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sexta-feira, 31 de julho de 2020

MISSIOLOGIA: Ensinai a todas as nações.

Ecclesia
«Ensinai a todas as nações»
Pe. João Meyendorff
Traduzido para o espanhol por Naim Ganudo
do espanhol para o português por Hier. Pe. André
Comunidade Monástica São João, o Teólogo
São José - Santa Catarina.
«Quando a Igreja deixa de ser missionária,
perde sua razão de ser...»
eria demasiado óbvio destacar o fato de que o cristianismo teve início como uma missão por excelência. Precisamos somente remeter às últimas palavras do Senhor logo após sua Ressurreição: «Ide, pois, de todas as nações fazei discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santos...»
A Boa Nova transformou a antiga religião de uma nação, na nova religião de uma Pessoa: Jesus Cristo, por meio de quem e em quem as pessoas de todas as nações puderam encontrar a resposta, o significado da vida e puderam receber a revelação da chegada de Deus.
Esta ênfase na Boa Nova é fundamental para a missão. E, ao mesmo tempo, extremamente importante é a inevitável luta do Reino de Deus e deste mundo. A vida inteira de Cristo pode ser considerada como «reprovada», no sentido de que o mundo o recusou e finalmente foi condenado à morte. Cristo, porém, ressuscitou da morte pelo poder de Deus, não pelo poder do homem; e a verdade da Ressurreição é um mistério revelado somente àqueles que crêem n'Ele e, por conseguinte, àqueles que «não são deste mundo.» O anúncio da verdade do Evangelho deverá "fazer frente" aos que se opõem e acarretará divisões.
Para ser mais concreto, vou citar uma breve passagem do prólogo ao Evangelho de São João, escrita, ao que parece, por São Cirilo, o Constantino de Salônica, quando foi a Morávia em missões e lá pregar a Boa-nova. Uma de suas primeiras tarefas foi traduzir as Sagradas Escrituras para a língua eslava para dar aos convertidos a possibilidade de escutar e entender a palavra de Deus em sua própria língua. O prólogo ao qual me refiro reza: «Como os profetas da Antiguidade, Cristo veio para reunir todas as nações e línguas, posto que é a vida deste mundo.»
O prólogo prossegue com o tema de Pentecostes, que deve ser entendido biblicamente em contraposição a origem da «torre de babel», no livro do Gênesis, no qual o conceito de multiplicidade de línguas se converteu em uma maldição. Mas em Pentecostes, quando veio o Espírito Santo, todas as pessoas começaram a falar diferentes línguas, porém, a dizer «as mesmas coisas, no mesmo espírito.»
Em outras palavras, na torre de babel, o pluralismo de línguas se converteu em uma maldição, em Pentecostes, porém, a multiplicidade de línguas se converteu em uma bênção, porque permitiu que todas as pessoas entendessem: o Evangelho, a mesma verdade e o mesmo Espírito, com a finalidade de torná-lo conhecido de todo o mundo. Cristo veio para reunir todas as nações e línguas.
Este é o primeiro aspecto no conceito de missão de São Cirilo e São Metódio, no qual a ortodoxia ao longo dos séculos tem permanecido fiel: a idéia de que cada nação tem direito a escutar e entender a palavra de Deus em sua própria língua. Esta foi uma das chaves do êxito bizantino na idade média, como a palavra de Deus e a Santa Liturgia foram traduzidas a língua de cada nação.
A missão na Igreja Ortodoxa foi sempre inseparável da vida dos que pregaram, por exemplo, ao largo do Oriente cristão, as comunidades monásticas foram agentes de evangelização. Isto se aplica as primitivas missões cristãs, ainda nos séculos IV e V na Etiópia, ou as missões bizantinas dos séculos VII e IX e de muitas outras das missões russas em períodos posteriores. Seu êxito no foi o trabalho de missões bem pagas em base a um contrato, pregando algo para logo regressarem a seus lugares, senão de homens que amavam a Deus e as pessoas a quem queriam transmitir sua fé. Este testemunho de amor fraterno é a verdadeira solução para os nossos dias e época em que, freqüentemente vemos o fracasso do cristianismo "profissional" organizado.
Precisamente porque a missão é inseparável da vida é também inseparável do progresso do pensamento teológico, do pensamento cristão e da vida. O missionário, o teólogo, o cristão, devem então entender o que os santos Padres ensinaram, de que o mesmo Senhor pode proclamar a Boa Nova de um modo que seja claro para as gentes de todo mundo, em seu próprio tempo.
A missão cristã é fundamentalmente o anúncio da verdade de Cristo a todos. Como membros da Igreja Ortodoxa, afirmamos que a nossa é a Igreja de Deus. Porém, significa isto que pensamos nós que a verdadeira fé e verdade no mundo são monopólio formal da ortodoxia? De nenhuma maneira afirmamos isto. A verdade pode existir em qualquer parte e, a verdadeira catolicidade da Igreja implica a alegria em descobrir a verdade quando e onde aparece.
Finalmente, um aspecto fundamental de como a Igreja Ortodoxa entende a missão foi expressada pelo grande santo russo, São Serafim de Sarov: «Salva-te a ti mesmo e, em tua volta, milhares serão salvos.» Penso que até certo ponto, pessoalmente, a experiência de acercar-se do conhecimento de Deus, da fé cristã, é a chave para uma aproximação cristã da missão.
Podemos ter todas as organizações no mundo. Podemos ter todos os meios para pregar o Evangelho e, ainda podemos falar no que nos concerne pessoalmente ao conhecimento de Deus. Esta é a verdadeira condição para fazer nossas palavras significativas e plenas de sentido.
Ecclesia

Qual é o melhor horário para rezar?

Ben White | Unsplash
Por Claudio Castro

Existe um momento ideal, em que Deus pode nos ouvir?

Você já se perguntou alguma vez qual é a melhor hora para rezar? Essa é uma pergunta que eu me faço sempre. Pode parecer bobagem, mas eu gostaria de chamar a atenção de Deus e saber qual o momento em que ele me ouve e atende às minhas orações.
Na Bíblia, encontramos exemplos de grandes orantes, pessoas que rezavam três vezes ao dia, inclusive na madrugada.
E Jesus, o que ele dizia?
“Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo.”  (Lucas, 18,1)
“Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos.” (Efésios 6,18)
Um dos livros que costumo recomendar é “O peregrino russo”. Você não imagina o quanto aproveito dessa leitura. O peregrino russo embarca em uma grande aventura em busca da resposta a uma inquietude muito particular e diz, em certa passagem:
 “Pela graça de Deus, sou homem e sou cristão, por meus atos, grande pecador, por estado, peregrino da mais baixa condição, andando sempre, errante, de um lugar ao outro… No vigésimo quarto domingo depois da Trindade, entrei na Igreja para orar. Estavam lendo a epístola de São Paulo aos Tessalonicenses, em que está escrito: “Orai sem cessar”. Essas palavras penetraram profundamente em meu espírito e eu me perguntei como seria possível rezar sem parar.”
Como o peregrino, eu embarquei em uma busca similar, cheio de inquietudes e da presença de Deus.
Parece que há horas para rezar que rendem muitos frutos espirituais.
Duas dessas horas me chamaram a atenção:
  1. Às três horas da tarde, hora da Misericórdia.
 “Às três da tarde em ponto, implore Minha misericórdia, especialmente pelos pecadores, e, embora seja por um breve momento, mergulhe em Minha paixão, particularmente no Meu abandono, no momento da agonia. Esta é a hora da grande misericórdia para o mundo. Eu te permitirei entrar em minha dor mortal. Nesta hora, eu não recusarei nada à alma que me pedir algo em virtude de Minha paixão” (Diário de Santa Faustina 1320)
  1. A madrugada
 “Durante a madrugada, quando ainda estava muito escuro, Jesus se levantou, saiu e foi a um lugar solitário. Lá, se pôs a rezar”. (São Marcos 1,35)
Eu quis ter a experiência de rezar durante a madrugada. Foi maravilhoso. E agora, com frequência repito.
Aleteia

Com que frequência Jesus rezava?

Christ in Gethsemane
Heinrich Hofmann / Public Domain
Por Philip Kosloski

Cristo costumava rezar em intervalos específicos do dia e antes de acontecimentos importantes. Mas havia um horário em que ele mais gostava de se dirigir ao Pai.

Jesus é o nosso modelo de oração. Ele passou a vida toda em oração e rezava e em intervalos específicos durante o dia.
O Catecismo da Igreja Católica destaca:
“O Filho de Deus, feito Filho da Virgem, aprendeu a orar segundo o seu coração de homem. Aprendeu as fórmulas de oração com a sua Mãe, que conservava e meditava no seu coração todas as «maravilhas» feitas pelo Onipotente. Ele ora com as palavras e nos ritmos da oração do seu povo, na sinagoga de Nazaré e no Templo. Mas a sua oração brotava duma fonte muito mais secreta, como deixa pressentir quando diz, aos doze anos: «Eu devo ocupar-me das coisas do meu Pai» (Lc 2, 49)” (CIC 2599). 
Mas por que dizemos que Jesus passou a vida toda em oração? Porque Ele está em constante comunhão de amor com o Pai.
Com isso em mente, podemos aprender com Jesus a orar. Primeiro, como próprio Catecismo explica, Jesus orou na sinagoga e no templo. Isso corresponde a uma antiga prática judaica de rezar pelo menos três vezes ao dia:
“Ao entardecer, amanhecer e meio-dia
Vou lamentar e reclamar,
e minha oração será ouvida. (Salmo 5518)”
Jesus estaria familiarizado com esse costume e, provavelmente, participaria dele. Além disso, Jesus era frequentemente encontrado rezando antes de um grande acontecimento ou decisão:
“Jesus ora antes dos momentos decisivos da sua missão: antes de o Pai dar testemunho d’Ele aquando do seu batismo e da sua transfiguração e antes de cumprir, pela paixão, o desígnio de amor do Pai. Reza também antes dos momentos decisivos que vão decidir a missão dos seus Apóstolos: antes de escolher e chamar os Doze, antes de Pedro O confessar como o «Cristo de Deus» e para que a fé do chefe dos Apóstolos não desfaleça na tentação. A oração de Jesus antes dos acontecimentos da salvação de que o Pai O encarrega, é uma entrega humilde e confiante da sua vontade à vontade amorosa do Pai” (CIC 2600).
A oração noturna era uma das favoritas de Jesus, como pode ser visto em todos os Evangelhos:
“Jesus frequentemente se separa para orar em solidão, em uma montanha, de preferência à noite” (CIC 2602).
Portanto, além de tentar incorporar a oração em nosso próprio “ser”, devemos primeiro tentar rezar em intervalos específicos durante o dia, imitando Jesus e seu ritmo deliberado de oração.
Aleteia

S. INÁCIO DE LOIOLA, PRESBÍTERO, FUNDADOR DA COMPANHIA DE JESUS

S. Inácio de Loiola
S. Inácio de Loiola  (© Compagnia di Gesù)
Uma vida cavalheiresca
Íñigo López de Loyola nasceu em 1491, em Azpeitia, país Basco. Como filho cadete, era destinado à vida sacerdotal, mas a sua aspiração era a de se tornar cavalheiro. Por isso, seu pai o mandou a Castela, para viver na Corte de dom Juan Velazquez de Cuellar, ministro do rei Ferdinando, o Católico. Aquela vida formou o caráter e as atitudes do jovem, que começou a ler poemas e cortejar as damas. Quando dom Juan morreu, Íñigo transferiu-se para a Corte de dom Antônio Manrique, duque de Najera e vice-rei de Navarra, participando da corporação para a defesa do castelo de Pamplona, assediado pelos franceses. Ali, em 20 de maio de 1521, foi ferido por um tiro de canhão, que o tornou coxo por toda a vida. Sua longa convalescença foi para ele uma boa ocasião para ler a Lenda Dourada, de Tiago de Voragine, e a Vida de Cristo, de Ludolfo da Saxônia, o Cartusiano, textos que muito influenciaram na sua personalidade, voltada para os ideais cavalheirescos, convencido de que o único Senhor, que valia a pena seguir, era Jesus Cristo.
Peregrinação providencial
Decidido a ir em peregrinação à Terra Santa, Íñigo fez uma parada no Santuário de Montserrat, onde fez o voto de castidade, trocando as suas ricas vestes com as de um mendigo. Devia embarcar para a Itália, do porto de Barcelona, mas a cidade estava tomada por uma epidemia de peste. Por isso, teve que se deter em Manresa, uma etapa obrigatória, que lhe proporcionou um longo período de meditação e isolamento. Neste interim, escreveu uma série de conselhos e reflexões, que, a seguir, foram reelaborados, convertendo-se em base para seus Exercícios Espirituais.
Finalmente, chegou à Terra Santa, onde queria se estabelecer. Mas, o superior dos Franciscanos o impediu, considerando muito escassos seus conhecimentos teológicos. Logo, Íñigo voltou para a Europa e passou estudar gramática, filosofia e teologia, antes, em Salamanca e, depois, em Paris.
Precisamente na capital francesa, mudou seu nome para Inácio, em homenagem a Santo Inácio de Antioquia, do qual admirava seu amor por Cristo e a obediência à Igreja, que, mais tarde, se tornariam os alicerces fundamentais da Companhia de Jesus.
Em Paris, Inácio conheceu aqueles que seriam seus primeiros companheiros. Com eles, fez o voto de pobreza e decidiu ir novamente à Terra Santa. Porém, não foi possível por causa da guerra entre Veneza e os Turcos. Então, Inácio e seus companheiros se apresentaram ao Papa, ao qual prometeram obediência. O Papa disse-lhes: “Por que ir a Jerusalém? A Itália é uma boa Jerusalém para produzir frutos para a Igreja”.
A Companhia de Jesus
Em 1538, o Papa Paulo III concedeu a aprovação canônica à Companhia de Jesus, que, desde então, foi animada pelo zelo missionário: os Padres Peregrinos ou Reformados - só depois foram chamados Jesuítas – foram enviados a toda a Europa e, depois, à Ásia e ao mundo inteiro; levavam, em todos os lugares, seu carisma de pobreza, caridade e obediência absoluta à vontade do Papa.
Um dos principais problemas que Inácio enfrentou foi a preparação cultural e teológica dos jovens: por isso, formou um corpo de docentes e fundou diversos colégios -, que, ao longo dos anos, adquiriram fama internacional, graças ao altíssimo nível científico, - e um programa de estudos, que foi tomado como modelo também por Institutos não religiosos.
Em Roma
Por obediência ao Papa, Inácio permaneceu em Roma para coordenar as atividades da Companhia e cuidar dos pobres, órfãos e enfermos, a ponto de merecer o título de “apóstolo de Roma”.
Dormia cerca de quatro horas por noite, a fim de continuar seu trabalho e compromisso, apesar dos sofrimentos, por causa de uma cirrose hepática e por cálculos biliares, até esgotar suas forças.
Morreu na sua pobre cela, em 31 de julho de 1556. Seus restos mortais encontram-se sob o altar do braço esquerdo do transepto da Igreja de Jesus, no centro de Roma, um dos monumentos mais lindos da arte Barroca romana.
Vatican News

9 dados sobre a vida de Santo Inácio de Loyola que você deve conhecer

Santo Inácio de Loyola / Crédito: Domínio público
REDAÇÃO CENTRAL, 31 Jul. 20 / 06:00 am (ACI).- Neste dia em que se celebra a festa de Santo Inácio de Loyola, este artigo apresenta alguns dados que marcaram a vida de um dos santos mais famosos da Igreja, fundador da Companhia de Jesus e criador dos exercícios espirituais.
A seguir, alguns dados que todo católico deve saber sobre a vida deste santo:
1. Foi um nobre
Iñigo de Loyola (não adotaria o nome “Inácio” até depois de seus estudos em Paris) vinha de uma família nobre e antiga do País Basco.
Dessa família, um cronista escreveria mais tarde: “Os Loyola foram uma das famílias mais desastrosas que nosso país teve que suportar, uma dessas famílias bascas que portava um escudo de armas sobre sua porta principal, para justificar melhor os erros que eram o tecido e o padrão de sua vida”.
2. Foi libertino
A situação sociopolítica no País Basco feudal do século XVI, na parte mais ocidental dos Pirineus, era extremamente violenta. Como alguns nobres da época, Inácio era conflitivo, violento e vivia uma sexualidade irresponsável.
O soldado espanhol convertido em místico pode ser o único santo com antecedentes policiais de brigas noturnas (obviamente antes de sua conversão).
3. Quase morreu em batalha
Em 1519, aos 28 anos, Inácio exigiu que seu pequeno grupo de soldados lutasse contra uma força invencível de 12 mil tropas francesas em Pamplona, Espanha. Seu valor (ou obstinação) lhe rendeu uma bala de canhão nas pernas, que destroçou uma afetou gravemente a outra.
Os valores de cavaleiro que possuía eram tão elevados que resultaram em um longo período de convalescência na casa familiar Loyola. Este período mudou sua vida, e o mundo, para sempre.
4. Converteu-se ao catolicismo lendo livros espirituais
Enquanto convalescência, leu textos sobre a vida de Cristo e dos santos e decidiu imitá-los. Uma noite, apareceu-lhe a Virgem Maria com seu Filho e, desde então, colocou-se a servir ao Rei dos céus.
Um dado curioso é que antes da invenção de marcadores, copiou passagens da vida de Cristo e dos santos: as palavras de Jesus foram inscritas em vermelho e as de sua Santíssima Mãe em azul.
5. Sua congregação ia se chamar a “Companha de Maria”
Depois de sua conversão, a Virgem apareceu a ele em até trinta ocasiões. Foram tantas que Inácio quis chamar sua nova ordem originalmente “A Companhia de Maria”.
Logo que terminou sua convalescência, foi em peregrinação ao famoso santuário da Virgem de Montserrat, onde adotou o sério propósito de dedicar-se a fazer penitência por seus pecados. Mudou suas luxuosas vestes pelos de um mendigo, consagrou-se à Virgem Santíssima e fez confissão geral de toda sua vida.
6. Tornou-se um mendigo
Inácio pensou muito sobre os “espíritos” em sua vida: os espíritos que conduzem a Deus e os espíritos nascidos do diabo. Isso o estimulou a viver de uma maneira que os historiadores chamaram seu período de peregrinação.
Durante este tempo, estava decidido a renunciar aos prazeres mundanos. Vestiu-se com um pano de saco e colocou um sapato com sola de corda.
7. Quis converter muçulmanos
Logo depois de completar os exercícios espirituais, Inácio declarou: “Deus quer que converta os muçulmanos!”. Foi até a Terra Santa em 1523, onde pregava nas ruas energicamente e evangelizava a todos os que podia.
Apesar do entusiasmo, só ficou um ano, porque a presença dos maometanos o enfurecia. Regressou para a Espanha e estudou latim, lógica, física e teologia. Também evangelizava as crianças e organizava encontros.
8. Seus companheiros foram chamados “Diabos”
Os primeiros companheiros que teve na Companhia de Jesus, fundada em 1540, foram descritos como os Sete Diabos Espanhóis, não nesse momento, mas no século XIX por um historiador inglês.
Os companheiros (na verdade eram seis e nem todos eram espanhóis) tinha se encontrado com Inácio durante seus estudos em Paris e se reuniram em Roma para tornar-se o núcleo da futura Companhia. Em menos de um século, Inácio de Francisco Xavier seriam canonizados.
9. Quando morreu, já havia milhares de jesuítas
Inácio viveu seus últimos anos em um pequeno quarto de Roma. Dali, governou a Companhia de Jesus e foi testemunho de seu crescimento: de apenas 6 jesuítas em 1541, passaram a 10 mil em 1556, ano de seu falecimento.
Os jesuítas se espalharam por toda Europa, Índia e Brasil durante esses anos.
ACI Digital

S. JUSTINO DE JACOBIS, DA CONGREGAÇÃO DA MISSÃO, BISPO NA ABISSÍNIA

S. Justino de Jacobis
S. Justino de Jacobis  (Joachim Schäfer - Ökumenisches Heiligenlexikon)
Considerado "apóstolo da Etiópia", São Justino de Jacobis foi, em primeiro lugar, um religioso da Congregação da Missão, um homem que "em uma região bem distante de sua terra natal” se tornou "mensageiro do Evangelho de Cristo". Assim, Paulo VI delineou a figura deste Bispo, que viveu em 1800, durante a cerimônia de canonização - em 26 de outubro de 1975 – acrescentando, ao mesmo tempo, outros aspectos deste Santo conhecido como o "pai da Igreja na Etiópia": "plena disponibilidade ao mandato missionário, contínua preocupação em formar o clero indígena, ação ecumênica".
A vocação
Nascido em São Fele, província de Potenza, sul da Itália, em 9 de outubro de 1800, ainda criança mudou-se para Nápoles com sua família. Ali, em 1818, um sacerdote Carmelita intuiu a vocação do jovem Justino e o encaminhou à comunidade dos missionários Vicentinos. Transferido para a Apúlia. Em 18 de junho de 1824, foi ordenado sacerdote na catedral de Brindes. Em 1836, voltou para Nápoles. Durante uma epidemia de cólera, o sacerdote dedicou-se, sem reservas, aos doentes da cidade.
Missão Vicentina
Dois anos depois, os Vicentinos partiram em missão para Adua, na Etiópia, aonde o Padre Justino chegou em 13 de outubro de 1839. Ali, ficou encarregado da região do Tigre, onde estabeleceu a primeira verdadeira missão intitulada Vicariato da Abissínia. Com o tempo, juntaram-se a ele dois confrades italianos, aos quais se uniu também o monge etíope, Ghébré Michael, que se converteu ao catolicismo e foi proclamado Beato em 1926. Converteram-se também cerca de cinco mil indígenas.
Para preparar o clero local, Justino fundou um seminário, chamado "Colégio da Imaculada". Instituiu ainda outros centros missionários em Gondar, Enticciò, Guala. Em 8 de janeiro de 1849, Justino de Jacobis foi ordenado Bispo titular de Nilópolis.
Depois da perseguição de Teodoro, ocorreu, em 1855, o martírio do primeiro sacerdote indígena, precisamente o monge Ghébré Michael, seguido pelo exílio do Bispo de Jacobis, que morreu em 31 de julho de 1860, em Eidale, na Eritreia.
Vatican News

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo

S. Cirilo - Informações sobre o Santo do dia - Vatican News
São Cirilo de Jerusalém //VaticanNews
(Cat. 18,26-29: PG33,1047-1050) (Séc. IV)

A Igreja, esposa de Cristo
Igreja “Católica”: é o nome próprio desta santa Mãe de todos nós. É também a Esposa de nosso Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus. Com efeito, está escrito: Assim como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela, e o que se segue. Ela também manifesta em si a figura e a imitação da Jerusalém do alto, que é livre e mãe de todos nós. Sendo antes estéril, é agora mãe de numerosa prole.

Repudiada a primeira, na segunda, isto é, na Igreja católica, Deus, no dizer de Paulo, estabeleceu em primeiro lugar os apóstolos, em segundo os profetas, em terceiro os doutores, depois o poder dos milagres, os dons de curar, de assistir, de governar, as diversidades das línguas, e toda outra virtude, quero dizer, a sabedoria e a inteligência, a temperança e a justiça, a misericórdia e a bondade, a insuperável paciência nas perseguições.

Ela, a Igreja, pelas armas da justiça à direita e à esquerda, na glória e no opróbrio, primeiro nas perseguições e angústias, coroou os santos mártires com coroas de variadas e múltiplas flores entrelaçadas com a paciência; agora, em tempos de paz, pela graça de Deus, recebe dos reis, dos homens ilustres e de todo gênero humano as honras devidas. Os reis, existentes em todo lugar, têm seu poder determinado pelos limites de seu reino. Unicamente a Santa Igreja Católica possui irrestrita autoridade em todo o orbe da terra: Pôs Deus a paz por seus confins, como está escrito.

Instruídos com os preceitos e modo de viver nesta Santa Igreja Católica, possuiremos o reino dos céus e receberemos por herança a vida eterna. Por este motivo, agüentamos absolutamente tudo para a alcançarmos de Deus. Nossa meta proposta não é nada insignificante: a posse da vida eterna, esta é a nossa luta. Por isso na profissão de fé, após termos dito: Na ressurreição da carne, isto é, dos mortos, já explicada, aprendamos a crer: E na vida eterna, que é a nossa batalha de cristãos.

Portanto, a vida em sua realidade e verdade é o Pai, que, pelo Filho no Espírito Santo, derrama qual fonte os dons celestes sobre nós, e por sua benignidade também a nós, homens, nos foram firmemente prometidos os bens da vida eterna.

Espanha celebra os 50 anos da proclamação de Santa Teresa de Jesus como Doutora da Igreja

Santa Teresa de Jesus // Guadium Press
Santa Teresa de Jesus foi a primeira mulher a receber o título de Doutora da Igreja.

Espanha – Ávila (29/07/2020 10:00, Gaudium Press) No próximo dia 27 de setembro, se recordará a proclamação de Santa Teresa de Jesus como Doutora da Igreja, ato realizado há 50 anos pelo Papa Paulo VI.
Para celebrar esta data, a Arquidiocese de Ávila e os Carmelitas Descalços, junto com a Universidade Católica de Ávila estão organizando uma série de eventos, dentre os quais se destaca um Congresso Internacional.

Congresso Internacional

Intitulado como “Mulher Excepcional. Cinquenta anos do Doutorado de Santa Teresa de Jesus”, o evento está programado para ocorrer entre os dias 12 e 15 de abril de 2021, e terá como objetivo ser um marco de encontro, diálogo e debate científico.
Por esta razão, foi reservado um espaço para a apresentação de trabalhos de pesquisa relacionados com algum dos núcleos temáticos do Congresso: Teologia espiritual. A mística no contexto acadêmico nos séculos XX e XXI; Mulher e Igreja; Relações, paralelismos e contrastes entre Santa Teresa de Jesus e outros Santos doutores e doutoras da Igreja e Nova evangelização.
O Congresso contará com a presença do Cardeal Aquilino Bocos, do Cardeal Dr. Ricardo Blázquez Pérez, do Dr. Emilio Martínez ocd, do Dr. Silvano Giordano ocd, do Dr. Rómulo Cuartas Londoño ocd, da Dra. Marianne Schlosser, da Dra. Beatriz de Ancos Morales, do Dr. Burkard M. Zapff e do Dr. Lothar Wehr, que abarcarão a vida e obra de Santa Teresa a partir de diferentes perspectivas.

Conferência e Missa na Catedral de Ávila

A apresentação oficial do Congresso será realizada no próximo dia 27 de setembro através de uma conferência ministrada na Catedral de Ávila com o seguinte tema “Teresa de Jesus: Um verbo irregular. Por que segue cativando-nos?”. Em seguida será celebrada uma Missa. Ambos atos poderão ser acompanhados através da página do evento (clique aqui).

Primeira Doutora da Igreja

Santa Teresa de Jesus foi a primeira mulher a receber o título de Doutora da Igreja. Na homilia da cerimônia de 27 de setembro de 1970, o Papa São Paulo VI comentou que “esta santa tão singular e tão grande, suscita em nosso espírito uma série de pensamentos. A vemos diante de nós como uma mulher excepcional, como uma religiosa que, envolta toda ela de humildade, penitência e simplicidade, irradia em torno de si a chama de sua vitalidade humana e de sua dinâmica espiritualidade; a vemos, ainda, como reformadora e fundadora de uma histórica e insígne Ordem religiosa, como escritora genial e fecunda, como mestra de vida espiritual, como contemplativa incomparável e incansável alma ativa”. (EPC)

Bispo mais idoso do mundo dá esse conselho aos jovens

Dom Damián Iguacén, bispo mais idoso do mundo. Crédito: Captura de Youtube
MADRI, 29 Jul. 20 / 10:30 am (ACI).- Dom Damián Iguacén é o bispo mais idoso do mundo com 104 anos de idade, depois do falecimento recente de Dom Bernardino Piñera. Em uma entrevista concedida em fevereiro passado à diocese de Tenerife (Espanha), da qual é Bispo Emérito, incentivou os jovens a "não viver uma vida egoísta, mas viver para os demais".
Em junho passado, depois de se tornar o bispo mais idoso do mundo, Dom Iguacén recebeu a visita do Bispo de Tenerife, Dom Bernardo Álvarez e do bispo de Huesca, Dom Julián Ruiz.
Segundo destaca o jornal El Heraldo de Aragón, Montserrat Brescó, superiora da residência das Irmãzinhas dos Anciões Desamparados, onde mora o Prelado, explicou que nos últimos meses sua condição física se deteriorou, embora ele continue se comunicando com as pessoas que o cuidam na residência para a qual "ele sempre tem uma benção".
Em uma entrevista concedida à diocese de Tenerife em fevereiro passado, por ocasião de seu aniversário de 104 anos, Dom Iguacén explicou que se lembra de seus anos naquela diocese "com muito carinho".
"Aproveitei tudo para me doar, porque minha ideia era me doar aos demais. Estou aqui para servir aos outros", afirmou o Prelado acrescentando que “me dói não ter feito melhor do que fiz”.
Dom Iguacén incentivou os jovens a “se entregarem aos outros, que sua vida não seja egoísta, mas que vivam para os demais. Porque não há amor maior do que dar a vida. Então, demos a vida. Seja solteiro, casado, consagrado ... tanto faz. Não viver para mim, mas para os outros. Essa tem sido a minha motivação”.
Em uma entrevista concedida em 2018 ao jornal ABC, Dom Iguacén lembrou que “eu vivi o sacerdócio com todo o meu entusiasmo. Dar a minha vida sem reservas, o que me pedissem. Se tivesse que voltar a escolher a minha vocação, voltaria a ser sacerdote”.
Depois, garantiu que há apenas uma tarefa da qual não se aposentou: "Confessar todo aquele que me pede".
Breve biografia
Dom Iguacén nasceu na cidade de Fuencalderas, na cidade de Zaragoza (Espanha) em 1916. Estudou no Seminário da Santa Cruz, na cidade de Huesca. Devido ao início da Guerra Civil Espanhola, aos 19 anos, teve que se mudar para Comillas, onde trabalhou como operador de telégrafo e teve ferimentos no rosto. No final da guerra, retornou ao seu seminário de origem e foi ordenado sacerdote em junho de 1941, aos 29 anos.
Até 1970, ele ocupou vários cargos pastorais na diocese de Zaragoza e mais tarde foi nomeado Bispo da diocese de Barbastro e, em 1974, foi Bispo da diocese de Teruel e Albarracín.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Papa Francisco expressa pesar pelo falecimento de Dom Henrique Soares

Papa Francisco - Foto: ACI Prensa / Daniel Ibáñez;
Dom Henrique Soares - Foto: Diocese de Palmares (PE)
Vaticano, 29 Jul. 20 / 07:44 pm (ACI).- O Papa Francisco enviou uma mensagem à Diocese de Palmares expressando o pesar pelo falecimento de seu Bispo, Dom Henrique Soares da Costa, que morreu aos 57 anos, em 18 de julho, por complicações da Covid-19.
A mensagem é assinada pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, o qual afirma que, “recebida com grande pesar a notícia do falecimento de Dom Henrique Soares da Costa, o Santo Padre me confiou certificar à Diocese de Palmares da sua solidariedade nesta hora de tristeza e orfandade pela morte de seu zeloso pastor que por seis anos apascentou procurando dar pleno cumprimento aos desígnios de Deus tanto para o povo pernambucano como àqueles que o seguiam através das redes sociais”.
“E, enquanto encoraja a todos os que se beneficiaram do seu incansável apostolado a honrar a sua memória dando continuidade à missão evangelizadora da Igreja no Brasil, o Sucessor de Pedro implora para Dom Henrique o prêmio prometido pelo Divino Mestre aos seus discípulos fiéis”, assinala.
Exorta ainda “a comunidade diocesana a seguir o rasto de paz e bem por ele deixado, sabendo que não caminha só, mas com Cristo seu Senhor, em cujo nome o Papa Francisco envia ao clero, aos consagrados e fiéis leigos de Palmares uma confortadora bênção apostólica”.
Além disso, a Diocese de Palmares recebeu uma carta de condolências do então Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, que disse ter tomado conhecimento, “com profunda tristeza, da notícia da morte do querido corrimão e amigo Dom Henrique Soares da Costa”.
“Dom Henrique deixa a vocês todos um legado de dedicação total e completa à vontade de Deus, numa atitude de absoluta confiança no Senhor da vida, como ele testemunhava em várias falas e, como soube, até mesmo antes de morrer”, declara.
O Núncio recorda que “a morte, como ele amava dizer, é o caminho para a vida eterna”. Assim, afirma que, “do céu, perto do Deus que ele tanto amou, ele acompanhará cada um de nós para que possamos, percorrendo fielmente este caminho, merecer também entrar na vida eterna”.
ACI Digital

O jejum dos Apóstolos (Parte 10): os Líderes dos Apóstolos Pedro e Paulo


Apostolicidade

Os Líderes dos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de junho):
O Jejum dos Apóstolos termina com a Festa de São Pedro e São Paulo, Líderes dos Apóstolos (29 de junho), e com a memória de todos os Apóstolos (em 30 de junho). Esses dois homens tinham pouco em comum. Pedro era da Galileia, um comerciante comum que ganhava a vida pescando. Paulo, de Tarso na Cicília, era um cidadão romano e um fariseu, educado na Lei Judaica. O que eles tinham em comum era sua fé em Cristo e sua abertura ao Espírito Santo que haviam recebido.
Pedro foi o primeiro dos Apóstolos de Jesus a confessar: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!” E em resposta, “Jesus, então, lhe disse: ‘Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus. E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus’” (Mateus 16,16-18).
Havendo sido inicialmente um inimigo dos Apóstolos, Paulo foi convertido no caminho para Damasco, onde ia para prender fiéis que pertenciam à comunidade judaica. O Cristo também lhe confiou uma missão especial: “levará o meu nome dian¬te das nações, dos reis e dos filhos de Israel” (Atos 9,15). Mais tarde, Paulo levaria o Evangelho por toda a Ásia Menor e Europa adentro, tanto aos gentios quanto aos judeus.
Muito do Novo Testamento é, direta ou indiretamente, trabalho desses dois santos. Além das Epístolas que levam seus nomes, os ensinamentos de Pedro e Paulo são encontrados nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos. De acordo com uma tradição primitiva, São Marcos era o discípulo e intérprete de São Pedro que escreveu as memórias de São Pedro acerca de Jesus. Como vemos nos Atos, São Lucas era um discípulo e companheiro de São Paulo, já no fim de sua vida, que registrou muito do que sabemos sobre Pedro e Paulo.
Tanto São Pedro quanto São Paulo encerraram suas vidas em Roma em 66-68 d.C. Pedro morreu a morte de um escravo: a lenta crucifixão. A Paulo, como um cidadão romano, foi concedida uma morte mais misericordiosa: a decapitação. Pedro e Paulo colocaram as fundações da Igreja de Roma, que observa até hoje a festa de sua Sede.
A Igreja de Antioquia também tem esses santos como seus patronos. De acordo com os Atos dos Apóstolos, São Paulo foi um membro da Igreja de Antioquia e foi enviado por ela em suas viagens missionárias (At 13, 1-3). Apesar de os Atos apenas registrarem a visita de São Pedro a Antioquia, a tradição local diz que ele viveu ali por sete anos antes de ir a Roma. Antioquia foi naquela época a capital do Império Romano do Oriente e o centro da atividade Cristã na Ásia Menor.
  • Rezem juntos os seguintes versos: “Com que galardões de louvor coroaremos Pedro e Paulo? Eis os maiores arautos da Palavra de Deus, diferentes pessoas, mas um em espírito – aquele, o Líder dos Apóstolos, este, quem trabalhou mais que todos os outros. Cristo Deus, que É o Misericordiosíssimo, coroou a ambos de maneira apropriada: com diademas de glória e imortalidade. Veneremos Pedro e Paulo, os grandes luminares da Igreja: dois faróis iluminando a Igreja com toda a Doutrina de Deus. Por sua pregação, eles tiraram os gentios do desconhecimento de Deus. Por isso, o primeiro foi pregado à cruz e encontrou seu caminho para o Céu, onde recebeu as Chaves do Reino do próprio Cristo; enquanto o segundo, decapitado ao fio da espada, acendeu em glória ao Salvador. Pelas suas orações, esmagai nossos inimigos invisíveis, ó Cristo Deus, e firmai nossa Fé Verdadeira, porque Vós Sois o Amigo da Humanidade!”
Veritatis Splendor

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Das Homilias de São Basílio Magno, bispo

São Basílio Magno//Ecclesia
Hom. 6 De caritate 3,6: PG 31,266-267.275)     (Séc.IV)

Semeai para vós mesmos na justiça
Imita a terra, ó homem! À semelhança dela produze fruto, não te reveles inferior a uma coisa inanimada. Ela nutre frutos não para seu consumo, mas para teu serviço. Tu, no entanto, todo fruto de beneficência que produzisses, colherias para ti mesmo, porque o prêmio das boas obras reverteria a ti. Como o trigo que cai na terra redunda em lucro para o semeador, assim o pão dado ao faminto, grande proveito te trará no futuro. Seja, portanto, o final de tua lavoura o início da sementeira celeste: Semeai, está escrito, para vós mesmos na justiça. Mesmo contra a vontade, terás de deixar aqui teu dinheiro. Pelo contrário, enviarás ao Senhor a glória conseguida pelas boas obras. Ali, na presença do Juiz de todos, o povo em peso te proclamará o provedor, o generoso doador e te cobrirá com todos os nomes significantes de bondade e de benignidade.

Com efeito, não vês como aqueles que, nos teatros, nos estádios, nos circos, aqueles que combateram contra as feras, cujo aspecto nos horroriza, por uma breve fama e pelos aplausos vibrantes do povo, malbaratam riquezas? Tu, porém, tão parco em gastar, donde conseguirás tamanha glória? Deus te aprovará, louvar-te-ão os anjos, todo homem criado desde o início do mundo te proclamará feliz. Glória eterna, coroa de justiça, reino dos céus, tudo isto premia as coisas corruptíveis que bem usaste. Nada te cause cuidado daqueles bens, objeto da esperança, pelo pouco caso dado às coisas temporais. Ânimo, então, e reparte de diversos modos as riquezas, sendo liberal e magnânimo nos gastos com os indigentes. De ti dirão: Distribuiu, deu aos pobres; sua justiça permanecerá para sempre. Como deverias ser grato ao benéfico doador que teve considerações por ti. Não te alegras, não te regozijas por não teres que ir bater à porta dos outros, mas que eles venham à tua? Agora, no entanto, és rabugento, com dificuldade consegue alguém te falar: evitas encontros; não aconteça teres de abrir mão nem que seja um pouquinho. Conheces só uma frase: “Não tenho nem dou; também sou pobre”. És pobre na verdade, indigente de todo bem: pobre de amor, pobre de bondade, pobre de fé em Deus, pobre de esperança eterna.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF