“Meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.” (Sl
121[120],2) | Palavra de Vida Outubro 2025
por Organizado por Silvano Malini com a comissão da
Palavra de Vida publicado às 00:00 de 24/09/2025, modificado às
09:16 de 30/09/2025
Quem nunca, na vida, sentiu que não daria conta de certas
situações?
Também o autor do Salmo 121 experimentou
isso ao passar por circunstâncias difíceis, e perguntou a si mesmo de onde
poderia vir a ajuda de que tanto precisava.
A resposta é a afirmação da sua fé em Deus, em quem confia.
A convicção com a qual ele fala do Senhor sempre vigilante, que protege cada
pessoa e todo o povo, expressa uma certeza que parece brotar de uma profunda
experiência pessoal.
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“Meu socorro vem
do Senhor, que fez o céu e a terra.”
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O que segue nesse salmo é, com efeito, o anúncio de um Deus
poderoso e amoroso, que criou tudo o que existe e que cuida de tudo, dia e
noite. O Senhor “não permitirá que teu pé vacile; não cochilará, aquele que te
guarda1”, afirma o salmista, desejoso de convencer seu leitor.
Cercado pelas dificuldades, o autor levantou os olhos2,
buscou um sustento fora e além de seu âmbito mais imediato e encontrou uma
resposta.
Ele experimentou que a ajuda vem Daquele que pensou cada
criatura e lhe deu vida, que a sustenta continuamente, em cada momento, e que
jamais a abandona3.
Ele acredita firmemente nesse Deus que vigia dia e noite
sobre todo o povo: Deus é “aquele que guarda Israel4”. O salmista acredita
nisso a tal ponto que não pode deixar de comunicá-lo aos outros.
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“Meu socorro vem
do Senhor, que fez o céu e a terra.”
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E os momentos de incerteza, angústia e suspensão – afirma
Chiara Lubich – “Deus quer que acreditemos no seu amor e pede a nós um ato de
confiança: […] Ele deseja que tiremos proveito dessas circunstâncias dolorosas
para demonstrar-lhe que acreditamos no seu amor. Isso significa acreditar que
Ele é nosso Pai e cuida de nós; significa, portanto, lançar nas mãos Dele todas
as nossas preocupações, descarregá-las sobre Ele5”.
Mas essa ajuda que vem de Deus, de que forma chega até cada
um de nós?
A Sagrada Escritura narra muitos episódios em que isso se
realiza por meio da ação de homens e de mulheres como Moisés, Elias, Eliseu ou
Ester, chamados a serem instrumentos da solicitude divina para o povo ou para
alguma pessoa em particular.
Também nós, se “levantarmos os olhos”, reconheceremos a ação
de pessoas que, consciente ou inconscientemente, vêm em nosso auxílio. Seremos
gratos a Deus do qual, em última análise, provém todo bem (pois Ele criou o
coração de cada pessoa) e poderemos testemunhá-lo aos outros.
Claro que é difícil perceber isso se estivermos fechados em
nós mesmos e, nos momentos difíceis, pensarmos no modo de superá-los apenas com
as nossas próprias forças.
Mas, ao contrário, quando nos abrimos, olhamos ao nosso
redor e levantamos os olhos, descobrimos também que nós mesmos podemos ser
instrumentos de Deus que tudo provê para seus filhos. Percebemos as
necessidades dos outros e podemos ser uma ajuda preciosa para eles.
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“Meu socorro vem
do Senhor, que fez o céu e a terra.”
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Roger, da Costa Rica, nos conta: “Um padre conhecido meu me
avisou que alguém viria buscar um material de assistência médica que o grupo de
solidariedade ao qual pertenço havia providenciado. Era para um de seus
paroquianos. Enquanto eu esperava esse portador, vi passar na frente de casa
uma vizinha que se encontrava numa situação muito difícil. Então eu resolvi dar
a ela alguns mantimentos, junto com os últimos sete ovos que tínhamos em casa.
Ela ficou surpresa porque de fato, naquele dia, ela, o marido e os filhos não
tinham nada para comer. Lembrei-a do convite de Jesus: ‘Pedi e vos será dado’ (Mt 7,7),
enfatizando que Ele está atento às nossas necessidades. Ela voltou para casa
feliz, agradecendo a Deus.”
Mais tarde, chegou a pessoa mandada pelo padre. Ofereci-lhe
um café. Ele era caminhoneiro. Durante a conversa, eu lhe perguntei o que
estava transportando. ‘Ovos’, respondeu ele, e fez questão de me dar trinta e
dois ovos”.
Organizado por Silvano Malini com a comissão da Palavra
de Vida
1) Sl 121 [120],3.
2) Cf. Id., versículo 1.
3) Cf. Id., v. 8.
4) Id., v. 4.
5) LUBICH, Chiara. Buscar as coisas do alto. São
Paulo: Cidade Nova 1993, p. 23-24.
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