Santo Apolinário
O nome, o culto, e a glória de Santo Apolinário são legados
que recebemos da história, e também da arte de Ravena, a capital do Império
Bizantino no Ocidente, no período entre meados do século I e o século II.
Existem ali duas grandiosas igrejas dedicadas a Santo
Apolinário, ambas célebres na história da arte e do cristianismo. Na igreja
nova de Santo Apolinário, no centro da cidade, encontramos o célebre mosaico
representativo, mais extenso do que um quarteirão, com todos os mártires e as
virgens. No destaque, encontra-se Santo Apolinário. Na outra igreja, fora da
cidade, está o outro esplêndido mosaico, no qual, pela primeira vez, a figura
de um santo, e não a de Cristo, ocupa o centro de uma composição, circundado
por duas fileiras de ovelhas.
Apolinário, o primeiro bispo de Ravena, segundo a tradição,
teria sua origem no Oriente. A mando do próprio apóstolo Pedro, de quem foi
discípulo, foi enviado para converter os pagãos nas terras ao norte do Império
Romano.
A sua obra de evangelização transcorreu num ambiente repleto
de imensas dificuldades, fruto do ódio, do egoísmo, da incredibilidade que o
cercavam, além do culto aos ídolos pagãos que teve de combater. Dedicou toda a
sua vida ao apostolado. Embora representado sereno e tranquilo no mosaico da
cidade, na realidade era um homem de vida dura, combativa e atuante. Apolinário
sempre foi considerado um mártir. Mártir de um suplício muito longo, que foi
todo o seu episcopado.
Ele não viu o resultado de sua obra, que só se revelou após
a sua morte. A população da nova capital do Império Romano tornou-se
exclusivamente cristã, reforçando suas raízes no próprio culto de seu primeiro
bispo, considerado por eles um exemplo de santidade.
Dessa maneira se explica a grande devoção a ele, não somente
em Ravena, mas em muitas outras localidades da Itália, da França e da Alemanha.
Aliás, nessas regiões, foi amplamente difundida, devido os mosteiros
beneditinos e camaldulenses que Apolinário ali fundara.
Apolinário morreu como mártir da fé no dia 23 de julho,
durante as primeiras perseguições impostas contra os cristãos. Entretanto não
se encontrou nenhuma referência indicando o ano e a localidade. Suas
relíquias, encontradas nas catacumbas, foram enviadas para a catedral de Santo
Apolinário, em Ravena, na Itália. A tradicional festa de Santo Apolinário,
Padroeiro de Ravena, em 23 de julho, foi mantida pela Igreja.
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