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quinta-feira, 24 de julho de 2025

Caminhando para a COP 30, expectativas e desafios

Curupira, mascote da COP30 (Agência Brasil - EBC)

CAMINHANDO PARA A COP 30, EXPECTATIVAS E DESAFIOS 

22/07/2025

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz 
Bispo  de Campos (RJ)

A Igreja que acompanha as alegrias e esperanças da humanidade, preocupa-se muito com a crise climática e pelos seus efeitos e desdobramentos deletérios que ameaçam seriamente a vida na Casa Comum. 

Preparando-se para este evento da COP 30 e assim  desta Conferência que será realizada em Belém, as pastorais da ecologia integral, os diversos movimentos e organizações sociais e ambientais participarão nas Pré- Cops criadas para canalizar contribuições e iniciativas para a COP 30 apresentando propostas e alternativas, inspiradas em uma verdadeira e incisiva justiça Socioambiental. Será necessário discernir e superar as falsas soluções que não superam o modelo tecnocrático com suas estratégias de maquiagem e transições que empurram para um futuro incerto as mudanças urgentes e estruturantes de uma nova economia circular, preservatória e sustentável para a vida e os habitantes da Terra.  

Trata-se de levar a sério e respeitar a soberania dos povos e seus territórios, assumindo a centralidade da vida, da dignidade da pessoa humana, e da integridade dos Direitos da Criação.  

Porém não podemos esquecer o aporte específico da Laudato Si, enraizada na visão sistêmica e holística da ecologia integral (tudo está interligado, LS. 16), que une o Grito da Terra com o grito dos pobres, assumindo o olhar e método socioambiental, e integrando a cura da Terra com a cura das pessoas e criaturas.  

Insistir também na conversão ecológica ou seja não apenas reduzir nossa pegada ecológica mas assumir um estilo de vida diferente, testemunhando e fazendo acontecer a simplicidade, sobriedade e humildade como modus vivendi, o que o Papa Francisco chama de sobriedade feliz, e que outros pensadores apresentam como a medida certa de viver.  

Finalmente ligar as ciências com as tradições espirituais como afirma a Declaração de Veneza que fazendo ressoar a Carta da Terra, valoriza a reverência espiritual, um olhar de gratuidade e louvor como o de Francisco de Assis, uma mudança no habitar e no ritmo de estar no mundo com atenção e cuidado com toda a Criação, descobrindo que somos Terra e pó de estrelas, cidadãos da Natureza e do Céu. Salvemos a Terra pois não só é nossa Casa Comum mas é a nossa missão profundamente humana e fraterna o cuidá-la, guardá-la e consagrá-la para o Pai das Misericórdias. Louvado seja Deus! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF