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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

CATEQUESE: O perigo da caridade sem a verdade

A caridade sem a verdade (Cléofas)

O perigo da caridade sem a verdade

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Há hoje uma forte tentação de se colocar a caridade sem viver a verdade; e isso a desvirtua. Deus é amor, mas também é justiça.

A verdade e a caridade são duas virtudes fundamentais para a nossa salvação. Uma não pode ser vivida sem a outra, desprezando a outra, pois uma perde o seu valor se não observar a outra. Sem verdade não há verdadeira caridade e não pode haver salvação.

São Paulo disse que “a caridade é o vínculo da perfeição” (Cl 3, 14); “A ciência incha, mas a caridade edifica” (1Cor 8,1); “A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei” (Rom 13, 10); “Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade” (1 Cor 16, 14); “Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4, 15).

Jesus disse: “Eu sou a Verdade” (Jo 14,6). O Antigo Testamento atesta: Deus é fonte de toda verdade (Pr 8,7; 2Rs 7,28). Sua Palavra é a verdade. Deus é “veraz” (Rm 3,4). Em Jesus Cristo, a verdade de Deus se manifestou plenamente. “Cheio de graça e verdade” (Jo 1,14).

São Paulo disse a S. Timóteo que “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. O nosso Catecismo afirma com todas as letras:

“A salvação está na verdade” (Catecismo n. 851).

“A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Sem a Igreja o edifício da verdade não fica de pé.

São Paulo recomenda a São Tito: “…firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem” (Tito 1,9). “O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina” (Tito 2,1). “…e mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade na doutrina, gravidade” (Tito 2,7).

Os discípulos viviam segundo esta verdade de Deus. “Perseveravam eles na doutrina dos Apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações” (At 2, 42).

Jesus mostrou toda a força da verdade. “Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus” (Jo 3, 21).

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,23).

Jesus mostrou aos discípulos na última Ceia, que o Espírito Santo é a fonte da Verdade; e é Ele que conduzirá a Igreja `a “plenitude da verdade” em relação à doutrina. “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13).

A verdade de Jesus santifica: “Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade” (Jo 17,17). “Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade” (Jo 17,19). Por tudo isso, Jesus veio ao mundo para dar testemunho da verdade: “Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18,37).

Muitos querem apenas o “Deus que é Amor”, mas se esquecem do Deus que é também a Verdade. Esta é uma “porta estreita” que muitos não querem entrar, mas é a “porta da vida” (Mt 7,13). A Igreja é muitas vezes criticada exatamente porque não abre mão da verdade. Não aceita fazer a caridade sem observar a verdade. Paulo VI disse que o mal do mundo é “propor soluções fáceis para problemas difíceis”. São soluções que não resistem a uma análise ética e moral porque não respeitam a verdade revelada.

Santo Agostinho recomendava com sua sabedoria e santidade: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se sacrifique a verdade em nome da caridade”. Muitos querem ser bonzinhos e sacrificam a verdade em nome da caridade; é o relativismo moral, que passa por cima do que a Igreja ensina no Catecismo.

A caridade sem observar a verdade é ser maquiavélico; isto é, aceitar que “os fins justificam os meios”. São Tomás disse que a base da moral é esta: “Não é lícito fazer o bem por meios maus”. Bento XVI disse na sua encíclica “Caritas in veritate” que: “a caridade sem a verdade é sentimentalismo”.

Não posso, por exemplo, querer fazer caridade com dinheiro roubado, ou tirado do narcotráfico. Não posso ajudar os pobres usando da corrupção. Não posso, “por caridade” dizer a um casal de segunda união que podem comungar, ou dizer a uma dupla de homossexuais que o amor deles justifica a sua vida sexual. Não se pode dizer aos jovens que namoram que o amor deles justifica o sexo antes do casamento. Não se pode recomendar o uso da “camisinha” para evitar a AIDS, porque é um meio é mau, imoral, que estimula o sexo fora do casamento. Não se pode promover a justiça através da luta de classes, e do desrespeito às leis. Não se pode invadir terras e casas dos outros para promover a justiça. Os fins não justificam os meios. E isto acontece quando a caridade é vivida sem observar a verdade. E assim por diante, vemos hoje muitos sacrifícios da verdade de Deus em nome de uma “falsa caridade”.

A verdade norteia o bom uso da caridade, para que ela não se desvirtue. Não se pode “fazer o bem através de um fim mal”. Sem a verdade a caridade é falsa, e não pode haver salvação.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

Por que é importante rezarmos pelo Papa Francisco?

Antoine Mekary | ALETEIA

Por Valdemar De Vaux - publicado em 30/11/23

Desde o primeiro dia do seu pontificado, o Papa Francisco tem pedido constantemente: "Rezem por mim". Eis as explicações.

No dia 13 de março de 2013, quando apareceu pela primeira vez na varanda da Basílica de São Pedro logo após a sua eleição como Papa, Francisco dirigiu-se aos fiéis para pedir-lhes que rezassem por ele: “Rezem por mim, eu tenho um trabalho muito difícil”, disse ele.

 Desde então, o sucessor de Pedro nunca deixou de pedir isso a quem quer que encontre. Por que tanta insistência? Essa é, precisamente, a pergunta que um jornalista fez ao Papa na viagem de regresso da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio, após alguns meses de pontificado. Aqui está parte da resposta do pontífice:

“Eu sempre pedi isso. Quando eu era padre pedia isso, mas não com tanta frequência. Comecei a pedir isso com certa frequência quando me tornei bispo, porque sinto que se o Senhor não ajudar nesse trabalho de apoiar o povo de Deus a seguir em frente, não conseguiremos… Sinto realmente que tenho muitas limitações, muitos problemas, que eu também sou pecador – você sabe disso– e eu tenho que pedir isso”.

O primeiro objetivo da oração pelo Papa, portanto, é confiar o homem Jorge Bergoglio ao Senhor, para que receba o apoio sobrenatural do Espírito Santo. Francisco já detalhou o que entende por “rezar”: “A oração não é uma boa prática para colocar o coração em paz nem uma força para a devoção, para obter de Deus o que queremos. Se assim fosse, seria movida por um sutil egoísmo […] Numa palavra, significa: confiar – confiar a Igreja, confiar as pessoas, confiar as situações ao Pai, para que Ele cuide delas.”

O Papa, sinal da unidade do povo de Deus em torno de Cristo

A importância da intercessão pelo Santo Padre reside também na função exercida por ele. O sucessor de Pedro está, de fato, no coração da Igreja, o sinal da unidade do povo de Deus em torno de Cristo. Já nos Atos dos Apóstolos, todos os discípulos oraram por Pedro quando ele estava preso. 

Portanto, nunca deixe de rezar pelo Papa. Se você não sabe como fazê-lo, abaixo apresentamos uma sugestão de prece em intenção do Santo Padre.

Oremos pelo nosso Pontífice (Francisco)

℟. Que o Senhor o conserve, e lhe dê vida, e o faça santo na terra, e não o entregue à vontade de seus inimigos.

℣. Tu és Pedro,

℟. E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.

Oremos.

Deus, pastor e guia de todos os fiéis, olhai cheio de bondade para o vosso servo, o Papa (Nome), a quem quisestes colocar à frente da vossa Igreja como pastor. Concedei-lhe, Vos pedimos, a graça de fazer, por suas palavras e por seu exemplo, com que progridam na virtude aqueles de quem é chefe, e chegue, com o rebanho que lhe foi confiado, à vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

A estatura do adulto

Estatura de adulto (arquidiocesebh)

A ESTATURA DE ADULTO

Dom Walmor Oliveira de Azevedo 
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

Alcançar a estatura do Cristo em sua plenitude é a interpelação do apóstolo Paulo, na Carta aos Efésios, ao apontar a meta essencial à cidadania, aquela que leva o ser humano a tornar-se, verdadeiramente, um adulto. A maturação humana não vem pelas conquistas profissionais, técnicas ou somente pela excelência intelectual. As capacidades humanas carecem de uma espiritualidade que inspire condutas à altura de responsabilidades assumidas, em diferentes âmbitos. Não há maturidade sem o tempero e sem o horizonte da espiritualidade. Escorrega-se facilmente nas valas da mesquinhez que justificam apegos ao poder, amor doentio ao dinheiro, culto à hegemonia do próprio ego, adoecendo muitos, alimentando diferentes disputas – dos rancores entre as pessoas às guerras que sacrificam inocentes. As complexas e urgentes demandas contemporâneas da humanidade, para serem solucionadas, também dependem da competência espiritual que é caminho para levar o ser humano à maturidade, à estatura de Cristo.  

O investimento espiritual capaz de incidir nos modos de se compreender o mundo e nas dinâmicas vivenciais tem influência determinante na estatura de cada pessoa. É sempre decepcionante e desastrosa a atuação de quem pode até ter competência técnica e intelectual, mas prescinde do tecido espiritual indispensável para garantir decisões e atitudes maduras. Não adianta ser um “gigante” no que se refere às habilidades técnicas e políticas, mas pequeno na competência humano-espiritual. Investir na espiritualidade é determinante na qualificação de desempenhos. É essencial para se viver adequadamente – o que não significa apenas usufruir de bens materiais ou alcançar reconhecimento na sociedade. Mas a força de hegemonias existenciais, alimentadas por paradigmas tecnocráticos, levam o ser humano a acreditar, equivocadamente, que, para alcançar uma vida de qualidade, deve-se buscar, exclusivamente, o lucro e o poder. Aprisionada nessa ilusão, a humanidade não consegue enfrentar os muitos adoecimentos contemporâneos e os desvirtuamentos institucionais.  

Pode causar estranheza, mas é determinante investir em espiritualidade para se conquistar a estatura de adulto. A civilização contemporânea, tão avançada tecnologicamente, ao mesmo tempo é excessivamente “infantil”. Reúne muita gente “adulta” sem a adequada maturidade para dar conta da grandeza da própria tarefa e missão, comprometendo projetos e processos. A espiritualidade tem propriedades que fecundam a moralidade, tão preciosa para reverter descompassos que comprometem governos, funcionamentos institucionais, com graves impactos na sociedade. Sem a vivência da espiritualidade as capacidades humanas tornam-se insuficientes para enxergar a realidade com lucidez. Até mesmo a compaixão, indispensável para a edificação do bem, não flui adequadamente no coração de quem permanece alheio à espiritualidade. Mesmo com essa inegável importância, corre-se o risco de a espiritualidade ser ainda mais desconsiderada, neste tempo marcado pelos desafios e possibilidades da inteligência artificial.  

Especialmente no mundo contemporâneo, de tantas inseguranças, vale investir na dimensão espiritual, que é fonte de sentido para a vida humana. A espiritualidade abre as portas e ilumina o caminho que leva à experiência da fé – única experiência com propriedades para fortalecer o ser humano, habilitando-o para suportar os sacrifícios exigidos pelo amor. Percebe-se que sem a espiritualidade e a fé, gradativamente, multiplica-se a indiferença, some o amor. Prevalece a incompreensão sobre a importância de dar e não receber – indispensável para superar as desigualdades sociais.  A espiritualidade alimenta a esperança de modo fidedigno. Capacita o ser humano para agir sem depender de motivações relacionadas à busca por riquezas ou reconhecimento social e político.  

No caminho da espiritualidade, aprende-se a sabedoria de ser pobre, mesmo possuindo todas as coisas. Essa sabedoria reveste o ser humano de corajoso desapego, por reconhecer que não há nada a perder. Trata-se de antídoto para o egoísmo. Dedicando-se, adequadamente à espiritualidade, pode-se aprender a lição incomum partilhada por São João Crisóstomo, que sabiamente disse: as dignidades do mundo se fazem conhecer pelos sinais exteriores, mas os sinais que identificam os cristãos devem provir da alma e do coração. Esse ensinamento permite enxergar um caminho sensato que leva à superação de superficialidades e de um modo de vida fútil. A espiritualidade é, assim, uma escola para todos, base para que a humanidade promova transformações capazes de semear a igualdade e a fraternidade universal.  

A partir da espiritualidade é possível testemunhar uma verdade que ultrapassa a configuração de convicções próprias. Para os cristãos, é o testemunho da verdade de Cristo, o Salvador e Senhor. Aprende-se a reconhecer um gosto que não é pessoal, mas o gosto de Deus. Ora, sabe-se que a sabedoria divina é infinitamente superior à sabedoria humana, porque o pensamento de Deus tem fecundidades que nenhum outro possui. Aprende-se a vontade de Deus pela prática da espiritualidade que carrega as sementes do amor verdadeiro, com força libertadora. A estatura de “adulto”, neste e em outros tempos, é conquistada a partir da espiritualidade, com práticas ancoradas no silêncio contemplativo, distanciado dos ruídos que confundem, e pela escuta na dinâmica da meditação, que garante uma singular experiência de encontro consigo mesmo, com o outro e com Deus. Sem homens e mulheres verdadeiramente “adultos”, não será possível edificar um tempo de esperança. É hora de mais espiritualidade para ampliar o horizonte da humanidade no amor.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Natal: a Salvação vem de uma gravidez “não planejada”

Advento (Presbíteros)

Natal: a Salvação vem de uma gravidez “não planejada”

“Maria, porém, disse ao Anjo: Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?” (Lc 1,34)

Deus nos escolheu antes da criação do mundo (cf. Ef 1,4). Portanto, para ele, não há vida humana que não esteja no seu plano. Também a vinda de seu Filho ao mundo estava obviamente no seu plano.

E Maria, como todos os israelitas, ansiava pela vinda do Messias. Mas não estava absolutamente no plano da Virgem de Nazaré que fosse ela a mãe do Messias. Sua gravidez, planejada por Deus desde toda a eternidade, não havia sido “planejada” por ela. Surpreendida pelo anúncio do anjo, ela pergunta: “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?” (Lc 1,34). Aliviada com a resposta do anjo de que ela conceberia por obra do Espírito Santo, sem perder a virgindade, responde: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38).

Assim, graças a uma gravidez “não planejada”, mas aceita com amor, é que a salvação chegou ao mundo.

* * *

A expressão “planejamento familiar” que a Igreja sempre tem evitado usar dá a entender que o casal tem autonomia absoluta para escolher o número de seus filhos e o espaçamento entre eles. Essa ideia é falsa.

Na verdade, quem escolhe é Deus. Só ele é o Senhor da Vida. O que o casal pode e deve fazer é ficar atento aos sinais de Deus para descobrir qual é sua vontade, e pô-la em prática.

Dentro do matrimônio, a regra é gerar filhos. Não gerá-los é a exceção. É o que se conclui da seguinte passagem da histórica encíclica Humanae Vitae (1968), do Papa Paulo VI, falando sobre a paternidade responsável:

Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma família numerosa, como com a decisão, tomada por motivos graves e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento. (Humanae Vitae, n. 10)

Note-se como a Igreja elogia a família numerosa e como, ao mesmo tempo, só admite evitar um novo nascimento “por motivos graves” e com respeito pela lei moral. Jorge Scala, em seu livro “IPPF: a multinacional da morte”, adverte para a mudança de mentalidade que veio com a pílula anticoncepcional:

A partir de 1965, e como conseqüência da entrada no mercado das pílulas anticoncepcionais, a fecundidade humana modifica-se radicalmente: antes da pílula existiam alguns métodos de regular eficácia para limitar os nascimentos; depois da pílula, requer-se uma decisão positiva para ter filhos… (1)

Nos dias de hoje, até entre os cristãos, gerar filhos tornou-se algo de excepcional na vida conjugal. Gerá-los, só depois de um cuidadoso “planejamento”.

Jorge Scala, em seu mesmo livro, cita Pierre Chaunu, que fala, em tom de poesia, sobre o valor da surpresa e do imprevisto na vida conjugal:

“Nenhuma sociedade pode contentar-se com os filhos desejados; necessita primeiro e sobretudo dos filhos aceitados. O filho desejado não é o filho mais amado. Não se deseja um filho como se deseja um automóvel, uma roupa, um artefato; por uma razão muito simples: ninguém se separa de um filho como de um objeto. A relação que nos liga a ele durará por toda a vida. Sabe-se que a vida consta de muitos riscos. Isso é o que lhe dá seu sabor. Uma vida em que cada instante se desenvolve segundo o projeto do começo, seria mais triste que a morte. Na realidade, seria uma morte eterna. O risco de viver inclui o risco de transmitir a vida e isso requer a aceitação do risco… Ora, no filho que vai nascer, tudo é novo; é um pouco de si mesmo, um pouco da pessoa que se ama e um ser totalmente diferente […], como ele mesmo, uma centelha de eternidade” (2)

* * *

Continência periódica é a abstenção do ato conjugal durante os períodos férteis com o fim de evitar, por razões graves, uma nova gravidez. É vulgarmente conhecida como “método natural” de regulação da procriação. No entanto, ela não é só um “método”, mas sobretudo uma virtude. Significa autodomínio e renúncia. Não pode ser vista como um meio eficiente de se evitar uma coisa indesejável chamado “filho”. Não pode ser empregada com o mesmo espírito com que se usa um método anticoncepcional. Sobre isso, assim se exprimia o então Cardeal Karol Wojtyla, futuro Papa João Paulo II, em sua obra Amor e Responsabilidade:

“A continência interesseira, calculada desperta dúvidas. Ela, como qualquer outra virtude, deve ser desinteressada, concentrada na retidão em si, não só na utilidade. […] Se a continência deve ser virtude e não só método, no sentido utilitarista, não pode contribuir para a destruição da disponibilidade procriativa daqueles que convivem maritalmente como esposos. […] E por isso não se pode falar da continência como virtude quando os esposos aproveitam os períodos de infertilidade biológica unicamente para não ter filhos, e convivem só e exclusivamente nestes períodos para o próprio conforto. Proceder assim equivale a aplicar o método natural em contradição com a sua natureza. Opõem-se tanto à ordem objetiva da natureza, como à essência do amor”. (3)

Nas palavras de Dom Rafael Llano Cifuentes, (4) “já que o matrimônio se ordena, por sua própria natureza, aos filhos, esta decisão [de praticar a continência periódica] só se justifica em circunstâncias graves, de ordem médica, psicológica, econômica ou social”. (5)

Segundo ele, as razões médicas “poderiam reduzir-se a duas:

1º) perigo real e certo de que uma nova gravidez poria em risco a saúde da mãe;

2º) perigo real e certo de transmitir aos filhos doenças hereditárias”. (6)

“As razões psicológicas estão constituídas por determinados estados de angústia ou ansiedade anômalas ou patológicas da mãe diante da possibilidade de uma nova gravidez”. (7)

“As razões econômicas e sociais são aquelas situações problemáticas nas quais os cônjuges não podem suportar a carga econômica de um novo filho; a falta de moradia adequada ou a sua reduzida dimensão, etc.

Estas razões são difíceis de avaliar, porque o padrão mental é muito variado e porque se introduzem também no julgamento outros motivos como o comodismo, a mentalidade consumista, a visão hipertrofiada dos próprios problemas, o egoísmo, etc.” (8)

Para evitar que o casal decida valer-se da continência periódica por motivos egoísticos, a Igreja dá aos confessores a seguinte orientação: “… será conveniente [para o confessor] averiguar a solidez dos motivos que se têm para a limitação da paternidade ou maternidade e a liceidade dos métodos escolhidos para distanciar e evitar uma nova concepção”. (9)

Quem se casa, casa-se não apenas para ter filho, mas para ter filhos. O casal não pode ser mesquinho ao continuar a obra da Criação através da procriação. Sobre isso, assim se exprimiu Karol Wojtyla, na mesma obra acima citada:

“A família é na realidade uma instituição educadora, portanto é necessário que ela conte, se for possível, vários filhos, porque para que o novo homem forme sua personalidade é muito importante que não seja único, mas que esteja inserido numa sociedade natural. Às vezes fala-se que é mais fácil educar muitos filhos do que um filho único. Também diz que dois não são ainda uma sociedade; eles são dois filhos únicos?”. (10)

Para refletir:

Santa Gianna Beretta Molla, a médica italiana que em 1962 deu a vida heroicamente pela sua quarta filhinha, foi a décima filha de Maria Micheli e Alberto Beretta. Que teria acontecido se esse casal tivesse decidido “evitar filhos” a partir do segundo ou terceiro nascimento?

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis (1) SCALA, Jorge. IPPF: a multinacional da morte. Anápolis: Múltipla Gráfica, 2004. p. 81.
(2) Ibidem. p. 279.
(3) WOJTYLA, Karol. Amor e responsabilidade: estudo ético. São Paulo: Loyola, 1982. p. 215-216.
(4) Presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB.
(5) CIFUENTES, Rafael Llano. 274 perguntas e respostas sobre sexo e amor. 2. ed. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1993. p. 141.
(6) Loc. cit.
(7) Loc. cit.
(8) Loc. cit.
(9) PONTIFÍCIO Conselho para a Família, Vade-mécum para os confessores sobre alguns temas de moral relacionados com a vida conjugal, 1997, n.º 12.
(10) WOJTYLA, Karol. Amor e responsabilidade: estudo ético. São Paulo: Loyola, 1982. p. 216.

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Missa marcará o início do uso da Terceira Edição do Missal Romano na Igreja no Brasil

Missal Romano (cnbb)

MISSA, DIA 3/12, EM APARECIDA, MARCARÁ O INÍCIO DO USO DA TERCEIRA EDIÇÃO TÍPICA DO MISSAL ROMANO NA IGREJA NO BRASIL

No próximo domingo, 3 de dezembro, tem início o Advento, tempo de Esperança, e preparação para a vinda do Senhor. A data também marca o início do uso, em toda a Igreja no Brasil, da tradução da terceira edição típica do Missal Romano, prazo estabelecido pelos bispos brasileiros na 60ª Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

No Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, às 8h, o arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros Silva, preside a celebração de ação de graças pelas duas décadas de preparação do Missal e também pelo envio, pela CNBB e sua editora, a Edições CNBB, de 65 mil missais às dioceses brasileiras no tempo acordado pelo episcopado brasileiro na 60ª AG CNBB. A missa será transmitida pelas redes sociais da CNBB e pelo portal A-12.

Celebre com a CNBB:

https://youtu.be/Q8CdyJRc6uw

O Missal

O processo de tradução levou 19 anos de trabalho. A jornada começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foram anos de intenso trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo, coordenados pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel).

A terceira edição típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.

A Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, as Edições CNBB e a Assessoria de Comunicação da CNBB prepararam um hot site onde é possível acessar textos, vídeos, notícias e formação sobre a terceira edição típica do missal.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

NAZARENO: A viagem dos caçadores de estrelas (os Magos) - Cap. 5

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 5 - A viagem dos caçadores de estrelas (os Magos)

Os magos partiram da cidade de Sabá, na Pérsia, e estão viajando há semanas seguindo a estrela. Baltazar, Gaspar e Melquior seguem em direção a Jerusalém, procurando por um rei recém-nascido. E eles se dirigem para onde acham que o encontrarão: o palácio do soberano. Herodes, um homem sanguinário e sedento de poder, está preocupado e pede que eles o avisem quando encontrarem a criança em Belém. Os Magos se dão conta de quem eles têm diante de si e concordam com o pedido. Ao amanhecer, com os presentes preparados para o Rei dos Judeus, eles chegam à casa onde mora a família de Jesus. Entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, prostraram-se e o adoraram. Em seguida, abriram seus cofres e lhe ofereceram como presentes ouro, incenso e mirra.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/08/11/11/137264862_F137264862.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Mensagem do Papa a Bartolomeu I por ocasião da Festa de Santo André

Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu (Vatican Media)

No âmbito do tradicional intercâmbio de Delegações para as respectivas festas dos Santos Padroeiros, em 29 de junho em Roma para a celebração dos Santos Pedro e Paulo e em 30 de novembro em Istambul para a celebração de Santo André, o cardeal Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, guiou a Delegação da Santa Sé para a festa do Patriarcado Ecumênico.

Silvonei José – Vatican News

O cardeal Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, estava acompanhado por outros Superiores do Dicastério, o arcebispo Brian Farrell, Secretário, e monsenhor Andrea Palmieri, subsecretário. Junto com a Delegação em Istambul estava o Núncio Apostólico na Turquia, arcebispo Marek Solczyński.

A Delegação da Santa Sé participou da solene Divina Liturgia presidida pelo Patriarca Ecumênico, Sua Santidade Bartolomeu, na Igreja Patriarcal de São Jorge al Phanar e teve um encontro com o Patriarca e conversas com a Comissão Sinodal encarregada das relações com a Igreja Católica.

O cardeal Koch entregou ao Patriarca Ecumênico uma Mensagem autografa do Santo Padre, que ele leu publicamente no final da Divina Liturgia.

Movido por sentimentos sinceros de afeto fraterno e consciente dos profundos laços de fé, esperança e caridade que unem as Igrejas irmãs de Roma e Constantinopla, - escreveu o Papa na sua mensagem -, envio-lhe fervorosos votos de felicidades, querido irmão em Cristo, pela festa do Apóstolo Santo André, irmão de São Pedro e “protokletos”, patrono celestial e protetor da Igreja de Constantinopla e do Patriarcado Ecumênico.

Da mesma forma - continua Francisco -, estendo minhas saudações aos membros do Santo Sínodo, ao clero, aos monges e monjas e a todos os fiéis reunidos na Igreja Patriarcal de São Jorge nesta ocasião solene.

Paulo VI e Atenágoras (Vatican Media)

O Santo Padre em seguida recorda que a festa de Santo André precede a comemoração de um evento verdadeiramente histórico: o encontro entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Ecumênico Atenágoras em Jerusalém, em janeiro de 1964.  Esse encontro – escreveu - foi um passo vital para romper a barreira da incompreensão, da desconfiança e até mesmo da hostilidade que existiu por quase um milênio. 

É digno de nota – acrescentou o Papa Francisco - o fato de que hoje nos lembramos não tanto das palavras e declarações desses dois pastores proféticos, mas, acima de tudo, de seu caloroso abraço. “De fato, é muito significativo que esse caminho de reconciliação, de aproximação crescente e de superação dos obstáculos que ainda impedem a plena comunhão visível, tenha começado com um abraço, um gesto que expressa com eloquência o reconhecimento mútuo da fraternidade eclesial”.

O Pontífice sublinha em seguida que o exemplo do Papa Paulo VI e do Patriarca Athenagoras “nos mostra que todos os caminhos autênticos para a restauração da plena comunhão entre os discípulos do Senhor são caracterizados pelo contato pessoal e pelo tempo passado juntos”. Além disso, por meio do diálogo amistoso, da oração comum e da ação conjunta a serviço da humanidade, especialmente daqueles afetados pela pobreza, pela violência e pela exploração, os membros das diferentes Igrejas descobrem cada vez mais profundamente sua confiança compartilhada na providência amorosa de Deus Pai, sua esperança na vinda do Reino inaugurado por Jesus Cristo e seu desejo comum de exercer a virtude da caridade inspirada pelo Espírito Santo.

Na sua mensagem o Papa destaca que “com a ajuda de Deus, fomos capazes de continuar no caminho traçado por nossos Veneráveis Predecessores, renovando muitas vezes a alegria de nos encontrarmos e nos abraçarmos.  Nesse sentido, é com especial satisfação que recordo o nosso recente encontro em Roma e renovo a minha gratidão pela sua participação na Vigília Ecumênica de Oração realizada na véspera da abertura da 16ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema: "Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão". 

Neste dia da festa do Apóstolo André, - conclui Francisco a sua mensagem – “rezemos fervorosamente a Deus, nosso Pai misericordioso, para que cesse o clamor das armas, que só traz morte e destruição, e para que os líderes governamentais e religiosos busquem sempre o caminho do diálogo e da reconciliação.  Que os santos apóstolos Pedro e André intercedam por todos os povos e obtenham para eles os dons da comunhão fraterna e da paz”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo André realmente ergueu uma cruz na Ucrânia?

hramikona | Shutterstock

Por Philip Kosloski - publicado em 11/03/22

Uma tradição local diz que Santo André Apóstolo viajou para a Ucrânia e ergueu uma cruz no local que viria a ser Kiev.

Pouco se sabe sobre as viagens dos apóstolos após a Ascensão de Jesus, porém uma tradição local afirma que Santo André Apóstolo viajou para a Ucrânia e ergueu uma cruz perto de onde hoje é capital do país, Kiev.

O livro The Conversion of Europe (“A Conversão da Europa”) faz um breve resumo dessa história:

“Quando Santo André, o Apóstolo da Cítia, subindo o rio Dnieper em seu caminho para Roma, avistou os cumes de Kiev e exclamou: ‘Vê essas colinas? A graça de Deus os iluminará. Haverá uma grande cidade, e Deus fará com que muitas igrejas sejam construídas ali’. Então ele subiu esses cumes, os abençoou, ergueu uma cruz e orou a Deus”

Há pouca evidência que comprove esta história, mas acredita-se que a Catedral de Santo André, em Kiev, foi construída no local onde Santo André teria erguido a cruz.

CATHEDRAL OF SAINT ANDREW
Catedral de Santo André, Kiev

Na Igreja Ocidental, tradições apontam Santo André como o apóstolo dos gregos. Acredita-se que ele pregou para comunidades gregas e foi martirizado em Patras em uma cruz em forma de “X”. Suas relíquias acabaram sendo transferidas para a Catedral de Amalfi, Itália.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Em um dia 29 de novembro como hoje teve início o conclave mais longo da história

Capela Sistina (Vatican Media)

Por Martha Calderón

REDAÇÃO CENTRAL, 29 de nov de 2023

Em 29 de novembro de 1268, teve início o conclave mais longo da história que terminou em 1º de setembro de 1271, quando Gregório X foi eleito após 34 meses.

A história deste conclave tem a ver com o seu nome, que vem dos termos latinos "cum" (com) e "clavis" (chave), palavra que foi utilizada desde o século XIII, depois que a Sé de Pedro ficou vacante por quase três anos, e o governador de Viterbo decidiu trancar os cardeais com chave.

Como narra a Enciclopédia Católica, “os cardeais reunidos em Viterbo estavam divididos em dois campos, os franceses e os italianos. Nenhum dos dois podia conseguir os dois terços da maioria dos votos nem queriam ceder aos outros para eleger um candidato ao papado”.

Foi no verão europeu de 1270 que foram trancados no palácio episcopal, inclusive, tiveram o fornecimento de comida cortado.

“Por fim, chegou-se a um compromisso, devido aos grandes esforços dos reis da Sicília e da França. O Sacro Colégio, que consistia então em 15 cardeais, escolheu seis deles para entrarem em acordo e emitirem um voto final. Os seis delegados se reuniram em 1º de setembro de 1271 e uniram os votos elegendo Teobaldo Visconti, arquidiácono de Liège, que não era cardeal, nem sequer sacerdote”.

Gregório X, nascido em Piacenza, “esteve um tempo a serviço do cardeal Jacobo de Palestrina, foi nomeado arquidiácono de Liège e acompanhou o cardeal Ottoboni em uma missão na Inglaterra e, no momento de sua eleição, estava em Ptolemaida (Acre) com o príncipe Eduardo da Inglaterra, em peregrinação à Terra Santa”.

Recebeu o chamado dos cardeais para retornar imediatamente, iniciou sua viagem de volta em 19 de novembro de 1271 e chegou a Viterbo em 12 de fevereiro de 1271. Aceitou a dignidade e adotou o nome de Gregório X.

Ao contrário deste conclave, houve o de 1503 que durou apenas algumas horas, no qual Júlio II foi eleito sucessor de Pedro.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Como obter indulgência plenária pelos 800 anos do presépio

PixelDarkroom | Shutterstock

Por Reportagem local - publicado em 29/11/23

Um dos requisitos é visitar uma igreja franciscana e rezar diante do presépio.

Em comemoração aos 800 anos da aprovação da Regra de São Francisco, a Família Franciscana solicitou e recebeu uma maneira única de os católicos obterem uma indulgência plenária. De 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, até 2 de fevereiro, a Festa da Apresentação do Senhor, os católicos podem receber uma indulgência plenária se rezarem diante de um presépio em uma igreja franciscana.

Em abril, a Família Franciscana – uma entidade que representa todos os grupos religiosos inspirados pelo carisma de São Francisco – solicitou ao Papa Francisco que permitisse indulgências plenárias em comemoração ao seu octocentenário. No pedido, os franciscanos escreveram que a oferta de indulgências plenárias agiria “a fim de promover a renovação espiritual dos fiéis e aumentar a vida de graça”.

Em 4 de outubro, a Família Franciscana anunciou que a Santa Sé havia “acolhido favoravelmente o pedido”.

Eles escreveram:

“Portanto, em todas as igrejas que nos foram confiadas para o cuidado pastoral, será possível que todos os fiéis recebam a indulgência plenária, sob as condições habituais, de 8 de dezembro de 2023 a 2 de fevereiro de 2024.”

Como obter a indulgência plenária

Para se qualificar para a indulgência plenária, o fiel deve visitar uma igreja franciscana e rezar diante do presépio ali existente. Por isso, todos os presépios franciscanos permanecerão montados até a Festa da Apresentação de Jesus, em 2 de fevereiro, e não até a Festa da Epifania, em 6 de janeiro.

Além disso, é preciso seguir os outros requisitos da Igreja para se obter as indulgências plenárias, ou seja:

 confissão sacramental, rejeitando qualquer apego ao pecado, mesmo que seja venial;
 comunhão eucarística, preferencialmente na Santa Missa;
 oração nas intenções do Papa, por exemplo, um Pai Nosso e uma Ave Maria, mas podendo ser outras orações conforme a piedade e devoção.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

NAZARENO: A noite de Belém (O Rei dos Reis nasce em uma estrebaria) - Cap. 4

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 4 - A noite de Belém (O Rei dos Reis nasce em uma estrebaria)

É a noite santa, a noite em que Jesus vem ao mundo em meio às lágrimas de alegria de Maria e José. Deus, o infinitamente grande, é agora uma criança indefesa, totalmente dependente dos cuidados de uma mãe e de um pai. Nesse meio tempo, os anjos, que haviam ficado para vigiar, manifestaram-se a alguns pastores que estavam assustados. “Não temais! Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo Senhor, na cidade de Davi. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido envolto em faixas deitado numa manjedoura”. As palavras ouvidas pelos "impuros" e pelos "descartados" os levaram a partir, e eles também sentiram alegria e entusiasmo ao ver a criança. Quando os oito dias prescritos para a circuncisão foram completados, ele recebeu o nome de Jesus, como havia sido chamado pelo anjo antes de ser concebido no ventre. Levam o recém-nascido ao Templo de Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, o encontro com Simão permanece no coração de Maria. "E também a ti", lhe diz, "uma espada traspassará tua alma".

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/07/27/13/137247132_F137247132.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A revolução digital e o advento internet

A transformação digital (NeoFeed)

A REVOLUÇÃO DIGITAL E O ADVENTO DA INTERNET

Dom João Santos Cardoso 
Arcebispo de Natal (RN)

A Revolução Digital representa uma das maiores transformações na história da humanidade que, impulsionada pelo avanço tecnológico, culminou no surgimento da internet, uma rede global que conecta bilhões de pessoas ao redor do mundo. Este fenômeno proporcionou o surgimento da cultura digital e redefiniu a maneira como vivemos, trabalhamos, nos comunicamos e compartilhamos informações. A digitalização também simplificou processos, melhorou a eficiência, permitiu a automação de tarefas, modificou a natureza do trabalho e tornou a vida mais cômoda. A cultura digital modificou a noção de tempo e espaço; tudo ocorre em tempo real e o virtual, muitas vezes, se confunde com a própria realidade. 

Com a revolução digital, a comunicação também passou por transformações significativas. Redes sociais, e-mails, mensagens instantâneas e videoconferências tornaram-se partes integrantes da vida cotidiana. A distância geográfica foi reduzida, possibilitando que pessoas em diferentes partes do mundo se conectem e compartilhem experiências em tempo real. A maneira como adquirimos e compartilhamos conhecimento, nos comunicamos e realizamos transações financeiras sofreu mudanças radicais. No âmbito econômico, testemunhamos o surgimento de novos modelos de negócios. As transações comerciais virtuais cresceram exponencialmente, tornando, em determinados contextos e locais, as lojas físicas dispensáveis. Empresas online, mediadas pela tecnologia, desempenham um papel significativo nesse cenário econômico em constante evolução. 

A democratização do acesso à informação é uma característica essencial da era digital. Antes da internet, o conhecimento era limitado a bibliotecas, instituições educacionais e grupos específicos. Atualmente, uma simples pesquisa online proporciona acesso instantâneo a uma ampla gama de informações, que, quando utilizadas com critério, impulsionam a educação e facilitam a disseminação do conhecimento. 

A revolução digital e a internet, apesar de suas inúmeras vantagens, enfrentam desafios significativos. A crescente dependência tecnológica levanta questões sobre privacidade, segurança cibernética e o impacto social das plataformas digitais. As redes sociais, originalmente consideradas instrumentos revolucionários, tornaram-se armadilhas, promovendo entretenimento superficial e relacionamentos volúveis. A conectividade constante, especialmente entre as novas gerações, pode resultar em bolhas sociais, onde o diálogo é evitado, e as amizades virtuais muitas vezes são mais atrativas, mas menos significativas, do que as relações do mundo real. O sentido de pertencimento a uma comunidade é diluído em redes virtuais, controladas por administradores, onde a adição e exclusão de amigos é fácil, contribuindo para a fragmentação social. 

Com a democratização e descentralização da informação, cada indivíduo tem a possibilidade de criar sua própria mídia de comunicação, de produzir informações e difundi-las.  Como a internet não seleciona a qualidade da informação, as mídias sociais deram também o direito à fala, segundo Umberto Eco, a uma legião de imbecis. A quantidade de coisas que circulam, como as fake news, é pior do que a falta de informação.  

As fake news provocaram uma mudança no conceito de verdade, em que as crenças que se pretende compartilhar são mais importantes do que a veracidade dos fatos em si. Além de serem notícias falsas, as fake news representam a construção de narrativas que incorporam fragmentos de verdade, utilizando o apelo à emoção para fortalecer determinadas crenças e ideologias, visando desinformar e desestabilizar o sistema de verdade compartilhado. Esse fenômeno é denominado de pós-verdade, onde é mais eficaz influenciar a opinião pública através de versões emocionais do que por meio da apresentação objetiva e lógica dos fatos. Quem emprega a pós-verdade não se preocupa com a veracidade factual, mas com a habilidade de construir narrativas capazes de emocionar o interlocutor para difundir e sedimentar ideologias. 

Em resumo, a Revolução Digital e o advento da internet são forças poderosas que impactam e moldam a nossa sociedade. Se por um lado, proporcionam oportunidades sem precedentes, por outro, apresentam desafios complexos. A compreensão e gestão desses aspectos são cruciais para garantir que a transformação digital seja inclusiva, ética e benéfica para toda a humanidade.

Fonte: https://www.cnbb.org

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF