Translate

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Livro inédito de Leão XIV chega às bancas em 2026

Robert Preecost em visita à Nigéria em 2016 (Vatican News)

O título é “Livres sob a graça. Escritos e meditações 2001-2013”, do autor é Robert Francis Prevost. Pela primeira vez serão reunidos em um volume os discursos do Papa Leão XIV escritos durante o período em que foi prior geral da Ordem Agostiniana. A obra será publicada em língua italiana pela Livraria Editora Vaticana (LEV) na primavera de 2026. A notícia foi dada no dia de abertura da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha.

Vatican News

Um livro em que o autor é indicado tanto como Robert Francis Prevost, ordo sancti augustini ou membro da Ordem de Santo Agostinho, quanto como Papa Leão XIV; uma ferramenta útil para conhecer mais de perto a sua espiritualidade, graças às páginas inéditas que reúnem reflexões, meditações, homilias e intervenções feitas durante encontros públicos, textos que têm em comum a espiritualidade agostiniana própria do futuro Pontífice.

Temas desenvolvidos ao longo dos anos

“Este livro, que reúne muitas das comunicações do então prior Prevost, oferece uma visão geral de alguns dos temas importantes desenvolvidos ao longo dos anos”, explica o Pe. Joseph Lawrence Farrell, prior-geral dos agostinianos desde 9 de setembro. O Papa Leão XIV também participou do Capítulo Geral durante o qual foi eleito, presidindo a missa de abertura na Basílica de Santo Agostinho e convidando os confrades a viver os dias capitulares sob o signo da escuta recíproca, para que o Espírito Santo fosse o verdadeiro protagonista do discernimento comunitário que eles eram chamados a exercer.

Feira de Frankfurt, na Alemanha

O Papa Leão XIV voltou então no dia 15 de setembro para se encontrar novamente com os padres capitulares e lembrar que a vocação religiosa é, antes de qualquer outra coisa, “uma aventura de amor com Deus”. “Estamos muito felizes por participar da Feira de Frankfurt, apresentando aos editores de todo o mundo este livro inédito”, disse Lorenzo Fazzini, responsável editorial da LEV, a Livraria Editora Vaticana. Aquela alemã é a mais prestigiada feira do livro da Europa e uma das maiores do mundo, realizada anualmente em outubro e que atrai editores, agentes literários, escritores e outros profissionais do setor. A edição deste ano começou nesta quarta-feira (15/10) e segue até domingo (19/10).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

TEOLOGIA: Introdução à História da Teologia Ortodoxa (Parte 1/3)

Igreja Ortodoxa (FASBAM)

TEOLOGIA

Introdução à História da Teologia Ortodoxa

Capítulo 10 da Obra «Os Grandes Teólogos do Século Vinte» - Vol. 2 - Os Teólogos protestantes e ortodoxos.

Battista MONDIN

Teólogo católico

Os estudiosos não estão de acordo sobre a divisão da história da teologia ortodoxa. Segundo Jugie, não existem na teologia oriental escolas teológicas e sistemas que possam oferecer um “fundamentum divisionis”[1]. Segundo outros estudiosos, ao contrário, há razões de tempo, lugar e outros gêneros que justificam sua divisão em dois ou mais períodos. Também somos dessa opinião, parecendo-nos justo dividir toda a história bimilenar da teologia oriental em sete grandes períodos.

I. Período Patrístico (séculos I-VI)

O primeiro período da teologia oriental coincide com o da teologia ocidental: é o período patrístico. Nessa época, as Igrejas do Oriente e do Ocidente ainda estão unidas, dando origem a um patrimônio teológico único, para cuja formação contribuem tanto os Padres latinos (Tertuliano, Cipriano, Agostinho, Hilário, Ambrósio etc.) como os gregos (Orígenes, Clemente, Basílio, Gregório Nazianzeno e de Nissa, João Crisóstomo etc.).

Durante essa primeira fase da história da ciência sagrada, as principais características da reflexão teológica são as mesmas tanto no Oriente como no Ocidente. Ela tem caráter bíblico (inspira-se diretamente nos textos sacros), apofático (coloca preferencialmente a ênfase na incognoscibilidade e na inefabilidade de Deus e dos seus mistérios), assistemático (estuda os problemas que são impostos pelas circunstâncias, não se preocupando em abordá-los ordenadamente em seu conjunto) e platônico (adota como instrumento conceptual a filo de Platão, aplicando à divisão entre mundo natural e mundo sobrenatural a ruptura que Platão coloca entre mundo sensível e mundo inteligível).

Essas características permanecem constantes em toda a história da teologia oriental e com o tempo tendem a se acentuar em favor do misticismo e do intuicionismo. Já na teologia latina, depois da época patrística, essas características se eclipsam pouco a pouco, cedendo lugar a características contrárias: menor contato com a fonte bíblica, preocupação catafática e sistemática, aristotelismo como instrumento conceptual. Daí ter ocorrido um progressivo afastamento entre as teologias oriental e ocidental durante a Idade Média e a Época Moderna, um afastamento destinado a se aprofundar em virtude do cisma, até estender-se não só à forma, mas também ao conteúdo da reflexão teológica.

“Os primeiros cinco séculos constituem a idade de ouro dos grandes Mestres, Padres e Doutores da Igreja, que transmitem às futuras gerações a herança da Paradosis, já formada em suas grandes linhas”[2]. Os nomes inesquecíveis daqueles que mais contribuíram para a formação da teologia oriental são: Justino, Clemente, Orígenes, Atanásio, Cirilo, Basílio, Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa, João Crisóstomo, Nestório, o Pseudo-Dionísio. 

II. A Era de Justiniano (séculos VI-VIII)

Na era de Justiniano (527-565), os teólogos empenham-se na luta contra dois excessos: o monofisismo e o nestorianismo.

A figura mais ilustre desse período é João Damasceno (+ 749), que supera a controvérsia através da explicitação dos conceitos de natureza e hipóstase. Sua principal obra é o De Fide Orthodoxa, uma grandiosa síntese da Tradição. Ela “encerra a era patrística e abre a época das cadeias enciclopédicas, em que a criação é substituída pelas citações e pelas justificações baseadas no consensus patrum”[3].

Outro teólogo de primeira grandeza foi Máximo, o Confessor (+ 638), que em suas viagens e seus contatos em Jerusalém e Roma, sobretudo com o papa Martinho I, combateu tanto o monofisismo como o monotelismo. O seu Florilegium revela visivelmente a influência do Pseudo-Dionísio e da filo neoplatônica, na qual são Máximo vê “o meio técnico mais apropriado para exprimir a ortodoxia”[4].

Durante a época justiniana foi que nasceu a famosa controvérsia do Filioqüe. Falando da processão do Espírito Santo, o III Concílio de Nicéia (787) utilizara a fórmula “ex patre per filium”. Essa fórmula não foi recebida favoravelmente pelos teólogos ocidentais (por exemplo: Alcuíno) que nela viam ambiguidade e o perigo de que o Espírito Santo fosse considerado uma criatura. Daí a áspera e longa disputa, que, como é sabido, foi uma das principais causas da separação entre as Igrejas de Constantinopla e de Roma.

III. Período de Fócio e Cerulário (séculos IX-XIII)

Fócio é geralmente recordado por sua participação no cisma do Oriente. Mas, frequentemente são ignorados os seus méritos no campo teológico, muito embora tenha sido o maior cultor da ciência sagrada em seu tempo.

O elemento que mais distingue a sua especulação teológica é o lugar absolutamente novo que nela ocupa a filo aristotélica. Ele utiliza a lógica do Estagirita com grande habilidade para defender a validade do “per Filium”. Geralmente, interpreta a Sagrada Escritura em sentido histórico e literal. Tem grande estima pelos Padres da Igreja (menos os latinos e João Damasceno), vendo neles os autênticos intérpretes do Evangelho. Antes da separação da Igreja latina (867), “não ensinou nada em contrário à fé da Igreja de Roma, mesmo ressaltando algumas diferenças nos usos litúrgicos e disciplinares (…)”[5]. A ruptura com Roma foi de breve duração, devendo-se mais a razões disciplinares do que dogmáticas.

No século X, a cena teológica é dominada pela figura de São Simeão, chamado o “Novo Teólogo”. Segundo Vladimir Lossky, ele merece amplamente tal título, porque foi ele quem impôs um novo rumo à teologia bizantina. Com efeito, ela, que antes tinha uma orientação essencialmente “cristológica”, passa a assumir uma orientação predominantemente” pneumatológica”: “Os problemas relativos ao Espírito Santo e à graça são agora o núcleo central em torno do qual gravita o pensamento teológico[6].

Nesse meio tempo, tornavam-se sempre mais tênues as relações de Constantinopla com Roma, em virtude das péssimas condições políticas em que se encontrava o Ocidente naquela época por causa das invasões dos húngaros, normandos e árabes. Por isso, quando Miguel Cerulário anatematiza o papa de Roma, em 1054, mais do que criar uma situação nova, ele está apenas selando o estado de fato de uma separação que já perdurava há alguns séculos. O exemplo de Bizâncio foi depois seguido pouco a pouco por todas as igrejas de rito bizantino.

Como Fócio, Cerulário também foi um dos maiores teólogos de seu tempo, tendo contribuído com seus escritos para escavar um fosso ainda mais profundo com a Igreja latina. Em duas cartas, Epistula ad Petrum Antiochenum e Epistula Leonis Achridensis, bem como nos Panoplia, acusa os latinos de se terem afastado da Tradição apostólica nos seguintes pontos: os ázimos, o jejum do sábado, a abstinência, o rito do batismo, o culto das imagens, o filioqüe e o primado romano.

Outro grande teólogo desse período foi Miguel Psellos (+ 1078), poeta, historiador e filósofo, além de teólogo. Como Fócio, utiliza tanto a filo platônica como a aristotélica. Entre as suas doutrinas, as mais dignas de nota são: a processão “ex patre tantum”, uma certa substância material nos anjos, a santidade da Mãe de Deus no momento de sua concepção, a sua função medianeira.

Psellos teve inúmeros discípulos de valor, entre os quais João Ítalo (+ 1084) e Teofilato, prelado da Bulgária (+ 1108).

No século XIII, a teologia bizantina se polarizou em torno do Concílio de Lião (1274), que se propunha a restabelecer a união entre Constantinopla e Roma. Mas os esforços daqueles que procuravam dissipar as razões do conflito não tiveram êxito. Os resultados positivos do Concílio não foram bem acolhidos pelos monges e pelo povo e o cisma continuou.

Notas:

[1] M. JUGIE, Theologia Dogmatica Christianorum Orientalium ab Ecclesia Cathotica Dissidentium, Paris, 1926-1935, v. 11, p. 18, nota.

[2] P. EVDOKIMOV, L’Ortodossia, Bolonha, 1965, p. 17.

[3] Ibid., p. 31

[4] Ibid., p. 19.

[5] V. MALANCZUK, “Byzantine Theology, I (to 1500)” em New Catholic Encyclopedia, v. lI, p. 1019.

[6] V. Lo SSKY, La Teologia Mistica delta Chiesa d’Oriente, Bolonha, 1967, p. 385.

Fonte: https://byblos.ecclesia.org.br/teologia/

Crianças com ansiedade: por que o diagnóstico precoce é tão importante

Shutterstock

Ricardo Sanches - publicado em 02/05/22 - atualizado em 16/10/25

Diante do aumento de casos de ansiedade entre os pequenos, uma instituição americana recomendou que crianças passem por avaliação profissional, mesmo sem sintomas.

Alguns anos atrás, um surto de ansiedade coletiva que atingiu adolescentes de uma escola no Recife, PE, deixou os pais em estado de alerta. Vinte e seis jovens que estavam na escola precisaram ser atendidos às pressas por profissionais do Samu. Os estudantes relataram sintomas como, tremor, crise de choro, taquicardia e falta de ar.

No interior de São Paulo, outro caso preocupante: nove adolescentes mutilaram os próprios corpos com lâmina de apontador. Eles se esconderam no banheiro da escola e se machucaram depois de relatar "solidão e tristeza". O caso também foi considerado como surto de "ansiedade coletiva".

Os números da ansiedade

Um levantamento feito pela Secretaria Estadual de Educação de São Paulo em 2021 mostra que dois de cada três estudantes do 5.º e 9.º ano do ensino fundamental e da 3.ª série do ensino médio das escolas estaduais apresentam sintomas de depressão e ansiedade.

O estudo ainda revelou que outros 18,8% dos entrevistados se sentem totalmente esgotados e sob pressão, enquanto outros 18% disseram perder o sono por conta das preocupações. Além disso 13,6% dos jovens afirmaram que não têm confiança em si mesmos.

Já um levantamento publicado pela revista científica JAMA Pediatrics mostra que, de janeiro de 2016 a março de 2022, o número de crianças diagnosticadas com ansiedade aumentou 29%.

A importância do diagnóstico precoce

O aumento do número de casos de ansiedade entre crianças e adolescentes levou a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos a recomendar que todas as pessoas entre 8 e 18 anos - mesmo sem sintomas - passem por uma avaliação com um profissional para se saber se elas têm ansiedade ou depressão.

Essa força-tarefa tem o apoio do governo americano, mas não tem poder regulatório. Mesmo assim, os médicos costumam seguir as recomendações da instituição.

"Felizmente, descobrimos que a triagem de crianças mais velhas para ansiedade e depressão é eficaz na identificação dessas condições", disse Martha Kubik à Reuters Martha é membro da força-tarefa e professora da Universidade George Mason.

Para a psicóloga clínica brasileira Thaís Ducini, o diagnóstico precoce da ansiedade infantil é fundamental. "O diagnóstico precoce de um transtorno de ansiedade, por exemplo, pode evitar um futuro diagnóstico por depressão. Como as crianças estão em um processo de desenvolvimento bastante acelerado, quanto antes for identificado e o tratamento começar, menores são as chances de elas levarem isso para a vida adulta", explica a especialista.

O papel dos pais

As pesquisas, portanto, só reforçam o que educadores, psicólogos e psiquiatras há muito vêm dizendo: nós, pais, precisamos prestar mais atenção na saúde mental dos nossos filhos.

Entretanto, a ansiedade dos filhos pode passar despercebida pelos pais. Trata-se de uma condição subjetiva, difícil de ser externada explicitamente pelas crianças. Por outro lado, também há uma certa resistência dos pais em relação ao diagnóstico. "Algumas famílias têm um estilo de vida muito corrido e os pais acabam não prestando atenção nos filhos, o que dificulta. Outra coisa é que muitas famílias reconhecem os sintomas, têm medo do diagnóstico e acabam não indo atrás do tratamento", afirma a psicóloga Thaís Ducini.

A profissional ainda dá dicas de como pais e mães devem voltar o olhar para crianças, de modo a perceber algum transtorno. "É preciso observar como a criança brinca, como ela interage com os colegas, como são as preferências, como estão as rotinas de sono, alimentação. Também é preciso observar se ela tem queixas de dores na barriga, suor excessivo, medo exagerado de alguma coisa, palpitação sem causa clínica aparente. Esses sintomas podem ser indícios de algum grau de ansiedade", explica a psicóloga.

Como sempre, a atenção dos pais e a procura de ajuda especializada farão a diferença na vida dos filhos!

Fonte: https://pt.aleteia.org/2022/05/02/criancas-com-ansiedade-por-que-o-diagnostico-precoce-e-tao-importante/

A 'explosão' de casos de câncer entre jovens

Aditivos alimentares e ultraprocessados — Foto: Freepik

Vacina, agrotóxico ou erro em dados? Veja respostas para dúvidas dos leitores sobre a 'explosão' de casos de câncer entre jovens

Após reportagem mostrar aumento de 284% nos diagnósticos entre pessoas de até 50 anos, especialistas esclarecem mitos e explicam o que se sabe sobre o fenômeno.

Por Talyta Vespa, g1

15/10/2025 03h01

Diagnósticos de câncer em jovens adultos cresceram quase quatro vezes em cerca de 10 anos, segundo dados do DataSUS apresentados em levantamento realizado pelo g1. Mas o que causa essa "explosão de casos"?

🗨️SUA DÚVIDA 📲Este texto responde às principais perguntas dos leitores nos comentários da reportagem "Casos de câncer em jovens adultos de até 50 anos aumentam 284% no SUS entre 2013 e 2024". Você também pode mandar sugestões pelo VC no g1.

Na reportagem sobre o tema, leitores enviaram perguntas sobre as possíveis causas, questionando desde um suposto papel de vacinas, dos agrotóxicos e dos adoçantes até os efeitos do estresse, da alimentação e do uso de tecnologias.

g1 reuniu as respostas com base em evidências científicas e dados oficiais. Veja abaixo:

💉 1. As vacinas podem causar câncer?

Não. Nenhuma vacina — nem contra a Covid-19, nem outras do calendário nacional — tem relação causal com câncer.

“Vacina não causa câncer”, enfatiza Stephen Stefani, oncologista do grupo Oncoclínicas e da Americas Health Foundation. “As pessoas podem ficar tranquilas — não há nenhum dado que relacione imunizantes à doença. Pelo contrário: a tecnologia desenvolvida para as vacinas da Covid-19 ajudou a impulsionar novas plataformas de terapias oncológicas.”

As vacinas contra o HPV, por exemplo, previnem um tipo de câncer, o de colo do útero.

Além disso, o aumento recente de tumores em adultos jovens começou anos antes da pandemia, e estudos internacionais, como o publicado na revista Nature Medicine (2022)não encontraram qualquer vínculo entre vacinas e aumento de risco oncológico.

☠️ 2. O uso de agrotóxicos está relacionado ao aumento de casos?

Há evidências de risco aumentado em exposições prolongadas, mas isso não explica sozinho o crescimento dos casos.

Sim, há dados que mostram que o consumo de alimentos com quantidade acima da recomendada de agrotóxicos aumenta o risco. Não é um aumento explosivo, mas ele está relacionado, estatisticamente, ao aumento de tumores”, explica Stephen Stefani.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também reconhecem que a exposição a pesticidas pode elevar o risco de alguns tumores, sobretudo em trabalhadores rurais e populações vulneráveis.

No entanto, especialistas alertam que dieta, obesidade e sedentarismo têm peso muito maior na origem do câncer do que a contaminação química isolada.

Vale a pena substituir o açúcar pelo adoçante? Veja 5 benefícios dessa troca — Foto: Shutterstock

🧁 3. O aspartame causa câncer?

Em julho de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou os resultados da avaliação de perigo e risco do aspartame. O adoçante foi classificado como “possivelmente cancerígeno”, mas a própria OMS e a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) afirmaram que o limite atual de ingestão é considerado seguro.

“O aspartame é classificado como possível risco, mas não está bem estabelecido que vá aumentar o risco de câncer”, explica Stefani.

“É preciso calibrar esse debate para não gerar alarme e levar as pessoas a trocar o adoçante pelo açúcar — e o açúcar, sim, contribui para o ganho de peso, que é um fator de risco bem documentado.”

🌐 4. O 5G, o Wi-Fi ou o micro-ondas causam câncer?

Não.

“Não, 5G e Wi-Fi não têm como causar câncer. O conteúdo biológico é absolutamente inverossímil — essas ondas não têm energia suficiente para danificar o DNA, que é o que precisaria acontecer para gerar uma doença oncológica”, afirma Stefani.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há qualquer evidência de aumento de risco de câncer associado à exposição a redes sem fio, celulares, antenas ou aparelhos domésticos.

😣 5. O estresse pode causar câncer?

Não diretamente. O estresse não causa mutações genéticas nem danos celulares suficientes para iniciar um tumor.

“O estresse não é o causador, mas pode diminuir a imunidade em algumas situações e isso está relacionado ao crescimento de doenças existentes”, explica Stefani. "Eu gosto de colocar de forma prática: o estresse não é a semente; ele é o ambiente — a terra, a luz e a água para essa semente crescer.”

Ou seja, o estresse não cria o câncer, mas pode favorecer a progressão de uma doença já instalada, dificultar o tratamento e interferir no sistema imunológico.

🍔 6. A alimentação tem influência?

Sim, e muita. A alimentação é hoje um dos principais fatores modificáveis de risco.

Estudos do INCA e da IARC mostram que dietas ricas em ultraprocessados, bebidas açucaradas e carnes processadas estão relacionadas à maior incidência de tumores colorretais, de mama e de fígado.

“É uma doença de estilo de vida. Só 5% dos casos são hereditários; 90% têm relação com alimentação, sedentarismo e obesidade”, explica Samuel Aguiar, líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C.Camargo Cancer Center e diretor do programa de residência médica da instituição.

Segundo a médica nuclear Sumara Abdo, do INCA, a obesidade é um fator central, porque “a gordura abdominal é um tecido biologicamente ativo que produz substâncias inflamatórias capazes de estimular o crescimento celular e favorecer mutações”.

“O corpo é forçado a se regenerar o tempo todo num ambiente hostil. É um processo inflamatório silencioso, difícil de reverter”, conclui Stefani.

🧪 7. Os dados do SUS estão errados ou inflados?

Não. O Painel Oncologia BR – DataSUS usa a mesma metodologia de notificação desde 2013, com dados informados por hospitais e serviços de oncologia da rede pública de todo o país.

O crescimento de 284% reflete um aumento real na incidência.

“Toda política de saúde depende de dados, e hoje eles são frágeis”, disse Stefani. “Na saúde suplementar, a notificação não é compulsória. Então o país subestima a real dimensão do problema.”

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que não é possível medir a incidência de câncer na rede privada porque, desde 2010, uma decisão judicial impede o uso da Classificação Internacional de Doenças (CID) nas bases das operadoras.

O Ministério da Saúde também afirmou não possuir dados completos que integrem todo o sistema de saúde.

🩺 8. O que realmente causa câncer?

Segundo especialistas ouvidos pelo g1, o risco está mais ligado a comportamentos e exposições acumuladas ao longo da vida, como:

  • consumo excessivo de álcool;
  • tabagismo;
  • alimentação ultraprocessada e obesidade;
  • radiação solar sem proteção;
  • poluição e exposição química crônica.

“Temos coisas que realmente agridem o DNA e o danificam ao longo da vida: álcool, cigarro, sol em excesso e poluição”, resume Stephen Stefani. “A bebida alcoólica, por exemplo, não tem dose segura — assim como o sol. Já o cigarro, com 7 mil substâncias e 300 delas cancerígenas, é o maior vilão conhecido.”

📊 Fontes: Painel Oncologia BR – DataSUS; entrevistas com Stephen Stefani (Oncoclínicas e Americas Health Foundation), Sumara Abdo Lacerda Matedi (INCA), Samuel Aguiar (A.C.Camargo Cancer Center); OMS; INCA; Anvisa; Nature Medicine (2022); IARC (2023).

Fonte: https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/10/15/vacina-agrotoxico-ou-erro-em-dados-veja-respostas-sobre-casos-de-cancer-entre-jovens.ghtml

Papa Leão XIV na FAO: vencer a fome é semear a paz

Dia Mundial da Alimentação, 16/10/2025 - Papa Leão XIV (Vatican Media)

Durante a celebração dos 80 anos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Papa exortou líderes e nações a renovar o compromisso com a Agenda Fome Zero e com a segurança alimentar global. O Pontífice destacou que a luta contra a fome “é uma batalha de todos” e advertiu: “os slogans não tiram ninguém da miséria”.

https://youtu.be/KuNWI7q5uUs

Thulio Fonseca - Vatican News

O Papa Leão XIV deixou o Vaticano na manhã desta quinta-feira, 16 de outubro, e dirigiu-se à sede central da FAO, em Roma, para participar da cerimônia do Dia Mundial da Alimentação, que neste ano coincide com o 80º aniversário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A data é celebrada com o tema “De mãos dadas por uma alimentação e um futuro melhores”.

O coração do Papa e o chamado à fraternidade universal

Em seu discurso, o Papa expressou profundo agradecimento pelo convite e recordou que seus predecessores sempre mantiveram uma relação de estima e proximidade com a FAO, e declarou que visita esta instituição como arauto e servo do Evangelho, levando uma mensagem de esperança a todos os povos:

“O coração do Papa, que não pertence a si mesmo, mas à Igreja e, em certo sentido, a toda a humanidade, mantém viva a confiança de que, se vencermos a fome, a paz será o solo fértil do qual nascerá o bem comum de todas as nações.”

Leão XIV afirmou que, oitenta anos após a fundação da FAO, a consciência da humanidade deve novamente se deixar interpelar pelo drama da fome e da desnutrição, lembrando que esse problema não é responsabilidade exclusiva de governos, empresários ou líderes políticos. “Quem padece de fome não é um estranho. É meu irmão, e devo ajudá-lo sem demora”, declarou. Segundo o Papa, “vencer a fome é uma condição essencial para a paz e o desenvolvimento integral das nações”.

Na mensagem enviada à 44ª Conferência da FAO, Leão XIV denuncia o uso da fome como arma de guerra, critica a polarização global e exorta a comunidade internacional a agir com ...

Fome: um escândalo que clama ao céu

Com voz firme e diante de uma grande assembleia composta de líderes políticos e agentes sociais, o Pontífice denunciou o escândalo de milhões de pessoas que ainda sofrem de fome em meio ao progresso tecnológico e científico. “Permitir que milhões de seres humanos vivam e morram vítimas da fome é um fracasso coletivo, uma aberração ética, uma culpa histórica.” Leão recordou que 673 milhões de pessoas no mundo vão dormir sem comer e que outras 2,3 bilhões não têm acesso a uma alimentação adequada: “Por trás de cada número há uma vida despedaçada, uma comunidade vulnerável; há mães que não podem alimentar seus filhos”, ressaltou.

O Papa também denunciou o uso do alimento como arma de guerra, condenando a prática que impede comunidades inteiras de terem acesso ao sustento. “A fome imposta é um crime contra a humanidade. O silêncio dos que morrem de fome grita à consciência de todos, mesmo que muitas vezes seja ignorado ou distorcido.” E com vigor profético, afirmou: 

“A fome não é o destino do homem, mas a sua ruína. É um grito que sobe ao céu e exige resposta rápida de todas as nações, de todos os organismos, de cada pessoa.”

Papa Leão recebe os aplausos da assembleia da FAO   (@Vatican Media)

Leão XIV convidou a humanidade a romper a indiferença e a agir de forma concreta. “Ninguém pode permanecer à margem dessa luta: é uma batalha de todos.” Segundo ele, o desperdício de alimentos é um insulto à dignidade humana. “Como podemos tolerar que toneladas de alimentos sejam jogadas fora, enquanto multidões buscam nos lixos algo para comer?”, questionou o Pontífice. “O mundo não pode continuar assistindo a espetáculos tão macabros”, destacou o Santo Padre, é preciso pôr fim a isso o quanto antes:

“Os responsáveis políticos e sociais podem continuar polarizados, gastando tempo e recursos em discussões inúteis e virulentas, enquanto aqueles a quem deveriam servir continuam esquecidos e usados em nome de interesses partidários? Não podemos nos limitar a proclamar valores. Devemos incorporá-los. Os slogans não tiram ninguém da miséria. É urgente superar um paradigma político tão acirrado, baseando-nos em uma visão ética que prevaleça sobre o pragmatismo vigente, que substitui a pessoa pelo lucro. Não basta invocar a solidariedade: devemos garantir a segurança alimentar, o acesso aos recursos e o desenvolvimento rural sustentável.”

Do slogan à ação: solidariedade que se torna compromisso

Ao comentar o tema do Dia Mundial da Alimentação: “De mãos dadas por uma alimentação e um futuro melhores”, o Papa sublinhou que não basta promover ideais ou slogans: é preciso transformar palavras em gestos concretos. “Somente unindo as nossas mãos poderemos construir um futuro digno, onde a segurança alimentar seja reafirmada como um direito e não um privilégio.”

O Pontífice destacou também o papel essencial da mulher na luta contra a fome. “As mulheres são as primeiras a velar pelo pão que falta, a semear esperança nos sulcos da terra e a amassar o futuro com as mãos calejadas pelo trabalho.” Reconhecer e valorizar esse papel, disse ele, “não é apenas uma questão de justiça, mas uma garantia de um modo de vida mais humano e sustentável.”

Papa durante sua visita   (@Vatican Media)

A omissão nos torna cúmplices

Por fim, o Papa defendeu o fortalecimento do multilateralismo e da cooperação entre as nações, especialmente em favor dos mais pobres. “Os países mais vulneráveis esperam ser ouvidos sem filtros, ter suas carências compreendidas e receber oportunidades reais, não soluções impostas de escritórios distantes.” Leão XIV lembrou que as consequências das injustiças recaem sobre toda a humanidade, e citou os povos que sofrem em regiões marcadas por guerra e pobreza, como Ucrânia, Gaza, Haiti, Afeganistão, Mali, República Centro-Africana, Iêmen e Sudão do Sul. “A comunidade internacional não pode virar o rosto. Devemos assumir a dor deles como nossa.” O Papa exortou a todos a não se acostumarem à fome como um “ruído de fundo” do mundo contemporâneo: “Com nossa omissão, tornamo-nos cúmplices da injustiça.”

Dai-lhes vós mesmos de comer

Encerrando sua visita, Leão XIV invocou a bênção de Deus sobre os funcionários da FAO e sobre todos os que trabalham em favor da segurança alimentar e da justiça social. “A fome tem muitos nomes e pesa sobre toda a família humana. Todo ser humano tem fome não apenas de pão, mas também de fé, de esperança e de amor.” E recordando o Evangelho, concluiu:

“O que Jesus disse aos seus discípulos diante da multidão faminta permanece um desafio atual para o mundo: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’. Não se cansem de pedir a Deus coragem e energia para continuar trabalhando por uma justiça que produza frutos duradouros e benéficos. Ao prosseguirem seus esforços, vocês sempre poderão contar com a solidariedade e o empenho da Santa Sé e das instituições da Igreja Católica, que estão prontas para sair e servir os mais pobres e desfavorecidos em todo o mundo."

Leão XIV na sede da FAO em Roma   (@Vatican Media)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Margarida Maria Alacoque

Santa Margarida Maria Alacoque (A12)
16 de outubro
Santa Margarida Maria Alacoque

Margarida Maria nasceu em 22 de julho de 1647, na Borgonha, França. Desde a infância, demonstrou intenso amor pelo Santíssimo Sacramento e preferia o silêncio e a oração às diversões infantis. Após a primeira comunhão, aos nove anos, ela praticou em segredo severas mortificações corporais, até que a paralisia a confinou à cama por quatro anos.

Aos dezessete anos foi convencida pela mãe de que o voto da infância não era obrigatório e que ela poderia servir a Deus em casa através da penitência e da caridade para com os pobres. Então, ela começou a participar dos prazeres do mundo. Uma noite, ao voltar de um baile, ela teve uma visão de Cristo repreendendo-a pela infidelidade depois de Ele ter lhe dado tantas provas de Seu amor.

Em 25 de maio de 1671, ingressou no Convento da Visitação de Paray, onde foi submetida a diversas provações para comprovar sua vocação. Margarida Maria foi inspirada por Cristo a estabelecer a Hora Santa e receber a sagrada Comunhão na primeira sexta-feira de cada mês.

Na primeira grande revelação, o Senhor designou a sexta-feira seguinte à oitava da festa de Corpus Christi como festa do Sagrado Coração; Ele a chamou de “Discípula Amada do Sagrado Coração”. A devoção ao Sagrado Coração é o refrão de todos os seus escritos.

Na sua última doença recusou todo alívio, repetindo frequentemente: “O que tenho eu no céu e o que desejo na terra, senão só a ti, ó meu Deus”, e morreu pronunciando o Santo Nome de Jesus.

Margarida faleceu com apenas 43 anos de idade, no dia 17 de outubro de 1690, em Paray, França. Foi canonizada, em 1920, pelo papa Bento XV.

Colaboração: Nathália Lima

Reflexão:

Esta santa recebeu a missão de espalhar pelo mundo a devoção ao Sagrado Coração ofendido pela ingratidão dos homens, que destruía a noção da misericórdia de Deus. Foi incompreendida e perseguida, tachada de visionária, histérica e alucinada, mas finalmente a força da fé venceu e a mensagem de Margarida Maria resplendece hoje no mundo.

Oração:

Senhor Jesus Cristo, que revelastes maravilhosamente as insondáveis riquezas de vosso Coração à Virgem Santa Margarida Maria, concedei-nos pelos seus merecimentos e à sua imitação que, amando-vos em tudo e sobre todas as coisas, mereçamos ter perpétua morada no vosso mesmo Coração, Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

ESTUDOS: Dante, os dois poderes, cupiditas (Parte 2/2)

Os Simônicos, Canto XIX do Inferno, miniatura lombarda, século XV, Ms. It. 2017, f. 219r, Biblioteca Nacional de Paris | 30Giorni.

Arquivo 30Dias nº 12 - 1999

Dante, os dois poderes, cupiditas

Uma comparação entre Augusto Del Noce e Étienne Gilson sobre a filosofia política de Alighieri.

por Massimo Borghesi

Del Noce e Dante: a dualidade dos poderes e a crítica da cupiditas

Se esta é a opinião de Gilson, a opinião de Del Noce é diferente, e por vezes antitética. O ponto de maior divergência reside precisamente no conceito segundo o qual em Dante «uma ordem pode ser ordenada com vista a outra ordem como se com vista ao seu fim, sem contudo estar subordinada a ela quanto à autoridade» (13) . 

Para Del Noce, esta é uma aquisição positiva cujo verdadeiro significado reside na crítica da cupiditas , um tema que, não por acaso, desempenhou um papel completamente marginal na análise de Gilson. Em Dante, e isto é mérito de Del Noce, «a hierarquia da dignidade não deve ser confundida com a hierarquia da jurisdição. Esta confusão, longe de ser um tributo à ordem estabelecida por Deus entre as coisas, é a sua violação: e é isto que permite que prevaleça a cupiditas , que no domínio filosófico tem o significado do oposto da justiça, e no domínio teológico da vontade pervertida pelo pecado.» Portanto, o reconhecimento da autonomia das ordens é a forma autêntica de respeito à ordem estabelecida por Deus, ou à soberania do próprio Deus» (14) . 

Segundo Del Noce, «que esta confusão da hierarquia da dignidade com a hierarquia da jurisdição seja o caminho através do qual a cupiditas se afirma no mundo político e chega ao triunfo, é o que era claro para Dante em sua experiência direta; e é o que se tornou mais evidente hoje do que nunca. A Igreja, de fato, em sua busca por dominar completamente o plano temporal, não poderá buscar apoio em outro lugar senão na cupiditas dos leigos: e esta foi a condição que o grande adversário de Dante, Bonifácio VIII, teve que obedecer em sua busca por submeter os homens ao "jugo apostólico" como consequência do princípio de que Deus o havia colocado super reges et regna » ​​(15) . 

O que para Gilson é uma reação negativa — «o absolutismo de Bonifácio VIII e de certos partidários da hierocracia explica em parte a reação de Dante» (16) – aqui se torna uma posição ideal e normativa. O próprio Gilson, no entanto, em algumas de suas observações, abriu caminho para que a reflexão de Del Noce se movesse. "São Tomás", escreve ele, "que não conseguia imaginar uma Igreja sem um papa, encontra-se maravilhosamente num mundo sem imperador, mas para Dante, um mundo sem imperador é tão inadmissível quanto uma Igreja sem papa, e precisamente porque ele quer um papa que, quando se intromete nos assuntos de Florença, deve encontrar alguém com quem não possa deixar de falar. Se Florença enfrenta o papa sozinha, Florença não tem esperança, mas se Florença enfrenta o papa representado por um imperador universal, Florença recupera todas as suas chances de sucesso. Dante queria assegurar a todos os Estados este supremo protetor e árbitro temporal ." (17) (18) . 

Agora, para Del Noce, é precisamente esse possível valor "agostiniano" de Dante que mais o interessa. Não é o tema do possível "naturalismo" do florentino que o preocupa, mas o do "clericalismo", ou, neste Maritain seguinte, o possível abuso do "espiritual" pelo "temporal". Daí, em comparação com Gilson, cujas teses devem muito aos estudos de Bruno Nardi sobre Dante, a importância que a interpretação de Francesco Ercole ( Il pensiero político di Dante , Milão 1927-28) assume em sua releitura, «para a tese da justificação do Império não tanto de um ponto de vista aristotélico-tomista, mas de um ponto de vista mais tipicamente cristão-agostiniano – do “remedium peccati”» (19) . 

Como ele escreve em uma espécie de nota de trabalho: «A originalidade de Dante não reside tanto na afirmação da autonomia do Estado, mas na razão religiosa pela qual ela é afirmada.

Esta é a maneira de afirmar a religiosidade da política e o sentido religioso do secularismo» (20) . 

Uma afirmação que anda de mãos dadas com a outra, segundo a qual «a afirmação da potestas directa coincide, sem o conhecimento daqueles que a apoiam, com a prisão do pontificado na cupiditas ».(21) . De fato, «aparentemente a hierocracia representa a afirmação da primazia do religioso. Na realidade, ela torna o pontificado prisioneiro da avareza, como se vê claramente no exemplo dos pontífices mais determinados na afirmação da hierocracia, Bonifácio VIII e Clemente V» (22) . 

Desse modo, em contraste com Gilson — «a necessidade em que Gilson se encontra de chegar a juízos muito desconcertantes» (23) —, para quem a unidade do cristianismo medieval se corrompe com Dante, é válida a consideração segundo a qual «a ideia fundamental de Dante não é a vindicação do poder leigo. A ideia é que a luta contra a cupiditas implica a dualidade de remédios» (24) . 

Para Del Noce «é dentro da teologia do pecado original que se entende a autonomia recíproca do Império e da Igreja» (25) . O contrapoder mundano limita a mundanidade da Igreja, favorece a humilitas em lugar da cupiditas . A dualidade de poderes constitui simultaneamente o espaço para uma maior liberdade, limitando as tentações de hegemonia totalizante, seja ela secular ou eclesiástica. Se o fenômeno moderno do totalitarismo é caracterizado pela política se tornando religião, a teocracia medieval, ao contrário, expressa a subordinação da política à religião. Como ele escreveu em seu ensaio de 1946 "Politicalidade do Cristianismo Hoje" : "O ideal teocrático se fundamenta não apenas na unidade da fé, como é repetido, inclusive por escritores ilustres e pelo próprio Maritain, mas também na não problematização medieval (pelo menos não na problematização experimentada) da fé como verdade 

O ideal teocrático é insustentável hoje, e não apenas de um ponto de vista prudencial e levando em conta a situação atual, como pensam muitos teólogos e, seguindo-os, muitos católicos; mas é insustentável por razões ideais e lógicas, porque a condição espiritual da era moderna é precisamente a problematização da fé como verdade (de que maneira a verdade pode se tornar minha verdade). O ideal teocrático não é, portanto, pelo menos na minha opinião, o ideal absoluto da política cristã, mas sua especificação em relação à situação espiritual da Idade Média: mesmo que a unidade da fé fosse reconstituída, o ideal teocrático não seria mais proponível, porque seria uma reconstrução da unidade ainda mais profunda. à sua problematização» (26) .

Inserido nesse horizonte, o "anticlericalismo" de Dante veio ao encontro, fora de qualquer naturalismo ou secularismo, da teoria das liberdades modernas. Como afirma significativamente uma das notas: Rosmini e a Política de Dante (27) , este foi um projeto de trabalho que nunca foi realizado. Assim como outro projeto permaneceria inacabado, como evidenciado por uma entrevista de 1984, na qual ele declarou: "Hoje em dia, estou escrevendo uma introdução à Monarquia de Dante . É uma obra que contém alguns insights muito interessantes e atuais, incluindo uma definição de 'secularismo' que acredito ser insuperável." (28) 

Esta é uma confissão importante que documenta como a provocação de Noventa, retomada no início da década de 1970, continuou a fermentar dentro dele. Desse projeto, no qual Maritain e Rosmini de alguma forma se encontraram, restam apenas breves notas de trabalho e algumas páginas datilografadas. O tema subjacente era, no entanto, claro: uma releitura da Monarquia na qual, superado o modelo de relação entre a Igreja e o poder político típico do segundo milênio, se podia redescobrir a ponte para Agostinho e sua dialética entre as duas civitates 

NOTA 

13) É. Gilson, Dante e a Filosofia op. cit. , pág. 184, nota 46.

14) A. Del Noce, Dante e nosso problema metapolítico , op. cit. , pág. 324.

15) Ibid .

16) É. Gilson, Dante e a filosofia op. cit. , p. 194, nota 58.

17) Ibid ., p. 161.

18) Ibid ., p. 188.

19) A. Del Noce, Nota bibliográfica sobre 'Monarchia' (sobre a interpretação geral do tratado) , datilografado (6 páginas), Fundação Augusto Del Noce, p. 2.

20) A. Del Noce, Caderno de notas de trabalho, Fundação Augusto Del Noce.

21) Ibid .

22) Ibid .

23) Ibid .

24) Ibid 

25) Ibid 

26) A. Del Noce, A política do cristianismo hoje , em Costume , I (1946), 1, (agora em AA. VV., Augusto Del Noce e a liberdade. Encontros filosóficos , editado por C. Vasale e G. Dessì, Turim 1996, p. 199). 

27) A. Del Noce, Caderno de notas de trabalho, op. cit 

28) História de um pensador solitário , entrevista editada por M. Borghesi e L. Brunelli, em 30Giorni , n. 4, abril de 1984 (agora em AA. VV., Filosofia e democracia em Augusto Del Noce , editado por G. Ceci e L. Cedroni, Roma 1993, p. 232).

 Fonte: https://www.30giorni.it/

Assim entram no Céu as mães dos sacerdotes

Foto/Crédito: presbiteros.

Assim entram no Céu as mães dos sacerdotes

3 outubro 2025

Antes que Santo Agostinho retornasse ao exercício da fé e fosse ordenado sacerdote, sua mãe derramou abundantes lágrimas de intercessão. De maneira semelhante, muitas mães do mundo atual fazem inúmeros sacrifícios para que seus filhos possam responder livremente a qualquer vocação que Deus lhes tenha reservado.

Em reconhecimento dessa realidade, uma tradição piedosa foi sendo transmitida ao longo dos anos para honrar o papel que a mãe exerce na vida de um sacerdote.

Quando um sacerdote é ordenado, suas mãos são ungidas com óleo pelo bispo. Em seguida, suas mãos são limpas com uma toalha de linho branco chamada maniturgium. O óleo usado sobre as mãos do sacerdote é sagrado, previamente abençoado pelo bispo, de modo que o maniturgium, ou manustérgio, não pode ser simplesmente descartado no lixo. Embora pudesse terminar em um cesto de lavanderia para ser limpo, os sacerdotes ao longo da história tomaram o costume de conservar esse pano de linho para oferecê-lo às suas mães durante a primeira Missa.

Segundo uma antiga tradição, a mãe guarda a toalha em lugar seguro até o dia de sua morte. Depois, quando seu corpo é preparado para o funeral, o manustérgio é colocado entre suas mãos. Então, a tradição piedosa narra o que acontece quando a mãe do sacerdote chega às portas do Céu.

Quando chega às portas do Céu, é conduzida diretamente à presença de Nosso Senhor. E Ele lhe dirá:

– “Eu te dei a vida. O que me deste tu?”

Ela entregará o manustérgio e responderá:

– “Dei-Te meu filho como sacerdote.”

E com isso Jesus lhe concederá a entrada no Paraíso. É uma tradição bela e reconfortante, que sempre comove quem a presencia. 

Mais recentemente, difundiu-se uma tradição que reconhece o papel do pai de um sacerdote. Consiste em que o recém-ordenado entregue ao seu pai uma estola roxa de confissão, depois de escutar a sua primeira confissão. De fato, em alguns casos, o sacerdote chega a ouvir também a confissão do próprio pai, algo que constitui uma experiência marcada por grande humildade.

Essa tradição reconhece o fato de que os pais são essenciais para a formação de homens bons e santos, já que os filhos olham constantemente para eles a fim de compreender o que significa ser homem.

Esses dois costumes estão sendo recuperados por muitos jovens sacerdotes e representam uma forma magnífica de honrar os numerosos sacrifícios que os pais fazem para criar filhos santos. Os sacerdotes não surgem do nada: dependem muito da formação recebida em casa. Afinal, a única maneira segura de aumentar as vocações sacerdotais é cultivar famílias unidas e santas.

Escrito por Philip Kosloski

Publicado em  Vida Sacerdotal

Fonte: https://presbiteros.org.br/assim-entram-no-ceu-as-maes-dos-sacerdotes/

Guia definitivo da COP30. Entenda a estrutura e os temas centrais

Shutterstock | robsonviajante

Paulo Teixeira - publicado em 15/10/25

A Amazônia no centro dos debates

Em novembro de 2025, o Brasil fará história ao sediar a  COP30 (30ª Conferência das Partes) em  Belém, no Pará, colocando o coração da Amazônia no centro do debate climático global. O documento, criado pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) , serve como um guia para democratizar as informações sobre o evento, especialmente para as comunidades amazônicas (indígenas, ribeirinhos, quilombolas e extrativistas), garantindo que suas vozes e a proteção de seus territórios sejam incluídas nas decisões cruciais. 

O principal objetivo da COP30, considerada a "COP das COPs", é garantir que os países-membros apresentem, até fevereiro de 2025, contribuições suficientemente ambiciosas para manter o aquecimento global abaixo do limite de 1,5°C. 

Entenda a estrutura da COP30

A COP é um encontro  de grande importância, reunindo líderes e representantes de mais de 196 países que fazem parte da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). É nela que são tomadas as resoluções mais importantes, como foi o  Acordo de Paris (COP21), que estabeleceu as metas para limitar o aquecimento global. 

O evento, que dura duas semanas, é dividido em zonas principais: 

Zona Azul: Gerida pela ONU, é o núcleo das negociações oficiais entre os países, onde ocorrem as sessões plenárias e as decisões importantes sobre políticas climáticas. O Pavilhão Brasil se localiza aqui. 

Zona Verde: Aberta ao público, é o espaço para a sociedade civil, ONGs e empresas, com foco em exposições, eventos paralelos e sensibilização ambiental. 

Além disso, os Pavilhões Temáticos (como o Pavilhão dos Povos Indígenas e o Pavilhão de Mulheres e Gênero) enriquecem o diálogo ao destacar soluções focadas em mitigação e adaptação às mudanças climáticas. 

Temas centrais

Os debates na COP abordam temas cruciais, como a  redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) , estratégias de adaptação e, fundamentalmente, a  Transição Justa. A COP30, em particular, é um chamado para reconhecer e fortalecer a conexão entre a Amazônia, seus povos e o mundo. 

O sucesso da conferência dependerá de ações concretas para proteger a  Floresta Amazônica, que armazena uma quantidade massiva de carbono. Por isso, a Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, articulada pela REPAM, busca fortalecer a incidência dos movimentos sociais e territoriais, garantindo que os  direitos humanos na Amazônia e os direitos da natureza sejam centrais nas discussões. 

Principais verbetes para entender a COP30

COP (Conferência das Partes): Fórum anual global para debater e negociar as mudanças climáticas. 

UNFCCC: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. 

Acordo de Paris: Pacto climático adotado na COP21 para limitar o aquecimento global a 1,5C. 

NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas): Metas de redução de GEE que cada país se compromete a cumprir após assinar o Acordo de Paris. 

1,5°C: O limite seguro de aumento da temperatura global que deve ser atingido até o final do século para evitar as piores consequências da crise climática. 

Mitigação: Ações para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa. 

Adaptação: Ações para preparar e ajustar a sociedade e os ecossistemas aos impactos inevitáveis das mudanças climáticas. 

Transição Justa: Abordagem para garantir que a mudança para uma economia de baixo carbono seja equitativa e inclusiva para todos. 

Zona Azul / Zona Verde: As duas áreas principais da COP, para negociações oficiais e para o público e a sociedade civil, respectivamente. 

Povos Amazônicos: Os protagonistas na COP30, cujas vozes e saberes tradicionais são essenciais para a proteção do bioma. 

O evento em Belém é uma oportunidade para que o conhecimento e o poder de decisão saiam dos gabinetes e cheguem aos territórios, fortalecendo a participação dos povos que historicamente cuidam da floresta. 

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/10/15/guia-definitivo-da-cop30-entenda-a-estrutura-e-os-temas-centrais/

Tomar menos café nos faz ter sonhos mais intensos?

Algumas pessoas afirmam passar a ter sonhos mais vívidos, dias após reduzirem suas ingestão de cafeína (Crédito: Getty Images)

Tomar menos café nos faz ter sonhos mais intensos?

Autor: Charlotte Gupta* e Carissa Gardiner*

De The Conversation*

23 setembro 2025

Você, alguma vez, já reduziu sua ingestão de cafeína e teve a impressão de ter os sonhos mais intensos da sua vida?

A redução da cafeína pode trazer diversos benefícios, como dentes mais brancos e menos idas ao banheiro. Mas costumamos ouvir frequentemente que uma das suas desvantagens é a ocorrência de sonhos vívidos e, muitas vezes, assustadores.

Este é um efeito estranho e específico que, segundo muitas pessoas, surge em questão de dias após a redução da ingestão de cafeína.

Mas existe alguma comprovação científica por trás disso? O que as pesquisas podem nos dizer a respeito?

Como a cafeína influencia o sono

A cafeína é um estimulante que nos deixa acordados e em estado de alerta. Ela funciona bloqueando uma substância do cérebro chamada adenosina.

A adenosina costuma se acumular ao longo do dia, quando estamos ativos e acordados. À noite, o acúmulo da substância no cérebro nos ajuda a sentir sono.

A adenosina é liberada enquanto dormimos e, idealmente, acordamos nos sentindo renovados, prontos para que a adenosina comece a se acumular novamente.

A cafeína, quando ingerida, bloqueia o sinal da adenosina. Por isso, a adenosina continua ali, mas não sentimos tanto sono. E, quando a cafeína acaba, a nossa necessidade de dormir aumenta.

meia-vida da cafeína é de cerca de três a seis horas. Ou seja, metade da cafeína que consumimos permanece no nosso corpo após esse período e, o mais importante, ela ainda afeta a adenosina.

É por isso que, para muitas pessoas, a ingestão de cafeína à tarde ou no início da noite pode dificultar o sono noturno.

O que são sonhos vívidos?

Os sonhos vívidos são aqueles que parecem reais. Eles podem ser incrivelmente claros e detalhados.

Muitas vezes, eles envolvem imagens e emoções fortes. Esses sonhos podem ser tão intensos que, às vezes, conseguimos nos lembrar deles por muito tempo depois de acordar.

Os sonhos estão intimamente relacionados à qualidade do sono (Crédito: Getty Images)

Ao interferir com a sinalização da adenosina, a cafeína também pode deixar o nosso sono mais interrompido e reduzir o período de tempo total que passamos dormindo.

Isso vale especialmente para o sono sem movimento rápido dos olhos (NREM, na sigla em inglês), que é profundo e restaurador.

De forma geral, as pesquisas demonstram claramente que, quanto mais tarde ingerirmos cafeína e quanto maior a sua quantidade, pior será para o nosso sono.

Não existem muitas pesquisas diretas sobre a relação entre a redução da cafeína e os sonhos mais vívidos. A maioria dos estudos se concentra em como a cafeína afeta o sono, não no que acontece nos nossos sonhos.

Mas isso não significa que estamos totalmente no escuro. Sabemos que existe forte relação entre a qualidade do sono e os nossos sonhos.

Por que menos cafeína pode trazer menos sonhos vívidos?

Não há comprovação direta, mas as pessoas continuam defendendo o mesmo ponto: se elas reduzirem a cafeína, em questão de algumas noites, seus sonhos começam a parecer mais intensos, detalhados ou apenas totalmente estranhos.

A redução da cafeína não causará diretamente sonhos vívidos, mas existe uma ligação plausível.

Como a cafeína pode reduzir o sono total e aumentar a quantidade de vezes em que acordamos à noite, especialmente quando consumida mais para o final do dia, reduzir a substância pode causar "efeito rebote" no corpo.

Ou seja, quando conseguimos mais sono, isso pode aumentar a nossa quantidade de sono REM (movimento rápido dos olhos, na sigla em inglês).

O sono REM é uma fase em que o nosso corpo está relaxado, mas o nosso cérebro está muito ativo. Também é o estágio do sono associado aos sonhos.

Mais sono REM pode aumentar as oportunidades para que o nosso cérebro produza sonhos vívidos e elaborados.

Pesquisas entre veteranos de guerra concluíram que as pessoas que têm maior percentual de sono REM apresentam maior probabilidade de relatar sonhos vívidos.

O sono REM também é a fase do sono em que temos maior probabilidade de acordar durante a noite. E, se acordarmos do sono REM, provavelmente iremos nos lembrar dos nossos sonhos, já que eles estarão "frescos" na nossa memória.

Evitar a ingestão de cafeína pelo menos oito horas antes da hora de dormir pode melhorar o nosso sono e trazer sonhos surpreendentes (Crédito: Getty Images)

Por isso, reduzir a cafeína pode aumentar a nossa quantidade de sono REM, o que significa mais oportunidades para sonhar e nos lembrarmos dos nossos sonhos.

É claro que o sono é um fenômeno complexo, da mesma forma que os sonhos. Nem todos começarão subitamente a ter sonhos intensos depois de abandonar a cafeína e o efeito poderá durar apenas alguns dias ou semanas.

A questão é que não existem muitas evidências significativas que relacionem a redução da cafeína aos sonhos vívidos. Mas poderá haver alguma associação.

A cafeína afeta o nosso sono. O sono afeta os nossos sonhos. E, quando retiramos a cafeína da equação ou a reduzimos, o nosso cérebro poderá ter a possibilidade de passar mais tempo em sono REM.

Tudo é questão de horários

Quando pensamos em cafeína, costumamos nos lembrar do café e das bebidas energéticas. Mas a substância também pode ser encontrada em refrigerantes, chocolate, chá, balas, suplementos esportivos e medicamentos.

A cafeína traz diversos benefícios, por exemplo, para as funções cognitivas e a saúde mental.

Estudos demonstraram que as pessoas que tomam café apresentam menor risco de depressão. A cafeína também está associada à redução do risco de doenças neurodegenerativas, como mal de Parkinson.

O café contém ainda vitaminas do complexo B e antioxidantes, que são componentes essenciais para uma alimentação saudável.

Para pessoas que trabalham em turnos, particularmente à noite, a cafeína, muitas vezes, é uma forma de gerenciar o cansaço. E mesmo as pessoas que não trabalham em turnos podem não conseguir iniciar as tarefas diárias sem aquela primeira (ou segunda) xícara de café.

Se você não estiver disposto a eliminar totalmente a cafeína, mas quiser otimizar seu sono, tudo é questão de horários.

Tente evitar a cafeína por pelo menos oito horas antes da hora de dormir e não consumir grandes doses em até 12 horas antes de ir para a cama.

Com isso, seu sono pode agradecer e seus sonhos podem ser simplesmente surpreendentes.

* Charlotte Gupta é pesquisadora do sono da Universidade CQ, na Austrália.

*Carissa Gardiner é pesquisadora em pós-doutorado em desempenho esportivo, recuperação, lesões e novas tecnologias da Universidade Católica Australiana.

*Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cre5xjegp20o

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF