O SIM DE SÃO JOSÉ, O SANTO DO ADVENTO
03/12/2025
Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)
“José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado.” (Mt 1,
24).
Escolhido para ser o pai terreno de Jesus, José, o Justo,
nos dá um precioso ensinamento: a obediência silenciosa e o serviço fiel ao
Senhor sem alardes, sem alvoroço, cumprindo a vontade do Pai, em detrimento da
sua.
De natureza simples, profundamente justo, conforme nos diz a
Sagrada Escritura, José assume para si, com profunda confiança nos
propósitos do Senhor, a Virgem Maria e o Filho de Deus que Ela já trazia no
ventre.
Escândalo para época, uma jovem grávida antes do casamento
era motivo de comentários maldosos.
Somente um homem de fé inabalável, conhecedor da Palavra
Sagrada e das promessas sobre a vinda do Messias poderia aceitar esse chamado
que para todos parecia loucura.
No entanto, José sabia em quem punha sua esperança e
confiança!
Trazendo para nossos dias, quem de nós, hoje, se colocaria
no lugar de José?
Será que encontraríamos alguém?
O sim de José foi dito em silêncio, um sim silencioso que
grita até hoje em nossos ouvidos, da mesma importância quanto o da jovem Maria
quando do anúncio do Anjo.
Ela, disse: “Faça-se” (Lc 1,38) e José, obediente à Palavra
do Senhor que lhe foi transmitida pelo Anjo (Mt 1,20), “levantou-se e fez como
o Anjo lhe havia mandado”, assumindo Maria e Jesus, sem questionar ou
murmurar.
Ambos, José e Maria, nos ensinam que, seja em palavras, seja
no silêncio do coração, devemos estar atentos ao que Deus deseja de nós.
José, ao aceitar os desígnios do Senhor, certamente viu cair
por terra todos os seus planos particulares.
A partir do seu sim, José passa a ser aquele que deixa de
ser o protagonista de sua própria história para ser aquele que dá suporte
irrestrito e total à sua família.
Interessante que José não pediu explicações! Sua fé e
confiança em Deus lhe respondia tudo e isso lhe bastava.
Ele jamais gritou ou se vangloriou por ser o escolhido de
Deus, mas anunciou, sem palavras, a todos ao seu redor com suas atitudes de
homem fiel, seu amor e fidelidade ao Pai. Certamente seu coração paterno sofreu
com Maria as dificuldades que antecederam o nascimento do Menino.
Com Ela, enfrentou as perseguições, a falta de acolhimento,
e com Ela, alegrou-se pelo nascimento!
Ele se deixou conduzir pela Sabedoria do Pai, que o guiava
pela fé!
Como seria bom se também nós, à imitação de São José,
tivéssemos essa postura de humildade, serviço e testemunho silencioso, fiel e
sereno.
Se todas as nossas ações, sejam as que envolvem nossas
participações nas pastorais e movimentos, ou as que fazemos como voluntários,
ou mesmo nossas doações e ajudas humanitárias envolvessem mais o coração e
menos o estrelismo, certamente surtiriam mais efeito restaurador em nós mesmos
e, consequentemente, ajudariam a outros a perceberem que as boas obras não
fazem barulho, fazem presença.
O Advento nos ensina a imitarmos José na simplicidade e
obediência; a deixarmos o nosso querer e a querermos o que Deus quer.
Que a esperança de novos tempos nos leve a sermos novos
homens e novas mulheres mais atentos à Voz de Deus, antes que a voz do mundo
nos leve a perder a oportunidade de vivermos o Natal como deve ser vivido:
renascendo como novas criaturas em Jesus e Maria Santíssima, protegidos pelo
amor de São José!
Abençoando!

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