Translate

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

São João Bosco, fundador dos Salesianos

REDAÇÃO CENTRAL, 31 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- “Um só é meu desejo: que sejam felizes no tempo e na eternidade”, escreveu pouco antes de sua morte São João Bosco, cuja memória litúrgica é recordada neste dia 31 de janeiro. O fundador da Congregação Salesiana (os Salesianos) ficou também conhecido como patrono e mestre da juventude.

João Melchior Bosco Occhiena nasceu 16 de agosto de 1815 na aldeia del Becchi, perto de Morialdo em Castelnuovo (norte da Itália), em uma família muito humilde. Quando tinha dois anos, seu pai morreu e sua mãe, a Serva de Deus Margarida Occhiena, sendo analfabeta e pobre, foi responsável pela educação dos seus filhos.
Aos nove anos, João Bosco teve um sonho no qual viu uma multidão de meninos que brigavam e blasfemavam. Ele tentou silenciá-los com os punhos. Então, apareceu Jesus Cristo e lhe disse que devia ganhar os meninos com a mansidão e a caridade e que sua professora seria a Virgem Maria. A Mãe de Deus disse: “a seu tempo compreenderá tudo”.
Não conseguiu entender este sonho inicialmente, mas Deus mesmo o foi esclarecendo de diferentes maneiras com o tempo.
Dom Bosco teve que estudar e trabalhar ao mesmo tempo, com seu desejo de ser sacerdote. Ingressou no seminário de Chieri e conheceu São José Cafasso, que lhe mostrou as prisões e os bairros onde havia jovens necessitados. Foi ordenado sacerdote em 1841.
Iniciou o oratório salesiano, no qual todo domingo se reunia com centenas de meninos. No começo, esta obra não tinha um lugar fixo, até que conseguiram se estabelecer no bairro periférico de Valdocco. Depois de uma enfermidade que quase lhe custou a vida, prometeu trabalhar até o final por Deus através dos jovens.
São João Bosco se dedicou inteiramente a consolidar e estender sua obra. Deu alojamento a meninos abandonados, ofereceu oficinas de aprendizagem e, sendo um sacerdote pobre, construiu uma igreja em honra a São Francisco de Sales.
Em 1859, fundou os Salesianos, tomando como modelo São Francisco de Sales. Mais adiante, fundou as Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Além disso, construiu a Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Turim, e a Basílica do Sagrado Coração, em Roma, somente com doações.
Partiu para a Casa do Pai um 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e canonizado em 1924.
ACI Digital

Das Cartas de São João Bosco, presbítero

São João Bosco
(Epistolario, Torino 1959, 4,201-203)             (Séc.XIX)

Sempre trabalhei com amor
Antes de mais nada, se queremos ser amigos do verdadeiro bem de nossos alunos e levá-los ao cumprimento de seus deveres, é indispensável jamais vos esquecerdes de que representais os pais desta querida juventude. Ela foi sempre o terno objeto dos meus trabalhos, dos meus estudos e do meu ministério sacerdotal; não apenas meu, mas da cara congregação salesiana.
Quantas vezes, meus filhinhos, no decurso de toda a minha vida, tive de me convencer desta grande verdade! É mais fácil encolerizar-se do que ter paciência, ameaçar uma criança do que persuadi-la. Direi mesmo que é mais cômodo, para nossa impaciência e nossa soberba, castigar os que resistem do que corrigi-los, suportando-os com firmeza e suavidade.
Tomai cuidado para que ninguém vos julgue dominados por um ímpeto de violenta indignação. É muito difícil, quando se castiga, conservar aquela calma tão necessária para afastar qualquer dúvida de que agimos para demonstrar a nossa autoridade ou descarregar o próprio mau humor. Consideremos como nossos filhos aqueles sobre os quais exercemos certo poder. Ponhamo-nos a seu serviço, assim como Jesus, que veio para obedecer e não para dar ordens; envergonhemo-nos de tudo o que nos possa dar aparência de dominadores; e se algum domínio exercemos sobre eles, é para melhor servirmos.
Assim procedia Jesus com seus apóstolos; tolerava-os na sua ignorância e rudeza, e até mesmo na sua pouca fidelidade. A afeição e a familiaridade com que tratava os pecadores eram tais que em alguns causava espanto, em outros escândalo, mas em muitos infundia a esperança de receber o perdão de Deus. Por isso nos ordenou que aprendêssemos dele a ser mansos e humildes de coração.
Uma vez que são nossos filhos, afastemos toda cólera quando devemos corrigir-lhes as faltas ou, pelo menos, a moderemos de tal modo que pareça totalmente dominada.
Nada de agitação de ânimo, nada de desprezo no olhar, nada de injúrias nos lábios; então sereis verdadeiros pais e conseguireis uma verdadeira correção.
Em determinados momentos muito graves, vale mais uma recomendação a Deus, um ato de humildade perante ele, do que uma tempestade de palavras que só fazem mal a quem as ouve e não têm proveito algum para quem as merece.

Responsório             Mc 10,13-14; Mt 18,5

R. Traziam crianças a ele,
a fim de que ele as tocasse;
repreendiam, porém, os discípulos
àqueles que as apresentavam.
Jesus disse indignado ao vê-los:
* Deixai vir as crianças a mim
e não as queirais impedir,
pois delas é o reino de Deus.
V. Quem acolhe uma criança em meu nome,
é a mim que ele acolhe, diz Jesus. 
Deixai vir as crianças a mim
e não as queirais impedir,
pois delas é o reino de Deus.

liturgiadashoras.online

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Santo Tomás de Aquino, doutor da Igreja

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- A Igreja Católica recorda neste dia 28 de janeiro Santo Tomás de Aquino, filósofo, teólogo e doutor da Igreja, dotado de grande humildade e autor da famosa “Suma Teológica”. É o santo padroeiro da educação, das universidades e escolas católicas.

Tomás nasceu em Roccasecca, perto de Aquino, em Nápoles, em meio a uma família aristocrática, entre 1225 e 1227. Morreu cedo, em 7 de março de 1274, na abadia cisterciense de Fossanova, onde foi descansar depois de se sentir mal durante viagem para participar do Concílio de Lyon, a convite do Papa Gregório X.
Quando tinha cinco anos, recebeu seu primeiro treinamento com os monges beneditinos de Montecassino. Diz-se que, ao ouvir os monges cantando louvores a Deus, perguntou: “Quem é Deus?”. Ele era muito estudioso e tinha vontade de oração e meditação.
Em 1236, ingressou na Universidade de Nápoles. Captava os estudos com maior profundidade e lucidez que seus mestres.
Mais tarde, quando decidiu ingressar na Ordem de São Domingos, teve que enfrentar a resistência de sua família. Chegou a fugir para a Alemanha, mas foi pego no caminho por seus irmãos que o prenderam no castelo.
Entretanto, nem mesmo isso o dissuadiu de seu desejo de seguir a vida religiosa. Seguiu para Colônia, na Alemanha, onde foi instruído por Santo Alberto Magno.
Seu jeito silencioso e aparência robusta lhe renderam o apelido de “boi mudo” pelos companheiros que zombavam dele.
Mas, Tomás se tornou conselheiro dos Papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X. Até mesmo o rei São Luís, da França o consultava sobre os assuntos importantes. Lecionou em grandes universidades, como de Paris, Roma, Bologna e Nápoles.
Embora Santo Tomás tenha vivido menos de cinquenta anos, escreveu mais de sessenta obras, algumas curtas, outras muito longas. Isso não significa que toda a produção real foi escrita diretamente à mão; secretários o ajudaram, e seus biógrafos asseguram que ele poderia ditar a vários escribas ao mesmo tempo.
Sua obra “Suma Teológica” imortalizou o santo. Ele próprio a considerava simplesmente um manual de doutrina cristã para estudantes. Na verdade, é uma exposição completa, ordenada por critérios científicos da teologia e também um resumo da filosofia cristã.
Foi canonizado por João XXII, em 18 julho de 1323. No dia 28 de janeiro de 1567, foi declarado Doutor da Igreja por São Pio V. Logo passou, então, a ser chamado “doutor angélico”.
Seus restos mortais estão em Toulouse, na França, mas a relíquia de seu braço direito, com o qual escrevia suas obras, se encontra em Roma.
Santo Tomás de Aquino é representado com o Espírito Santo, um livro, uma estrela ou raios de luz sobre seu peito e a Igreja.
ACI Digital

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Santa Ângela de Mérici, fundadora das Ursulinas

REDAÇÃO CENTRAL, 27 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- “Se alguém, por seu estado de vida, não pode viver sem riquezas e posição, pelo menos, mantenha seu coração vazio do amor e estas”, costumava dizer Santa Ângela de Mérici, fundadora da primeira ordem de mulheres dedicada ao ensino, chamada as Ursulinas. Sua festa é celebrada neste dia 27 de janeiro.

Santa Ângela nasceu em Desenzano, perto de Brescia, no norte da Itália, por volta de 1470 ou 1474. Aos 10 anos, ficou órfã, então, ela, sua irmã e irmão foram criados por um tio com muito dinheiro.
Sua irmã mais velha faleceu de repente e a santa ficou muito preocupada porque ela tinha morrido sem os sacramentos. Foi assim que, certo dia, teve sua primeira experiência de êxtase na qual a Virgem Maria lhe apareceu.
Aos 13 anos, tornou-se terciária franciscana e viveu com muita austeridade, alimentando-se apenas de pão e vegetais em certas ocasiões. Não queria ter bens, nem uma cama, assim como Jesus, que não tinha onde recostar a cabeça.
Quando tinha 20 anos, seu tio morreu e Santa Ângela voltou para sua terra natal, onde deu catecismo aos pobres. Sua baixa estatura não lhe impediu de servir a Deus com grande amor. Em uma ocasião, viajou para a Terra Santa e perdeu a visão em Creta, mas manteve sua devoção na viagem, e a recuperou no mesmo lugar em que a perdeu.
Em 1525, foi a Roma e se encontrou com o Papa Clemente VII. O Pontífice lhe pediu que se encarregasse de um grupo de enfermeiras em Roma, mas a santa lhe revelou que havia tido uma visão na qual donzelas subiam ao céu em uma escada de luz. Isto a inspirou a formar um noviciado informal.
Na visão, as santas virgens estavam acompanhadas por anjos que tocavam doces melodias com arpas douradas. Todas tinham coroas com pedras preciosas. Mas, de repente, a música parou e Jesus em pessoa a chamou por seu nome e lhe disse para criar uma sociedade de mulheres.
Dessa maneira, o Santo Padre lhe outorgou a permissão para formar a comunidade. Santa Úrsula lhe apareceu e Santa Ângela a nomeou padroeira da comunidade.
Em 25 de novembro de 1535, na Igreja de Santa Afra de Brescia, Ângela e 28 companheiras mais jovens se uniram diante de Deus para entregar suas vidas ao serviço da educação das meninas. Foi assim que surgiu a Companhia das Ursulinas.
As mulheres da ordem não usavam hábito, mas um simples vestido preto; não faziam votos, não tinham vida de clausura, nem vida comunitária. Dedicavam-se à educação religiosa de meninas, especialmente as pobres, e ao cuidado dos doentes. As Ursulinas foram reconhecidas pelo Papa Paulo III em 1544 e se organizaram como congregação em 1565.
Santa Ângela partiu para a Casa do Pai em 1540, quatro anos depois da fundação e não pôde ver grande parte do crescimento da Congregação, mas seu exemplo de paciência e amabilidade com os pobres, enfermos e as pessoas de pouca ou quase nenhuma instrução ficaria para sempre na história.
Ao morrer, suas últimas palavras foram o nome de “Jesus” e um raio de luz brilhou sobre a santa. Em 1568, São Carlos Borromeu chamou as Ursulinas a Milão e as persuadiu a ingressar na vida de clausura.
São Borromeu, em um sínodo provincial, disse aos seus Bispos vizinhos que não conhecia uma forma melhor de reformar uma diocese do que introduzir as Ursulinas nas comunidades povoadas.
ACI Digital

domingo, 26 de janeiro de 2020

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano "A": SEGUIR A CRISTO

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Nos Domingos do Tempo Comum, a cada ano, a Igreja proclama um dos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). Neste ano, temos a oportunidade de ler e meditar, com a Igreja, o Evangelho segundo Mateus, que será lido em sequência, exceto nos domingos em que ocorrem solenidades com leituras próprias. Começa-se pelo capítulo 4º, com Jesus anunciando o Evangelho e chamando os seus primeiros discípulos, uma vez que os textos anteriores são proclamados em outros tempos litúrgicos. Por isso, neste ano, faça com especial atenção a leitura orante do Evangelho segundo S. Mateus.
O texto proclamado, neste domingo, nos convida a seguir a Cristo, imitando os seus primeiros discípulos. O cristão deve ser reconhecido como verdadeiro discípulo de Cristo. A palavra de Jesus é dirigida também a nós. A narrativa de Mateus ressalta o plural “sigam-me”, fazendo-nos pensar na importância de seguir a Jesus juntos, aceitando fazer parte do grupo dos discípulos, da comunidade dos que vivem da fé em Cristo. Embora a resposta ao chamado seja pessoal, nós seguimos a Jesus juntos, como discípulos em comunhão. Na segunda leitura, São Paulo destaca justamente a unidade que deve reinar na comunidade cristã, exortando os coríntios a “não admitir divisões” entre eles, mas a serem “bem unidos e concordes no pensar e no falar” (1 Cor 1,10).
O Evangelho proclamado se abre com o anúncio de que em Jesus se cumpriu a profecia de Isaías: “o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz” (Mt 4,16). O discípulo faz parte deste novo povo que vence as trevas e caminha na luz de Cristo; por isso, responde à palavra de Jesus: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 4,17). A conversão implica em mudança de mentalidade e de rota para retornar a Deus. Entretanto, o discipulado não se reduz a deixar pecados, incluindo também a renúncia de bens, conforme a atitude dos discípulos que deixaram redes, barca e família.
Todo verdadeiro discípulo torna-se também um missionário, devendo partilhar com os outros o dom recebido. Os discípulos passaram a seguir Jesus que “andava por toda a Galileia”, anunciando o Evangelho e indo ao encontro dos enfermos e sofredores (Mt 4,23). A Igreja necessita de discípulos que sejam verdadeiros missionários, testemunhando o Evangelho na vida cotidiana e participando da ação missionária na sua comunidade. Cada Paróquia é chamada a ser uma comunidade missionária. Para tanto, necessita de uma participação maior dos seus membros na ação pastoral e missionária.
Folheto: O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

Papa rechaça as narrações falsas e pede sabedoria para reconhecer a verdade

Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano, 24 Jan. 20 / 05:00 pm (ACI).- “Precisamos de respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos”. Assim se expressa o Papa Francisco na mensagem para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado em 24 de maio.
A mensagem, divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé nesta sexta-feira, 24 de janeiro, é dividida em 5 seções ou capítulos diferentes. No primeiro deles, sob o título “Tecer histórias”, recorda-se que “o homem é um ente narrador. Desde pequenos, temos fome de histórias, como a temos de alimento. Sejam elas em forma de fábula, romance, filme, canção, ou simples notícia, influenciam a nossa vida, mesmo sem termos consciência disso”.
Entretanto, no segundo capítulo, o Pontífice adverte que “nem todas as histórias são boas”. Chama a atenção sobre “quantas histórias nos narcotizam, convencendo-nos de que, para ser felizes, precisamos continuamente de ter, possuir, consumir”.
“Quase não nos damos conta de quão ávidos nos tornamos de bisbilhotices e intrigas, de quanta violência e falsidade consumimos. Frequentemente, nos ‘teares’ da comunicação, em vez de narrações construtivas, que solidificam os laços sociais e o tecido cultural, produzem-se histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência”.
Por isso, adverte que “quando se misturam informações não verificadas, repetem discursos banais e falsamente persuasivos, percutem com proclamações de ódio, está-se, não a tecer a história humana, mas a despojar o homem da sua dignidade”.
Frente a essas más histórias, “precisamos de sapiência para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas. Necessitamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas”.
Além disso, no terceiro capítulo, o Papa Francisco apresenta a Bíblia como “a História das histórias”, pois “Deus, através deste seu narrar, chama à vida as coisas e, no apogeu, cria o homem e a mulher como seus livres interlocutores, geradores de história juntamente com Ele”.
“A Bíblia é a grande história de amor entre Deus e a humanidade”, sublinha e destaca que “também os Evangelhos – não por acaso – são narrações”.
Do mesmo modo, ressalta no quarto capítulo que “a história de Cristo não é um patrimônio do passado; é a nossa história, sempre atual”, ou seja, é “uma história que se renova”.
“Cada um de nós conhece várias histórias que perfumam de Evangelho: testemunham o Amor que transforma a vida. Estas histórias pedem para ser partilhadas, contadas, feitas viver em todos os tempos, com todas as linguagens, por todos os meios”.
Por último, no capítulo quinto, também destaca que a Bíblia, além de ser uma história que se renova, é “uma história que nos renova”. “Nunca é inútil narrar a Deus a nossa história”, assegura.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
ACI Digital

São Timóteo e São Tito, discípulos de São Paulo Apóstolo

REDAÇÃO CENTRAL, 26 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- São Timóteo e São Tito foram discípulos de São Paulo, presidiram as comunidades cristãs da ilha de Éfeso e de Creta, respectivamente. Do mesmo modo, a eles foram dirigidas três cartas atribuídas a são Paulo. A festa de ambos é celebrada neste 26 de janeiro, o dia seguinte à festa da Conversão do Apóstolo dos gentios.

São Timóteo nasceu em Listra, filho de pai pagão e de mãe judia-cristã. No Novo Testamento, aparece como discípulos mais próximo a São Paulo, com quem realizou várias viagens.
O Apóstolo o nomeou Bispo de Éfeso e lhe escreveu duas cartas para orientá-lo na direção de suas comunidades: Primeira e Segunda Carta a Timóteo. Algumas de suas relíquias repousam na Itália desde 1239 na Catedral de Termoli, procedentes de Constantinopla.
São Tito aparece nas cartas de São Paulo, a quem acompanhou ao Concílio de Jerusalém. Depois de pregar em várias cidades, São Paulo o consagrou Bispo da ilha de Creta.
“Certa é esta doutrina, e quero que a ensines com constância e firmeza, para que os que abraçaram a fé em Deus se esforcem por se aperfeiçoar na prática do bem. Isto é bom e útil aos homens”, recomendou São Paulo a Tito (Tt 3,8)
ACI Digital

25/01/2020 Conversão de São Paulo

REDAÇÃO CENTRAL, 25 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 25 de janeiro, a Igreja Católica celebra o dia em que São Paulo – então chamado Saulo – alcançou a conversão, a caminho de Damasco, para onde se dirigia para perseguir os cristãos.

Como se recorda, quando ia para Damasco, Saulo foi derrubado do cavalo pelo próprio Jesus por meio de uma luz do céu que brilhou sobre ele e seus companheiros, cegando-o por três dias. Durante esse tempo, Saulo permaneceu na casa de um judeu chamado Judas, sem comer nem beber.
O cristão Ananias, a pedido de Cristo, foi ao encontro de Saulo, que recuperou a vista e se converteu, recebendo o batismo e passando a pregar nas sinagogas sobre o Filho de Deus, com grande espanto de seus ouvintes. Assim, o antigo perseguidor se converteu em apóstolo e foi eleito por Deus como um de seus principais instrumentos para a conversão do mundo.
São Paulo nasceu no Tarso, Cilícia (atual Turquia), e seu pai era cidadão romano. Cresceu no seio de uma família em que a piedade era hereditária e muito ligada às tradições e observâncias dos fariseus. Colocaram-lhe o nome Saulo e, como também era cidadão romano, levava o nome latino de Pablo (Paulo).
Para os judeus daquele tempo era bastante comum ter dois nomes, um hebreu e outro latino ou grego. Paulo será, pois, o nome que utilizará o apóstolo para evangelizar os gentios.
O período que vai do ano 45 ao 57 foi o mais ativo e frutífero de sua vida. Compreende três grandes expedições apostólicas das quais Antioquia foi sempre o ponto de partida e que, invariavelmente, terminaram por uma visita à Jerusalém.
Os restos do santo descansam na Basílica de São Paulo Extramuros, em Roma. Este templo é o maior, depois da Basílica de São Pedro.
ACI Digital

24/01/2020 - São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas e comunicadores

REDAÇÃO CENTRAL, 24 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- “O amor é a perfeição do espírito e a caridade é a perfeição do amor”, dizia São Francisco de Sales. Conhecido como o santo da amabilidade, lutou vários anos de sua vida para dominar sua ira e obteve a conversão de muitos. A festa deste Doutor da Igreja e padroeiro dos jornalistas e comunicadores é a celebrada neste 24 de janeiro.

São Francisco de Sales nasceu no castelo de Sales, na Saboya, em 1567. Desde menino era muito inquieto e brincalhão, tanto que sua mãe e sua ama tinham que estar constantemente vendo o que estava fazendo.
Sua luta contra a ira foi constante. Certo dia, um calvinista visitou o castelo, o pequeno Francisco se inteirou, tomou um pau e foi brincar de correr atrás das galinhas gritando: “Fora os hereges, não queremos hereges”.
Teve como mestre o Pe. Deage, sacerdote muito perfeccionista em suas exigências. Este preceptor lhe faria passar momentos amargos, mas lhe ajudaria muito em sua formação.
Aos 10 anos, recebeu a primeira comunhão e confirmação e, desde esse dia, comprometeu-se a visitar frequentemente o Santíssimo. Mais adiante, conseguiu que seu pai o enviasse ao Colégio do Clermont, dirigido pelos jesuítas e conhecido pela piedade e o amor à ciência.
Acompanhado pelo Pe. Deage, Francisco se confessava e comungava a cada semana, era dedicado aos estudos e reservava um par de horas diárias aos exercícios de equitação, esgrima e dança.
Muitas vezes o sangue lhe subia à cabeça pelas brincadeiras e humilhações. Mas, conseguia se conter de tal maneira que muitos nem imaginavam o seu mau gênio. Entretanto, o inimigo lhe fez sentir que seria condenado ao inferno para sempre. Este pensamento o atormentava até o ponto que perdeu o apetite e já não dormia.
Então, disse a Deus: “Não me interessa que me mande todos os suplícios que queira, desde que me permita seguir te amando sempre”. Logo, na Igreja de Santo Estêvão, em Paris, ajoelhado diante da imagem da Virgem, pronunciou a famosa oração de São Bernardo: “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria…”. Assim, recuperou a paz. 
Esta provação o ajudou muito a se curar do orgulho e saber compreender as pessoas em crise para assim tratá-las com bondade. Obedecendo seu pai, foi estudar direito em Pádua, tempo que aproveitou para estudar também teologia por seu grande desejo de ser sacerdote.
Aos 24 anos, obteve seu doutorado em leis e mais tarde, junto a sua família, manteve uma vida típica de jovem da nobreza. Seu pai desejava que se casasse e que obtivesse postos importantes, mas Francisco se mantinha em reserva por sua inquietação de consagrar-se a serviço de Deus.
Com a morte do decano do Capítulo de Genebra, seu primo Luis de Sales, alguns conhecidos fizeram com que o Papa lhe outorgasse este cargo. O jovem santo, por outro lado, começou a dialogar com seu pai sobre sua inquietação vocacional e pouco a pouco o convenceu.
Vestiu a batina no dia em que obteve a aprovação de seu pai e recebeu a ordem do sacerdócio seis meses depois. Exercia os ministérios entre os mais necessitados com muito carinho e seus prediletos eram os de berço humilde.
Entre os habitantes do Chablais, os protestantes tinham dificultado a vida dos católicos e Francisco se ofereceu para ir até lá com permissão do Bispo.
A fim de tocar os corações da população, o santo começou a escrever panfletos nos quais expunha a doutrina da Igreja e refutava os calvinistas. Estes escritos mais tarde formariam o volume das “Controvérsias”.
O que as pessoas mais admiravam era a paciência com que o santo vivia as dificuldades e perseguições.
Francisco caiu em uma grave enfermidade e, ao recuperar a saúde, foi à Roma onde o Papa estava. Lá, teólogos e sábios que tinham ouvido de suas qualidades fizeram-lhe perguntas difíceis de teologia. Todos ficaram maravilhados pela simplicidade, modéstia e ciência de suas respostas.
O Pontífice o confirmou como coadjutor de Genebra e o santo retornou à sua diocese para trabalhar com mais empenho. Quando o Bispo morreu, Francisco o sucedeu no governo e fixou sua residência em Annecy.
Teve como discípula Santa Joana de Chantal e do encontro destes dois santos surgiu a fundação da Congregação da Visitação, em 1610. Das notas com que instruía a santa, surgiu o livro “Introdução à vida devota”. Mais tarde, São Francisco de Sales o publicou, tendo sido traduzido em muitos idiomas.
Em 1622, o duque da Saboya convidou o santo para se reunir em Aviñón. O santo Bispo aceitou, pela parte francesa de sua diocese, mas arriscando muito sua saúde devido à longa viagem em pleno inverno.
Deixou tudo em ordem, como se soubesse que não voltaria. Quando chegou a Aviñón, as multidões se apinhavam para vê-lo e as congregações queriam que pregasse para elas.
Ao regressar, São Francisco se deteve em Lyon e se hospedou na casinha do jardineiro do Convento da Visitação. Atendeu as religiosas durante um mês inteiro e quando uma delas lhe pediu uma virtude para praticar, o santo escreveu “humildade”.
No cruel inverno, prosseguiu sua viagem pregando e administrando os sacramentos, mas sua saúde ia piorando até que partiu para a Casa do Pai. Sua última palavra foi o nome de Jesus. São Francisco de Sales expirou aos 56 anos, em 28 de dezembro de 1622, sendo Bispo por 21 anos.
No dia seguinte, a população inteira do Lyon passou pela humilde casa onde faleceu. Em 1632, abriram seu túmulo para saber como estava. Parecia que se encontrava em um aprazível sonho.
Santa Joana de Chantal foi ver o corpo do santo junto a suas religiosas e, quando lhe disseram que podia se aproximar, a santa se ajoelhou, tomou a sua mão e a pôs sobre a sua cabeça para lhe pedir a bênção.
Nesse momento, todas as irmãs viram que a mão do santo parecia recuperar vida e, movendo os dedos, acariciava a humilde cabeça de sua discípula. Hoje, em Annecy, as irmãs da Visitação conservam o véu que Santa Joana usava naquele dia.
São Francisco de Sales foi canonizado em 1665. Em 1878, o Papa Pio IX o declarou Doutor da Igreja. São João Bosco adotou o “santo da amabilidade” como patrono de sua congregação e como modelo para o serviço que os salesianos devem oferecer aos jovens.
ACI Digital

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Santo Ildefonso, capelão e fiel notário da Virgem

REDAÇÃO CENTRAL, 23 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- “Tu és meu capelão e meu fiel notário; recebe esta casula que meu Filho te envia”, disse a Virgem Maria quando apareceu a Santo Ildefonso. O santo tinha profunda devoção pela Imaculada Conceição doze séculos antes que fosse proclamado o dogma. Sua festa é celebrada neste dia 23 de janeiro.

Santo Ildefonso nasceu em Toledo (Espanha), no ano 606. Foi educado em Sevilha, por Santo Isidoro. Ildefonso optou pela vida monástica e, com o tempo, foi eleito Abade de Agalia. Em 657, foi eleito Arcebispo de Toledo e unificou a liturgia na Espanha. Escreveu muitas obras importantes sobre a Virgem Maria.
Certa noite de dezembro, Santo Ildefonso, junto com seus clérigos e alguns outros, foram à Igreja para cantar hinos em honra à Virgem. Viram que a capela brilhava com luz deslumbrante. A maioria saiu fugindo, exceto o santo e seus dois diáconos.
Quando se aproximaram do altar, encontraram Maria, a Imaculada Conceição, sentada na cadeira do Bispo e acompanhada de virgens que entoavam cantos celestiais. A Virgem lhes fez um sinal para que se aproximassem. O santo assim o fez e a Virgem lhe presentou com uma casula. Ela mesma o investiu e lhe disse para usá-la apenas nos dias festivos em sua honra.
A aparição e a casula foram tão evidentes que o Concílio de Trento fixou um dia de festa especial para perpetuar sua memória.  Na Acta Sanctorum, este fato aparece como “Descida da Santíssima Virgem e de sua Aparição”.
Santo Ildefonso partiu para a Casa do Pai em 669. Os peregrinos podem observar na catedral a pedra em que a Mãe de Deus colocou seus pés quando apareceu ao santo.
Oração a Maria de Santo Ildefonso
A ti recorro, Virgem singular e Mãe de Deus, e me prostro diante de ti, única a cooperar na encarnação do meu Deus. Humilho-me diante de ti, única escolhida para Mãe do meu Senhor, e rogo a ti, única serva de teu Filho; alcança-me o perdão dos meus pecados, dá-me ser purificado de minhas obras, faze-me amar a glória de tua virtude, revela-me a abundância da doçura do teu Filho, concede-me defender e falar da verdadeira fé, em teu Filho. Ajuda-me também a aderir a Deus e a ti. A ele como a meu Criador, a ti como Mãe do meu Criador; a ele como ao Senhor das virtudes: a ti como à serva do Senhor do universo; a ele como a Deus, a ti como à Mãe de Deus, a ele como ao meu Redentor, a ti como aquela que cooperou na minha redenção.
Pois o que ele realizou para me redimir foi verdadeiramente de tua pessoa que formou. Para se fazer meu Redentor, tornou-se teu Filho. Para se transformar no preço de meu resgate, encarnou-se na tua carne. O corpo no qual curou nossas feridas, foi da tua carne que o tirou para que pudesse ser ferido. O corpo no qual devia aniquilar os meus pecados, ele o recebeu de ti, sem pecado. A minha natureza, que como meu predecessor colocou em seu reino, na glória do trono do Pai que está acima dos anjos, ele a assumiu de ti, na sua humildade.
Sou teu servo, porque meu Senhor é teu Filho.  És minha senhora, porque és a serva do meu Senhor. Sou o servo da serva do meu Senhor, porque tu, minha Senhora, te tornaste a Mãe do teu Senhor. Tornei-me teu servo porque te tornaste a Mãe do meu Criador.
Eu te suplico, Virgem Santa, que o Espírito do qual geraste Jesus me obtenha possuir Jesus. Que o Espírito pelo qual tua carne concebeu Jesus conceda à minha alma receber Jesus. Que o Espírito que te fez saber o que é possuir e dar à luz a Jesus me faça conhecer Jesus.  Que nesse Espírito no qual te declaraste a serva do Senhor, aceitando que se fizesse em ti segundo a palavra do Anjo, também proclame humildemente as grandezas de Jesus. Que nesse Espirito no qual tu o adoras como Senhor e o contemplas como Filho, também eu ame a Jesus. E possa eu, realmente, ter para com Jesus o mesmo respeito que ele tinha para com seus pais, embora, na verdade, fosse Deus.
ACI Digital

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Dom Orani: O Brasil corre o perigo de se tornar um país ateu

Dom Orani durante a Missa /
Foto: Facebook Santuário Basílica de São Sebastião - Frades Capuchinhos
RIO DE JANEIRO, 21 Jan. 20 / 03:35 pm (ACI).- Ao celebrar a festa de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, o Arcebispo local, Cardeal Orani João Tempesta, advertiu que o Brasil corre o perigo “de ser um país confessional ateu, e não um país laico que respeita todas as religiões”.
O Purpurado presidiu a Santa Missa do padroeiro na manhã de segunda-feira, 20 de janeiro, no Santuário Basílica de São Sebastião, na Tijuca, quando recordou a história desse santo mártir e assinalou a perseguição que os cristãos sofrem ainda nos dias de hoje.
“O Papa Francisco ultimamente tem falado que os mártires dos últimos tempos são em maior número do que nos primeiros séculos. A intolerância contra os cristãos católicos continua e muito na sociedade mundial”, afirmou Dom Orani durante sua homilia.
o Arcebispo ressaltou que “mesmo em nosso país nós vemos os últimos acontecimentos como falar contra Cristo, Maria e os cristãos católicos parece que além de render muito dinheiro, interessa as pessoas” e que se “impõem porque acham que podem fazer tudo”.
“Nosso país corre o perigo de ver uma teocracia ateia, de ser um país confessional ateu, e não um país laico que respeita todas as religiões. Nós vemos que um pouco essa maneira de pensar vai cada vez mais sendo propagada em todos os cantos”, advertiu.
Por outro lado, salientou que “aquilo que o mártir representa e é para nós faz com que nunca desanimemos em todas essas situações, mas saibamos que, quanto mais perseguidos e martirizados, mais fortes, mais animados e mais evangelizadores nós somos e seremos ainda mais”.
Nesse sentido, exortou os fiéis a não temer “aqueles que nos perseguem” e saber “viver esse nosso tempo com firmeza e sem desanimar com os duros ataques que têm contra a Igreja, contra Cristo, contra o Papa. Que nós permaneçamos firmes no Senhor, testemunhando em quem nós colocamos a nossa esperança e dando as razões da nossa esperança”.
Ainda durante sua homilia, o Cardeal Tempesta recordou a trezena realizada no Rio de Janeiro nos dias prévios à festa do padroeiro, quando teve a oportunidade de percorrer diferentes realidades da cidade.
“O que me chama atenção é que o carioca, ou aquele que veio viver no Rio de Janeiro, aprendeu com São Sebastião a se levantar das flechadas e continuar vida, aprendeu a não desanimar”, observou o Purpurado, destacando como os moradores do Rio de Janeiro continuem “firmes”, mesmo enfrentando a violência, problemas nas áreas da saúde, da educação, do emprego, entre outros.
“O carioca é um forte, o habitante do Rio de Janeiro é um forte e aprende com São Sebastião a assim viver”, exclamou.
Porém, ressaltou que “sermos fortes e continuarmos firmes, como nos dá exemplo São Sebastião, não significa sermos acomodados e conformados coma situação. Nós também temos o direito de sonhar com tempos diferentes”.
“Por isso, ao mesmo tempo que nós sabemos vencer as vicissitudes, sabemos levantar das flechadas que levamos na vida, também somos convidados e chamados a exigir de quem tem responsabilidade, para que realmente nós possamos ter tempos melhores em todos os campos e de todas as maneiras”, indicou.
Além disso, pontuou que, ao olhar essa realidade, vê-se também “a vocação de São Sebastião do Rio de Janeiro, que sempre teve uma importância nesse país”, de modo que o que acontece nesta cidade “se torna notícia nacional ou internacional”.
Desse modo, declarou, “temos também uma missão de poder dar esperança para o país de que, realmente, ao recuperar a cidade, ao retomar com alegria a justiça e a paz nessa cidade, também possamos olhar para o Brasil e pedir também que isso aconteça na liberdade, na fraternidade, na preocupação com o outro, sem os antagonismos e sem os ódios e rancores que às vezes nos dividem uns contra os outros”.
À tarde, a festa de São Sebastião na cidade do Rio de Janeiro contou ainda com uma multitudinária procissão que saiu da Basílica no bairro Tijuca, que é administrada pelos Capuchinhos, e seguiu até a Catedral Metropolitana no Centro da cidade.
ACI Digital

Beata Laura Vicuña, protetora da dignidade e pureza da mulher

REDAÇÃO CENTRAL, 22 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- “Obrigada Jesus, obrigada Maria” foram as últimas palavras da Beata Laura Vicuña, cuja festa é celebrada neste dia 22 de janeiro. Ofereceu sua vida a Deus para que sua mãe se convertesse e deixasse de conviver com um homem que as maltratava e que tentou se exceder com a pequena beata.

Laura Vicuña Pino nasceu em Santiago (Chile), em 1891. Seu pai pertencia a uma família aristocrática de grande influência política e social. Sua mãe, no entanto, era de condição humilde.
Naquela época, uma revolução ocorreu no Chile. A família teve que fugir da capital e se refugiar a 500 km de distância. O pai morreu e a mãe ficou na indigência, com a responsabilidade de duas meninas, ‘Laurita’, de dois anos, e Julia. As três emigraram para a Argentina e a mãe, Mercedes, começou a conviver com Manuel Mora.
Em 1990, Laura ingressou como interna no Colégio das Filhas de Maria Auxiliadora, em Junín de los Andes. Em pouco tempo, começou a se destacar por sua devoção e sonhou de ser religiosa.
Certo dia, escutou da professora que Deus não gosta muito dos que convivem sem se casar e ‘Laurita’ desmaiou de susto. Na aula seguinte, quando a professora voltou a tocar no tema da união livre, a pequena beata começou a ficar pálida.
Laura compreendeu a situação em que sua mãe vivia e, em sua tenra idade, sentiu muita dor por Deus ser ofendido. Não ficou ressentida com sua mãe, mas, ao contrário, decidiu entregar sua vida a Deus para que sua mãe se salvasse.
A beata comunicou seu plano ao confessor, o sacerdote salesiano Crestanello, que lhe disse: “Isso é muito sério. Deus pode aceitar sua proposta e você pode morrer muito em breve”. Mas, Laura continuou decidida com sua oferta.
No dia de sua primeira comunhão, aos dez anos, ofereceu-se a Deus é foi admitida como “Filha de Maria”. Entretanto, em sua casa, Mora tentou manchar a virtude de Laura e ela, valentemente, resistiu com a força derivada da fé autêntica.
O homem a colocou para fora de casa, a fez dormir sob a intempérie e deixou de pagar a escola. Mas, as Filhas de Maria Auxiliadora a aceitaram gratuitamente. Um dia ‘Laurita’ voltou para casa e Mora a agrediu violentamente.
Em pleno inverno, uma inundação atingiu a escola e Laura, ajudando a salvar as meninas mais novas, passou horas com os pés na água gelada. Ficou doente dos rins, com muitas dores e sua mãe a levou para casa, mas não se recuperou.
Ao entrar em agonia, a beata disse: “Mamãe, há dois anos ofereci minha vida a Deus em sacrifício para obter que você não viva mais em união livre. Para que se separa desse homem e viva santamente”.
Mercedes, chorando, exclamou: “’Laurita’, que amor tão grande teve por mim! Eu te juro agora mesmo. A partir de hoje, nunca mais voltarei a viver com esse homem. Deus é testemunho de minha promessa. Estou arrependida. A partir de hoje, minha vida mudará”.
A beata mandou chamar o confessor e lhe disse: “Padre, minha mãe promete solenemente a Deus abandonar a partir de hoje aquele homem”. Então, mãe e filha se abraçaram chorando.
O rosto de Laura mudou completamente e se tornou sereno e alegre porque sentiu que cumpriu a sua missão na terra. Recebeu a unção dos enfermos, o viático e beijou várias vezes o crucifixo.
À sua amiga, que rezava com ela, disse: “Como a alma se sente feliz na hora da morte, quando se ama Jesus Cristo e Maria Santíssima”. Em seguida, olhando para a imagem da Virgem, agradeceu alegremente a Jesus e Maria e partiu para Casa do Pai em 22 de janeiro de 1904.
A mãe teve que mudar de nome e se disfarçar para sair da região, porque Manuel Mora a perseguia. O resto de sua vida, Mercedes levou uma vida santa.
São João Paulo II beatificou Laura Vicuña em 1988 e, naquela ocasião, o Papa peregrino disse: “A suave figura de Beata Laura... ensina a todos que, com a ajuda da graça, é possível triunfar sobre o mal”.
ACI Digital

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Teologia da prosperidade e teologia do coaching.

Written by Jaime Francisco
Por Jaime Francisco de Moura

A Teologia da prosperidade e suas raízes


Esta ideologia segue a confissão positiva e tem suas origens numa antiga heresia conhecida como gnosticismo. Tal heresia data do primeiro e segundo séculos da era Cristã e ensinava que havia uma verdade especial, mais elevada, acessível somente aos iluminados por Deus. Os gnósticos acreditavam que na natureza humana há o princípio do dualismo, isto é, que o espírito e o corpo duas entidades separadas são opostos.

A teologia da prosperidade, nos tempos modernos, teve início com o norte-americano Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866). Dedicou-se ao estudo da “cura espiritual”, iniciado com a prática da hipnose, que havia sido introduzida nos Estados Unidos.

Nas Igrejas protestantes, o principal idealizador da teologia da prosperidade foi Essek W. Kenyon, que se destacou nas décadas de 30 e 40. Ele foi influenciado pela Ciência da Mente, Ciência Cristã e pela Metafísica do Novo Pensamento. Aproveitando-se dos conceitos de Mary B. Eddy, ele empenhou-se em pregar a salvação e a cura em Jesus Cristo. Dava ênfase aos textos bíblicos que falam de saúde e prosperidade, além de aplicar a técnica do poder do pensamento positivo.

Se Essek William Kenyon foi o principal idealizador da “teologia da prosperidade”, coube a Kenneth Hagin a sua divulgação maciça por todo o mundo. Em abril de 1933, teria tido uma dramática experiência, que o levou à conversão, quando, por três vezes, teria morrido, vendo os horrores do inferno e retornando à vida. Em 1934, teria também se levantado do “leito da morte” pela “revelação da fé na Palavra de Deus”. Estudando os escritos de Kenyon, divulgou-os em livros, cassetes e seminários, dando sempre ênfase à confissão positiva. Em 1974, fundou o Centro Rhema de Adestramento Bíblico, em Oklahoma.

Com Hagin temos a configuração do falso ensino da “palavra da fé”, conceito tão importante que é o próprio título da principal revista do ministério criado por Hagin, num desenvolvimento das teses apresentadas por Kenyon. Reside aqui a ideia da “confissão positiva”, ou seja, como dizia Kenyon, “o que eu confesso, eu possuo”.
Essa doutrina se origina em uma “aparição”, em uma “visão” e, o que é mais importante, quando o próprio Hagin afirma que se encontrava aborrecido porque via os ímpios prosperarem, enquanto os membros de sua igreja passavam por dificuldades. Ele diz: “Eu costumava me preocupar quando eu via pessoas não salvas obtendo resultados, mas os membros da minha igreja não obtinham resultados. Então clareou em mim o que os pecadores estavam fazendo. Eles estavam cooperados com a lei de Deus – a lei da fé…” (HAGIN, K. Tendo fé em sua fé, p.4,5 apud HOWARD, J).

A primeira consequência danosa que a falaciosa “teologia da prosperidade” causa pode ser vista nos púlpitos das igrejas. Há pastores que transformam o púlpito em uma praça de negócios, e os crentes em consumidores. São obreiros fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. São amantes do dinheiro e estão embriagados pela sedução da riqueza. Há pastores que mudam a mensagem para auferir lucros. Pregam prosperidade e enganam o povo com mensagens tendenciosas para abastecer a si mesmos. Muitos têm se aproveitado desta falsa teologia para amealharem riquezas e fazer do evangelho um negócio rentável e cada vez mais crescente. Eles estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Negociam o ministério, mercadejam a Palavra e transformam a igreja em um negócio lucrativo.

Outra consequência maligna que a “teologia da prosperidade” tem gerado nos corações daqueles que cristãos dizem ser é o hedonismo, isto é, a busca exacerbada e incessante pelo prazer. O envolvimento com as coisas deste mundo, a busca incessante pelo prazer, que tanto caracteriza o mundo hodierno, é uma das coisas que faz com que se despreze a busca de um tempo dedicado a Deus. Nestes últimos dias, em que há homens “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2 Tm 3,4), é natural que “não se tenha tempo para Deus”.

Diversos modismos têm surgido nas igrejas que propagam a teologia da prosperidade. Dentre as inúmeras cito, como exemplo, a “purificação de ambientes”, para “proteção do crente e de sua família”. Nestas chamadas “purificações” são utilizados os mais variados elementos tais como “sal grosso, rosa ungida, óleo de Israel, água do rio Jordão” etc.
Outra consequência terrível da falaciosa teologia da prosperidade é a perda dos ideais cristãos. Muitos cristãos estão preocupados somente com as coisas materiais, com o aqui e o agora, e estão esquecendo que o objetivo precípuo da nossa jornada é morar no Céu. Infelizmente, boa parte das igrejas evangélicas tem perdido a dimensão escatológica do Reino de Deus, quando demonstra privilegiar apenas seu aspecto externo, isto é, o “ter” e não seu lado atemporal ou eterno, o “ser” (1Ts 4,17; 1Co 16,22).

Como a teologia da prosperidade é a base doutrinária das igrejas neopentecostais, ela gera literaturas “ditas cristãs” de auto-ajuda, confissão positiva, batalha espiritual, determinação da bênção, quarta dimensão, sacrifícios por meios de dízimos e ofertas (fogueira de Israel), encontros de células e G12 da onda apostólica.

É fácil identificar as igrejas neopentecostais pelo seu triunfalismo exacerbado, liderança centralizadora e autoritária, seus líderes tem idolatria pela mídia, pregam demasiadamente a total saúde e riqueza, falam demais nos demônios como causadores de todas as desgraças e misérias, atacam vergonhosamente a Igreja Católica e em cima da boa fé dos fiéis constroem seu poderoso império religioso e financeiro.

Teologia do coaching, a substituta da Teologia da Prosperidade

Mas o engraçado é que a teologia da prosperidade já começa a mudar de direção. Seus grandes ícones já foram expostos e desmascarados. Infelizmente ela ainda faz vítimas pela falta de conhecimento do povo, principalmente nas periferias, público alvo desse tipo de “teólogos”. Felizmente ela está cada vez mais marginalizada e ficando limitada a determinadas igrejas. Já está surgindo uma substituta para a tal teologia da prosperidade. É a teologia do coaching.

O que é o coaching?

Um mix de recursos que utiliza técnicas, ferramentas e conhecimentos de diversas ciências como a administração, gestão de pessoas, psicologia, neurociência, linguagem ericksoniana, recursos humanos, planejamento estratégico, entre outras visando à conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro”.

Como o coaching acontece?

“Conduzido de maneira confidencial, o processo de Coaching é realizado através das chamadas sessões, onde um profissional chamado Coach tem a função de estimular, apoiar e despertar em seu cliente, também conhecido como coachee, o seu potencial infinito para que este conquiste tudo o que deseja”.
O coaching utiliza de técnicas humanas num indivíduo que é o centro de tudo para que este alcance seus objetivos humanos. Muitos pastores e líderes tem enveredado por esse caminho. Tratam suas pregações como palestras motivacionais da fé que confundem fé com força e vontade, evangelho com motivacionismo e Cristo com um palestrante. O foco está naquilo que o homem pode fazer através da sua fé pessoal. Fé essa que passa por Cristo, mas que tem seu objeto na própria pessoa e nos seus esforços dirigidos. Muitas “pregações” tem o mesmo objetivo do coaching, ou seja, estão “visando à conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro”. O apelo pode ser até espiritual, mas ainda assim você já deve ter escutado muito coisas do tipo “como ser o melhor marido”, “como atrair e fidelizar pessoas para o reino”, “alcançando sucesso através da fé”. Tudo isso travestido de espiritualidade…

Materialismo

Há um desejo enorme em conquistar coisas. Sejam elas produtos do mercado como carros, casas, roupas, viagens ou algo mais “espiritual” como paz, pessoas, bom casamento, filhos educados, castidade, etc. As pessoas querem conquistar, possuir e avançar, sendo tudo isso fruto não da humilhante auto confrontação e negação de si mesmo, mas da auto-afirmação. O papel do pastor se tornou muito parecido com o do coach: “estimular, apoiar e despertar em seu cliente (ovelha)… o seu potencial infinito para que este conquiste tudo o que deseja”. É exatamente isso que essa mistura humanista-materialista busca: o potencial infinito de cada ser humano para conquistar aquilo que ele deseja. Há uma conexão com o existencialismo, onde o indivíduo e sua busca pessoal por significado em si mesmo passa a ser o centro do pensamento filosófico.

A Teologia do Coaching busca descobrir o potencial de cada pessoa para que ela alcance seus próprios objetivos. Dependência de Deus é algo apenas fantasiado. Orações são feitas apenas para que Deus abençoe nossos planos e para que Ele nos dê apoio em nossa própria empreitada. O sobrenatural é esquecido e Deus vai ficando cada vez mais distante. Na Teologia do Coaching o soberano é o indivíduo com suas decisões de fé e sucesso. Em muitas igrejas tudo que você vai encontrar nos púlpitos são mensagens sobre o que os homens podem fazer para ser alguma coisa melhor do que já são. Até a mistura com conteúdos de coaching, marketing pessoal e psicologia você encontrará. Aliás, tem sido comum pastores e líderes entrarem nesses cursos e palestras para serem mais persuasivos, contagiantes e teatrais (pra não usar manipuladores). O Espírito Santo não tem muito espaço na Teologia do Coaching, mesmo que usem seu nome.

A Teologia do Coaching está substituindo a Teologia da Prosperidade. Esse discurso tem atraído jovens, empresários, profissionais liberais, e todo o tipo de gente, principalmente na classe média. E aqui está a transição entre as duas abordagens. A Teologia da Prosperidade faz uma barganha com Deus crendo que Ele efetuará milagres para benefício material e espiritual do homem. A Teologia do Coaching eliminou a barganha ao deixar Deus de longe, mas passou a ter no próprio homem a força “milagrosa” para seu benefício material e espiritual. Na Teologia da Prosperidade ainda há uma certa dependência de Deus e seu agir sobrenatural, enquanto na Teologia do Coaching o homem declarou sua independência. O relacionamento de barganha foi substituído para o relacionamento de platéia. O Deus da Teologia do Coaching está assistindo e torcendo pelos grandes empreendedores no palco da fé.

Essa é uma teologia mais sutil, que parece mais humilde, mas na verdade transborda soberba ainda mais do que a tenebrosa Teologia da Prosperidade. Seu ambiente menos escandaloso e mais conformado a cultura secular permite que esse tipo de abordagem lote igrejas e obtenha grande aceitação. Geralmente se fala o que as pessoas querem ouvir e pecados são tratados como pedra e obstáculos no caminho que devem ser superados. A pregação fica até mais dinâmica, com uso de mídias, frases de efeito e motivação mútua. Tudo isso associado com o desejo material dos nossos dias só contribuem para que a Teologia do Coaching ganhe terreno.

Conclusão

Teologia da Prosperidade e Teologia do Coaching, ambas são maléficas e distantes do Cristianismo bíblico que leva o homem a negar a si mesmo, humilhar-se diante de Deus e depender dele em tudo. Ter sucesso profissional e conquistar riquezas não é pecado em si, mas isso não pode ser um dos pontos centrais de nossa espiritualidade cristã. Cuidado para não substituir a teologia da prosperidade pela teologia do coaching, em ambas o deus que adoram é o mesmo: o homem.

Fonte:

http://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/o-que-e-coaching/
Veritatis Splendor

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF