e confiando a ela “o mundo inteiro e toda a humanidade”. “Mãe da Igreja, acolhe-nos com benevolência, para que, sob teu manto, encontremos refúgio e sejamos sustentados por tua ajuda materna nas provações da vida”, suplicou.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

SOCIEDADE: Reflexões sobre desgaste

Raffaele Armando Califano Mundo, Monte di pietà, obra de datação incerta preservada no Município de Nápoles | 30Giorni.

SOCIEDADE

Arquivo 30Dias nº 12 - 1999

Reflexões sobre desgaste

Três histórias da revista Il tramp vagabondo . Os motivos para recorrer a um agiota variam, mas as consequências são sempre as mesmas.

Três histórias da revista The Wandering Tramp

Naquela pequena e maravilhosa revista, Il barbone vagabondo, lemos reflexões muito perspicazes sobre o flagelo da usura, que estende seus tentáculos até mesmo entre os mais pobres.

O artigo, intitulado Er nastro tra i bumboni (O Latoeiro entre os Sem-Teto ), é apresentado da seguinte forma:
"Uma das razões pelas quais um indivíduo 'normal' acaba virando sua vida completamente de cabeça para baixo, a ponto de ser forçado a desistir de tudo, até mesmo da própria vida, é a usura.

Os motivos para recorrer à usura, apesar de conhecer seus perigos, são variados, mas as consequências são quase sempre as mesmas.
Estes são os testemunhos de três de nossos colaboradores que, direta ou indiretamente, vivenciaram essa terrível experiência.
Aqui estão os três testemunhos."

Guido: Um conhecido meu — vou chamá-lo de Andrea — foi levado à miséria por agiotas. Sua história não é diferente de muitas outras que lemos periodicamente nos jornais hoje em dia. Há cerca de quatro anos, Andrea havia começado um pequeno negócio, mas as coisas não deram certo e ele logo se viu em apuros. Não vou entrar em detalhes sobre seu sofrimento aqui; direi apenas que — como você já deve ter imaginado — ele acabou nas mãos de agiotas inescrupulosos que o sufocaram com suas exigências abusivas. As ameaças constantes o forçaram a desistir até do pouco que lhe restava, e assim ele acabou nas ruas, vagando de um centro de assistência social para outro. Foi em um desses centros que o conheci, e ele me confidenciou suas desventuras. Quando lhe perguntei por que não havia denunciado seus perseguidores, ele explicou que havia se contido por medo de represálias: por esse motivo, preferiu escolher o que lhe pareceu o menor dos males.

Infelizmente, quando ele soube da existência de um "fundo anti-usura" ao qual poderia recorrer em caso de necessidade, já era tarde demais." 

Silvana: "Quando ouço o nome dos chamados 'agiotas', meu sangue ferve, porque eu mesma já passei por isso, e é algo que eu não desejaria nem para o meu pior inimigo. Foi há muito tempo, por ocasião da primeira comunhão de um dos meus filhos. Na época, tínhamos pouco dinheiro em casa e, por orgulho, não queríamos pedir ajuda aos nossos parentes. Então, preferimos recorrer, por meio de um... 'amigo', a uma empresa de empréstimo de dinheiro, embora os juros parecessem excessivos. Combinamos um empréstimo de 200.000 liras, mas recebemos apenas 180.000. O pagamento tinha que ser feito em parcelas de 25.000 liras a cada duas semanas, porque meu companheiro, Vittorio, recebia quinzenalmente."

Tendo pago as 200.000 liras, estávamos convencidos de que tínhamos quitado completamente nossa dívida, mas estávamos redondamente enganados. De fato, 15 dias após o último pagamento, aqueles abutres retornaram, exigindo mais juros, e a mesma coisa aconteceu outros 15 dias depois. Nesse ponto, Vittorio se recusou a continuar pagando uma dívida que já havíamos quitado há muito tempo. Quando fui à escola no sábado seguinte buscar meus filhos, descobri que um deles havia desaparecido, e em seu lugar havia uma carta exigindo o pagamento de 50.000 liras, avisando-nos para não mencionarmos isso a ninguém, ou nunca mais veríamos nosso filho.

O que faríamos? Naturalmente, o medo nos obrigou a ceder à chantagem. Pagamos um preço muito além de nossas possibilidades, mas a vida do nosso filho valia muito mais." 

Rosina: "Também tenho uma amiga que passou por essa experiência trágica de agiotagem e, com a permissão dela, contarei a triste provação que virou sua vida de cabeça para baixo. Sua família era feliz; Ela tinha três filhos lindos e um marido que, com o irmão, administrava uma carpintaria que lhes proporcionava um certo conforto. Isso até seis anos atrás, quando, repentinamente, em um intervalo de três meses, seu marido morreu de câncer. Sozinha com seus três filhos adolescentes, ela reuniu coragem para assumir os negócios do marido. Mas ela não contava com o cunhado — o contador da pequena empresa — que, na primeira oportunidade, desapareceu com todo o dinheiro do banco, deixando-a atolada em dívidas. Assim, mais uma vez, a tragédia da agiotagem se repetiu, que, como sempre, termina com uma família na miséria. Depois de acabar dormindo com os filhos na estação, ela finalmente conseguiu uma vaga em uma residência municipal, onde ainda mora. Mas sua vida mudou completamente. Ela desenvolveu problemas cardíacos e mal consegue fazer pequenos trabalhos para algumas famílias; seus filhos, agora adultos, procuram emprego... mas rezam para que não encontrem. Essa pobre mulher realmente não aguenta mais. Todos nos perguntamos: 'Quando conseguiremos pôr fim ao massacre causado pelos agiotas?'"

Fonte: https://www.30giorni.it/

Hoje a Igreja celebra a solenidade da Imaculada Conceição

Solenidade da Imaculada Conceição | ACI Digital

Por Redação central

8 de dez de 2025 às 00:01

A Igreja celebra hoje (8) a Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria, o dogma de fé segundo o qual a Mãe do Jesus foi preservada do pecado desde o momento de sua concepção, ou seja, desde o instante em que começou sua vida humana.

Em 8 de dezembro de 1854, o papa Pio IX, depois de receber inúmeros pedidos de bispos e fiéis de todo o mundo, ante mais de 200 cardeais, bispos, embaixadores e milhares de fiéis católicos, declarou com sua bula “Ineffabilis Deus”:

“A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio do Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, é revelada por Deus e por isso deve ser crida firme e constantemente por todos os fiéis”.

Em Roma, enviou-se uma grande quantidade de pombas mensageiras em todas as direções levando a grande notícia. E nos 400 mil templos católicos do mundo celebraram-se grandes festas em honra da Imaculada Conceição da Virgem Maria.

Antes mesmo da publicação desta bula, em 1830, a Virgem Maria havia aparecido a santa Catarina Labouré, na França, pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Anos depois da “Ineffabilis Deus”, em 1858, em uma de suas aparições em Lourdes, na França, Nossa Senhora se apresentou diante da humilde santa Bernardette Soubirous com estas palavras: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Atualmente são milhares as Igrejas dedicadas a este título de Nossa Senhora em todo mundo e milhões de fiéis têm uma particular devoção a Ela.

Fonte: https://www.acidigital.com/

São Eutiquiano, Papa

São Eutiquiano, Papa (A12)
08 de dezembro
São Eutiquiano, Papa

São Eutiquiano foi o Papa da Igreja Católica entre 275 e 283. Nascido na cidade italiana de Luni, ele assumiu o papado em um momento delicado, ainda durante as perseguições romanas aos cristãos. Como pastor, sua liderança foi marcada pela coragem e pela dedicação ao serviço da Igreja e dos fiéis.

Ele é lembrado por sua especial atenção aos mártires cristãos, demonstrando grande zelo e compaixão ao cuidar dos ritos de sepultamento dos que eram mortos por causa da fé. Durante esse período de intensa perseguição, São Eutiquiano se empenhou em garantir que os corpos dos mártires fossem enterrados com dignidade e respeito, como testemunhas do Evangelho.

Além de seu cuidado pastoral, São Eutiquiano dedicou-se a fortalecer a fé do povo e a unidade da Igreja. Ele incentivava os cristãos a perseverarem na fé, mesmo em face das dificuldades, e organizava celebrações eucarísticas em segredo para sustentar a esperança dos fiéis.

Seu pontificado foi também marcado pela preservação dos rituais e pela organização das celebrações litúrgicas, que ajudaram a manter vivas as tradições da Igreja. Ele acreditava que a unidade e a fé do povo dependiam de uma prática religiosa sólida e bem estruturada.

São Eutiquiano é lembrado como um homem de coragem e fidelidade. Mesmo diante das ameaças de morte, ele permaneceu firme em seu compromisso de cuidar dos fiéis e das práticas da Igreja, sendo ele mesmo martirizado em defesa de sua fé.

Sua vida e missão são recordadas como exemplos de liderança e zelo pastoral. São Eutiquiano inspirou muitos cristãos a manterem sua fé viva e vibrante, mesmo em meio às adversidades.

Reflexão:

A espiritualidade de São Eutiquiano nos convida a refletir sobre o zelo pela fé e pelo cuidado com o próximo. Ele nos lembra que a Igreja é uma família, onde cada membro deve ser cuidado e amparado, especialmente em tempos de dor e perseguição. Sua coragem nos motiva a sermos perseverantes e a defender nossa fé com integridade. O exemplo de São Eutiquiano também nos inspira a valorizar as tradições da Igreja e a importância de preservar nossa fé através da vivência dos sacramentos e da unidade entre os irmãos. Que possamos cultivar em nós a mesma dedicação e coragem em nosso cotidiano.

Oração:

São Eutiquiano, pastor fiel e defensor dos cristãos perseguidos, intercede por nós para que possamos viver nossa fé com coragem e compaixão. Amém. Ajuda-nos a sermos zelosos na nossa fé e a cuidar dos nossos irmãos, para que a luz de Cristo brilhe em cada um de nós. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 7 de dezembro de 2025

2º Domingo de Advento: A voz do Batista (A)

Crédito: Opus Dei

2º Domingo de Advento: A voz do Batista

Evangelho do 2º domingo de Advento (Ano A). “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo". Estas palavras são um convite para abrir o coração e acolher a salvação que Deus nos oferece incessantemente, porque nos quer livres do pecado.

07/12/2025

Evangelho (Mt 3,1-12)

Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia:

“Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo.”

João foi anunciado pelo profeta Isaías, que disse:

“Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!”

João usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins; comia gafanhotos e mel do campo.

Os moradores de Jerusalém, de toda a Judeia e de todos os lugares em volta do rio Jordão vinham ao encontro de João. Confessavam os seus pecados e João os batizava no rio Jordão. Quando viu muitos fariseus e saduceus vindo para o batismo, João disse-lhes:

“Raça de cobras venenosas, quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? Produzi frutos que provem a vossa conversão. Não penseis que basta dizer: 'Abraão é nosso pai', porque eu vos digo: até mesmo destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão. O machado já está na raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e jogada no fogo.

Eu vos batizo com água para a conversão, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de carregar suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele está com a pá na mão; ele vai limpar sua eira e recolher seu trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga.”


Comentário

O evangelho deste segundo domingo de Advento apresenta a figura de são João Batista no Jordão. O termo advento era empregado pelos historiadores antigos para descrever a chegada à urbe dos imperadores, depois de importantes campanhas militares. Toda a cidade se preparava para o evento e a entrada triunfal. A Igreja se prepara também para um advento, uma chegada muito mais importante: a do Filho de Deus no Natal, e muito diferente da que os poderosos comemoravam, porque vem na humildade de uma criança deitada em um presépio. A voz do Batista ressoa neste tempo litúrgico, através do relato de Mateus, com uma forte mensagem de conversão pessoal como meio eficaz para preparar a chegada do Messias.

Várias coisas chamam a atenção no relato de Mateus. Em primeiro lugar o marco escolhido pelo Precursor para exercer o seu ministério. O Batista não prega na cidade onde há grande afluência de pessoas e onde sua mensagem poderia chegar a muitas pessoas ao mesmo tempo. Escolhe, pelo contrário, o deserto, lugar inóspito e pouco habitado, que recorda por contraste o Paraíso perdido pelo pecado original (cfr. Gn 2-3). O deserto, geograficamente, reflete talvez a situação de pecado e suas consequências, que a humanidade padece. O deserto foi também o lugar da prova para o povo de Israel, como narram sobretudo os livros do Êxodo e Números. E foi o âmbito das suas contínuas conversões, graças à providente ajuda divina, porque Deus é sempre fiel à aliança que fez com seu povo. De fato, depois de ter sido batizado por João, o Filho de Deus vencerá no deserto as provas que o povo de Israel não soube superar. O deserto, em suma, favorecia o clima necessário de sobriedade e penitência que João pedia para receberem o batismo de conversão.

Mateus diz que João usava “uma roupa feita de pelos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins; comia gafanhotos e mel do campo” (v. 4). Baseando-se nesta descrição, a arte costuma representar o Precursor com um porte externo pobre. Pode-se, no entanto, supor que João se vestisse assim para mostrar a sua missão profética. O livro de Zacarias 13, 4, por exemplo, dá a entender que os falsos profetas usavam mantos suntuosos. As pessoas poderiam, portanto, reconhecer em João alguém que tinha autoridade para profetizar e que não se vestia como os falsos profetas. Seja como for, João dava testemunho com o seu exemplo, seu porte austero e nobre e sua alimentação sóbria, as disposições interiores e a preparação que pregava e exigia das pessoas.

O evangelista resume a pregação de são João com a frase: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (v. 2). No texto grego original utiliza-se o verbo metanoein, que alude à mudança de opinião e critério próprio. No contexto dessa passagem, implica uma transformação interior no modo de pensar e viver, uma mudança desse modo . É o que a tradição da Igreja condensou sempre com a palavra “conversão”, que inclui necessariamente um forte sentido de purificação pessoal. Por isso a versão latina da Bíblia traduziu a frase do Batista com a expressão “fazei penitência”.

A mensagem do Batista é exigente como o é o evangelho do Reino que Jesus pregou. Corremos continuamente o perigo de desejar adaptar esse evangelho ao nosso critério e às nossas circunstâncias atuais. É sem dúvida necessário saber transmitir a fé em cada momento e lugar com o dom de línguas necessário. Mas o que se deduz da mensagem do Batista, que se torna atual neste Advento, é que somos nós, homens, que necessitamos adaptar-nos ao evangelho, com uma mudança de mentalidade e atitude, com espírito de penitência pessoal.

Como dizia certa vez o Papa Francisco, “a voz do Batista grita também hoje nos desertos da humanidade, que são - quais são os desertos de hoje? - as mentes fechadas e os corações duros, e nos leva a perguntar-nos se na realidade estamos no bom caminho, vivendo uma vida segundo o Evangelho. Hoje, como então, adverte-nos com as palavras do profeta Isaías: ‘Preparai o caminho do Senhor, aplainai suas veredas’ (v. 4). Trata-se de um premente convite a abrir o coração e acolher a salvação que Deus nos oferece incessantemente, quase que com teimosia, porque nos quer a todos livres da escravidão do pecado”[1].


[1] . Papa Francisco, Ângelus, 6 de dezembro de 2015.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

7 conselhos de Santo Ambrósio para educar os filhos

Maria Sbytova | Shutterstock

Corrado Paolucci - publicado em 07/12/20

Sábias dicas de um santo, em palavras que eram válidas no seu tempo e permanecem mais atuais do que nunca.

7 conselhos de Santo Ambrósio para educar os filhos: é disso, em resumo, que trata o seguinte artigo de Corrado Paolucci publicado em 2014 e ainda vigente, porque os próprios conselhos do tutor de Santo Agostinho eram válidos há mais de mil anos e continuarão válidos enquanto durar a humanidade.

7 conselhos de Santo Ambrósio para educar os filhos

Um dia meu pai colocou na porta da geladeira de casa uma folha com a seguinte citação:

“O amor e a estima entre pais e filhos ajudarão a estes mais do que mil recomendações; eles serão ajudados pelos gestos que virem em casa: as mostras de afeto simples, corretas e expressas com pudor; a valorização recíproca; o senso de proporção; o domínio das paixões; o gosto pelas coisas belas e pela arte; a força de sorrir” (Santo Ambrósio).

Cada vez que eu abria a geladeira, meus olhos liam algumas daquelas palavras. Era impossível não concordar com o que estava escrito naquele pedaço de papel amarelado pelos anos, mas que permaneceu ali. Era como se Santo Ambrósio continuasse a me dizer: “Olha estas palavras que eu preparei para você: elas valiam quando eu escrevi, valem agora e valerão para sempre”.

Hoje vou me tornar pai e, pela primeira vez, releio estas linhas como adulto e não mais somente como destinatário. Uma sensação de impotência, misturada com temor, impregna o meu coração. Vou ser um bom pai? Vou saber acompanhar o meu filho na estrada que foi preparada para ele? E, depois, o que será dele? O desafio está começando e estar em companhia da Igreja, com um grande aliado como Santo Ambrósio, torna mais saboroso e atraente o início deste caminho.

Quero compartilhar com todos o texto que completa a citação. É um trecho dos “Sete diálogos com Ambrósio, bispo de Milão” (Centro Ambrosiano, 1996):

1 – A educação dos filhos é para adultos dispostos a uma dedicação em que se esquecem de si mesmos: serão capazes o marido e a mulher que se amam o suficiente para não mendigarem afeto.

2 – O bem dos filhos será o que eles próprios escolherem: não sonhem por eles. Bastará que saibam amar o bem e se guardarem do mal e que tenham horror à mentira.

3 – Não pretendam, portanto, definir o futuro deles: tenham confiança neles, mesmo que os surpreendam e pareçam esquecer-se de vocês.

4 – Não encorajem ingênuos sonhos de grandeza, mas, se Deus os chama para algo belo e grandioso, não sejam vocês a pedra que os impeça de voar.

5 – Não tenham a arrogância de tomar decisões no lugar deles; antes, ajudem-nos a entender que é preciso decidir, e não se assustem se o que amam traz desafios e às vezes faz sofrer: é insuportável uma vida vivida por nada.

6 – Mais do que seus conselhos, o que irá ajudá-los é a estima que eles têm por vocês e a estima que vocês têm por eles; mais do que mil recomendações sufocantes, o que irá ajudá-los são os gestos que eles virem em casa: as mostras de afeto simples, corretas e expressas com pudor; a valorização recíproca; o senso de proporção; o domínio das paixões; o gosto pelas coisas belas e pela arte; a força de sorrir. E todos os discursos sobre caridade não me ensinaram mais do que os gestos da minha mãe, que dava espaço em casa para um mendigo faminto. Não encontro gesto melhor para dizer do orgulho de ser homem do que quando meu pai tomou a vez para defender um homem acusado injustamente.

7 – Que os filhos habitem a sua casa com aquele saudável bem-estar que traz felicidade e os encoraja justamente a saírem de casa, porque se trata de um ambiente de confiança em Deus e de gosto pelo bem viver.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Qual o significado da palavra “Paz”?

São José com o Menino Jesus, Guido Reni | 30Giorni.

NATAL 2000

Arquivo 30Dias nº 12 - 2000

Carta ao editor do jornal La Repubblica, publicada em 24 de dezembro.

Qual o significado da palavra “Paz”?

Uma carta de Luigi Giussani ao diretor de la Repubblica.

Prezado Editor, a bomba colocada há alguns dias na Catedral de Milão sugere um ataque à fonte da "paz e reconciliação para todos", como disse o Cardeal Martini em seu comentário sobre o incidente. Todos clamam por paz, crentes e não crentes, esquerda e direita, uma paz que se torna ainda mais evidente quanto mais a violência parece ser o único fator realmente eficaz para uma ou outra das partes em conflito. Assim, qualquer pessoa movida pelo desejo de paz não consegue evitar a desconfiança que mina todos os aspectos da segurança.

Vivemos numa época aparentemente descrita pela frase bíblica: "Sou pela paz, mas quando falo, eles procuram a guerra" (Salmo 119). Mas a consciência humana pode se abrir para a possibilidade da paz, ao menos em um aspecto: a afirmação clara e certa de um sentido para a vida humana. Este é o poder exortativo da palavra paz: ela pode destacar o sentimento humano em relação à própria vida; aqueles que a proclamam sentem que ela é a razão fundamental para os fatores que determinam suas vidas sociais, familiares e pessoais. O significado da palavra paz sempre abrange a totalidade dos sentimentos da vida; envolve-os segundo uma justiça que se apresenta diante do destino, seja ele escrito com inicial maiúscula ou minúscula.

Se existe uma palavra adequada para delinear esse "poço" que o sentimento humano de paz possui, é religiosidade, religiosidade como uma dimensão da vida. Ela engloba todas as fórmulas, implicando um propósito último pelo qual o homem aceita a existência e age. O que sentimos ser necessário para viver relacionamentos de todos os tipos, na verdade, é o pressentimento de uma positividade última. O julgamento que esse pressentimento lança sobre a vida cotidiana — que, como tal, é sentido por quase todos — pode também ser fruto do cinismo que abunda em nossa sociedade.

Assim, colocar a divindade — ou, em outras palavras, o propósito supremo da ação — no poder político pode iludir até mesmo as pessoas mais comprometidas e ponderadas, levando-as a crer que é possível alcançar o que os antigos chamavam de "Pax Romana" — uma tolerância genérica para com todos, exceto pela palavra final reservada ao poder político, pela qual a devoção a qualquer Deus era permitida, desde que não comprometesse a divindade do imperador — e que em nossos tempos poderia ser chamada de "Pax Americana" ou paz social.

Digo isso porque é mais difícil encontrar um verdadeiro uso da palavra "paz" nas grandes intrigas políticas e econômicas do que na relação familiar entre homem e mulher ou no emaranhado de tendências que anseiam por realização ou satisfação pessoal, ou seja, no coração humano.

Tudo isso direciona a atenção e a devoção para o Natal cristão. A única razão para este feriado reside no fato de que o destino misterioso se comunicou à humanidade identificando-se com um homem nascido de uma virgem, destinado a morrer para ressuscitar, cumprindo assim as expectativas de todos.

A paz, então, só pode ser sentida, experimentada e pensada sob duas condições: vocação, isto é, dependência de um Outro como o plano e o julgamento da própria vida — como surgiu inicialmente na história do povo judeu — e educação no conhecimento do bem e do mal.

Para nós, o Natal simboliza como a vocação de Cristo, sua vida, foi a vontade proclamada de obedecer à grande fonte do Mistério, numa educação vivida como uma paixão incansável pelo conhecimento do bem e do mal, tal como se manifesta na história do seu povo. Portanto, a paz depende de o homem admitir a impossibilidade de alcançar a perfeição por si mesmo, reconhecendo, ao mesmo tempo, indomável, a sua dívida para com o Ser.

O Natal é tudo isso, constantemente reafirmado para toda a humanidade, como a fonte perene de uma proposta de que a vida é, seja qual for a nossa condição. 

Na ternura diante da imagem de uma criança recém-nascida, a distância infinita entre a ação do homem e o seu destino é transposta como paz no perdão. Assim, para o homem reflexivo, o Natal não pode aparecer nem como doçura frustrada nem como desespero. A incansável humanidade do Papa convida-nos a esta síntese última, na qual a dignidade e a plenitude do homem são tudo, isto é, misericórdia.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Nasce uma flor

O nascimento de Jesus (Vecteezy)

NASCE UMA FLOR

05/12/2025

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

Todos nós construímos, em nosso sentimento e pensamento, uma imagem ideal de Jesus Cristo. Quando a partilhamos com outras pessoas percebemos que há semelhanças e diferenças. O mais importante é confrontar a imagem pessoal com a fisionomia que a Palavra de Deus revela de Jesus Cristo. Isto evita distorções. A liturgia da Palavra do segundo domingo do Advento oferece alguns dados para reconstruir a autêntica imagem do Messias (Isaías 11,1-10; Salmo 71, Romanos 15,4-9 e Mateus 3,1-12). 

O profeta Isaías parte da metáfora de um tronco seco que é sinal de queda, morte e de esterilidade. Outrora foi uma árvore frondosa, abençoada e com a missão de fazer o bem e produzir frutos de justiça. Mas com o tempo as infidelidades foram matando a árvore. Agora, existe somente um tronco seco do qual não se pode se esperar mais nada. O profeta está se referindo a casa de Davi e seus sucessores. Humanamente não tem mais nada a fazer. Mais, eis o milagre: “nascerá uma haste do tronco de Jessé (pai de Davi) e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor”. Algo tão prodigioso somente pode vir de Deus. 

Sobre esta “haste” e o “rebento de uma flor” “repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de ciência e temor de Deus; no temor do Senhor encontrará ele seu prazer”. Deus cria uma nova espera e tudo inicia de novo. As esperanças humanas faliram, mas as promessas de Deus criam uma nova situação fundada no Espírito do Senhor. Este personagem terá seis atributos (que depois serão identificados com os sete dons do Espírito Santo na tradução grega da Bíblia, na Vulgata e na tradição da Igreja) que iniciará a concretização de um novo tempo.  

Quando Jesus inicia sua missão em Nazaré, se apresenta como a concretização desta promessa. Lê a profecia de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim…”. Depois afirma: “Hoje se cumpriu esta palavra da Escritura que acabais de ouvir”. O Messias tem grande efusão do Espírito, princípio divino transformador da realidade humana. Em toda a vida de Jesus os atributos anunciados se concretizaram. Ensinava com sabedoria e autoridade; não julgava pelas aparências ou por ouvir dizer; tinha profunda intimidade com o Pai e revelou o que se passa na profundeza da alma. 

A ação do Messias “trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos”. Jesus constantemente esteve presente junto aos humildes e todos os rejeitados manifestando misericórdia. Reacendeu na vida deles a esperança. Se foram abandonados pelos homens, não foram rejeitados por Deus.  

O ensinamento do Evangelho aparentemente contradiz a imagem de Messias apresentada na profecia de Isaías. Na verdade, esclarece como o Messias realiza a esperança. A presença dele não cria uma situação fantasiosa, irreal. A esperança se concretiza em ações exigindo empenho e responsabilidade. Arrepender-se, confessar os pecados e mudar de vida é o único caminho para produzir uma nova realidade. João Batista afirma que o Messias batizará com o “Espírito Santo e com fogo” purificando as consciências e queimando o que é sem valor, os males e os pecados. 

Na carta aos Romanos São Paulo revela outra face do Messias. Ele é servidor que acolhe a todos e cria fraternidade entre eles. Por isso, convida a ficar “firme na esperança. O Deus que dá constância e conforto vos dê a graça da harmonia e concórdia, uns com os outros, como ensina Cristo Jesus”. 

Para nós, tudo isto parece um ideal utópico e difícil de ser traduzido em fatos. A realidade dos fatos parece desmentir diariamente este ideal. Sem dúvida isto se constitui um desafio. Porém, somente quem tem a Grande Esperança – que é Deus – é mais forte que os fatos. Quem crê é chamado a propagar e realizar diariamente o que o Messias fez e deseja continuar fazendo através de nós. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O Papa: Deus não julga com base nas aparências, mas nas obras e intenções do coração

Angelus, 07/12/2025 - Papa Leão XIV (Vatican News)

Nada é impossível para Deus. Preparemo-nos para o seu Reino, acolhamo-lo. O menino, Jesus de Nazaré, guiar-nos-á! Ele, que se colocou nas nossas mãos, desde a noite do seu nascimento até à hora sombria da morte na cruz, brilha sobre a nossa história como o Sol nascente. Um novo dia começou: despertemos e caminhemos na sua luz! Foi a exortação do Santo Padre no Angelus deste domingo (07/12), II Domingo do Advento, em preparação para a celebração do nascimento de nosso Salvador.

https://youtu.be/ZYf3tSXKoRw

Raimundo de Lima – Vatican News

O Santo Padre rezou o Angelus ao meio-dia deste domingo, 7 de dezembro, II Domingo do Advento, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Na alocução que precedeu a oração mariana, o Pontífice ateve-se inicialmente à página do Evangelho do dia, que nos anuncia a vida do Reino de Deus (Mt 3, 1-12). Antes de Jesus, surge em cena o seu Precursor, João Batista. Ele pregava no deserto da Judeia, dizendo: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu!”.

Na oração do Pai-Nosso, prosseguiu o Papa, pedimos todos os dias: “Venha a nós o vosso reino”. O próprio Jesus no-lo ensinou. E com esta invocação, orientamo-nos para o Novo que Deus tem reservado para nós, reconhecendo que o curso da história não é algo já determinado pelos poderosos deste mundo. Colocamos os nossos pensamentos e energias ao serviço de um Deus que vem reinar não para nos dominar, mas para nos libertar. É um “evangelho”: uma verdadeira boa notícia, que nos motiva e nos envolve.

Deus se manifesta na mansidão e na misericórdia

Certo, o tom do Batista é severo, mas o povo ouve-o porque nas suas palavras ouve ressoar o apelo de Deus para não brincar com a vida, para aproveitar o momento presente para se preparar para o encontro com Aquele que não julga com base nas aparências, mas nas obras e nas intenções do coração.

O próprio João ficará surpreso com a forma como o Reino de Deus se manifestará em Jesus Cristo: na mansidão e na misericórdia. O profeta Isaías compara-o a um rebento: uma imagem não de poder ou destruição, mas de nascimento e novidade. Sobre o rebento, que brota de um tronco aparentemente morto, começa a soprar o Espírito Santo com os seus dons (cf. Is 11, 1-10). Cada um de nós pode pensar numa surpresa semelhante que lhe aconteceu na vida.

Concílio Vaticano II terminava exatamente 60 anos atrás

Leão XIV ressaltou ser essa a experiência que a Igreja viveu no Concílio Vaticano II, que terminou há exatamente sessenta anos: uma experiência que se renova quando caminhamos juntos em direção ao Reino de Deus, todos ansiosos por acolhê-lo e servi-lo.

Então, observou, não só brotam realidades que pareciam fracas ou marginais, mas realiza-se o que humanamente se diria impossível. Com as imagens do profeta: “o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o novilho e o leão comerão juntos, e um menino os conduzirá”.

Cada um de nós pode ser uma pequena luz, se acolher Jesus

Irmãs e irmãos, como o mundo precisa desta esperança! Nada é impossível para Deus. Preparemo-nos para o seu Reino, acolhamo-lo. O menino, Jesus de Nazaré, guiar-nos-á! Ele, que se colocou nas nossas mãos, desde a noite do seu nascimento até à hora sombria da morte na cruz, brilha sobre a nossa história como o Sol nascente. Um novo dia começou: despertemos e caminhemos na sua luz!

Eis a espiritualidade do Advento, tão luminosa e concreta, prosseguiu o Santo Padre, ressaltando que as luzes ao longo das ruas lembram-nos que cada um de nós pode ser uma pequena luz, se acolher Jesus, rebento de um mundo novo. “Aprendamos a fazê-lo com Maria, nossa Mãe, mulher da espera confiante e da esperança”, concluiu o Pontífice.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF