O Papa recebeu nesta sexta-feira, 3/10, no Vaticano, os
participantes do II Congresso Internacional de Pastoral dos Idosos. O Pontífice
afirmou que a velhice é parte da maravilha da vida, pediu que ninguém seja
deixado sozinho e destacou o protagonismo dos anciãos na missão da Igreja.
Thulio Fonseca - Vatican News
Na manhã desta sexta-feira, 3 de outubro, o Papa Leão XIV
recebeu cerca de 150 participantes do II Congresso Internacional de Pastoral
dos Idosos, promovido pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. O
encontro, que tem como tema “Vossos anciãos terão sonhos!” (Jl 3,1), conta com
a presença de delegados provenientes de 65 países, em representação de 55
Conferências Episcopais, além de membros de associações e congregações
religiosas empenhadas na pastoral dos idosos. Em seu discurso, o Santo Padre destacou
a importância de superar visões negativas sobre o envelhecimento e afirmou que
a presença dos idosos na sociedade e na Igreja é um sinal de esperança:
“Os idosos são um dom, uma
bênção a ser acolhida, e o prolongamento da vida é um fato positivo, um dos
sinais de esperança do nosso tempo.”
Aliança entre gerações
Comentando a profecia de Joel, Leão XIV recordou as palavras
do Papa Francisco sobre a necessidade de uma aliança entre jovens e idosos,
inspirada pelos sonhos de quem já percorreu longa estrada e pelas visões de
quem inicia sua vida: “O Espírito Santo cria unidade entre as gerações e
distribui a cada um dons diversos”, afirmou. O Papa também advertiu contra a
mentalidade contemporânea que mede o valor da existência pelo poder, sucesso ou
riqueza:
“É salutar perceber que o envelhecimento faz parte da
maravilha que somos. Essa fragilidade, se tivermos a coragem de reconhecê-la,
de abraçá-la e de cuidar dela, é uma ponte para o céu. Os idosos nos ensinam
que a salvação não está na autonomia, mas em reconhecer com humildade a própria
necessidade e em saber expressá-la livremente, de modo que a medida da nossa
humanidade não é dada pelo que podemos conquistar, mas pela capacidade de nos
deixarmos amar e, quando necessário, também ajudar.”
“Que ninguém seja abandonado!”
O Pontífice denunciou a solidão como uma das grandes
inimigas da vida dos idosos e exortou:
“Onde os idosos estão sozinhos
e descartados, isso significará levar-lhes o alegre anúncio da ternura do
Senhor, para vencer, junto com eles, as trevas da solidão, grande inimiga da
vida dos idosos. Que ninguém seja abandonado! Que ninguém se sinta inútil! Até
mesmo uma simples oração, recitada com fé em casa, contribui para o bem do Povo
de Deus e nos une na comunhão espiritual. Esta tarefa missionária interpela
todos nós, nossas paróquias e, de modo particular, os jovens, que podem
tornar-se testemunhas de proximidade e de escuta recíproca com aqueles que
estão mais adiantados na vida.”
O protagonismo dos “jovens idosos”
O Santo Padre, referindo-se aos chamados “jovens idosos”,
aqueles que, após a aposentadoria, vivem um tempo de saúde, liberdade e
disponibilidade, disse que “é importante envolvê-los não como destinatários
passivos, mas como sujeitos ativos da evangelização”. Segundo Leão XIV, são
eles, muitas vezes, que sustentam a vida das paróquias com sua presença na
liturgia, no catecismo e nos diversos serviços pastorais.
Anunciar o Evangelho em todas as idades
Por fim, o Papa Leão recordou que a pastoral dos idosos deve
ser sempre evangelizadora e missionária, pois a Igreja é chamada a anunciar
Cristo em todas as idades e circunstâncias:
“Tenhamos sempre presente que anunciar o Evangelho é o
compromisso principal da nossa pastoral: envolvendo as pessoas idosas nesta
dinâmica missionária, elas também serão testemunhas de esperança, especialmente
com sua sabedoria, devoção e experiência.”
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