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sábado, 15 de novembro de 2025

IGREJA: Um Decálogo para a Paz

João Paulo II | 30Giorni.

IGREJA

Arquivo 30Dias nº 02 - 2002

Um Decálogo para a Paz

Um mês após o Dia Mundial da Paz em Assis, João Paulo II publicou uma carta aos chefes de Estado e de governo, divulgando o compromisso de dez pontos assumido por todos os participantes do Dia de Oração em 24 de janeiro.

por João Paulo II

A Suas Excelências,
os Chefes de Estado ou de Governo.

Há um mês, realizou-se em Assis o Dia de Oração pela Paz Mundial. Hoje, meus pensamentos voltam-se espontaneamente para os líderes da vida social e política dos países ali representados pelos líderes religiosos de numerosas nações.

As intervenções inspiradas desses homens e mulheres, representantes das diversas confissões religiosas, bem como seu sincero desejo de trabalhar pela harmonia, pela busca comum do verdadeiro progresso e pela paz em toda a família humana, encontraram sua expressão elevada, porém concreta, em um "Decálogo" proclamado ao final deste dia excepcional.

Tenho a honra de apresentar o texto deste compromisso comum a Vossa Excelência, convicto de que estas dez propostas inspirarão a ação política e social de seu governo.

Pude constatar que os participantes do encontro de Assis estavam, mais do que nunca, movidos por uma convicção comum: a humanidade deve escolher entre o amor e o ódio. E todos, sentindo-se membros da mesma família humana, puderam traduzir essa aspiração por meio deste Decálogo, convictos de que, se o ódio destrói, o amor, ao contrário, constrói.

Espero que o espírito e o compromisso de Assis levem todas as pessoas de boa vontade a buscar a verdade, a justiça, a liberdade e o amor, para que todo ser humano possa desfrutar de seus direitos inalienáveis ​​e todo povo possa desfrutar da paz. Por sua vez, a Igreja Católica, que deposita sua confiança e esperança no "Deus de amor e paz" (2 Cor 13,11), continuará a trabalhar para que o diálogo honesto, o perdão mútuo e a harmonia mútua marquem o caminho da humanidade neste terceiro milênio.

Grato a Vossa Excelência pelo interesse em minha mensagem, aproveito esta oportunidade para assegurar-lhe minha mais alta consideração.

Do Vaticano, 24 de fevereiro de 2002.

JOÃO PAULO II

1 Prometemos proclamar nossa firme convicção de que a violência e o terrorismo se opõem ao verdadeiro espírito religioso e, condenando qualquer recurso à violência e à guerra em nome de Deus ou da religião, prometemos fazer todo o possível para erradicar as causas do terrorismo.

2. Comprometemo-nos a educar as pessoas no respeito e na estima mútuos, para que a coexistência pacífica e a solidariedade possam ser alcançadas entre membros de diferentes grupos étnicos, culturas e religiões.

3. Comprometemo-nos a promover a cultura do diálogo, para que a compreensão e a confiança mútuas se desenvolvam entre indivíduos e povos, pois essas são as condições para uma paz autêntica.

4. Comprometemo-nos a defender o direito de cada pessoa humana a uma vida digna, de acordo com a sua identidade cultural, e a constituir livremente a sua própria família.

5. Comprometemo-nos a dialogar com sinceridade e paciência, não considerando o que nos separa como um muro intransponível, mas, pelo contrário, reconhecendo que o confronto com a diversidade do outro pode tornar-se uma oportunidade para uma maior compreensão mútua.
6. Comprometemo-nos a perdoar-nos mutuamente os erros e preconceitos do passado e do presente, e a apoiarmo-nos uns aos outros no esforço comum para superar o egoísmo e o abuso, o ódio e a violência, e a aprender com o passado que a paz sem justiça não é a verdadeira paz.

7. Comprometemo-nos a estar ao lado daqueles que sofrem com a pobreza e o abandono, a dar voz aos que não a têm e a trabalhar concretamente para superar tais situações, convictos de que ninguém pode ser feliz sozinho.

8. Comprometemo-nos a fazer nosso o clamor daqueles que se recusam a resignar-se à violência e ao mal, e desejamos contribuir com todas as nossas forças para dar à humanidade, no nosso tempo, uma esperança real de justiça e paz.

9. Comprometemo-nos a incentivar qualquer iniciativa que promova a amizade entre os povos, convictos de que, sem uma sólida compreensão entre eles, o progresso tecnológico expõe o mundo a riscos crescentes de destruição e morte.

10. Comprometemo-nos a solicitar aos líderes nacionais que envidem todos os esforços possíveis para construir e consolidar, a nível nacional e internacional, um mundo de solidariedade e paz fundado na justiça.

Fonte: https://www.30giorni.it/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF