Reportagem local - publicado
em 13/12/18
Conheça a história desta santa, que preferiu arrancar os
próprios olhos a renegar a fé em Cristo.
Santa Luzia (ou Santa Lúcia), cujo nome deriva do latim, é
muito amada e invocada como a protetora dos olhos, janela da alma, canal
de luz.
Conta-se que ela pertencia a uma rica família italiana, que
lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver a
virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la
casada com um jovem de distinta família, porém pagão. Ao pedir um tempo para o
discernimento, foi para uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde
voltou com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos
sofrimento por que passaria, como Santa Ágeda.
Vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem
que a queria como esposa. Santa Luzia, não querendo oferecer sacrifício ao
deuses e nem quebrar o seu santo voto, teve que enfrentar as autoridades
perseguidoras e até a decapitação em 303, para assim testemunhar com a vida, ou
morte o que disse: “Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e
fidelidade”.
Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada
Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em
grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Ilha da Sicília. A inscrição
trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no
início do século IV.
Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão
(“Luzia” deriva de “luz”), já era exaltada desde o século V. Além disso, o papa
Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser
citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a
transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam,
principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da
cegueira.
Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa
Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos,
entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte
perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da
literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra “A
Divina Comédia”, que atribuiu a santa Luzia a função da graça iluminadora.
Assim, essa tradição se espalhou através dos séculos, ganhando o mundo inteiro,
permanecendo até hoje.
Fonte: Canção Nova

Nenhum comentário:
Postar um comentário