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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Presidente da CNBB reflete sobre o Dia de Finados: amor e gratidão pelos falecidos

A Igreja celebra nesta quinta-feira, dia 2 de novembro, a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, chamada popularmente pelo nome dado civilmente ao feriado: Dia de Finados. Neste dia, nas Igrejas e nos cemitérios, “manifestamos o amor e a gratidão pelos falecidos e, de modo especial, expressamos a fé em Cristo Ressuscitado, a fé na ressurreição dos mortos e na vida eterna”, conta o arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Sergio da Rocha.
A Comemoração dos Fiéis Defuntos é ocasião para dedicar orações pelos amigos e familiares falecidos, um gesto que, para dom Sergio não se reduz ao sinal de amor e gratidão: “É acima de tudo, um gesto de fé e esperança”.

Para o cardeal, o Dia de Finados também é ocasião para refletir “sobre o modo como estamos caminhando neste mundo rumo à morada eterna que o Senhor preparou para nós”. “É importante dar passos de conversão sincera rumo à vida eterna”, sublinha.
Tradição
A tradição da Igreja de honrar a memória dos defuntos remete aos primeiros tempos do cristianismo, quando eram oferecidos sufrágios em seu favor. Dom Sergio recorda que o Catecismo ensina este costume e ressalta que de modo especial era oferecido o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, os falecidos possam chegar à visão beatífica de Deus, recordando o exemplo de Judas Macabeu, que “mandou oferecer sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado”, pois “é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados”.
Visitas aos cemitérios
Em todo o Brasil, os cemitérios se preparam para receber milhares de pessoas que farão visitas aos seus entes queridos. Celebrações eucarísticas durante todo o dia estão programadas. Esta prática é sublinhada por dom Sergio lembrando o parágrafo 2300 do Catecismo: “Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e esperança da ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal (Tb 1,16-18) que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo”.
 Liturgia
Também a tradição dos fiéis influenciou a definição do rito das exéquias, do qual podem ser usadas as leituras para a comemoração votiva dos fiéis defuntos. O bispo de Cornélio Procópio (PR) e membro da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos da CNBB, dom Manoel João Francisco, escreveu em um subsídio que até o século VII as exéquias cristãs caracterizavam por um forte caráter pascal, mas que do século VIII até o XV predominou-se uma visão trágica da morte. “Perdeu-se a certeza da salvação e a Eucaristia, de celebração da passagem com Cristo e por Cristo da morte para a vida, passou a ser sacrifício propiciatório pelos defuntos”, explicou.
Tal realidade fez com que Paulo V, em 1614, e Paulo VI, em 1969, tentassem recuperar o caráter pascal da morte cristã, o que foi alcançado no período do Concílio Vaticano II. “O novo ritual apresenta Cristo como vencedor da morte e fonte da ressurreição ou associa a morte do cristão ao mistério pascal de Cristo. A índole pascal da morte cristã aparece também de forma muito explícita nas leituras bíblicas e salmos propostos pelo novo ritual bem como nos textos das missas dos funerais”, salienta dom Manoel.
Na escolha dos textos litúrgicos para a celebração, procura-se harmonizar a temática da esperança cristã, da ressurreição, a partir do que está no parágrafo 72 do Elenco das Leituras da Missa, orienta a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB. O lecionário dominical e festivo propõe três esquemas de leituras escolhidas entre todas as elencadas para as missas dos defuntos.
“A Palavra de Deus vem iluminar e trazer esperança para todos diante da morte. O Evangelho nos assegura que a vontade do Pai, cumprida plenamente por Jesus, é que ninguém se perca, mas que alcance a ressurreição”, reflete dom Sergio da Rocha.
Ele continua sua exposição a partir de um dos esquemas litúrgicos encontrados no lecionário: “Assim declara Jesus: ‘esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia’ (Jo 6,37-40). A esperança de vencer a morte e ver a Deus já animava Jó, no meio dos sofrimentos (Jó 19,23-27). E São Paulo nos assegura que ‘a esperança não decepciona, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado’ (Rm 5,5)”.
Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília e Presidente da CNBB

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Católicos e luteranos: prosseguir no caminho rumo à unidade

O caminho ecumênico trilhado juntos nos últimos cinquenta anos – apoiado pela oração comum, pelo culto divino e pelo diálogo ecumênico – levou “à superação de preconceitos, à intensificação da compreensão recíproca” e à assinatura “de acordos teológicos decisivos”.
É o que diz o comunicado conjunto da Federação Luterana Mundial (FLM) e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização divulgado este 31 de outubro, data que conclui o ano de celebrações ecumênicas dos 500 anos da Reforma Protestante.
De fato, os eventos tiveram início em 31 de outubro de 2016 com a oração luterano-católica na Catedral de Lund, na Suécia, ocasião em que o Papa Francisco e o então Presidente da FLM Bispo Munib A. Younan, assinaram uma Declaração Conjunta, onde se comprometiam a prosseguir juntos o caminho ecumênico rumo à unidade pela qual Cristo rezou (João 17,21).
No texto, é reconhecida a “comum responsabilidade pastoral de responder à sede e à fome espiritual de nosso povo de sermos “um” em Cristo. Desejamos ardentemente que esta ferida no corpo de Cristo seja curada. Este é o objetivo dos nossos esforços ecumênicos, que queremos fazer progredir, também renovando o nosso compromisso pelo diálogo teológico”.
A declaração ressalta, outrossim, que “pela primeira vez, luteranos e católicos viram a Reforma de uma perspectiva ecumênica”, “o que tornou possível uma nova compreensão daqueles eventos do século XVIque levaram à nossa separação”.
“Se é verdade que o passado não pode ser mudado, é também verdade que o seu impacto atual sobre nós pode ser transformado em modo que se torne um impulso para o crescimento da comunhão e um sinal de esperança para o mundo: a esperança de superar divisões e fragmentações”.
O que emergiu mais uma vez com clareza, é “que aquilo que nos une é bem superior ao que nos divide”.
Um passo decisivo no caminho rumo à unidade, foi a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação em 1999, gesto repetido pelo Conselho Metodista Mundial em 2006 e pela Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas durante este ano das celebrações dos 500 anos da Reforma.
E neste 31 de outubro de 2017, a mesma Declaração será acolhida pela Comunhão Anglicana no decorrer de uma Solene cerimônia na Abadia de Westminster.
“Sobre esta base, as nossas comunidades cristãs podem construir sempre mais estreita ligação de consenso espiritual e de testemunho comum a serviço do Evangelho”.
São destacadas no documento, ademais, as inúmeras iniciativas de oração comum e de culto divino entre luteranos e católicos e demais parceiros ecumênicos em várias partes do mundo, assim como os encontros teológicos e as importantes publicações que ofereceram subsídios para este ano de celebrações.
A Declaração conclui reafirmando o compromisso de avançar neste “caminho comum, guiados pelo Espírito Santo, rumo a uma crescente unidade”, buscando discernir a “interpretação de Igreja, Eucaristia e Ministério, esforçando-nos para chegar a um consenso substancial com o objetivo de superar as diferenças que são até hoje fonte de divisão entre nós”. (JE)
Por Rádio Vaticano
Arquidiocese de Brasília

500 anos da Reforma protestante

Martinho Lutero/ Crédito: Wikimedia Commons
REDAÇÃO CENTRAL, 31 Out. 17 / 10:30 am (ACI).- Hoje se recorda os 500 anos da Reforma Protestante, por esta razão, o Grupo ACI apresenta 7 dados essenciais que resumem as causas e consequências desse período histórico iniciado por Martinho Lutero no século XVI.
1. A origem da palavra protestante
A palavra “protestante” vem dos príncipes alemães que fazem um “protesto” contra o imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, que se negava aos chamados à reforma luterana dentro da Igreja Católica.
Por essa razão, as pessoas que defendiam essas posições ou que se aderiam a elas começaram a serem chamadas de protestantes.
2. Martinho Lutero é a figura mais influente da Reforma Protestante
Em 31 de outubro de 1517, o frade agostiniano Martinho Lutero se rebelou contra a Igreja quando publicou as suas “95 teses” sobre a penitência e o uso das indulgências na porta do Palácio de Wittenberg, na Alemanha.
Mais tarde, Lutero desenvolveu os 95 princípios da sua doutrina, chegando a uma doutrina diferente da fé católica.
Deixou a vida religiosa e se casou com uma ex-religiosa e durante a sua vida atacou duramente o papado e provocou várias revoltas.
3. A Reforma não teve só motivações religiosas
Embora a venda de indulgências fosse considerada por Lutero como uma das principais razões da sua ruptura com a Igreja Católica, houve outras razões históricas que permitiram a Reforma Protestante.
Entre estas, o Cisma do Ocidente (1378 a 1417) que reduziu em grande medida a reputação da Igreja Católica e fez com que muitas pessoas questionassem a legitimidade do Papa; o início do período do Renascimento que questionou o pensamento tradicional; a ascensão dos estados nacionais e monarcas que queriam o poder absoluto da sua nação, como Henrique VIII, que se separou da Igreja em 1534.
4. Os postulados do protestantismo de Lutero
Lutero desenvolve a crença de que o homem é salvo somente pela fé em Cristo e que, portanto, não tem a obrigação de fazer boas obras.
Esta crença equivocada é conhecida historicamente como a doutrina da justificação somente pela fé (Sola Fide).
O luteranismo também rechaça totalmente a primazia do Papa e afirma que a Bíblia é a única fonte de autoridade. Rechaça ainda a intercessão dos santos e da Virgem Maria, a veneração das imagens, a existência do purgatório.
4. Lutero foi excomungado
A bula Exsurge Domine de 1520 do Papa Leão X foi a primeira resposta do pontificado que condenou Lutero e o ameaçou com a excomunhão.
Em janeiro de 1521, ao não se retratar, Lutero foi excomungado e logo depois condenado na Dieta de Worms, um congresso imperial convocado pelo imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Carlos V.
5. João Calvino funda a segunda religião principal do protestantismo
As ideias de Lutero se estenderam por toda a Europa. Como consequência, o teólogo francês João Calvino fundou a segunda religião principal do protestantismo chamada “Calvinismo”, em Genebra em 1541.
Calvino considera que todos os sacramentos da Igreja Católica deveriam ser eliminados, incluindo os dois que Lutero manteve: o Batismo e a Eucaristia(esta é concebida de maneira diferente), o que levou à formação de outras denominações como presbiterianos, anglicanos, anabatistas e congregacionalistas.
6. As ideias da Reforma foram expandidas pela imprensa
Sem a criação da imprensa de Johannes Guttenberg, as novas ideias protestantes não teriam conseguido se estender pela Europa em grande escala.
7. A Reforma causou guerras de religião
A Reforma provocou uma série de guerras religiosas que finalmente culminaram na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que devastou grande parte do território atual da Alemanha.
ACI Digital

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Da Carta aos coríntios, de São Clemente I, papa

Não sejamos desertores da vontade de Deus (Canção Nova)
Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa
(Cap.21,1-22,5; 23,1-2: Funk 1,89-93)             (Séc.I)

Não sejamos desertores da vontade de Deus
Tomai cuidado, diletos, para que os benefícios de Deus, tão numerosos, não se tornem condenação para todos nós, se não vivermos para ele de modo digno e não realizarmos em concórdia o que é bom e aceito diante de sua face. Pois foi dito em algum lugar: O Espírito do Senhor é lâmpada que perscruta as cavernas das entranhas (Pr20,27 Vulg.). 
Consideremos quão próximo está e que nada lhe é oculto de nossos pensamentos e palavras. É, portanto, justo que não sejamos desertores de sua vontade. É preferível ofendermos os homens estultos e insensatos, soberbos e presunçosos na jactância de seu modo de falar, do que a Deus.  
Veneremos o Senhor Jesus, cujo sangue foi derramado por nós, respeitemos nossos superiores, honremos os anciãos, eduquemos os jovens na disciplina do temor de Deus, encaminhemos nossas esposas para todo o bem. Manifestem o amável procedimento de castidade, mostrem seu puro e sincero propósito de mansidão, pelo silêncio deem a conhecer a moderação da língua, tenham igual caridade sem acepção de pessoas para com aqueles que santamente temem a Deus. 
Participem vossos filhos da ciência de Cristo. Aprendam que grande valor tem para Deus a humildade, o poder da casta caridade junto de Deus, como é bom e imenso seu temor, protegendo a todos que nele se demoram na santidade de um coração puro. Porque ele é o perscrutador dos pensamentos e resoluções da mente. Seu Espírito está em nós, e, quando quer, retira-o. 
A fé em Cristo tudo confirma. Ele, pelo Espírito Santo, nos incita: Vinde, filhos, ouvi-me; ensinar-vos-ei o temor do Senhor. Qual é o homem que quer a vida e deseja ver dias bons? Afasta tua língua do mal e não profiram teus lábios a mentira. Desvia-te do mal e faze o bem. Busca a paz e persegue-a (Sl 33,12-15). 
Misericordioso em tudo, o Pai benigno tem amor pelos que o temem, concede com bondade e doçura suas graças àqueles que se lhe aproximam com simplicidade. Por isso não sejamos fingidos nem insensíveis a seus dons gloriosos.
www.liturgiadashoras.org

domingo, 29 de outubro de 2017

Papa no Angelus: sem o amor, vida e fé permanecem estéreis

ANSA
   Cidade do Vaticano (RV) – “O amor dá impulso e fecundidade à vida e ao caminho de fé: sem o amor, quer a vida quer a fé, permanecem estéreis”.

   Dirigindo-se da janela do apartamento pontifício aos milhares de fiéis e turistas presentes na Praça São Pedro, o Papa Francisco refletiu no Angelus deste 30º Domingo do Tempo Comum sobre o mandamento do amor: a Deus em primeiro lugar, e ao próximo como a si mesmo.
   “Tu podes fazer coisas boas, cumprir todos os preceitos, tantas coisas boas, mas se tu não tens amor, isto não serve”, advertiu Francisco, que inspirou-se na passagem de Mateus proposta pela liturgia do dia.
   Os fariseus queriam colocar Jesus à prova, perguntando a ele qual era o maior mandamento da Lei. “Uma pergunta insidiosa – observa o Papa - porque na Lei de Moisés são mencionados mais de 600 preceitos”.
   Então Jesus responde:  “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento”, acrescentando, “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
   "Esta resposta de Jesus não é algo que se deduz automaticamente, porque entre os múltiplos preceitos da lei judaica, os mais importantes eram os dez mandamentos, comunicados diretamente por Deus a Moisés, como condição do pacto de aliança com o povo":
   “Mas Jesus quer fazer entender que sem o Amor por Deus e pelo próximo não existe verdadeira fidelidade a esta aliança com o Senhor". Tu podes fazer coisas boas, cumprir todos os preceitos, tantas coisas boas, mas se tu não tens amor, isto não serve".
   O Papa cita o Livro do Êxodo, onde explica que para estar em Aliança com o Senhor, não se pode maltratar “aqueles que desfrutam de sua proteção’:
   “E quem são estes que desfrutam de sua proteção? Diz a Bíblia: a viúva, o órfão, o estrangeiro, o migrante, isto é, as pessoas mais sozinhas e indefesas”.
   Ao responder aos fariseus, Jesus também tenta ajudá-los "a colocar ordem em sua religiosidade", distinguindo "aquilo que realmente é importante", daquilo que é menos importante":
   “E Jesus viveu exatamente assim a sua vida: pregando e fazendo aquilo que realmente é importante e é essencial, isto é, o amor. O amor dá impulso e fecundidade à vida e ao caminho da fé: sem o amor, quer a vida quer a fé permanecem estéreis".
   O que Jesus propõe nesta página do Evangelho – explicou Francisco - é um ideal estupendo, que corresponde ao desejo mais autêntico de nosso coração:
   “De fato, nós fomos criados para amar e ser amados. Deus, que é amor, nos criou para tornar-nos partícipes da sua vida, para sermos amados por Ele e para amá-lo, e para amá-lo com Ele todas as pessoas. Este é o "sonho" de Deus para o homem".
   Mas para conseguir realizar isto, “temos necessidade da sua graça, temos necessidade de receber em nós a capacidade de amar que provém do próprio Deus”:
   “Jesus se oferece a nós na Eucaristia justamente para isto. Nela, nós recebemos o seu Corpo e o seu sangue, isto é, recebemos Jesus na expressão máxima de seu amor, quando Ele ofereceu a si mesmo ao Pai para a nossa salvação”.
   Que a Virgem Santa – foi sua invocação final – “nos ajude a acolher em nossa vida “o grande mandamento” do amor de Deus e do próximo”, pois se o conhecemos desde pequeno, nunca deixaremos de nos converter a ele, para “colocá-lo em prática nas diversas situações em que nos encontramos". (JE)
Rádio Vaticano

Frente à secularização o mundo precisa da ajuda de Nossa Senhora Aparecida, diz Cardeal

Cardeal Giovanni Battista Re durante a Missa Solene, em Aparecida / Foto: Thiago Leon (A12)
APARECIDA, 12 Out. 17 / 11:40 am (ACI).- O enviado especial do Papa Francisco para a comemoração dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, Cardeal Giovanni Battista Re, presidiu a Missa solene no Santuário Nacional e ressaltou que, o mundo precisa da ajuda de Nossa Senhora Aparecida diante da atual secularização.
“Neste nosso tempo de eletrônica e dos computadores, das conquistas espaciais e dos satélites, quando a ciência e a técnica estão atingindo metas cada vez maiores, o mundo corre o risco de se tornar menos humano”, lamentou o Cardeal em sua homilia.
O Cardeal Re acrescentou que, “frente a uma secularização que avança, o povo cristão sente cada vez mais forte a necessidade da ajuda de Nossa Senhora Aparecida, precisa de um renovado fervor mariano, para recuperar os valores que contam para o futuro mais justo, mais humano e mais cristão”.
Nesse sentido, indicou que “a contribuição que o mundo precisa de nós, cristãos, é a fidelidade ao Evangelho, a fidelidade aos valores e ideais cristãos, que são o patrimônio mais precioso do Brasil”.
Ao comentar o Evangelho da solenidade de Nossa Senhora Aparecida, que relata o milagre das Bodas de Caná, o enviado do Papa sublinhou que a mensagem que a Padroeira do Brasil deixa a cada um na comemoração dos seus 300 anos é a mesma que ressoou naquele casamento: “Fazei o que Cristo vos disser”.
“São as palavras que repete Nossa Senhora Aparecida também a nós, por outras palavras, sejam verdadeiros discípulos missionários de Jesus, prontos a fazer aquilo que Deus vos pede”, pontuou.
Conforme explicou o Cardeal, “isto quer ser um convite para recomeçar de Cristo, testemunhando os valores e ideias cristãos. Recomeçar de Cristo significa tomar Cristo como medida de tudo, significa haurir de Cristo a coragem de que precisamos, significa tirar dele a confiança e esperança para o futuro”.
Além disso, o Cardeal Givanni Battista Re lembrou ainda a história do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul, em 1717, pelos três pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia, em como a crescente devoção que logo se refletiu nos templos que foram construídos, até a grande Basílica Nacional.
“Neste Santuário Mariano – assinalou –, sente-se pulsar o coração católico do Brasil. O amor e a devoção à Virgem Maria fazem parte da cultura latino-americana e são o elemento característico da religiosidade do povo brasileiro. É uma devoção profundamente enraizada nas almas, transmitida de geração em geração, como uma chama sempre acesa no coração das pessoas”.
Ao longo desses 300 anos, expressou, “inúmeras pessoas e grupos oraram aqui diante de Nossa Senhora Aparecida, buscando luz, apoio e conforto, sabendo que Ela conhece nossas aflições e que ao seu olhar materno não escapa situação alguma de cada pessoa”.
“Quantas pessoas submergidas por angústias, tomadas por preocupações, dúvidas e incertezas vieram a esta Basílica buscar um pouco de conforto, podendo, em seguida, retomar com renovada coragem o caminho da vidacristã”, completou.
Por fim, convidou todos a consagrarem suas vidas à Mãe de Deus. “Entreguemos a Nossa Senhora Aparecida todas as famílias do Brasil, para todos implorando proteção e ajuda, alegria e esperança. Confiemos-lhe também o futuro do Brasil, para que transcorra na justiça, na paz, na solidariedade e na fraternidade. Que Nossa Senhora Aparecida, em sua ilimitada solicitude materna, assista e proteja cada um de vocês, assista e proteja todo o Brasil”, concluiu.
ACI Digital

30º Domingo do Tempo Comum: O Maior Mandamento

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
No final deste Mês Missionário, a Liturgia da Palavra nos mostra como ser missionário. Jesus nos apresenta o resumo daquilo que somos chamados a anunciar e a testemunhar na vida cotidiana: amar a Deus de todo o coração e amar ao próximo como a si mesmo.  Nós somos missionários por meio do anúncio da salvação em Cristo, mas também pelo testemunho do amor ao próximo.
Não podemos descuidar do essencial, resumido por Jesus no mandamento do amor a Deus e ao próximo (Mt 22,34-40). Necessitamos refletir sobre como estamos vivendo o Evangelho. Num mundo marcado por mudanças e novidades, este mandamento de Jesus pode não receber a devida atenção dos próprios cristãos. Há o risco de considerá-lo bastante conhecido e sem maior interesse. Nesta palavra de Jesus está um programa de vida permanente para nós.
O amor ao próximo é parte essencial do anúncio do Evangelho. O anúncio deve ser acompanhado da caridade, que é sinal da acolhida da Palavra de Jesus e critério para saber se somos, de fato, seus discípulos. Nós somos missionários por meio do anúncio da Palavra, mas também pelo testemunho do amor. Contudo, o amor ao próximo está enraizado no amor a Deus. Nós amamos o próximo, sustentados pelo amor de Deus, como consequência do nosso amor a Deus.
A passagem do livro do Êxodo proclamada ressalta o amor pelos sofredores, naquele tempo, representados, especialmente, pelos estrangeiros, órfãos, viúvas e pobres. Nos somos chamados a viver o mandamento do amor a Deus e ao próximo em nossas comunidades, em meio aos familiares e amigos, mas especialmente onde as pessoas se encontram mais fragilizadas e desamparadas, necessitadas de atenção e solidariedade. Embora as ações pessoais sejam sempre muito necessárias, é muito importante a prática da caridade, de modo organizado, enquanto serviço comunitário.
Contudo, para ser missionário, isto é, para que a “fé em Deus” possa “propagar-se por toda parte”, é preciso uma atitude séria de conversão, “abandonando os falsos deuses para servir ao Deus vivo e verdadeiro”, segundo as palavras de São Paulo aos Tessalonicenses (1Ts 1,5-10).
Concluindo este Mês Missionário, recordemos que somos todos chamados a participar da missão evangelizadora da Igreja, segundo a vocação que cada um recebeu de Deus.  A Conferência de Aparecida destacou a necessidade de renovação missionária, envolvendo toda a Igreja: as comunidades paroquiais, as pastorais, os movimentos, os diversos ministérios, os seminários, as casas de formação e todas as instituições eclesiais. Ninguém deve ficar de fora! Somos todos chamados a ser Igreja missionária em toda a Arquidiocese de Brasília.
Arquidiocese de Brasília

domingo, 22 de outubro de 2017

29º Domingo do Tempo Comum: Dai a Deus, o que é de Deus!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Celebramos, hoje, com toda a Igreja, o Dia Mundial das Missões, com o tema “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída” e o lema: “Juntos na missão permanente”. Rezemos pelos missionários e missionárias presentes no mundo inteiro. Agradeçamos a Deus pelos inúmeros irmãos e irmãs que tem colaborado generosamente nas Visitas Missionárias, em nossa Arquidiocese. Como sinal de comunhão e corresponsabilidade, realiza-se hoje a coleta para as Missões, a ser enviada integralmente às Pontifícias Obras Missionárias para sustentar o trabalho missionário nas regiões mais carentes. Reze e participe da coleta missionária! Lembre-se que você também é chamado a ser missionário, através do testemunho cristão na vida cotidiana!
A Liturgia da Palavra deste 29º Domingo do Tempo Comum proclama que Deus é o Senhor da vida e da história e que o reconhecimento disso deve nos levar a “dar a Deus o que é de Deus!” O profeta Isaías proclama a soberania de Deus na história; não há outro deus ou senhor fora dele (Is 45,5). No episódio narrado por Mateus (Mt 22,15-21), Jesus supera a armadilha colocada pelos fariseus indo muito além da questão do pagamento dos impostos. Deus não pode ser substituído por César ou por ídolos que querem tomar o seu lugar, dominando as pessoas. As moedas romanas tinham a imagem de César: que sejam dadas a César! Na pessoa humana, está inscrita a imagem e semelhança de Deus, pois ao criar o homem, Deus disse: “façamos o homem à nossa imagem e semelhança...” Por isso, o homem pertence a Deus, seu verdadeiro e único Senhor. É preciso dar a Deus o que é de Deus!
Não há como “dar a César o que é de César” sem “dar a Deus o que é de Deus”. Para tanto os cristãos devem participar da construção da sociedade, segundo o querer de Deus. A imagem de Deus continua a ser violada em cada pessoa humana que tem a sua dignidade negada. Ao reconhecer Deus como Senhor e acolher o seu Reino, o cristão deve participar da vida política e social, com responsabilidade, sendo “sal da terra” e “luz do mundo”.
O Salmo 95, hoje meditado, nos convida a adorar e louvar o Senhor. Os povos da terra devem “dar ao Senhor poder e glória”, “a glória que é devida ao seu nome”. Através da oração e do testemunho de vida, é preciso “publicar: reina o Senhor!”, recordando que é Ele quem “julga os povos com justiça”.  A segunda leitura (1Ts 1,1-5b) nos apresenta o exemplo de uma comunidade que reconhece a Deus como Senhor, a comunidade dos tessalonicenses, cuja fé, esperança e caridade, são louvadas por Paulo. O apóstolo nos ensina a “dar graças” a Deus por aquilo que Ele realiza na Igreja, como fazemos hoje, Dia Mundial das Missões. 
Arquidiocese de Brasília

Da Carta a Proba, de Santo Agostinho, bispo

(Ep.130,8.15.17-9,18: CSEL 44,56-57.59-60)            (Séc.V)

Na oração exercita-se a nossa vontade
Por que nos dispersamos entre muitas coisas e, temendo rezar de modo pouco conveniente, indagamos o que pedir, em vez de dizer com o salmo: Uma só coisa pedi ao Senhor, a ela busco: habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para contemplar as delícias do Senhor e visitar seu templo? (Sl 26,4). Pois ali os dias não vêm e vão, o fim de um não é o princípio de outro. Todos ao mesmo tempo não têm fim, ali onde nem a própria vida, a que pertencem estes dias, tem fim. 
Para alcançarmos esta vida feliz, a verdadeira Vida nos ensinou a orar. Não com multiplicidade de palavras, como se quanto mais loquazes fôssemos, mais nos atenderia. Mas rogamos àquele que conhece, conforme suas mesmas palavras, aquilo que nos é necessário, antes mesmo de lhe pedirmos (cf. Mt 6,7-8). 
Pode alguém estranhar por que motivo assim dispôs quem já de antemão conhece nossa necessidade. Temos de entender que o intuito de nosso Senhor e Deus não é ser informado sobre nossa vontade, que não pode ignorar. Mas despertar pelas orações nosso desejo, o que nos tornará capazes de conter aquilo que se prepara para nos dar. Isso é imensamente grande, mas nós somos pequenos e estreitos demais para recebê-lo. Por isto, nos é dito: Dilatai-vos; não aceiteis levar o jugo com os infiéis (2Cor 6,13-14). 
Isso é tão imensamente grande que os olhos não o viram, porque não é cor; nem os ouvidos ouviram, porque não é som; nem subiu ao coração do homem (cf. 1Cor 2,9), já que o coração do homem deve subir para lá. Isso nós o recebemos com tanto maior capacidade quanto mais fielmente cremos, com mais firmeza esperamos, mais ardentemente desejamos. 
Por conseguinte, nesta fé, esperança e caridade, sempre oramos pelo desejo incessante. Contudo, em certas horas e tempos também rezamos a Deus com palavras, para nos exortar a nós mesmos, mediante seus símbolos, e avaliar nosso progresso neste desejo e a nos estimular com maior veemência a aumentá-lo. Pois tanto mais digno resultará o efeito, quanto mais fervoroso preceder o afeto. 
É também por isso que diz o Apóstolo: Orai sem cessar! (1Ts 5,17). O que isso pode significar a não ser: desejai sem cessar a vida feliz, a eterna, e nenhuma outra, recebida daquele que é o único que a pode dar?
www.liturgiadashoras.org

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Franciscanos na Terra Santa: 800 anos de uma “aventura extraordinária”, diz Papa.


Cidade do Vaticano (Terça-feira, 17-10-2017, Gaudium Press) - Há 800 anos a Ordem Franciscana, Ordem dos Frades Menores, fundada por São Francisco de Assis está presente na Terra Santa.
Por ocasião das comemorações desta extraordinária data a Custódia da Terra Santa organizou inúmeras iniciativas religiosas, pastorais e culturais para recordar o histórico Capítulo realizado em 1217, quando São Francisco abriu sua Ordem para a dimensão "missionária e universal", enviando os seus frades a todas as nações como testemunhas de fé, de fraternidade e de paz.
Mensagem do Papa
Foi a propósito destas comemorações dos 800 anos da presença da Ordem dos Frades Menores na Terra Santa que o Papa Francisco enviou uma mensagem aos filhos do Poverello de Assis: São Francisco enviou seus frades a todas as Nações, "Este alargamento do horizonte de evangelização foi o início de uma aventura extraordinária, que levou oito séculos atrás os primeiros frades menores a desembarcarem em Acri", recorda o Papa em sua mensagem.
Assíduos na contemplação e na oração, simples e pobres, prosseguiu Francisco, os franciscanos estão empenhados também no presente em viver na Terra Santa semeando paz, fraternidade e respeito.
"Não quero esquecer, além da custódia e da animação dos Santuários, o seu empenho a serviço da comunidade eclesial local", ressaltou Francisco, ao encorajar os franciscanos a perseveraram em seu apostolado, no trabalho a favor dos mais pobres, dos jovens, idosos e enfermos: "vivendo concretamente no cotidiano as obras de misericórdia".
Renovação do Mandato Pontifício
Unindo-se assim aos seus predecessores, desde de Clemente VI, que, com a Bula Gratias agimus, confiou aos franciscanos a custódia dos Lugares Santos, o Papa Francisco renovou este Mandato Pontifício.
Ao concluir sua mensagem aos franciscanos, o Papa citou São Francisco recordando que o Santo exorta os irmãos pelo mundo "a não brigar e evitar as disputas de palavras; a não julgar os outros, mas a ser mansos, pacíficos e modestos, falando honestamente com todos".
(JSG)
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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF