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domingo, 26 de agosto de 2018

Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano I

(N.39)        (Séc.XX)

A prefiguração de um mundo novo
Não conhecemos o tempo em que se consumirão a terra e a humanidade nem o modo por que se transformará o mundo. Na verdade, passa a figura deste mundo deformada pelo pecado, porém, Deus nos revelou preparar nova habitação e nova terra onde mora a justiça; e sua felicidade cumulará e superará todo desejo de paz que sobe ao coração dos homens. Então, vencida a morte, ressuscitarão os filhos de Deus em Cristo, e aquilo que foi semeado na fraqueza e na corrupção, se revestirá de incorrupção; sempre vivas a caridade e suas obras, toda a criação, que para o homem Deus criou, será liberta da escravidão da vaidade.  
 Recebemos a advertência de que nada adiantará ao homem lucrar o mundo inteiro se vier a perder-se a si mesmo. Todavia a expectativa da nova terra não deve enfraquecer, mas, ao contrário, estimular o interesse pelo desenvolvimento desta terra, onde cresce o corpo daquela nova família humana, que já pode mostrar algo como sombra do novo mundo. Por conseguinte, embora distinguindo com cuidado o progresso terreno e o aumento do reino de Cristo, na medida em que a sociedade humana for mais bem ordenada, influirá sobremaneira no reino de Deus.  
Pois os bens da dignidade da pessoa, da comunhão fraterna e da liberdade, todos bens, frutos da natureza e do esforço humano, depois que pelo Espírito do Senhor e a seu mandado os propagarmos pela terra, de novo os reencontraremos, mais limpos de toda mancha. Luminosos e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino eterno e universal: “reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”. Este reino já está aqui na terra, em mistério; com a vinda do Senhor, será perfeito.

Responsório Cf. Is 49,13; Sl 71(72),7a

R. Cantai, ó céus, e exulte a terra,
gritai, ó montes, de alegria:
O próprio Deus virá a nós,
O Senhor se compadece de seu povo, dos aflitos.
V. Nos seus dias a justiça florirá,
e grande paz até que a lua perca o brilho. O Senhor.

www.liturgiadashoras.org

21º Domingo do tempo comum: Nós cremos firmemente!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Estamos concluindo a leitura do capítulo 6º do Evangelho segundo João, que nos apresenta Jesus como o Pão da Vida. O capítulo iniciado com a multiplicação dos pães, seguida da palavra de Jesus sobre o Pão da Vida, se conclui com a reação de “muitos dos discípulos”, que acharam “dura” a sua palavra e passaram a “murmurar” e a se escandalizar; “voltaram atrás e não andavam mais com ele” (Jo 6,66). Jesus chega a perguntar aos “doze” apóstolos, se eles também estavam querendo deixa-lo. Trata-se de um momento de crise, ocasião para que os verdadeiros discípulos possam crescer e amadurecer na fé, como nos demonstra Simão Pedro: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!” (Jo 6,69). A fé dos discípulos de todos os tempos tem sido provada. Hoje, muitos repetem a reação negativa daqueles que acabaram abandonando Jesus e a comunidade dos discípulos. Entretanto, podemos constatar com alegria e louvor a Deus, que em meio a tantas dificuldades, muita gente permanece fiel a Jesus, repetindo firmemente a resposta de Pedro.
A Liturgia da Palavra nos ajuda a refletir sobre a quem estamos servindo, a quem temos escolhido como Senhor, a quem seguimos? Somos convidados a escolher Deus como Senhor e a ele servir, rejeitando a idolatria. Josué interroga o povo reunido em assembleia a respeito de quem estavam dispostos a servir: aos deuses cultuados na época ou ao Senhor? A resposta dele “quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor” (Js 24,15) é repetida pelo povo: “nós também serviremos ao Senhor porque ele é nosso Deus” (24,18). A resposta acontece em assembleia. A fé, a escolha por Deus, embora pessoal, ocorre em comunidade.  A resposta de Pedro também está no plural: “nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6,69). Hoje, a nossa fé cresce e se fortalece na Igreja e com a Igreja, a comunidade dos discípulos de Cristo. A dimensão eclesial da fé é fundamental para a sua vivência.
A opção por Deus e pela sua Palavra têm consequências para a vida, a começar da família. Quem escolhe o Senhor vive o matrimônio e a família segundo a sua Palavra. Por isso, a referência maior para o casal, o modelo de amor para o marido e a mulher, será sempre o amor de Cristo pela Igreja. Segundo Paulo, o casal unido pelo matrimônio é chamado a amar “como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25).
Neste domingo do mês Vocacional, recordamos com profunda gratidão os nossos catequistas, que se dedicam tão generosamente a transmitir a fé em Cristo, em nossas comunidades. Rezemos por todos os que atuam na Catequese. Procuremos dar mais apoio aos irmãos e irmãs catequistas!
O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

Não há lugar mais importante para transmitir a fé que o lar, afirma o Papa Francisco

O Papa abençoando os fiéis na Pro-catedral. Foto: Vatican Media.
DUBLIN, 25 Ago. 18 / 02:10 pm (ACI).- Um dos temas aos que o Papa Francisco aludiu na tarde do sábado em Dublin, durante sua visita a Pro-catedral de Santa Maria, é a transmissão da fé aos filhos, e afirmou que “o primeiro e mais importante lugar para transmitir a fé é o lar”.
Depois de escutar o testemunho de um casal de idosos que acaba de celebrar seus 50 anos de matrimônio, o Papa respondeu às perguntas de um casal de jovens.
Francisco assegurou que “em casa, que podemos chamar ‘igreja doméstica’, os filhos aprendem o significado da fidelidade, da honestidade e do sacrifício”. “Veem como mãe e pai se comportam entre eles, como se cuidam um do outro e dos outros, como eles amam a Deus e a Igreja”.
“Assim os filhos podem respirar o ar fresco do Evangelho e aprender a compreender, julgar e atuar de modo coerente com a fé que herdaram. A fé, irmãos e irmãs, transmite-se ao redor da mesa doméstica, na conversa do dia-a-dia, através da linguagem que só o amor perseverante sabe falar”.
Neste sentido, destacou que “a fé se transmite em dialeto, o dialeto da casa, o dialeto da vida do lar, da vida em família”.
O Santo Padre recomendou os casais a seguirem rezando “juntos em família”. “Falem de coisas boas e santas, deixem que Maria nossa Mãe entre em sua vida familiar. Celebrem as festas cristãs”.
“Vivam em profunda solidariedade com quantos sofrem e estão à margem da sociedade”, exortou.
“Quando fazem isto junto com seus filhos, seus corações pouco a pouco se enchem de amor generoso pelos demais. Pode parecer óbvio, mas às vezes nos esquecemos. Seus filhos aprenderão a compartilhar os bens da terra com outros, se virem que seus pais se preocupam por quem é mais pobre ou menos afortunado que eles. Enfim, seus filhos aprenderão de vocês o modo de viver cristão; vocês serão seus primeiros professores na fé”.
Dirigindo-se ao casal que celebrava seus 50 anos, o Papa perguntou: “vocês já discutiram muito?”. “É parte do matrimônio, o matrimônio onde não se discute é um pouco tedioso. Podem até voar pratos, mas o segredo é fazer as pazes antes de que termine o dia. E para fazer as pazes não é necessário um discurso, basta uma carícia e se faz as pazes”, afirmou.
O Pontífice lamentou que “hoje não estamos acostumados a algo que dure realmente toda a vida”.
“Não há nada verdadeiramente importante que dure? Nem sequer o amor?”, perguntou-se. “Sabemos o fácil que é hoje cair prisioneiros da cultura do provisório, do efêmero. Esta cultura ataca as próprias raízes de nossos processos de amadurecimento, do nosso crescimento na esperança e no amor. Como podemos experimentar, nesta cultura do efêmero, o que é verdadeiramente duradouro?”.
O Papa assegurou que “entre todas as formas da fecundidade humana, o matrimônio é único. É um amor que dá origem a uma vida nova. Implica a responsabilidade mútua na transmissão do dom divino da vida e oferece um ambiente estável em que a vida nova pode crescer e florescer”.
“O matrimônio na Igreja, quer dizer o sacramento do matrimônio, participa de modo especial no mistério do amor eterno de Deus. Quando um homem e uma mulher cristãos se unem no vínculo do matrimônio, a graça do Senhor os possibilita prometer-se livremente um ao outro em um amor exclusivo e duradouro. Desse modo sua união se converte em sinal sacramental da nova e eterna aliança entre o Senhor e sua esposa, a Igreja”.
O Papa convidou os presentes a “arriscar” porque “o matrimônio é um risco que vale a pena, para toda a vida. Porque o amor é assim”.
“Não tenham medo desse sonho. Sonhem grande! Custodiem-no como um tesouro e sonhem juntos cada dia de novo. Assim, serão capazes de se sustentar mutuamente com esperança, com força, e com o perdão nos momentos em que o caminho se faz árduo e resulta difícil percorrê-lo”.
ACI Digital

São Luís IX, rei da França sábio e piedoso

REDAÇÃO CENTRAL, 25 Ago. 18 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 25 de agosto São Luís IX, que se distinguiu por seu espírito de penitência e oração e seu amor pelos pobres. Foi um governante justo e sábio.

São Luís nasceu em Poissy, perto de Paris, em 25 de abril de 1214. Era filho de Luís VIII da França e de Branca de Castela. É contemporâneo a Santo Tomás e São Boaventura.
Foi coroado aos 22 anos.
Casou-se com Margarida de Provença em 1227 e com ela teve onze filhos, aos quais deu pessoalmente uma excelente educação. Foi um esposo e pai exemplar.
A primeira das muitas abadias que fundou foi inaugurada em 1239.
Balduíno II, o imperador latino, presenteou o soberano com a “Coroa de Espinhos” para agradecer pela generosidade com que tinha ajudado os cristãos da Palestina e de outros países do Oriente.
O santo mandou derrubar sua capela de São Nicolau e construiu a “Saint Chapelle” em Paris para depositar ali a Coroa de Espinhos e outras relíquias.
O rei pertenceu à Ordem Terceira Franciscana. Fundou vários mosteiros, entre eles o de Royaumont, o convento de Maubuisson (com a ajuda de sua mãe) e o hospital de cegos Quinze-Vingts, mais conhecida como Os Trezentos.
Participou de duas cruzadas, cujo objetivo era recuperar o Santo Sepulcro e frear as invasões muçulmanas na região, mas estas não tiveram êxito. No entanto, foi considerado um dos cavaleiros mais valentes da época.
Na primeira cruzada, foi feito prisioneiro no Egito e durante a segunda ficou doente com disenteria, próximo de Cartago (Norte da África). Recebeu os últimos sacramentos em 24 de agosto de 1270 e expirou no dia seguinte. Tinha 55 anos.
Foi transladado para a França e depositado na Igreja de Saint-Denis, onde seus restos mortais ficaram até que foram profanados durante a Revolução Francesa. Foi canonizado em 1297.
ACI Digital

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A Sagrada Família é uma luz brilhante em tempos escuros, diz Cardeal

Sagrada Família / Crédito: Wikimedia Commons
DUBLIN, 23 Ago. 18 / 04:00 pm (ACI).- O Arcebispo de Bombaim (Índia), Cardeal Oswald Gracias, disse que diante dos constantes ataques que a família recebe atualmente, a Igreja deveria se esforçar para imitar a Sagrada Família, porque é uma luz brilhante em tempos escuros.
"Em meio aos grandes assaltos dos valores familiares e da instituição da própria família, a Sagrada Família se destaca como uma luz brilhante e deslumbrante", disse o Purpurado na quarta-feira, 22 de agosto, durante uma Missa realizada no segundo dia do Encontro Mundial Famílias (EMF), que acontece em Dublin (Irlanda).
"O modelo que todos nós buscamos nestes dias é a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José", destacou.
Por ocasião da festa de Nossa Senhora Rainha, em 22 de agosto, o Cardeal disse que é apropriado que o Evangelho da Missa conte a história da Anunciação, porque esse foi "o anúncio mais importante da história da salvação e, de fato, de toda a história".
Explicou que "o sim de Maria foi o começo da família de Nazaré" e convidou os católicos a refletir sobre as duas famílias a que pertencem: a própria família no seu lar e a família espiritual da Igreja.
“Pertencemos a ambas. Trabalhamos duro pelo crescimento e desenvolvimento de cada um. Ambas estão intimamente conectadas. Nos últimos tempos, a Igreja teve muitos desafios, mas a Igreja somos eu e você. Nós somos a Igreja", destacou.
Além disso, o Cardeal indiano incentivou a “estar junto com o Papa Francisco para fortalecer a Igreja, para tornar a Igreja como Jesus quis que ela fosse: uma réplica da Sagrada Família de Nazaré".
"Como a família deve ser fecunda, a Igreja é chamada a ser fecunda e evangelizar os novos membros", acrescentou.
Também recordou que, se a Igreja quer se revitalizar, deve começar pela família.
"Quando voltamos às nossas igrejas, é para ver o que se pode fazer a fim de que as nossas famílias sejam verdadeiros modelos de fé. Este é o nosso chamado. A vida familiar deve ser renovada assim como a paróquia, as dioceses e a Igreja devem ser renovadas", exortou.
Ao expor uma série de perguntas para reflexão pessoal, perguntou: "Na Igreja está a presença constante de Deus; é assim nas nossas famílias? Na Igreja temos uma oração regular; é assim nas nossas famílias? Na Igreja, desenvolvemos a nossa espiritualidade; é assim nas nossas famílias?".
"A presença de Deus se torna real no rechaço ao egoísmo, ao egocentrismo. Acontece isso nas nossas famílias?", continuou.
Ao concluir, aconselhou as famílias a refletirem acerca da importância da comunicação sincera e profunda.
Também disse que, se o resultado do Encontro Mundial das Famílias deste ano for que tanto as famílias como a Igreja se tornem "um pouco mais como a família de Nazaré", terá sido um evento fecundo.
ACI Digital

São Bartolomeu, um dos doze apóstolos

REDAÇÃO CENTRAL, 24 Ago. 18 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 24 de agosto São Bartolomeu, um dos doze apóstolos, cuja figura – afirmou Bento XVI – “mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece contudo diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais”.

Bartolomeu também é identificado na Bíblia como Natanael, devido à relação com Filipe. Nascido em Caná, na Galileia, é tido como um modelo para quem se deixa conduzir pelo outro ao Senhor.
O evangelho de São João narra que, após encontrar Jesus, Filipe vai até Natanael e lhe diz “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José” (Jo 1,45).
Diante disso, Natanael lançou a pergunta: “Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?”, ao que Filipe não rebate, mas apenas faz o convite “Vem e vê” (Jo 1,46).
Ainda segundo o evangelista, ao ver Natanael se aproximar, o próprio Jesus exclama: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade” (Jo 1,47). E, ao ser questionado por Natanael de onde o conhecia, Jesus afirma que antes que fosse chamado por Filipe, já o via quando “estavas debaixo da figueira”.
A resposta de Cristo leva Natanael a proclamar esta confissão de fé: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel” (Jo 1,49). Conforme explicou Bento XVI em sua catequese de outubro de 2006, nesta exclamação “é dado um primeiro e importante passo no percurso de adesão a Jesus”.
Como um dos doze, Bartolomeu pôde acompanhar a missão de Jesus na terra, compartilhando seu dia a dia, seus milagres, ouvindo seus ensinamentos, testemunhando a sua ressurreição. Posteriormente, recebeu, junto aos demais apóstolos o Espírito Santo em Pentecostes.
“Da sucessiva atividade apostólica de Bartolomeu-Natanael não temos notícias claras”, indicou o agora Papa emérito. Porém, recordou que “segundo uma informação referida pelo historiador Eusébio do século IV, um certo Panteno teria encontrado até na Índia os sinais de uma presença de Bartolomeu”.
De acordo com a tradição, o apóstolo teria evangelizado na Índia, passando pela Armênia, local onde conseguiu a conversão do rei Polímio, de sua esposa e várias pessoas. Este fato gerou a inveja de sacerdotes pagãos que, insuflaram o irmão de rei, Astiages, e conseguiram autorização para matar Bartolomeu esfolado.
Como Bartolomeu não morreu com o esfolamento, foi decapitado, em 24 de agosto do ano 51.
ACI Digital

terça-feira, 21 de agosto de 2018

São Pio X, o “Papa da Eucaristia”

REDAÇÃO CENTRAL, 21 Ago. 18 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 21 de agosto São Pio X, que decretou a permissão para que as crianças possam comungar desde que compreendam quem está na Hóstia Consagrada e animou os fiéis a recebê-la todos os dias.

Seu nome era Giuseppe Sarto e nasceu em Riese, povoado de Veneza, Itália, em 1835. Ainda menino sofreu a perda de seu pai e quis deixar os estudos para ajudar sua mãe. Ela, porém, o impediu. Então, continuou estudando no seminário graças a uma bolsa.
Após ser ordenado, foi nomeado vigário, pároco, cônego, Bispo de Mantua e Cardeal de Veneza, estando nove anos em cada cargo. Brincando, dizia que só lhe faltavam nove anos de Papa.
Em 1903, quando o Papa Leão XIII morreu, os Cardeais se reuniram no Conclave e tinham como favorito o Cardeal Rampolla de Tíndaro, mas declinou ante o veto formal do imperador Francisco José, da Áustria. Foi assim que a balança se inclinou para Sarto, que tomou o nome de Pio X.
Um de seus primeiros atos como Pontífice foi recorrer à constituição “Commissum nobis”, a fim de terminar com o suposto direito de qualquer poder civil para interferir em uma eleição papal.
Mais adiante, em 1905, o governo francês denunciou a “Concordata” de 1801 e decretou a separação entre Igreja e Estado, o que favoreceu a que a Santa Sé pudesse nomear diretamente os Bispos franceses, sem a nomeação prévia dos poderes civis.
Redigiu e aprovou decretos sobre o Sacramento da Eucaristia, nos quais recomendava e elogiava a comunhão diária, com a possibilidade de que as crianças se aproximassem para recebê-la a partir do momento que entendessem quem está na Santa Hóstia Consagrada. Isto foi o suficiente para que passasse a ser chamado o “Papa da Eucaristia”.
Sempre defendeu os fracos e oprimidos como fez ao denunciar os maus entendimentos aos quais eram submetidos os indígenas nas plantações de borracha do Peru. Visitava cada domingo os pátios, esquinas ou praças do Vaticano para pregar e explicar o Evangelho do dia.
Durante uma audiência pública, um participante lhe mostrou seu braço paralisado e lhe pediu que o curasse. O Papa se aproximou sorridente, tocou o braço e disse: “Sim, sim”. E o homem ficou curado. Entretanto, sempre foi modesto e singelo.
Quando alguém o chamava de “padre santo”, ele corrigia sorrindo: “Não se diz santo, mas Sarto”, em alusão ao seu sobrenome de família.
Depois de tê-la profetizado, em 1914 eclodiu a Primeira Guerra Mundial. “Esta será a última aflição que me manda o Senhor. Com gosto daria minha vidapara salvar meus pobres filhos desta terrível calamidade”, disse. Poucos dias mais tarde, sofreu uma bronquite e morreu em 20 de agosto.
“Nasci pobre, vivi na pobreza e quero morrer pobre”, deixou escrito em seu testamento.
Foi canonizado em 1954 pelo Papa Pio XII e foi o primeiro Papa a ser elevado os altares depois de Pio V em 1672.
ACI Digital

domingo, 19 de agosto de 2018

Da Constituição Apostólica Munificentíssimus Deus, do papa Pio XII

Papa Pio XII
(AAS42 [1950], 760-762. 767-769)                 (Séc.XX)

Teu corpo é santo e cheio de glória
Nas homilias e orações para o povo na festa da Assunção da Mãe de Deus, santos padres e grandes doutores dela falaram como de uma festa já conhecida e aceita. Com a maior clareza a expuseram; apresentaram seu sentido e conteúdo com profundas razões, colocando especialmente em plena luz o que esta festa temem vista: não apenas que o corpo morto da Santa Virgem Maria não sofrera corrupção, mas ainda o triunfo que ela alcançou sobre a morte e a sua celeste glorificação, a exemplo de seu Unigênito, Jesus Cristo. 
São João Damasceno, entre todos o mais notável pregoeiro desta verdade da tradição, comparando a Assunção em corpo e alma da Mãe de Deus com seus outros dons e privilégios, declarou com vigorosa eloquência: “Convinha que aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, mesmo depois da morte, imune de toda corrupção. Convinha que aquela que trouxera no seio o Criador como criancinha fosse morar nos tabernáculos divinos. Convinha que a esposa, desposada pelo Pai, habitasse na câmara nupcial dos céus. Convinha que, tendo demorado o olhar em seu Filho na cruz e recebido no peito a espada da dor, ausente no parto, o contemplasse assentado junto do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda criatura como mãe e serva de Deus”. 
São Germano de Constantinopla julgava que o fato de o corpo da Virgem Mãe de Deus estar incorrupto e ser levado ao céu não apenas concordava com sua maternidade divina, mas ainda conforme a peculiar santidade deste corpo virginal: “Tu, está escrito, surges com beleza (cf. Sl 44,14); e teu corpo virginal é todo santo, todo casto, todo morada de Deus; de tal forma que ele está para sempre bem longe de desfazer-se em pó; imutado, sim, por ser humano, para a excelsa vida da incorruptibilidade. Está vivo e cheio de glória, incólume e participante da vida perfeita”. 
Outro antiquíssimo escritor assevera: “Portanto, como gloriosa mãe de Cristo, nosso Deus salvador, doador da vida e da imortalidade, foi por ele vivificada para sempre em seu corpo na incorruptibilidade; ele a ergueu do sepulcro e tomou para si, como só ele sabe”. 
Todos estes argumentos e reflexões dos santos padres apóiam-se como em seu maior fundamento nas Sagradas Escrituras. Estas como que põem diante dos olhos a santa Mãe de Deus profundamente unida a seu divino Filho, participando constantemente de seu destino. 
De modo especial é de lembrar que, desde o segundo século, os santos padres apresentam a Virgem Maria qual nova Eva para o novo Adão: intimamente unida a ele – embora com submissão – na mesma luta contra o inimigo infernal (como tinha sido previamente anunciado no proto-evangelho [cf. Gn 3,15]), luta que iria terminar com a completa vitória sobre o pecado e a morte, coisas que sempre estão juntas nos escritos do Apóstolo das gentes (cf. Rm 5 e 6; 1Cor 15,21-26.54-57). Por este motivo, assim como a gloriosa ressurreição de Cristo era parte essencial e o último sinal desta vitória, assim também devia ser incluída a luta da santa Virgem, a mesma que a de seu Filho, pela glorificação do corpo virginal. O mesmo Apóstolo dissera: Quando o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá o que foi escrito: A morte foi tragada pela vitória (1Cor 15,54; cf. Os 13,14). 
Por conseguinte, desde toda a eternidade unida misteriosamente a Jesus Cristo, pelo mesmo desígnio de predestinação, a augusta Mãe de Deus, imaculada na concepção, virgem inteiramente intacta na divina maternidade, generosa companheira do divino Redentor, que obteve pleno triunfo sobre o pecado e suas consequências, ela alcançou ser guardada imune da corrupção do sepulcro, como suprema coroa dos seus privilégios. Semelhantemente a seu Filho, uma vez vencida a morte, foi levada em corpo e alma à glória celeste, onde, rainha, refulge à direita do seu Filho, o imortal rei dos séculos.

Responsório

R. Eis o dia glorioso, em que a Virgem, Mãe de Deus,
aos céus foi elevada; louvando-a, proclamemos:
* Sois bendita entre as mulheres
e bendito é o fruto, que nasceu de vosso ventre.
V. Sois feliz, Virgem Maria; e mereceis todo louvor;
pois, de vós se levantou o Sol brilhante da justiça,
que é Cristo, nosso Deus. * Sois bendita.

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Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A solenidade da Assunção de Nossa Senhora, fixada para o dia 15 de agosto, no calendário litúrgico da Igreja, está sendo celebrada neste domingo, no Brasil, para que todos possam participar da celebração eucarística, pela especial importância desta festa mariana.
O dogma da Assunção de Nossa Senhora está relacionado essencialmente à sua Imaculada Conceição. Terminado o curso da sua vida terrena, por ter sido concebida sem pecado, Maria foi assunta em corpo e alma à glória celeste. “A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos”, conforme nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (n. 966). Por isso, o dogma da Assunção deve ser compreendido à luz da Imaculada Conceição e da Ressurreição de Jesus, proclamada na Primeira Carta aos Coríntios. “Cristo Ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20), afirma o apóstolo Paulo, mencionando, a seguir, aqueles que “pertencem a Cristo”, como Maria, destinados a participar da sua vitória sobre a morte.  A Assunção decorre da fé na ressurreição de Jesus e fortalece a nossa esperança de participar da sua vitória. Aquela que viveu profundamente unida ao seu Filho na terra, continua unida a Ele no céu, nossa pátria definitiva.
Para tanto, recorremos à intercessão de Nossa Senhora e nos dispomos a imitar os seus exemplos. O Evangelho nos apresenta a visita de Maria a Isabel.  O “sim” de Maria, a “serva do Senhor”, se prolonga pela caridade no serviço humilde e generoso a Isabel.  A “serva do Senhor” se faz servidora de Isabel. Nos lábios de Isabel, encontramos parte da Ave-Maria: “bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42). Dos lábios de Maria brota a belíssima oração conhecida como “Magnificat”, exaltando a misericórdia de Deus, que “se estende de geração em geração”, na sua vida e na vida de “todos os que o respeitam” (Lc 1, 50). A Assunção é sinal do cumprimento daquilo que afirma Maria em sua oração: “o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”; Ele “derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes”. Para chegar ao céu, é preciso percorrer o caminho da doação generosa e do serviço humilde aos irmãos, especialmente aos mais sofredores, sempre sustentados pelo amor misericordioso de Deus.
Neste domingo do Mês Vocacional, concluímos a Semana da Família e nos recordamos, especialmente, da vocação à vida consagrada. Aos irmãos e irmãs na vida consagrada, a nossa profunda gratidão e as nossas preces, suplicando a intercessão da Virgem assunta ao céu, modelo para todos os que se consagram a Deus.
O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

São João Eudes, promotor da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

REDAÇÃO CENTRAL, 19 Ago. 18 / 05:00 am (ACI).- “Autor, pai, doutor, apóstolo, promotor e propagandista da devoção litúrgica aos sagrados Corações de Jesus e Maria”. Foi assim que São Pio X definiu São João Eudes, cuja memória litúrgica a Igreja celebra neste dia 19 de agosto.

O sacerdote francês é o fundador da Congregação de Jesus e Maria e da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor. Também foi ele quem, pela primeira vez,introduziu a festa pública do Sagrado Coração.
João Eudes nasceu em 14 de novembro de 1601, na Normandia, França. Era o primogênito dos seis filhos do casal Isaac e Marta. Desde menino, deu sinais de grande inclinação ao amor de Deus.
Aos 14 anos, João ingressou no colégio dos jesuítas de Caen. Seus pais desejavam que se casasse e seguisse trabalhando na granja da família. Mas João, que tinha feito voto de virgindade, recebeu as ordens menores em 1621 e estudou Teologia em Caen com a intenção de consagrar-se aos ministérios paroquiais.
Pouco depois ingressou na congregação do oratório, que tinha sido fundado em 1611. Depois de solicitar com grande dificuldade a permissão paterna, foi recebido em Paris pelo superior geral em 1623. A finalidade da congregação do oratório consistia em promover a perfeição sacerdotal. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se integralmente à pregação entre o povo.
Em 1627, ocorreu na Normandia uma violenta epidemia de peste e João se ofereceu para assistir a seus compatriotas. O Pe. Eudes passou dois meses na assistência espiritual e material aos doentes. Depois, foi enviado ao oratório do Caen, onde permaneceu até que uma nova epidemia se desatou nessa cidade, em 1631. Para evitar o perigo de contagiar seus irmãos, João se separou deles e viveu no campo, onde recebia a comida do convento.
Passou os dez anos seguintes em missões evangelizadoras. São João Eudes se distinguiu entre todos os missionários. Assim que acabava de pregar, sentava-se para ouvir confissões, já que, segundo ele, “o pregador agita os ramos, mas o confessor é o que caça os pássaros”.
Uma das experiências que adquiriu durante seus anos de missionário, foi que as mulheres que tinham estado na prostituição e que tentavam se converter encontravam-se em uma situação particularmente difícil. Durante algum tempo, buscou resolver a dificuldade alojando-as provisoriamente nas casas das famílias piedosas, mas se deu conta de que esse remédio não era de todo adequado.
Assim, em 1671, São João Eudes alugou uma casa para as mulheres arrependidas, na qual podiam albergar-se, desde que encontrassem um emprego. Mais tarde, as religiosas que atendiam as mulheres arrependidas formaram a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, ordem que deu origem, no século XIX, à Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, conhecida como as Irmãs do Bom Pastor.
Em 1643, depois de muito rezar, refletir e consultar, São João Eudes abandonou a congregação do oratório. A experiência lhe ensinou que o clero precisava se reformar dos fiéis e que a congregação só poderia conseguir seu fim mediante a fundação de seminários.
Decidiu formar uma associação de sacerdotes diocesanos, cujo objetivo principal seria a criação de seminários para a formação de um clero paroquial zeloso. A nova associação foi fundada no dia da Anunciação de 1643, em Caen, com o nome de “Congregação de Jesus e Maria”.
São João Eudes e seus cinco primeiros companheiros se consagraram à “Santíssima Trindade, que é o primeiro princípio e o último fim da santidade do sacerdócio”. O distintivo da congregação era o Coração de Jesus, no que estava incluído misticamente o de Maria; como símbolo do amor eterno de Jesus pelos homens.
Em 1671, publicou um livro intitulado “A Devoção ao Adorável Coração de Jesus”. Já antes, o santo tinha instituído em sua congregação uma festa do Santíssimo Coração da Maria. Em seu livro incluiu uma Missa e um ofício do Sagrado Coração de Jesus.
Em 31 de agosto de 1670, celebrou-se pela primeira vez a dita festa na capela do seminário de Rennes e logo se estendeu a outras Dioceses. Assim, embora São João Eudes não tenha sido o primeiro apóstolo da devoção ao Sagrado Coração em sua forma atual, foi ele “quem introduziu o culto do Sagrado Coração de Jesus e do Santo Coração da Maria”, como o disse Leão XIII em 1903. O decreto de beatificação acrescentava: “Foi o primeiro que, por divina inspiração lhes tributou um culto litúrgico”.
Clemente X publicou seis bulas nas que concedia indulgências às confrarias dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, instituídas nos seminários de São João Eudes.
Durante os últimos anos de sua vida, o santo escreveu seu tratado sobre “O Admirável Coração da Santíssima Mãe de Deus”; trabalhou na obra muito tempo e a terminou um mês antes de morrer, no dia 19 de agosto de 1680.
Foi canonizado em 1925 e sua festa foi incluída no calendário da Igreja do ocidente em 1928.
ACI Digital

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Solenidade da Assunção da Santíssima Virgem Maria

REDAÇÃO CENTRAL, 15 Ago. 18 / 05:00 am (ACI).- “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Assim o Papa Pio XII definiu em 1950, através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, este dogma que é celebrado solenemente neste dia 15 de agosto – a Assunção da Santíssima Virgem Maria.

Igreja no Brasil celebra essa solenidade no domingo seguinte, neste ano, dia 19 de agosto.
O dogma da Assunção se refere a que a Mãe de Deus, ao cabo de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celestial.
Na celebração desta solenidade, em 2010, o Papa Bento XVIdestacou a importância dessa data. “Nesta solenidade da Assunção, contemplamos Maria: ela nos enche de esperança a um futuro repleto de alegria e nos ensina o caminho para alcançá-lo: acolher na fé o Seu Filho; nunca perder a amizade com Ele, deixando-nos iluminar e guiar pela Sua Palavra; segui-lo cada dia, inclusive naqueles momentos nos quais sentimos que nossas cruzes ficam pesadas. Maria, a arca da Aliança que habita no santuário do céu, nos indica com claridade luminosa que estamos em caminha à nossa verdadeira Casa, a comunhão da alegria e da paz com Deus”.
Catecismo da Igreja Católica explica que “a Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos” (966).
A importância da Assunção para homens e mulheres do começo do Terceiro Milênio da Era Cristã reside na relação que existe entre a Ressurreição de Cristo e nossa. A presença de Maria, ser humano como nós, que se encontra em corpo e alma já glorificada no Céu, é isso: uma antecipação da nossa própria ressurreição.
O Papa João Paulo II, em uma de suas catequeses sobre a Assunção, explicou isto nos seguintes termos: “O dogma da Assunção, afirma que o corpo de Maria foi glorificado depois de sua morte. Com efeito, enquanto para os demais homens a ressurreição dos corpos ocorrerá no fim do mundo, para Maria a glorificação do seu corpo se antecipou por singular privilégio”.
“Contemplando o mistério da Assunção da Virgem, é possível compreender o plano da Providência Divina com respeito a humanidade: depois de Cristo, Verbo Encarnado, Maria é a primeira criatura humana que realizou o ideal escatológico, antecipando a plenitude da felicidade prometida aos eleitos mediante a ressurreição dos corpos”, declarou São João Paulo II, na audiência geral de 9 de julho de 1997.
Ao celebrar esta solenidade em 1997, João Paulo II indicou: “Maria Santíssima nos mostra o destino final dos que ‘escutam a Palavra de Deus e a cumprem’ (Lc 11,28). Estimula-nos a elevar nosso olhar às alturas onde se encontra Cristo, sentado à direita do Pai, e onde também está a humilde escrava de Nazaré, já na glória celestial”.
ACI Digital

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Carta do Arcebispo Metropolitano à Igreja em Goiânia: Um alerta sobre programas de TV usados para semear contravalores, confusão e mentira.

Dom Washington Cruz / Foto: CNBB
Caros irmãos, caras irmãs

A vida em uma sociedade se constrói tendo como base a sua cultura, pois cada cultura possui um quadro de valores, passados de geração em geração, que formam as pessoas, suas convicções, seu modo de agir e de se relacionar. Os valores de uma determinada cultura se perpetuam de geração em geração,principalmente por meio da autoridade da família, da escola e da Igreja. Essa constatação não deve, porém, nos fazer esquecer que, desde que foi inventada, na década de 1930, a televisão vem se tornando não só um potente meio de comunicação, mas também um eficaz instrumento para influenciar a formação da cultura pois, por meio de seus programas, também propõe valores ou contravalores, que influenciam o modo de viver das pessoas.
Quando, por meio desse canal formativo, são transmitidos bons conteúdos,como às vezes acontece, as pessoas são edificadas e a sociedade se constrói positivamente. Entretanto, esse meio de formação pode se tornar um instrumento eficaz de ideologização e convencimento que termina porproduzir um processo de destruição das pessoas e da sociedade. Nos últimos tempos, dois programas da televisão brasileira foram usados para semear confusão e mentira, acabando por ferir a sensibilidade de muitos brasileiros.
O primeiro deles é a série Malhação, da Rede Globo de Televisão. Em um de seus capítulos, dois jovens aparecem ensinando como “não pagar mico quando o assunto é gênero e sexualidade”. Jogando com as palavras “sexo biológico, identidade de gênero, expressão de gênero e orientação sexual” e explicando-as segundo a compreensão da falsária Ideologia de Gênero, os artistas defendem a liberdade sexual e a diversidade, sem qualquer vínculo com a verdade sobre a pessoa, que está expressa no e pelo corpo. Essas ideias acabam por promover o liberalismo das experiências sexuais, sem qualquer vínculo com uma ordem moral, ou seja, terminam defendendo que, em nome da liberdade, no campo da sexualidade tudo é possível.
Infelizmente, os contravalores transmitidos por esse e outros programas televisivos estão atrelados a outros tantos males devastadores, defendidos pela Ideologia de Gênero em todos os seus matizes e propostas. Um deles é a legalização do aborto, que voltou à cena principal em virtude da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442 (ADPF 442) ajuizada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Em nome da liberdade, defendem tratar o problema em questão sem considerar que estão em jogo duas vidas a serem protegidas, a da mulher gestante e a do bebê, propondo que se escolha tirar a vida inocente e indefesa do nascituro.
O segundo programa televisivo em questão é a novela bíblica da Record TV, chamada Jesus. Na novela, a Santíssima Virgem Maria, a mãe de Jesus, é apresentada de modo discordante com as afirmações feitas na Sagrada Escritura e na Doutrina da Igreja Católica. Ela é figurada como Mãe de outros filhos, negando a sua Virgindade perpétua, isto é, negando que ela era virgem antes do parto e se manteve virgem durante e depois do parto, sendo Mãe apenas do seu Unigênito, Jesus. Além disso, o modo como Maria se comporta na sua relação com José ofusca a sua pureza e, por isso, fere sua dignidade de Mãe de Deus e Imaculada desde a sua concepção. Esse modo de apresentar Nossa Senhora fere frontalmente a sensibilidade do povo brasileiro, na sua maioria católico e devoto de Nossa Senhora Aparecida.
A televisão deveria servir para a edificação de uma nação, mas infelizmente isso não acontece com frequência. Por isso, convido todos os católicos e pessoas de boa vontade a sermos prudentes e críticos no uso desse instrumento, não assistindo qualquer programa e não aceitando acriticamente as afirmações feitas através desse meio de comunicação. Convido, de modo ainda mais vivo, a sermos rigorosos no discernimento sobre a permissão para o acesso das crianças e dos adolescentes aos programas de televisão. Essas duas etapas da vida, fundamentais na formação do caráter da aquisição dos valores, são as mais vulneráveis ao processo de ideologização que marca o Brasil atualmente. Por isso, devemos cuidar para que nossos filhos, se estritamente necessário, tenham acesso somente a conteúdos que correspondem à verdade sobre o homem e que possam edificá-los na verdadeira fé da Igreja. 
Em face aos programas mencionados e a todos os fatos ligados a eles, desejo manifestar minha perplexidade e minha reprovação. Sinto-me no dever de pastor de denunciar e repudiar tudo que fere a verdade sobre o homem e sobre a nossa fé, a fim de que nossas famílias possam ser fortalecidas e possamos construir, juntos, um Brasil melhor, em que elas sejam respeitadas. Rezemos a Jesus e a Nossa Senhora para que nosso país reaja contra esta tentativa de desconstruir o ser humano, tal como a natureza no-lo faz ver e a teologia da criação no-lo ensina.
Goiânia, 10 de agosto de 2018.


Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
ACI Digital / Arquidiocese de Goiânia

São Maximiliano Maria Kolbe, o mártir da caridade

REDAÇÃO CENTRAL, 14 Ago. 18 / 05:00 am (ACI).- “Por Jesus Cristo estou disposto a qualquer tipo de sofrimento. A Imaculada está comigo e ela me ajuda”, costumava dizer São Maximiliano Kolbe, sacerdote que morreu mártir em um campo de concentração nazista e cujo memória litúrgica a Igrejacelebra neste dia 14 de agosto.

São Maximiliano Maria Kolbe nasceu na Polônia em 8 de janeiro de 1894 na cidade da Zdunska Wola, que naquele tempo estava ocupada pela Rússia. Foi batizado com o nome Raimundo, na Igreja paroquial. Aos 13 anos, ingressou no seminário franciscano da Ordem dos Frades Menores Conventuais, na cidade polonesa do Lvov, a qual, por sua vez, estava ocupada pela Áustria. No seminário, adotou o nome de Maximiliano. Finalizou seus estudos em Roma e em 1918 foi ordenado sacerdote.
Devoto da Imaculada Conceição, pensava que a Igreja devia ser militante em sua colaboração com a Graça Divina para o avanço da Fé Católica. Movido por esta devoção e convicção, fundou em 1917 um movimento chamado “Milícia da Imaculada”, cujos membros se consagrariam à Bem-aventurada Virgem Maria e teriam o objetivo de lutar mediante todos os meios moralmente válidos, pela construção do Reino de Deus em todo mundo.
Verdadeiro apóstolo moderno, iniciou a publicação da revista mensal “Cavaleiro da Imaculada”, orientada a promover o conhecimento, o amor e o serviço à Virgem Maria na tarefa de converter almas para Cristo. Com uma tiragem de 500 exemplares em 1922, alcançou cerca de 1 milhão de exemplares em 1939.
Em 1929, fundou a primeira “Cidade da Imaculada”, no convento franciscano de Niepokalanów a 40 quilômetros de Varsóvia, que no passar do tempo se converteria em uma cidade consagrada à Virgem.
Em 1931, logo após o Papa solicitar missionários, ofereceu-se como voluntário. Em 1936, retornou à Polônia como diretor espiritual do Niepokalanów e, três anos mais tarde, em plena Guerra Mundial, foi preso junto com outros frades e enviado a campos de concentração na Alemanha e Polônia. Foi liberado pouco tempo depois, precisamente no dia consagrado à Imaculada Conceição.
Foi feito prisioneiro novamente em fevereiro de 1941 e enviado à prisão de Pawiak, para ser transferido em seguida ao campo de concentração de Auschwitz, onde, apesar das terríveis condições de vida, prosseguiu seu ministério.
Em Auschwitz, o regime nazista procurava despojar os prisioneiros de todo rastro de personalidade, tratando-os de maneira desumana e impessoal, como um número; a São Maximiliano, atribuíram o número 16670. Apesar de tudo, durante sua estadia no campo, nunca abandonou sua generosidade e preocupação com os demais, assim como seu desejo de manter a dignidade de seus companheiros.
Na noite de 3 de agosto de 1941, um prisioneiro da mesma seção em que estava São Maximiliano fugiu; em represália, o comandante do campo ordenou sortear dez prisioneiros para serem executados. Entre os homens escolhidos estava o sargento Franciszek Gajowniczek, polonês, casado e com filhos. São Maximiliano, que não estava entre os dez prisioneiros escolhidos, se ofereceu para morrer em seu lugar. O comandante do campo aceitou a troca e o Padre Kolbe foi condenado a morrer de fome junto com os outros nove prisioneiros.
Dez dias depois de sua condenação e ao encontrá-lo ainda vivo, os nazistas lhe deram uma injeção letal em 14 de agosto de 1941. Em 1973, o Papa Paulo VI o beatificou e, em 1982, São João Paulo II o canonizou como Mártir da Caridade.
ACI Digital

domingo, 12 de agosto de 2018

Do Diálogo sobre a Divina Providência, de santa Catarina de Sena, virgem

(4,13: ed. latina, Ingolstadii 1583, ff. 19v-20)                     (Séc. XIV)
Nos vínculos da caridade
Meu dulcíssimo Senhor, volta complacente teus misericordiosos olhos para este povo e para o Corpo místico de tua Igreja; porque maior glória advirá a teu santo nome por perdoar a tamanha multidão de tuas criaturas do que só a mim, miserável, que tanto ofendo a tua majestade. Como poderei eu consolar-me, vendo-me possuir a vida, se teu povo está na morte? E vendo em tua diletíssima Esposa as trevas dos pecados brotadas de minhas faltas e das outras criaturas tuas?
Quero, pois, e para cada um peço aquela inestimável caridade que te levou a criar o ser humano à tua imagem e semelhança. Que coisa ou pessoa foi o motivo de colocares o ser humano em tão grande dignidade? Sem dúvida, só inapreciável amor que te fez olhar em ti mesmo tua criatura de quem te enamoraste. Mas reconheço abertamente que pela culpa do pecado com justiça perdeu a dignidade que lhe deras.
Tu, porém, movido pelo mesmo amor, desejando por graça reconciliar contigo o gênero humano, nos deste a palavra de teu Filho unigênito. Verdadeiro reconciliador e mediador entre ti e nós e também nossa justiça, que castigou e carregou em si todas as nossas injustiças e iniquidades, em obediência ao que tu,Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe assumir nossa humanidade. Ó abismo de indizível caridade! Que coração há tão duro que continue impassível sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima baixeza e abjeção, que é a nossa humanidade?
Nós somos tua imagem e tu, nossa imagem, pela união que realizaste com o ser humano, velando a eterna Divindade com a mísera nuvem e infecta matéria da carne de Adão. Donde vem tudo isto? Unicamente teu inefável amor está em causa. É, pois, por este inestimável amor que humildemente imploro tua majestade, com todas as forças de minha alma, que concedas gratuitamente às tuas miseráveis criaturas tua misericórdia.

Responsório Sl 100 (101),1-2

R. Eu quero cantar o amor e a justiça,
cantar os meus hinos a vós, ó Senhor.
* Desejo trilhar o caminho do bem;
Mas quando vireis até mim, ó Senhor?
V. Viverei na pureza do meu coração,
no meio de toda a minha família. 
* Desejo trilhar o caminho do bem;
Mas quando vireis até mim, ó Senhor?

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF