Translate

domingo, 26 de agosto de 2018

Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano I

(N.39)        (Séc.XX)

A prefiguração de um mundo novo
Não conhecemos o tempo em que se consumirão a terra e a humanidade nem o modo por que se transformará o mundo. Na verdade, passa a figura deste mundo deformada pelo pecado, porém, Deus nos revelou preparar nova habitação e nova terra onde mora a justiça; e sua felicidade cumulará e superará todo desejo de paz que sobe ao coração dos homens. Então, vencida a morte, ressuscitarão os filhos de Deus em Cristo, e aquilo que foi semeado na fraqueza e na corrupção, se revestirá de incorrupção; sempre vivas a caridade e suas obras, toda a criação, que para o homem Deus criou, será liberta da escravidão da vaidade.  
 Recebemos a advertência de que nada adiantará ao homem lucrar o mundo inteiro se vier a perder-se a si mesmo. Todavia a expectativa da nova terra não deve enfraquecer, mas, ao contrário, estimular o interesse pelo desenvolvimento desta terra, onde cresce o corpo daquela nova família humana, que já pode mostrar algo como sombra do novo mundo. Por conseguinte, embora distinguindo com cuidado o progresso terreno e o aumento do reino de Cristo, na medida em que a sociedade humana for mais bem ordenada, influirá sobremaneira no reino de Deus.  
Pois os bens da dignidade da pessoa, da comunhão fraterna e da liberdade, todos bens, frutos da natureza e do esforço humano, depois que pelo Espírito do Senhor e a seu mandado os propagarmos pela terra, de novo os reencontraremos, mais limpos de toda mancha. Luminosos e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino eterno e universal: “reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”. Este reino já está aqui na terra, em mistério; com a vinda do Senhor, será perfeito.

Responsório Cf. Is 49,13; Sl 71(72),7a

R. Cantai, ó céus, e exulte a terra,
gritai, ó montes, de alegria:
O próprio Deus virá a nós,
O Senhor se compadece de seu povo, dos aflitos.
V. Nos seus dias a justiça florirá,
e grande paz até que a lua perca o brilho. O Senhor.

www.liturgiadashoras.org

21º Domingo do tempo comum: Nós cremos firmemente!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Estamos concluindo a leitura do capítulo 6º do Evangelho segundo João, que nos apresenta Jesus como o Pão da Vida. O capítulo iniciado com a multiplicação dos pães, seguida da palavra de Jesus sobre o Pão da Vida, se conclui com a reação de “muitos dos discípulos”, que acharam “dura” a sua palavra e passaram a “murmurar” e a se escandalizar; “voltaram atrás e não andavam mais com ele” (Jo 6,66). Jesus chega a perguntar aos “doze” apóstolos, se eles também estavam querendo deixa-lo. Trata-se de um momento de crise, ocasião para que os verdadeiros discípulos possam crescer e amadurecer na fé, como nos demonstra Simão Pedro: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!” (Jo 6,69). A fé dos discípulos de todos os tempos tem sido provada. Hoje, muitos repetem a reação negativa daqueles que acabaram abandonando Jesus e a comunidade dos discípulos. Entretanto, podemos constatar com alegria e louvor a Deus, que em meio a tantas dificuldades, muita gente permanece fiel a Jesus, repetindo firmemente a resposta de Pedro.
A Liturgia da Palavra nos ajuda a refletir sobre a quem estamos servindo, a quem temos escolhido como Senhor, a quem seguimos? Somos convidados a escolher Deus como Senhor e a ele servir, rejeitando a idolatria. Josué interroga o povo reunido em assembleia a respeito de quem estavam dispostos a servir: aos deuses cultuados na época ou ao Senhor? A resposta dele “quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor” (Js 24,15) é repetida pelo povo: “nós também serviremos ao Senhor porque ele é nosso Deus” (24,18). A resposta acontece em assembleia. A fé, a escolha por Deus, embora pessoal, ocorre em comunidade.  A resposta de Pedro também está no plural: “nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6,69). Hoje, a nossa fé cresce e se fortalece na Igreja e com a Igreja, a comunidade dos discípulos de Cristo. A dimensão eclesial da fé é fundamental para a sua vivência.
A opção por Deus e pela sua Palavra têm consequências para a vida, a começar da família. Quem escolhe o Senhor vive o matrimônio e a família segundo a sua Palavra. Por isso, a referência maior para o casal, o modelo de amor para o marido e a mulher, será sempre o amor de Cristo pela Igreja. Segundo Paulo, o casal unido pelo matrimônio é chamado a amar “como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25).
Neste domingo do mês Vocacional, recordamos com profunda gratidão os nossos catequistas, que se dedicam tão generosamente a transmitir a fé em Cristo, em nossas comunidades. Rezemos por todos os que atuam na Catequese. Procuremos dar mais apoio aos irmãos e irmãs catequistas!
O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

Não há lugar mais importante para transmitir a fé que o lar, afirma o Papa Francisco

O Papa abençoando os fiéis na Pro-catedral. Foto: Vatican Media.
DUBLIN, 25 Ago. 18 / 02:10 pm (ACI).- Um dos temas aos que o Papa Francisco aludiu na tarde do sábado em Dublin, durante sua visita a Pro-catedral de Santa Maria, é a transmissão da fé aos filhos, e afirmou que “o primeiro e mais importante lugar para transmitir a fé é o lar”.
Depois de escutar o testemunho de um casal de idosos que acaba de celebrar seus 50 anos de matrimônio, o Papa respondeu às perguntas de um casal de jovens.
Francisco assegurou que “em casa, que podemos chamar ‘igreja doméstica’, os filhos aprendem o significado da fidelidade, da honestidade e do sacrifício”. “Veem como mãe e pai se comportam entre eles, como se cuidam um do outro e dos outros, como eles amam a Deus e a Igreja”.
“Assim os filhos podem respirar o ar fresco do Evangelho e aprender a compreender, julgar e atuar de modo coerente com a fé que herdaram. A fé, irmãos e irmãs, transmite-se ao redor da mesa doméstica, na conversa do dia-a-dia, através da linguagem que só o amor perseverante sabe falar”.
Neste sentido, destacou que “a fé se transmite em dialeto, o dialeto da casa, o dialeto da vida do lar, da vida em família”.
O Santo Padre recomendou os casais a seguirem rezando “juntos em família”. “Falem de coisas boas e santas, deixem que Maria nossa Mãe entre em sua vida familiar. Celebrem as festas cristãs”.
“Vivam em profunda solidariedade com quantos sofrem e estão à margem da sociedade”, exortou.
“Quando fazem isto junto com seus filhos, seus corações pouco a pouco se enchem de amor generoso pelos demais. Pode parecer óbvio, mas às vezes nos esquecemos. Seus filhos aprenderão a compartilhar os bens da terra com outros, se virem que seus pais se preocupam por quem é mais pobre ou menos afortunado que eles. Enfim, seus filhos aprenderão de vocês o modo de viver cristão; vocês serão seus primeiros professores na fé”.
Dirigindo-se ao casal que celebrava seus 50 anos, o Papa perguntou: “vocês já discutiram muito?”. “É parte do matrimônio, o matrimônio onde não se discute é um pouco tedioso. Podem até voar pratos, mas o segredo é fazer as pazes antes de que termine o dia. E para fazer as pazes não é necessário um discurso, basta uma carícia e se faz as pazes”, afirmou.
O Pontífice lamentou que “hoje não estamos acostumados a algo que dure realmente toda a vida”.
“Não há nada verdadeiramente importante que dure? Nem sequer o amor?”, perguntou-se. “Sabemos o fácil que é hoje cair prisioneiros da cultura do provisório, do efêmero. Esta cultura ataca as próprias raízes de nossos processos de amadurecimento, do nosso crescimento na esperança e no amor. Como podemos experimentar, nesta cultura do efêmero, o que é verdadeiramente duradouro?”.
O Papa assegurou que “entre todas as formas da fecundidade humana, o matrimônio é único. É um amor que dá origem a uma vida nova. Implica a responsabilidade mútua na transmissão do dom divino da vida e oferece um ambiente estável em que a vida nova pode crescer e florescer”.
“O matrimônio na Igreja, quer dizer o sacramento do matrimônio, participa de modo especial no mistério do amor eterno de Deus. Quando um homem e uma mulher cristãos se unem no vínculo do matrimônio, a graça do Senhor os possibilita prometer-se livremente um ao outro em um amor exclusivo e duradouro. Desse modo sua união se converte em sinal sacramental da nova e eterna aliança entre o Senhor e sua esposa, a Igreja”.
O Papa convidou os presentes a “arriscar” porque “o matrimônio é um risco que vale a pena, para toda a vida. Porque o amor é assim”.
“Não tenham medo desse sonho. Sonhem grande! Custodiem-no como um tesouro e sonhem juntos cada dia de novo. Assim, serão capazes de se sustentar mutuamente com esperança, com força, e com o perdão nos momentos em que o caminho se faz árduo e resulta difícil percorrê-lo”.
ACI Digital

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A Sagrada Família é uma luz brilhante em tempos escuros, diz Cardeal

Sagrada Família / Crédito: Wikimedia Commons
DUBLIN, 23 Ago. 18 / 04:00 pm (ACI).- O Arcebispo de Bombaim (Índia), Cardeal Oswald Gracias, disse que diante dos constantes ataques que a família recebe atualmente, a Igreja deveria se esforçar para imitar a Sagrada Família, porque é uma luz brilhante em tempos escuros.
"Em meio aos grandes assaltos dos valores familiares e da instituição da própria família, a Sagrada Família se destaca como uma luz brilhante e deslumbrante", disse o Purpurado na quarta-feira, 22 de agosto, durante uma Missa realizada no segundo dia do Encontro Mundial Famílias (EMF), que acontece em Dublin (Irlanda).
"O modelo que todos nós buscamos nestes dias é a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José", destacou.
Por ocasião da festa de Nossa Senhora Rainha, em 22 de agosto, o Cardeal disse que é apropriado que o Evangelho da Missa conte a história da Anunciação, porque esse foi "o anúncio mais importante da história da salvação e, de fato, de toda a história".
Explicou que "o sim de Maria foi o começo da família de Nazaré" e convidou os católicos a refletir sobre as duas famílias a que pertencem: a própria família no seu lar e a família espiritual da Igreja.
“Pertencemos a ambas. Trabalhamos duro pelo crescimento e desenvolvimento de cada um. Ambas estão intimamente conectadas. Nos últimos tempos, a Igreja teve muitos desafios, mas a Igreja somos eu e você. Nós somos a Igreja", destacou.
Além disso, o Cardeal indiano incentivou a “estar junto com o Papa Francisco para fortalecer a Igreja, para tornar a Igreja como Jesus quis que ela fosse: uma réplica da Sagrada Família de Nazaré".
"Como a família deve ser fecunda, a Igreja é chamada a ser fecunda e evangelizar os novos membros", acrescentou.
Também recordou que, se a Igreja quer se revitalizar, deve começar pela família.
"Quando voltamos às nossas igrejas, é para ver o que se pode fazer a fim de que as nossas famílias sejam verdadeiros modelos de fé. Este é o nosso chamado. A vida familiar deve ser renovada assim como a paróquia, as dioceses e a Igreja devem ser renovadas", exortou.
Ao expor uma série de perguntas para reflexão pessoal, perguntou: "Na Igreja está a presença constante de Deus; é assim nas nossas famílias? Na Igreja temos uma oração regular; é assim nas nossas famílias? Na Igreja, desenvolvemos a nossa espiritualidade; é assim nas nossas famílias?".
"A presença de Deus se torna real no rechaço ao egoísmo, ao egocentrismo. Acontece isso nas nossas famílias?", continuou.
Ao concluir, aconselhou as famílias a refletirem acerca da importância da comunicação sincera e profunda.
Também disse que, se o resultado do Encontro Mundial das Famílias deste ano for que tanto as famílias como a Igreja se tornem "um pouco mais como a família de Nazaré", terá sido um evento fecundo.
ACI Digital

terça-feira, 21 de agosto de 2018

São Pio X, o “Papa da Eucaristia”

REDAÇÃO CENTRAL, 21 Ago. 18 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 21 de agosto São Pio X, que decretou a permissão para que as crianças possam comungar desde que compreendam quem está na Hóstia Consagrada e animou os fiéis a recebê-la todos os dias.

Seu nome era Giuseppe Sarto e nasceu em Riese, povoado de Veneza, Itália, em 1835. Ainda menino sofreu a perda de seu pai e quis deixar os estudos para ajudar sua mãe. Ela, porém, o impediu. Então, continuou estudando no seminário graças a uma bolsa.
Após ser ordenado, foi nomeado vigário, pároco, cônego, Bispo de Mantua e Cardeal de Veneza, estando nove anos em cada cargo. Brincando, dizia que só lhe faltavam nove anos de Papa.
Em 1903, quando o Papa Leão XIII morreu, os Cardeais se reuniram no Conclave e tinham como favorito o Cardeal Rampolla de Tíndaro, mas declinou ante o veto formal do imperador Francisco José, da Áustria. Foi assim que a balança se inclinou para Sarto, que tomou o nome de Pio X.
Um de seus primeiros atos como Pontífice foi recorrer à constituição “Commissum nobis”, a fim de terminar com o suposto direito de qualquer poder civil para interferir em uma eleição papal.
Mais adiante, em 1905, o governo francês denunciou a “Concordata” de 1801 e decretou a separação entre Igreja e Estado, o que favoreceu a que a Santa Sé pudesse nomear diretamente os Bispos franceses, sem a nomeação prévia dos poderes civis.
Redigiu e aprovou decretos sobre o Sacramento da Eucaristia, nos quais recomendava e elogiava a comunhão diária, com a possibilidade de que as crianças se aproximassem para recebê-la a partir do momento que entendessem quem está na Santa Hóstia Consagrada. Isto foi o suficiente para que passasse a ser chamado o “Papa da Eucaristia”.
Sempre defendeu os fracos e oprimidos como fez ao denunciar os maus entendimentos aos quais eram submetidos os indígenas nas plantações de borracha do Peru. Visitava cada domingo os pátios, esquinas ou praças do Vaticano para pregar e explicar o Evangelho do dia.
Durante uma audiência pública, um participante lhe mostrou seu braço paralisado e lhe pediu que o curasse. O Papa se aproximou sorridente, tocou o braço e disse: “Sim, sim”. E o homem ficou curado. Entretanto, sempre foi modesto e singelo.
Quando alguém o chamava de “padre santo”, ele corrigia sorrindo: “Não se diz santo, mas Sarto”, em alusão ao seu sobrenome de família.
Depois de tê-la profetizado, em 1914 eclodiu a Primeira Guerra Mundial. “Esta será a última aflição que me manda o Senhor. Com gosto daria minha vidapara salvar meus pobres filhos desta terrível calamidade”, disse. Poucos dias mais tarde, sofreu uma bronquite e morreu em 20 de agosto.
“Nasci pobre, vivi na pobreza e quero morrer pobre”, deixou escrito em seu testamento.
Foi canonizado em 1954 pelo Papa Pio XII e foi o primeiro Papa a ser elevado os altares depois de Pio V em 1672.
ACI Digital

domingo, 19 de agosto de 2018

Da Constituição Apostólica Munificentíssimus Deus, do papa Pio XII

Papa Pio XII
(AAS42 [1950], 760-762. 767-769)                 (Séc.XX)

Teu corpo é santo e cheio de glória
Nas homilias e orações para o povo na festa da Assunção da Mãe de Deus, santos padres e grandes doutores dela falaram como de uma festa já conhecida e aceita. Com a maior clareza a expuseram; apresentaram seu sentido e conteúdo com profundas razões, colocando especialmente em plena luz o que esta festa temem vista: não apenas que o corpo morto da Santa Virgem Maria não sofrera corrupção, mas ainda o triunfo que ela alcançou sobre a morte e a sua celeste glorificação, a exemplo de seu Unigênito, Jesus Cristo. 
São João Damasceno, entre todos o mais notável pregoeiro desta verdade da tradição, comparando a Assunção em corpo e alma da Mãe de Deus com seus outros dons e privilégios, declarou com vigorosa eloquência: “Convinha que aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, mesmo depois da morte, imune de toda corrupção. Convinha que aquela que trouxera no seio o Criador como criancinha fosse morar nos tabernáculos divinos. Convinha que a esposa, desposada pelo Pai, habitasse na câmara nupcial dos céus. Convinha que, tendo demorado o olhar em seu Filho na cruz e recebido no peito a espada da dor, ausente no parto, o contemplasse assentado junto do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda criatura como mãe e serva de Deus”. 
São Germano de Constantinopla julgava que o fato de o corpo da Virgem Mãe de Deus estar incorrupto e ser levado ao céu não apenas concordava com sua maternidade divina, mas ainda conforme a peculiar santidade deste corpo virginal: “Tu, está escrito, surges com beleza (cf. Sl 44,14); e teu corpo virginal é todo santo, todo casto, todo morada de Deus; de tal forma que ele está para sempre bem longe de desfazer-se em pó; imutado, sim, por ser humano, para a excelsa vida da incorruptibilidade. Está vivo e cheio de glória, incólume e participante da vida perfeita”. 
Outro antiquíssimo escritor assevera: “Portanto, como gloriosa mãe de Cristo, nosso Deus salvador, doador da vida e da imortalidade, foi por ele vivificada para sempre em seu corpo na incorruptibilidade; ele a ergueu do sepulcro e tomou para si, como só ele sabe”. 
Todos estes argumentos e reflexões dos santos padres apóiam-se como em seu maior fundamento nas Sagradas Escrituras. Estas como que põem diante dos olhos a santa Mãe de Deus profundamente unida a seu divino Filho, participando constantemente de seu destino. 
De modo especial é de lembrar que, desde o segundo século, os santos padres apresentam a Virgem Maria qual nova Eva para o novo Adão: intimamente unida a ele – embora com submissão – na mesma luta contra o inimigo infernal (como tinha sido previamente anunciado no proto-evangelho [cf. Gn 3,15]), luta que iria terminar com a completa vitória sobre o pecado e a morte, coisas que sempre estão juntas nos escritos do Apóstolo das gentes (cf. Rm 5 e 6; 1Cor 15,21-26.54-57). Por este motivo, assim como a gloriosa ressurreição de Cristo era parte essencial e o último sinal desta vitória, assim também devia ser incluída a luta da santa Virgem, a mesma que a de seu Filho, pela glorificação do corpo virginal. O mesmo Apóstolo dissera: Quando o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá o que foi escrito: A morte foi tragada pela vitória (1Cor 15,54; cf. Os 13,14). 
Por conseguinte, desde toda a eternidade unida misteriosamente a Jesus Cristo, pelo mesmo desígnio de predestinação, a augusta Mãe de Deus, imaculada na concepção, virgem inteiramente intacta na divina maternidade, generosa companheira do divino Redentor, que obteve pleno triunfo sobre o pecado e suas consequências, ela alcançou ser guardada imune da corrupção do sepulcro, como suprema coroa dos seus privilégios. Semelhantemente a seu Filho, uma vez vencida a morte, foi levada em corpo e alma à glória celeste, onde, rainha, refulge à direita do seu Filho, o imortal rei dos séculos.

Responsório

R. Eis o dia glorioso, em que a Virgem, Mãe de Deus,
aos céus foi elevada; louvando-a, proclamemos:
* Sois bendita entre as mulheres
e bendito é o fruto, que nasceu de vosso ventre.
V. Sois feliz, Virgem Maria; e mereceis todo louvor;
pois, de vós se levantou o Sol brilhante da justiça,
que é Cristo, nosso Deus. * Sois bendita.

www.liturgiadashoras.org

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A solenidade da Assunção de Nossa Senhora, fixada para o dia 15 de agosto, no calendário litúrgico da Igreja, está sendo celebrada neste domingo, no Brasil, para que todos possam participar da celebração eucarística, pela especial importância desta festa mariana.
O dogma da Assunção de Nossa Senhora está relacionado essencialmente à sua Imaculada Conceição. Terminado o curso da sua vida terrena, por ter sido concebida sem pecado, Maria foi assunta em corpo e alma à glória celeste. “A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos”, conforme nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (n. 966). Por isso, o dogma da Assunção deve ser compreendido à luz da Imaculada Conceição e da Ressurreição de Jesus, proclamada na Primeira Carta aos Coríntios. “Cristo Ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20), afirma o apóstolo Paulo, mencionando, a seguir, aqueles que “pertencem a Cristo”, como Maria, destinados a participar da sua vitória sobre a morte.  A Assunção decorre da fé na ressurreição de Jesus e fortalece a nossa esperança de participar da sua vitória. Aquela que viveu profundamente unida ao seu Filho na terra, continua unida a Ele no céu, nossa pátria definitiva.
Para tanto, recorremos à intercessão de Nossa Senhora e nos dispomos a imitar os seus exemplos. O Evangelho nos apresenta a visita de Maria a Isabel.  O “sim” de Maria, a “serva do Senhor”, se prolonga pela caridade no serviço humilde e generoso a Isabel.  A “serva do Senhor” se faz servidora de Isabel. Nos lábios de Isabel, encontramos parte da Ave-Maria: “bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42). Dos lábios de Maria brota a belíssima oração conhecida como “Magnificat”, exaltando a misericórdia de Deus, que “se estende de geração em geração”, na sua vida e na vida de “todos os que o respeitam” (Lc 1, 50). A Assunção é sinal do cumprimento daquilo que afirma Maria em sua oração: “o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”; Ele “derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes”. Para chegar ao céu, é preciso percorrer o caminho da doação generosa e do serviço humilde aos irmãos, especialmente aos mais sofredores, sempre sustentados pelo amor misericordioso de Deus.
Neste domingo do Mês Vocacional, concluímos a Semana da Família e nos recordamos, especialmente, da vocação à vida consagrada. Aos irmãos e irmãs na vida consagrada, a nossa profunda gratidão e as nossas preces, suplicando a intercessão da Virgem assunta ao céu, modelo para todos os que se consagram a Deus.
O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Carta do Arcebispo Metropolitano à Igreja em Goiânia: Um alerta sobre programas de TV usados para semear contravalores, confusão e mentira.

Dom Washington Cruz / Foto: CNBB
Caros irmãos, caras irmãs

A vida em uma sociedade se constrói tendo como base a sua cultura, pois cada cultura possui um quadro de valores, passados de geração em geração, que formam as pessoas, suas convicções, seu modo de agir e de se relacionar. Os valores de uma determinada cultura se perpetuam de geração em geração,principalmente por meio da autoridade da família, da escola e da Igreja. Essa constatação não deve, porém, nos fazer esquecer que, desde que foi inventada, na década de 1930, a televisão vem se tornando não só um potente meio de comunicação, mas também um eficaz instrumento para influenciar a formação da cultura pois, por meio de seus programas, também propõe valores ou contravalores, que influenciam o modo de viver das pessoas.
Quando, por meio desse canal formativo, são transmitidos bons conteúdos,como às vezes acontece, as pessoas são edificadas e a sociedade se constrói positivamente. Entretanto, esse meio de formação pode se tornar um instrumento eficaz de ideologização e convencimento que termina porproduzir um processo de destruição das pessoas e da sociedade. Nos últimos tempos, dois programas da televisão brasileira foram usados para semear confusão e mentira, acabando por ferir a sensibilidade de muitos brasileiros.
O primeiro deles é a série Malhação, da Rede Globo de Televisão. Em um de seus capítulos, dois jovens aparecem ensinando como “não pagar mico quando o assunto é gênero e sexualidade”. Jogando com as palavras “sexo biológico, identidade de gênero, expressão de gênero e orientação sexual” e explicando-as segundo a compreensão da falsária Ideologia de Gênero, os artistas defendem a liberdade sexual e a diversidade, sem qualquer vínculo com a verdade sobre a pessoa, que está expressa no e pelo corpo. Essas ideias acabam por promover o liberalismo das experiências sexuais, sem qualquer vínculo com uma ordem moral, ou seja, terminam defendendo que, em nome da liberdade, no campo da sexualidade tudo é possível.
Infelizmente, os contravalores transmitidos por esse e outros programas televisivos estão atrelados a outros tantos males devastadores, defendidos pela Ideologia de Gênero em todos os seus matizes e propostas. Um deles é a legalização do aborto, que voltou à cena principal em virtude da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442 (ADPF 442) ajuizada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Em nome da liberdade, defendem tratar o problema em questão sem considerar que estão em jogo duas vidas a serem protegidas, a da mulher gestante e a do bebê, propondo que se escolha tirar a vida inocente e indefesa do nascituro.
O segundo programa televisivo em questão é a novela bíblica da Record TV, chamada Jesus. Na novela, a Santíssima Virgem Maria, a mãe de Jesus, é apresentada de modo discordante com as afirmações feitas na Sagrada Escritura e na Doutrina da Igreja Católica. Ela é figurada como Mãe de outros filhos, negando a sua Virgindade perpétua, isto é, negando que ela era virgem antes do parto e se manteve virgem durante e depois do parto, sendo Mãe apenas do seu Unigênito, Jesus. Além disso, o modo como Maria se comporta na sua relação com José ofusca a sua pureza e, por isso, fere sua dignidade de Mãe de Deus e Imaculada desde a sua concepção. Esse modo de apresentar Nossa Senhora fere frontalmente a sensibilidade do povo brasileiro, na sua maioria católico e devoto de Nossa Senhora Aparecida.
A televisão deveria servir para a edificação de uma nação, mas infelizmente isso não acontece com frequência. Por isso, convido todos os católicos e pessoas de boa vontade a sermos prudentes e críticos no uso desse instrumento, não assistindo qualquer programa e não aceitando acriticamente as afirmações feitas através desse meio de comunicação. Convido, de modo ainda mais vivo, a sermos rigorosos no discernimento sobre a permissão para o acesso das crianças e dos adolescentes aos programas de televisão. Essas duas etapas da vida, fundamentais na formação do caráter da aquisição dos valores, são as mais vulneráveis ao processo de ideologização que marca o Brasil atualmente. Por isso, devemos cuidar para que nossos filhos, se estritamente necessário, tenham acesso somente a conteúdos que correspondem à verdade sobre o homem e que possam edificá-los na verdadeira fé da Igreja. 
Em face aos programas mencionados e a todos os fatos ligados a eles, desejo manifestar minha perplexidade e minha reprovação. Sinto-me no dever de pastor de denunciar e repudiar tudo que fere a verdade sobre o homem e sobre a nossa fé, a fim de que nossas famílias possam ser fortalecidas e possamos construir, juntos, um Brasil melhor, em que elas sejam respeitadas. Rezemos a Jesus e a Nossa Senhora para que nosso país reaja contra esta tentativa de desconstruir o ser humano, tal como a natureza no-lo faz ver e a teologia da criação no-lo ensina.
Goiânia, 10 de agosto de 2018.


Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
ACI Digital / Arquidiocese de Goiânia

domingo, 12 de agosto de 2018

Do Diálogo sobre a Divina Providência, de santa Catarina de Sena, virgem

(4,13: ed. latina, Ingolstadii 1583, ff. 19v-20)                     (Séc. XIV)
Nos vínculos da caridade
Meu dulcíssimo Senhor, volta complacente teus misericordiosos olhos para este povo e para o Corpo místico de tua Igreja; porque maior glória advirá a teu santo nome por perdoar a tamanha multidão de tuas criaturas do que só a mim, miserável, que tanto ofendo a tua majestade. Como poderei eu consolar-me, vendo-me possuir a vida, se teu povo está na morte? E vendo em tua diletíssima Esposa as trevas dos pecados brotadas de minhas faltas e das outras criaturas tuas?
Quero, pois, e para cada um peço aquela inestimável caridade que te levou a criar o ser humano à tua imagem e semelhança. Que coisa ou pessoa foi o motivo de colocares o ser humano em tão grande dignidade? Sem dúvida, só inapreciável amor que te fez olhar em ti mesmo tua criatura de quem te enamoraste. Mas reconheço abertamente que pela culpa do pecado com justiça perdeu a dignidade que lhe deras.
Tu, porém, movido pelo mesmo amor, desejando por graça reconciliar contigo o gênero humano, nos deste a palavra de teu Filho unigênito. Verdadeiro reconciliador e mediador entre ti e nós e também nossa justiça, que castigou e carregou em si todas as nossas injustiças e iniquidades, em obediência ao que tu,Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe assumir nossa humanidade. Ó abismo de indizível caridade! Que coração há tão duro que continue impassível sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima baixeza e abjeção, que é a nossa humanidade?
Nós somos tua imagem e tu, nossa imagem, pela união que realizaste com o ser humano, velando a eterna Divindade com a mísera nuvem e infecta matéria da carne de Adão. Donde vem tudo isto? Unicamente teu inefável amor está em causa. É, pois, por este inestimável amor que humildemente imploro tua majestade, com todas as forças de minha alma, que concedas gratuitamente às tuas miseráveis criaturas tua misericórdia.

Responsório Sl 100 (101),1-2

R. Eu quero cantar o amor e a justiça,
cantar os meus hinos a vós, ó Senhor.
* Desejo trilhar o caminho do bem;
Mas quando vireis até mim, ó Senhor?
V. Viverei na pureza do meu coração,
no meio de toda a minha família. 
* Desejo trilhar o caminho do bem;
Mas quando vireis até mim, ó Senhor?

www.liturgiadashoras.org

Começa hoje no Brasil a Semana Nacional da Família

Imagem referencial / Foto: Pixabay (Domínio Público)
REDAÇÃO CENTRAL, 12 Ago. 18 / 07:00 am (ACI).- Neste domingo do Dia dos Pais, tem início no Brasil a Semana Nacional da Família, que neste ano tem como tema “O Evangelho da Família, alegria para o mundo” e busca valorizar a instituição familiar.
A Semana Nacional da Família é promovida pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Trata-se de um evento anual, que já faz parte do calendário das diversas dioceses e paroquias do país.
Esta iniciativa teve início em 1992, como resposta ao desejo de se fazer alguma coisa em defesa e promoção da família, cujos valores vêm sendo agredidos sistematicamente na sociedade. Escolheu-se, para isso, a semana seguinte ao dia dos pais, no mês de agosto, por ser o mês vocacional.
Em recente artigo sobre a Semana Nacional da Família, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, sublinhou que “observamos os muitos ataques que se faz contra a instituição familiar (e temos visto muitos) e nós cristãos temos que lutar contra e, ao mesmo tempo apresentar a beleza da proposta de deus para o homem e a mulher”.
Segundo o Purpurado, “ao viver a Semana Nacional da Família, após a comemoração do Dia dos Pais, somos chamados a trabalhar juntos”, a fim de “propor ao mundo a verdadeira face cristã da família”.
“Que nesta semana especial possa ser ainda mais aprofundado ‘O Evangelho da família’ que é alegria para o mundo e isso porque é sacramento; porque é vida nova doada por Cristo segundo o projeto de Deus, porque tem posição privilegiada na missão da Igreja uma vez que testemunha o amor de Cristo e da Igreja no meio da sociedade e, por fim, é uma instituição da qual todos os católicos são responsáveis em acompanhar e sustentar”, assinalou.
Por sua vez, o Arcebispo de Passo Fundo (RS), Dom Rodolfo Luís Weber, destacou que “a Semana da Família proclama o valor inviolável das famílias e sua nobre missão de gerar, educar, proteger, confortar e cuidar da vida desde a concepção até a morte natural”.
Conforme explicou, a família é “lugar especial para exercitar o amor, como ensina a primeira carta aos Coríntios 13,4-8: ‘O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará’”.
Para incentivar os fiéis a viverem esta semana, foi preparado o subsídio “Hora da Família”, que apresenta reflexão sobre temas familiares, roteiros de orações e cantos para motivar a celebração, incentivando a participação da comunidade para o encontro. Também traz estudos sobre os valores e ensinamentos cristãos ligados à vida e a família.
O material é inspirado na exortação apostólica do Papa Francisco Amoris Laetitia, documento em que “há um rio de sabedoria e humanidade ainda ausentes no nosso dia a dia familiar, aquilo que a Exortação do Papa Francisco chamou de Alegria do Amor”, como explicou o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e Bispo de Osasco (SP), Dom João Bosco Barbosa de Sousa.
ACI Digital

5 chaves apresentadas pelo Papa Francisco para ser um bom pai

Pai e filho. Foto: Pixabay / Domínio público
REDAÇÃO CENTRAL, 12 Ago. 18 / 08:00 am (ACI).- Ao comemorar o Dia dos Pais neste domingo, no Brasil, a ACI Digital compartilha cinco chaves para ser um bom pai, extraídas da audiência geral do Papa Francisco de 4 de fevereiro de 2015, quando falou sobre “o aspecto positivo” da “figura do pai de família”.

1. Alegrar-se com o correto
“Toda família necessita de um pai. Um pai que não se vanglorie de que seu filho seja parecido com ele, mas sem que se alegre de que aprenda a retidão e a sensatez que é o que conta na vida. Esta será a melhor herança que poderá transmitir ao filho e se sentirá cheio de alegria quando ver que a recebeu e aproveitou”.
2. Educar com carinho
“O pai ensina o que o filho ainda não sabe: corrigir os erros que ainda não vê, orientar seu coração, protege-lo no desânimo e na dificuldade. Tudo isso com proximidade, doçura e com uma firmeza que não humilha”.
3. Acompanhar com paciência
“Estar presente na família, compartilhar as alegrias e tristezas com a esposa, acompanhar as crianças na medida em que crescem. A parábola evangélica do Filho Pródigo nos mostra o pai que espera na porta de casa o retorno do filho que se equivocou. Sabe esperar, sabe perdoar, sabe corrigir”.
“Também hoje os filhos, ao voltar para casa com seus fracassos, necessitam de um pai que os espere, que os proteja, os anime, ensine como seguir pelo bom caminho. Às vezes tem que castigá-los, mas nunca lhe dá uma bofetada na cara”.
4. Rezar com confiança
“Muitas vezes os filhos não admitirão os fracassos, mas necessitam do pai como todos necessitamos acudir ao único Bom Pai, como disse o Evangelho, ao Pai nosso que está no céu”.
5. Seguir São José
“Peçamos ao Senhor que nunca falte nas famílias a presença de um bom pai, que seja mediador e guardião da fé na bondade, na justiça e na proteção de Deus, como foi São José”.
ACI Digital

domingo, 5 de agosto de 2018

18º Domingo do Tempo Comum: O Pão da Vida

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
“O Senhor deu a comer o pão do céu”, rezamos hoje com o Salmo responsorial (Sl 77), louvando a Deus pelas vezes que temos tido a graça de receber “o Pão que desceu do céu e dá a vida ao mundo” (Jo 6,33). Este é o tema principal da Liturgia da Palavra. Nós continuamos a meditar o capítulo 6º do Evangelho segundo João, iniciado no último domingo. O texto, hoje proclamado, nos mostra a reação do povo diante da multiplicação dos pães. Segundo as palavras de Jesus dirigidas à multidão, eles não estavam conseguindo discernir os “sinais” do Reino acontecendo por meio dele. Estavam procurando-o somente “porque comeram o pão e ficaram satisfeitos” (Jo 6,26). O episódio torna-se ocasião para a explicação que Jesus dá sobre o sentido do “sinal” que ele havia realizado, o discurso sobre o “pão da vida” ou o “pão do céu”, sobre o “alimento que permanece até a vida eterna”. Este alimento é o próprio Jesus, como ele mesmo declara: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6,35).
O que fazer diante disso? A obra que Deus espera que realizemos é “crer naquele que Ele enviou” (Jo 6,29), segundo a resposta dada pelo próprio Jesus aos que lhe perguntaram. Esta é a resposta que Deus espera também de nós: a fé em Jesus Cristo que nos leva a discernir os sinais de sua presença entre nós.
 No final do diálogo entre Jesus e a multidão, no qual se recorda Moisés e o “maná no deserto”, diante da promessa do verdadeiro pão que desce do céu, o povo pede a Jesus: “Senhor, dá-nos sempre deste pão” (Jo 6,34). Nós também, hoje, nos sentimos necessitados do Pão da Vida. Por isso, repetimos a súplica da multidão: “Senhor, dá-nos sempre deste Pão!” Assim pedimos, dispostos a valorizar sempre mais a presença de Jesus no Santíssimo Sacramento, através da comunhão eucarística, da adoração ao Santíssimo Sacramento e da vivência da comunhão que recebemos. Aproveitemos para refletir sobre como estamos participando das missas, como nos preparamos para participar da Eucaristia e sobre como vivemos a comunhão eucarística em nossas famílias, comunidades e nos diversos ambientes.  
Neste início do Mês Vocacional, rezemos pelas vocações sacerdotais, refletindo sobre a sua importância na Igreja. O Pão da Vida se faz presente na celebração eucarística por meio dos sacerdotes.  Agradeçamos a Deus pelo dom do sacerdócio e por cada um de nossos padres. Agradeçamos aos nossos sacerdotes, reconhecendo a sua dedicação pastoral e rezando por eles, para que o Pão da Vida continue a se fazer presente, por meio deles, no altar. A cada um de nossos padres, a nossa sincera gratidão e orações!

O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF