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terça-feira, 31 de julho de 2018

Existe um “projeto diabólico” para destruir a família, adverte autoridade vaticana

Imagem referencial / Foto: Pixabay (Domínio Público)
Vaticano, 30 Jul. 18 / 05:00 pm (ACI).- O Vigário Geral do Papa para a Cidade do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri, denunciou que atualmente existe "um projeto diabólico" para combater a família.
Na Missa celebrada em 27 de julho, na paróquia de Sant’Ana, no Vaticano, por ocasião da Festa de São Joaquim e Sant’Ana, o Cardeal Comastri afirmou que há "um projeto diabólico para combater a família e, definitivamente, para o combater o desejo de Deus".
Afirmou que este mal atual "presume entender mais a Deus, porque combater a família significa isso, estar a serviço do demônio".
"Parece-me decisivo sublinhar que nós não inventamos a família. Deus inventou a família. A família é um projeto de Deus. O Senhor criou o homem e a mulher para ser o berço da vida e depois se tornar lugar onde as crianças possam crescer e aprender o alfabeto da vida. Devemos estar cegos para não ver isso", assinalou o Purpurado.
Recordou que o projeto diabólico contra a família também foi denunciado pelo poeta italiano Eugenio Montale, em 1970, quando se recordou em Milão os 25 anos do lançamento da bomba atômica nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
Cardeal Comastri lembrou que Montale disse que "é justo recordar aquele momento dramático com a esperança de que isso nunca mais se repita. Mas me sinto na consciência e no dever de avisar que está explodindo a bomba atômica da família e que talvez tenha mais vítimas e feridos do que na explosão em Hiroshima e Nagasaki. E a bomba está sendo colocada na mídia, apresentando falsos modelos de vida".
O Purpurado advertiu que atualmente esses “falsos modelos estão desorientando os jovens” e convidou a refletir as palavras da Virgem Mariaquando respondeu ao anjo depois de receber o anúncio de que seria a Mãe de Jesus.
"Maria, através do anjo, recebe o chamado a uma missão que deixaria qualquer pessoa tremendo e a resposta de Nossa Senhora é maravilhosa, de disponibilidade plena", manifestou.
Esta resposta da Virgem "tem suas raízes no ambiente espiritual da família, na educação e no exemplo dos seus pais. Nas famílias piedosas de Israel, rezavam e meditavam os salmos todos os dias", afirmou.
Acrescentou que o Magnificat, quando Maria encontra a sua prima Isabel, nasce da meditação familiar do amor de Deus.
"O Magnificat é uma leitura da história na qual domina a certeza de que os humildes serão os vitoriosos. A vida é uma guerra, uma luta. Quem vencerá? Vencerão os humildes, os bons, os puros, os misericordiosos. Maria diz isso no Magnificat, porque tem certeza de que Deus tem a última palavra", assinalou.
Do mesmo modo, o Vigário Geral do Papa para a Cidade do Vaticano comentou que Madre Teresa disse que, "há algum tempo, na família se aprendia sobre a generosidade, o altruísmo. Hoje se fortalece o egoísmo dos filhos e se colhe frutos amargos".
O Cardeal Comastri concluiu a sua homilia perguntando: "O que as crianças respiram em casa? Quais sinais são dados às crianças?”.
"A vida é uma viagem, necessita-se de sinalização ao caminhar. Comprometamo-nos a levar à família um clima de fé convencida para que as crianças, ao olharem para os seus pais, possam entender qual é a sinalização correta", afirmou.
ACI Digital

sábado, 28 de julho de 2018

17º Domingo do Tempo Comum: O Pão partilhado

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Neste e nos dois próximos domingos, interrompemos a leitura do Evangelho segundo Marcos, por ser o mais curto, para ler e meditar o capítulo sexto do Evangelho segundo João. Nele, Jesus se apresenta como o Pão da Vida, que multiplica o pão, saciando a fome da multidão.
O tema do pão partilhado já se encontra na primeira leitura. O profeta Eliseu partilha com o povo os pães que lhe foram oferecidos, ao invés de guardá-los para si. Ao realizar esse gesto de generosidade e partilha, Eliseu mostra que Deus quer saciar a fome do seu povo. É uma prefiguração do “sinal” realizado por Jesus.
O apóstolo Felipe, assim como ocorreu com o servo do profeta Eliseu, não acreditava ser possível saciar a fome do povo, considerando o pouco que tinham. Deus abençoa e multiplica o pão partilhado! Ele conta, hoje, com o pouco que podemos oferecer para multiplicar o pão, assim como Jesus contou com a colaboração das pessoas para realizar tantos outros milagres, “sinais” da chegada do Reino.
A narrativa joanina da multiplicação dos pães realça a significativa figura de um menino que oferece os pães e os peixes. Era muito pouco perante a multidão que ali estava. A condição física e social de uma criança, marcada pela fragilidade e pequenez, torna ainda mais significativa a oferta dos cinco pães e dois peixes, que somados equivalem a sete, número da totalidade ou plenitude, no contexto bíblico. Portanto, não se oferece apenas o que sobra ou que tem pouco valor, mas o que se tem e que se considera importante. Acrescente-se a isso, o gesto de Jesus de dar graças pelos pães e os peixes, expressando que os bens partilhados são dons de Deus.
Infelizmente, há muita indiferença perante o drama da miséria e da fome, conforme tem ressaltado o Papa Francisco. É preciso dispor-se a partilhar generosamente o pouco que se tem, reconhecendo que os bens são dons de Deus. É ele o Senhor! Somos apenas administradores de bens que são dele e de cuja administração nós devemos prestar contas a ele. Contudo, o Evangelho de hoje nos convida a colocar nossa fé em Jesus Cristo, o Pão da Vida, que vem saciar a nossa fome de vida e que, através de nós, apesar da nossa fragilidade e pequenez, quer saciar a fome sofrida por tanta gente: fome do pão cotidiano nas casas, fome do pão da Palavra e da Eucaristia. Além das iniciativas pessoais, são muito importantes as ações comunitárias, isto é, a vivência comunitária da caridade e da partilha através das pastorais e dos movimentos. A celebração eucarística, no qual partilhamos o Pão da Vida, seja fonte e sustento da partilha do pão cotidiano!

O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Missionária católica que cantou para o Papa está no The Voice Brasil





RIO DE JANEIRO, 23 Jul. 18 / 07:00 am (ACI).- “Eu sou católica”, assim a cantora Larissa Viana se apresentou aos jurados do programa ‘The Voice Brasil’ na noite de quinta-feira, 19 de julho, após ter as quatro cadeiras viradas para ela nas audições às cegas.
A artista, que escolheu fazer parte do time de Lulu Santos, foi criada na Igreja Católica desde pequena e, antes de conquistar os jurados do programa televisivo, já havia se apresentado ao mundo em 2013, ao subir no palco da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, quando cantou para o Papa Francisco.
No ‘The Voice’, Larissa interpretou a canção “Man in the Mirror” e, no início de sua apresentação, os quatro jurados viraram as cadeiras para a artista.
Diante de Lulu Santo, Ivete Sangalo, Michel Teló e Carlinhos Brown, Larissa contou que é católica e viaja pelo Brasil “cantado música católica”. “Eu canto também música popular, porque acredito na beleza da música. Acho que a gente, que é artista, precisa ser muito fiel ao que é belo e que transforma a vida das pessoas”.
A apresentação da jovem logo repercutiu nas redes sociais, iniciando esta sexta-feira, entre os assuntos mais comentados.
“Que alegria!”, expressou a cantora em suas redes sociais. “Ter as quatro cadeiras viradas assim tão rápido foi muito legal! Só que mais especial do que estar naquele palco, na frente de pessoas que tanto admiro e fazendo o que mais amo, é receber esse carinho todo de vocês”, afirmou, ao agradecer a todos.
Nascida em Petrópolis (RJ), Larissa tem 22 anos e foi criada na Igreja Católica. Em uma recente entrevista ao programa “Alegrai-vos” da Rádio Aliança FM, contou que a sua “relação com a música católica existe desde sempre”.
“Eu me entendi artista a partir da minha relação com a música católica”, indicou a jovem que iniciou os estudos de canto aos 9 anos e logo começou a “cantar em ministérios de música”.
“Inicialmente – revelou –, eu queria ser médica, mas Deus foi encaminhando meu caminho para que eu seguisse por esse rumo, colocando pessoas especiais que apostaram naquilo que Deus tinha para mim”, revelou.
Entre as várias pessoas que acompanham Larissa nessa caminha, está a cantora católica Ziza Fernandes. E foi após um encontro entre as duas em Petrópolis, que Larissa foi convidada para participar da Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro.
Na época, Ziza Fernandes era diretora musical dos atos centrais da JMJ e convidou Larissa para cantar ‘Panis Angelicus’ na Missa de abertura, na Praia de Copacabana. Porém, ela acabou cantando cinco canções, incluindo o ‘Salve Regina’ na vigília de oração e a participação na Missa de Envio, presidida pelo Papa Francisco.
Para a jovem, que atualmente faz faculdade de canto lírico, esta foi uma “experiência muito bonita de ser Igreja, de ser comunidade, de partilhar a Eucaristia”.
A relação de Larissa com a Jornada Mundial da Juventude voltou a se estreitar neste ano, quando participou da gravação da versão em português do hino oficial da JMJ Panamá 2019.
“A gravação do Hino JMJ foi uma experiência maravilhosa e muito leve de comunhão, partilha e entrega de todos nós que estávamos ali”, expressou Larissa em sua página de Facebook na época da gravação do hino, acrescentando que “isso é ser igreja! Isso é JMJ!”
ACI Digital

quinta-feira, 26 de julho de 2018

O caminho para alcançar o Céu

Dreamitime
Redação (Terça-feira, 24-07-2018, Redação (Terça-feira, 24-07-2018, Gaudium Press) Concluiremos a análise sucinta das duas últimas Bem-aventuranças, que tratam da paz bem como das perseguições movidas pelos maus contra os bons:

Não há paz para os ímpios

"Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5, 9).
Santo Agostinho define a paz como sendo a tranquilidade da ordem.Não se trata, portanto, de qualquer tranquilidade - como a que poderia existir num cemitério -, mas a da ordem.

Promover a paz significa primordialmente rezar e agir para que haja ordem em cada pessoa. E a ordem só será conseguida se ela evitar o pecado, obedecendo aos Mandamentos.

Plinio Corrêa de Oliveira assim define o pecado: "... um ato de revolta contra Deus, que o homem praticou violando a ordem por Ele instituída".

O pecado provoca a desordem não só no indivíduo, mas também na sociedade; e até mesmo no universo, conforme afirmou Paulo VI:
"Todo pecado, efetivamente, acarreta uma perturbação da ordem universal, por Deus estabelecida com indizível sabedoria e caridade infinita, e uma destruição de bens imensos, quer se considere o pecador como tal, quer a comunidade humana."

Diz a Escritura: "Grande paz têm aqueles que amam vossa Lei" (Sl 118, 165). Portanto, não há paz para os ímpios, pois desprezam a Lei de Deus.

E Jesus continuou: "... serão chamados filhos de Deus": Ensina o Apóstolo: "Se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, se, de fato, sofremos com Ele, para sermos também glorificados com Ele" (Rm 8, 17). Ou seja, o Criador os receberá no Reino dos Céus.

As perseguições morais são mais perniciosas

"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos Céus" (Mt 5, 10-12).

"Justiça", nesse caso, significa santidade, a qual consiste não apenas na perfeição moral de si mesmo, mas na luta "pelos interesses e a glória de Deus, de Cristo, da Igreja".

As hagiografias demonstram como os santos sofreram perseguições físicas, que às vezes chegaram até ao martírio. Mas existem também as perseguições morais, que são mais perniciosas.

"No mundo de hoje, quantos perdem a Fé, por não aguentarem a pressão do ambiente de ateísmo prático que os envolve? E por isso, em nossos dias, talvez seja mais meritório proclamar a Fé diante do riso irônico de um círculo de pseudoamigos, do que o era ante o rugido das feras no Coliseu, nos primeiros tempos do Cristianismo.

"Por vezes, pior ainda do que a perseguição dos maus, é a incompreensão dos bons."

Os verdadeiramente bons sofrem não apenas devido às perseguições movidas contra suas pessoas, mas sobretudo por aquelas desferidas contra a Igreja Católica por inimigos externos ou internos. Estes últimos são "muito mais perigosos certamente e mais funestos do que os inimigos declarados, não só porque lhes secundam os esforços [...], como também porque, mantendo opiniões condenadas, mas dentro de certos limites, tomam uma aparência de integridade e de doutrina irrepreensível, aliciando os imprudentes amigos de conciliações e enganando as pessoas honestas, que se revoltariam contra um erro declarado."

Os que sofrerem essas perseguições com espírito altaneiro, pleno de Fé, de amor a Deus e ao próximo, receberão um prêmio eterno: o Reino dos Céus, infinitamente superior à felicidade que se pode conseguir neste mundo.

Antegozo, já nesta Terra, da felicidade eterna

"Com essas oito sentenças, Jesus indicou a via para alcançar o Céu, onde veremos a Deus face a face e participaremos da própria vida divina, possuindo a mesma felicidade da qual Ele goza. E quem rege sua conduta de acordo com elas começa por antegozar espiritualmente, já nesta Terra, a felicidade eterna.

"As Bem-aventuranças não são, portanto, frases para serem estudadas apenas com a inteligência, de modo frio, mas sim princípios de vida a serem lidos e meditados com o coração, com o calor de alma de quem quer se pôr a caminho, seguindo os passos de Nosso Senhor.

"Com uma suavidade toda divina, elas nos convidam à radicalidade na prática do bem, pois o padrão de virtude que nelas Cristo nos propõe não é outro senão Ele mesmo, o próprio Deus!"

O Sermão da Montanha é atualíssimo, pois "as raízes dos males atuais são idênticas às dos horrores da época de Jesus, que sinteticamente assim se poderiam enunciar: ‘a finalidade última do homem se cumpre nesta Terra; por isso ele deve fruir todos os prazeres que a vida e este mundo lhe oferecem'. Embora muitas pessoas afirmem que creem em Deus, vivem como se Ele não existisse.

"Falta à humanidade uma graça eficaz que a faça, como o filho pródigo, ter saudades da casa paterna e querer retornar às delícias das consolações de quem ama verdadeiramente a Deus, seus Mandamentos, e ao próximo como a si mesmo."

Peçamos a Nossa Senhora essa graça, a fim de que seja implantado logo e com todo esplendor o Reino de seu Imaculado e Sapiencial Coração.

Por Paulo Francisco Martos
(in "Noções de História Sagrada" 157)) 

quarta-feira, 25 de julho de 2018

São Cristóvão, padroeiro dos motoristas

REDAÇÃO CENTRAL, 25 Jul. 18 / 06:00 am (ACI).- São Cristóvão de Licia é um mártir importante na história do cristianismo do Oriente e do Ocidente, que viveu durante o governo de Décio, terceiro imperador romano, por volta do ano 250 d.C.

Sua famosa lenda, que é conhecido sobretudo no Ocidente e poderia ter sido extraída da antiga mitologia grega conta que ele levou um menino, ao qual não conhecia, através de um rio antes que a criança revelasse a ele que era Cristo.
Seu nome em grego era “Christophoros” e significa “o portador de Cristo”. Desde o século IV foi representado com o menino Jesus sobre seus ombros e levando um cajado com folhas.
Era crença comum que bastava olhar para sua imagem para que o viajante se visse livre de todo perigo durante aquele dia. Por isso, é considerado padroeiro dos peregrinos, viajantes, motoristas e transportadores em geral.
Segundo a tradição, foi um homem de grande estatura e serviu como soldado do Império Romano; também se diz que tinha uma alma caritativa e tentava ajudar os cristãos presos.
Cristóvão foi batizado em Antioquia e se dirigiu sem demora a pregar a L icia e Samos. Ali, foi preso pelo rei, que estava às ordens do imperador Décio. Após resistir a abdicar de sua fé diante de várias tentativas de tortura, ordenou-se que fosse degolado. Segundo Gualterio de Espira, a nação Síria e o próprio rei se converteram a Cristo graças ao santo.
São Cristóvão é um santo muito popular e poetas como García Lorca e Antonio Machado o cantaram em suas estrofes inspiradas. Sua estátua, sempre colossal e gigantesca, decora muitas catedrais.
ACI Digital

São Charbel Makhlouf, exemplo de vida consagrada e mística

REDAÇÃO CENTRAL, 24 Jul. 18 / 05:00 am (ACI).- São Charbel Makhlouf foi um asceta e religioso do Líbano pertencente ao rito maronita e o primeiro santo oriental canonizado desde o século XIII.

Este santo nasceu em 8 de maio de 1828 em Beqaa-Kafra, o lugar habitado mais alto do Líbano. Cresceu com o exemplo dos seus tios, ambos eremitas. Aos 23 anos, deixou sua casa em segredo e entrou no mosteiro de Nossa Senhora de Mayfuq, tomando o nome de uma mártir sírio: Charbel.
Fez os votos solenes em 1853 e foi ordenado sacerdote em 1859 por Dom José Al Marid, sob o patriarcado de Paulo I Pedro Masad. Fixou como sua residência o mosteiro de São Maron, em Annaya, que se encontra a 1067 metros acima do nível do mar.
Padre Charbel viveu nessa comunidade por 15 anos, sendo um monge exemplar, dedicado à oração, ao apostolado e à leitura espiritual.
Tempos depois, sentiu o chamado à vida eremita e, em 13 de fevereiro de 1875, recebeu a autorização para coloca-la em prática. Desde esse momento até a sua morte em 1898, dedicou-se à oração (rezava 7 vezes por dia a Liturgia das Horas), à ascese, à penitência e ao trabalho manual. Comia uma vez por dia e permanecia em silêncio.
A única perturbação a sua oração vinha pela quantidade de visitantes que chegavam atraídos por sua reputação de santidade. Esses buscavam conselho, a promessa de oração ou algum milagre.
Foi beatificado pelo Papa Paulo VI em 5 de dezembro de 1965, durante o encerramento do Concílio Vaticano II, e sua canonização aconteceu em 9 de outubro de 1977, durante o Sínodo Mundial dos Bispos.
Sua devoção se estendeu no Líbano, mas também cruzou fronteiras até a América.
ACI Digital

domingo, 22 de julho de 2018

16º Domingo do Tempo Comum: Cuidar com compaixão

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A Liturgia da Palavra deste 16º Domingo do Tempo Comum ressalta o pastoreio do rebanho que pertence ao Senhor, convidando-nos a participar da missão. O Evangelho segundo S. Marcos nos apresenta a “compaixão” de Jesus diante da “numerosa multidão” que o procurava, cuja situação era semelhante à de “ovelhas sem pastor” (Mc 6,34).
O profeta Jeremias (Jr 23,1-6) censura os “pastores” por não cuidarem do rebanho, deixando as ovelhas se dispersarem e se perderem. Ao mesmo tempo, ele anuncia que Deus irá substituí-los por pastores capazes de tomar conta das ovelhas e fará surgir da descendência de Davi o pastor ideal que reinará com sabedoria, justiça e retidão, trazendo a salvação e a vida para o seu povo. Reconhecemos, nessa profecia, a promessa messiânica, pois ela se cumprirá plenamente em Jesus Cristo, o Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas.
Na Carta aos Efésios, São Paulo nos mostra que Jesus Cristo, pelo seu sangue derramado, une os que se encontravam divididos em um “só corpo” (Ef 2,16), isto é, num só rebanho. Ele derrubou o muro da inimizade que separava judeus e pagãos e fez deles um só povo. Tal imagem faz pensar no muro do templo de Jerusalém que impedia aos pagãos de ultrapassá-lo e de violar o espaço reservado aos judeus ou na própria Lei de Moisés interpretada erroneamente por mestres que excluíam os pagãos da salvação.  No mundo de hoje, marcado por tantas divisões e violências, necessitamos anunciar que Cristo “é a nossa paz” (Ef 2,14), promovendo a reconciliação e a unidade, aos que se encontram perto e aos que estão longe (Ef 2,17).
O Salmo 22 nos recorda que o rebanho pertence ao Senhor. É ele o verdadeiro pastor que a todos conduz, contando também com a nossa colaboração no cuidado pastoral do seu rebanho, conforme os diversos dons e vocações. Além da dedicação dos pastores, cada um é chamado a oferecer a sua colaboração no cuidado pastoral e na ação missionária da Igreja, testemunhando a “compaixão” diante dos que mais sofrem, através de gestos concretos. Cuidar das ovelhas sofridas com compaixão é missão a ser compartilhada por nós na Igreja. Cada um é também chamado a contribuir para que a paz e a reconciliação ofertadas por Jesus aconteçam na vida das pessoas, nas famílias e na sociedade.
Como fizeram os apóstolos, nós também nos reunimos com Jesus, na Celebração Eucarística, para contar a ele o que temos vivido e restaurar as nossas forças a fim de amar e servir os irmãos, cuidando com compaixão dos que mais sofrem.
O Povo de Deus/Arquidiocese de Brasília

domingo, 15 de julho de 2018

Início do Tratado sobre os Mistérios, de Santo Ambrósio, bispo

(Nn.1-7: SCh25 bis, 156-158)                               (Séc.IV)

Catequese sobre os ritos anteriores ao batismo
Tivemos diariamente sermões sobre a conduta moral, quando foram lidos os atos dos patriarcas ou os preceitos do livro dos Provérbios. Assim instruídos, vos acostumaríeis a andar pelas vias dos antepassados, a pôr-vos no mesmo caminho e a obedecer às divinas escrituras. Uma vez renovados pelo batismo, viveríeis da maneira conveniente a cristãos.
Agora, já é tempo de falar sobre os mistérios e manifestar o conteúdo dos sacramentos. Antes do batismo, se pensássemos em insinuá-los a não iniciados, julgaríamos trair mais do que entregar. E também porque em pessoas sem ideia preconcebida, a luz dos mistérios se difunde melhor do que se precedida por alguma palavra.
Abri, pois, os ouvidos e senti o bom odor da vida eterna que se desprende para vós do dom dos sacramentos. Era isso que vos dávamos a conhecer, quando no momento do mistério da abertura dissemos: Efetha, isto é, abre-te, de modo que cada um que se aproximava da graça sabia o que lhe interrogariam e devia lembrar-se da resposta pronta. Cristo realizou este mistério, como lemos no evangelho, ao curar o surdo-mudo.
Em seguida, abriu-se para ti o santo dos santos e entraste no santuário do novo nascimento. Lembra-te da pergunta que te fizeram, reconhece o que respondeste. Renunciaste ao diabo e às suas obras, ao mundo e a suas pompas e delícias. Tua palavra está guardada não no túmulo dos mortos, mas no livro dos vivos.
Ali viste o levita, viste o sacerdote, viste o sumo-sacerdote. Não dês atenção aos indivíduos, mas à graça dos ministérios. Na presença de anjos falaste, como está escrito. Os lábios do sacerdote guardam a ciência e busca-se de sua boca a lei, porque é um anjo do Senhor onipotente. Não há ocultar, não há negar; é anjo quem anuncia o reino de Cristo, a vida eterna. Não leves em conta a aparência, mas o múnus. Atende àquilo que te entrega, pondera seu cargo e reconhece sua dignidade.
Tendo, pois, entrado, para veres teu adversário a quem julgaste dever renunciar frontalmente, tu te voltaste para o Oriente; quem renuncia ao demônio, converte-se para Cristo, contempla-o em face.

Responsório Tt 3,3.5b; Ef 2,3

R. Também nós outrora fomos insensatos,
incrédulos, errantes e maldosos,
movidos por malícia e por inveja,
dignos de ódio e uns aos outros nos odiando.
* Mas por amor, Deus nos salvou pelo batismo,
que nos renova e regenera pelo Espírito.
V. Todos nós antes vivíamos mergulhados
nos desejos da carnal concupiscência
e éramos, nós por natureza, filhos da ira.
* Mas por amor, Deus nos salvou pelo batismo,
que nos renova e regenera pelo Espírito.

www.liturgiadashoras.org

domingo, 8 de julho de 2018

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

(Serm. 19,2-3:CCL41,252-254)            (Séc.V)

Sacrifício para Deus, um espírito contrito
            Reconheço o meu pecado, diz Davi. Se eu o reconheço, perdoa-me, Senhor! Mesmo procurando viver bem, de modo algum tenhamos a presunção de ser sem pecado. Que demos valor à vida em que se pede perdão. Os homens sem esperança, quanto menos atentam para os próprios pecados, com tanto maior curiosidade espreitam os alheios. Procuram não o que corrigir, mas o que morder. Não podendo escusar-se, estão prontos a acusar. Não foi este o exemplo de rogar e de satisfazer a Deus que Davi nos deu, dizendo: Porque reconheço meu crime e meu pecado está sempre diante de mim. Davi não estava atento aos pecados alheios. Caía em si, não se desculpava, mas em si mesmo penetrava e descia cada vez mais profundamente. Não se poupava, e por isso podia confiadamente pedir para si o perdão.
              Queres reconciliar-te com Deus? Repara como procedes contigo, para que Deus te seja propício. Presta atenção ao salmo, onde lemos: Porque se quisesses um sacrifício, eu o faria certamente; não te causam prazer os holocaustos. Então ficarás sem sacrifício para oferecer? Nada oferecerás? Com nenhuma oblação tornarás Deus propício? Que disseste? Se quisesses um sacrifício, eu o faria certamente; não te causam prazer os holocaustos. Continua, escuta e dize: Sacrifício para Deus é o espírito contrito; o coração contrito e humilhado Deus não o despreza. Rejeitado aquilo que oferecias, encontraste o que oferecer. Como os antepassados, oferecias vítimas de animais, ditos sacrifícios: Se quisesses um sacrifício, eu o faria certamente. Não queres mais este gênero de sacrifícios, no entanto, procuras um sacrifício.
            Não te causam prazer os holocaustos. Se não tens prazer com os holocaustos, ficarás sem sacrifício? De modo algum. Sacrifício para Deus é o espírito contrito; o coração contrito e humilhado Deus não o despreza. Tens o que oferecer. Não examines o rebanho, não aprestes navios e não atravesses as mais longínquas regiões em busca de perfumes. Procura em teu coração aquilo de que Deus gosta. O coração deve ser esmagado. Por que temes que o esmagado pereça? Lê-se aqui: Cria em mim, ó Deus, um coração puro. Para que seja criado o coração puro, esmague-se o impuro.
               Sintamos aborrecimento por nós mesmos quando pecamos, porque os pecados aborrecem a Deus. Já que não estamos sem pecado, ao menos nisto sejamos semelhantes a Deus: o que lhe desagrada, desagrade também a nós. Em parte tu te unes à vontade de Deus, por te desagradar em ti aquilo mesmo que odeia aquele que te fez.

Responsório Sl 50(51),12

R. Meus pecados, ó Senhor, são como flechas
que foram encravadas no meu corpo;
porém, antes que meus erros causem chagas,
Curai-me por sincera conversão.
V. Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido. * Curai-me.
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O que significa no Credo que o Filho está sentado à direita de Deus Pai?

Representação de Jesus junto ao Pai / Foto: Wikipedia (Domínio Público)
REDAÇÃO CENTRAL, 08 Jul. 18 / 06:00 am (ACI).- Se alguma vez você se perguntou o que significa a frase do Credo “subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso”, esta notícia irá ajudar a dissipar essa dúvida.

Nesta nota, apresentamos cinco explicações oferecidas pelos doutores da Igreja Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino; e por um especialista inglês em temas eclesiais.
1. Estar sentado quer dizer “habitar”
Em sue Sermão aos Catecúmenos sobre o Símbolo dos Apóstolos, Santo Agostinho explica que a expressão “estar sentado” significa “morar”.
“Também os locais onde habitam os homens são chamados de ‘sedes’, e não é por isso que se fica ali sentado. Eles levantam, caminham. Não se está sentado e, todavia, tais locais são chamados de ‘sedes’. Assim também entendei o morar de Cristo à destra do Pai”, diz o santo.
Nesse sentido, Santo Agostinho afirma que nessa condição, Jesus “é bem-aventurado e pela beatitude lhe compete o nome de ‘destra do Pai’, pelo fato de que ‘destra do Pai’ significa exatamente felicidade”.
“Se quiséssemos compreender isso de modo material, deveríamos dizer que se Ele está assentado à destra do Pai, o Pai estará então à esquerda. É-nos lícito pensar que Eles se encontram assim? O Filho à destra, o Pai à esquerda? Lá tudo é destra porque não existe nenhuma infelicidade”, diz o Doutor da Igreja.
2. Deus Pai é “incorpóreo”
Em um artigo publicado em Catholic Herald, Stephen Bullivant, diretor do Centro Bento XVI para a Religião e Sociedade da Universidade de Saint Mary, na Inglaterra, indicou que enquanto o Filho tem um corpo humano glorificado, “o Pai é incorpóreo”.
Portanto, “não tem mãos nem lados para que o Filho se sente literalmente ao seu lado. Então, como muitas vezes ao tratarmos de questões religiosas, estamos falando aqui simbolicamente”.
3. Expressa o poder e a autoridade de Deus
Bullivant assinalou que em várias passagens da Bíblia esta frase é usada para expressar a “intimidade com o poder e a autoridade de Deus”.
Por exemplo, no Evangelho segundo São Mateus, Jesus recorda que o Salmo 110 indica: “O Senhor disse a meu Senhor: ‘Senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos por escabelo dos teus pés’” (Mt 22,44).
Em sua Carta aos Efésios, São Paulo diz o seguinte: “E qual a suprema grandeza de seu poder para conosco, que abraçamos a fé. É o mesmo poder extraordinário que ele manifestou na pessoa de Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar à sua direita no céu, acima de todo principado, potestade, virtude, dominação e de todo nome que possa haver neste mundo como no futuro” (Ef 1,19-22).
Sobre isso, Bullivant esclareceu que São Paulo não considera “a direita” como uma espécie de lugar subordinado no pódio divino. “Em vez disso, afirma que Cristo compartilha exatamente o mesmo poder e autoridade que o Pai”.
4. Cristo é plena e verdadeiramente Deus como é o Pai
Em terceiro lugar, Bullivant indica que Cristo não se “senta” à direita de Deus Pai Todo-poderoso como faria uma criança na sala de aula em frente ao professor. Ele se senta como o que é: um Juiz e um Rei.
“Ele está ‘sentado’ no sentido de estar instalado em uma posição de suprema honra e autoridade”.
Como assinala Santo Tomas de Aquino na Suma Teológica, citando São João Damasceno, “não supomos um lugar material quando falamos na direita do Pai. Pois, como poderia ocupar a direita, enquanto lugar, aquele que é incircunscritível? Porque direita e esquerda, materialmente falando, são propriedades dos seres circunscritíveis. Por onde, o que entendemos pela direita do Pai é a glória e a honra da divindade”.
Por isso, Cristo está entronizado como um igual ao Pai, porque é “plenamente e verdadeiramente Deus como é o Pai”.
5. Cristo feito homem mostra que viveremos na bem-aventurança divina
Bullivant destacou que Jesus está sentado à direita do Pai como Deus feito homem.
Indicou que os Padres da Igreja como Santo Atanásio e São Gregório Nazianzeno repetiam constantemente que “Deus se fez homem, para que o homem se faça Deus”.
Nesse sentido, recordou o que diz São Paulo em sua carta aos Romanos: “Se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados” (Rom 8,17).
“Como tal, então em nosso legítimo lar no Céu, habitaremos na bem-aventurança divina, isto é, à direita do Pai, junto com nosso semelhante Jesus Cristo”, ressaltou.
ACI Digital



quinta-feira, 5 de julho de 2018

Santo Antônio Maria Zaccaria, fundador dos Padres Barnabitas

REDAÇÃO CENTRAL, 05 Jul. 18 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 5 de julho, a Igrejacelebra a memória litúrgica de Santo Antônio Maria Zaccaria, fundador dos Clérigos Regulares de São Paulo e da Congregação das Angélicas de São Paulo, um homem apaixonado por Jesus Eucarístico e pela Virgem Maria, que se dedicou intensamente ao serviço da caridade.

Antônio Maria Zaccaria nasceu em Cremona em 1502, pertencente à rica família dos Zaccaria, de origem genovesa. Era filho único e seu pai faleceu quando ele tinha apenas 2 anos de idade. Na época, sua mãe, com 18 anos, foi cortejada por muitos pretendentes, mas decidiu rejeitar segundas núpcias só para dedicar-se totalmente à educação do filho.
Ainda menino começou a ser reconhecido por sua inteligência, mas sobretudo por sua caridade e humildade. Embora rico, vestia-se com modéstia e, já crescido, escolheu a profissão de médico para ficar mais perto das pessoas humildes, curar-lhe as doenças do corpo, gradativamente, para distribuir-lhe os remédios da alma, o conforto, a esperança, a paz com Deus.
Em 1528, abandonou a medicina e foi ordenado sacerdote. Estabeleceu-se em Milão, onde, com a colaboração de Tiago Morigia e Bartolomeu Ferrari, fundou a Congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo, mais conhecidos como Barnabitas, porque residiam junto à Igreja de São Barnabé.
A finalidade da nova congregação era a promoção da reforma do clero e dos leigos, não se consideravam monges nem frades, seu carisma específico era evangelizar e administrar os sacramentos.
Com a ajuda da Condessa de Guastalla, Ludovica Torelli, surgiu a congregação feminina das Angélicas, para a reforma dos mosteiros femininos. A palavra reforma era o emblema de 1500. Antônio Maria Zaccaria não dava importância às palavras, mas aos fatos.
O santo manteve muito presente em sua vida a importância de amar os demais. “Você quer chegar à perfeição? Quer ser, pelo menos, um pouquinho espiritual? Quer amar a Deus, ser seu bom filho e ser amado por Ele? Ame o próximo, oriente-se para o próximo, disponha-se beneficiar o próximo e não a ofendê-lo”, disse em um de seus sermões.
Ele ajudou na preparação do Concílio de Trento, cuja influência ainda persiste na Igreja. Foi também promotor da devoção à Eucaristia e da Adoração ao Santíssimo Sacramento, instituindo as quarenta horas de adoração ao Santíssimo Sacramento. Criou ainda os Grupos de Casais, para os leigos, sendo por isso considerado um pioneiro da Pastoral Familiar.
Durante uma de suas missões na Itália meridional, foi acometido por uma epidemia. Sabendo que sua morte se aproximava, voltou para os braços de sua mãe, na casa onde havia nascido.
Morreu aos 37 anos, em 5 de julho de 1539, assistido por sua mãe, que aceitara vida de solidão para não pôr obstáculos à vocação do filho. Foi canonizado em 1897 pelo Papa Leão XIII.
ACI Digital

domingo, 1 de julho de 2018

Solenidade de São Pedro e São Paulo

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
 Celebramos neste domingo, no Brasil, a solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo, transferida do dia 29 de junho para que todos possam participar da missa. Nós louvamos a Deus pela vida e a missão de São Pedro e São Paulo, especialmente, pelo martírio de ambos, testemunhando a fé em Jesus Cristo. A cor litúrgica vermelha, utilizada nesta celebração, expressa justamente o sangue derramado por estes dois grandes apóstolos por sua fidelidade a Cristo. As leituras da Bíblia nos falam a respeito deles. 
A primeira leitura ressalta a figura de Pedro, que se encontrava na prisão, por anunciar o Evangelho, mas foi libertado pelo Senhor.  Deus sustenta com a sua graça os que são perseguidos por serem discípulos fiéis de Jesus Cristo e testemunhas do Evangelho. Conforme rezamos, hoje, com o Salmo 33, “o anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem e os salva” e, por isso, “é feliz o homem que tem nele o seu refúgio”.  Na segunda leitura, a 2ª Carta de São Paulo a Timóteo nos apresenta o testemunho de S. Paulo, também perseguido e preso por causa da pregação do Evangelho, destacando a sua fidelidade e confiança em Deus naquela situação tão difícil. No fim de sua vida, Paulo pode dizer que “combateu o bom combate e conservou a fé” (2Tm 4,7).
A fé testemunhada por eles através do martírio foi proclamada por Pedro em resposta à pergunta de Jesus sobre o que os apóstolos diziam dele. “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16), respondeu Pedro. Diante dessa confissão de fé, Jesus lhe confia o serviço de governar a sua Igreja, representado pelas “chaves” e pelo poder de ligar e desligar (Mt 16,19). É importante recordar o antigo gesto de entregar as chaves das portas da cidade ao seu administrador. O nome “Pedro”, dado por Jesus a Simão, expressa solidez e proteção à Igreja, que recebe a promessa de que as portas do inferno não prevalecerão contra ela. A missão de Pedro continua na Igreja, através dos seus sucessores, conservando-a unida na fé professada pelo Apóstolo.
Por isso, nesta solenidade, celebramos o Dia do Papa. Rezemos pelo Papa Francisco, a exemplo dos primeiros cristãos que estavam unidos a Pedro, em oração: “A Igreja rezava continuamente a Deus por ele” (At 12,5). Hoje, nós somos convidados a permanecer unidos ao Santo Padre, acolhendo os seus ensinamentos e rezando por ele. É preciso estar atentos a notícias falsas e a pronunciamentos erroneamente atribuídos ao Papa Francisco. Como sinal de comunhão e de partilha, nesta ocasião, nós oferecemos o Óbolo de São Pedro, oferta a ser enviada ao Papa para atender às necessidades da Igreja.

O Povo de Deus/Arquidiocese de Brasília

Ordenação Presbiteral: Seis novos padres somarão com a Igreja de Brasília

"Sejam de fato pastores que sentem compaixão das multidões cansadas e abatidas"

Segundo o dicionário, a palavra vocação significa “inclinação que se sente para alguma coisa”. Apesar de seu significado amplo, para nós cristãos, a palavra vocação remete ao divino, faz pensar no propósito de nossa vida e na busca da vontade de Deus para cada um de nós. Para muitos a vocação não é mais uma dúvida. É uma certeza.
Foi por amor a Deus e movidos pela arrebatadora vocação ao sacerdócio, que na manhã deste sábado, 30 de junho, seis diáconos temporários se tornaram os mais novos membros admitidos à Ordem dos presbíteros, se tornaram sacerdotes sob os olhares atentos e emocionados de milhares de fiéis.
A cerimônia de Ordenação Sacerdotal foi realizada na Catedral Metropolitana de Brasília e presidida pelo arcebispo de Brasília, cardeal Sergio da Rocha e concelebrada pelos bispos auxiliares, dom Valdir Mamede, dom Marcony Ferreira, dom Leonardo Ulrich e dom José Aparecido, pelo bispo Diocesano de Assis (SP), dom Argemiro de Azevedo e por dom Valter Carrijo, bispo emérito de Brejo (MA). A Celebração contou também com a presença do clero da Arquidiocese.
Os novos sacerdotes são:
- Diácono Rafael da Silva Costa
- Diácono André Murilo Alves
- Diácono Daniel Isac da Costa
- Diácono Elizier Robuelto Salitamos
- Diácono Everton Vieira da Silva
- Diácono José Joaquim
Na Homilia, dom Sergio falou aos presentes sobre a verdadeira missão e a Igreja em saída, ressaltando os seguintes pontos:
Igreja em saída
“Não se escuta de longe o grito de quem pede socorro. Quem se aproxima, pode ver, pode escutar, pode se fazer ser solidário. Por isso, como tem insistido tantas vezes nosso querido Papa Francisco, é preciso sair ao encontro dos irmãos mais sofredores e acolher com caridade quem vem até nós. É preciso tomar a iniciativa e ir ao encontro dos que estão esperando o anúncio da Boa Nova do Evangelho. Para conhecer o campo da missão e a messe do Senhor não basta dados estatísticos ou redes sociais. É preciso sair do conforto da casa para entrar nas casas. É preciso visitar os doentes, conviver com os pobres, aconselhar os aflitos. Que os novos padres sejam de fato pastores que sentem compaixão das multidões cansadas e abatidas. ”
A oração
“A compaixão de quem sofre se expressa primeiramente através da oração. Diante da messe que é grande seguindo Jesus, é preciso rezar. Rezar assumindo com generosidade a própria condição de operário da messe do Senhor. O primeiro serviço sacerdotal é a intercessão pelo povo que acontece de modo especial na eucaristia, mas deve ser percebida e acompanhada na oração cultiva pela Igreja, principalmente pela oração cultiva pelo povo que é confiado a cada um de nós. ”
Simplicidade
“Os trabalhadores da messe são servidores do povo de Deus. Mas para assumir a condição de operário da messe não pode faltar essa atitude de serviço e de simplicidade. O sacerdote que se apresenta como servidor do povo de Deus vive na simplicidade. Padre não precisa e nem deve acumular coisas. Não necessita consumir tantos bens materiais para dar sentido a vida, para ter alegria. Por isso, seja simples no estilo de vida, estilo de quem se apresenta como trabalhadores da messe do Senhor. Disponibilidade para servir é o grande desafio no mundo em que vivemos marcado muitas vezes pela busca dos interesses próprios, das vaidades e da vida fácil. ”
Sacerdócio e missão
“A Igreja precisa de presbíteros dispostos a trabalhar em locais onde há multidões abatidas e cansada e ovelhas sem pastor. Por isso nem uma quadra, nem uma área residencial deve ficar sem a presença da Igreja, sem o pastoreio de nossos presbíteros. Por mais importantes e necessárias que sejam essas atitudes mencionadas, de compaixão de oração, de simplicidade, de disponibilidade para servir, nenhum trabalhador pode esquecer se que a messe é do Senhor. E ter presente que a messe é do Senhor traz esperança e confiança aos trabalhadores, não só os que assumem o ministério presbiteral, mas todo aquele que se coloca ao serviço de Deus. Por isso caminhem sempre com os olhos e corações voltados para o Senhor da Messe, pastor do rebanho. “Não tenhas medo Eu estou contigo para te defender”, diz o Senhor em Jeremias. “Eis que ponho as minhas palavras em sua boca”, por isso quem confia no Senhor não desanima perante as dificuldades nem desiste na missão quando se apresenta mais difícil, mas segue em frente sabendo que também é conduzido pelos braços do bom pastor. ”
Confiança
“Recordar que somos trabalhadores e não donos da messe, nos leva a conservar sempre a confiança em Deus, mas também nos leva a assumir nosso compromisso pastoral com redobrada responsabilidade. “Não descuides do dom da graça que tu tens”, afirma Paulo a Timóteo. Não se pode descuidar do dom recebido no Batismo, na Crisma, na Eucaristia, não se pode descuidar dos dons recebidos pela imposição das mãos no presbitério, conforme explícita São Paulo e como acontece hoje aqui. Coragem. ”

Texto e fotos: Kamila Aleixo
Arquidiocese de Brasília

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF