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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Sínodo dos Bispos: Aprovado documento final apresentado ao Papa Francisco

Sínodo dos Bispos - Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)
Vaticano, 28 Out. 18 / 12:52 pm (ACI).- Este Sábado 27 de outubro foi apresentado o Documento Final da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que, desde o dia 3 de outubro, foi celebrada em Roma com a temática dos jovens, a fé e o discernimento vocacional.
Em um início o Vaticano tinha anunciado a conferência de imprensa para apresentar o documento às 7:15 p.m.; entretanto, foi adiada até 8:30 p.m. hora local.
O documento (publicado em italiano) tem 167 pontos. Cada um foi votado de forma individual e aprovado com a maioria requerida de dois terços dos 268 padres sinodais.
Entre os pontos abordados está a sinodalidade da Igreja, assim como a escuta e o discernimento.
Sob essa óptica trataram-se temas sumamente variados como a centralidade da liturgia, a pastoral juvenil, o papel da mulher na Igreja, a sexualidade, o escândalo dos abusos, as perseguições, a espiritualidade, a vocação e seu discernimento, as relações entre gerações, a colonização cultural, o mundo do trabalho ou a importância da formação, em especial a formação dos seminaristas.
Embora todos os pontos obtiveram os dos dois terços dos votos necessários para a inclusão no documento final (ou seja, pelo menos 166 votos), alguns contaram com maior oposição.
É o caso do ponto 150, que fala dos caminhos de acompanhamento na fé das pessoas homossexuais, e que obteve 65 votos em contra e 178 a favor.
Outros pontos que tiveram um número expressivo de votos contrários foram o numeral 148 que versava sobre “a mulher na Igreja sinodal” (38 votos contra), o numeral 121 sobre “a forma sinodal da igreja” (51 votos em contra), o 39 sobre “as perguntas dos jovens” (43 votos em contra) ou o ponto 3, cujo título é “o documento final da assembleia sinodal” (que recebeu 43 votos contra sua inclusão no texto entregue ao Santo Padre).
Vocação
A escuta como condição essencial para receber a vocação percorre todo o Documento Final. O ponto 77 diz que a vocação “comporta uma longa viagem”. “A palavra do Senhor exige tempo para ser compreendida e interpretada; a missão à qual foi chamado se desvela gradualmente”.
“Para acolher em profundidade o mistério da vocação que encontra em Deus sua origem última, estamos chamados a purificar nosso imaginário e nossa linguagem religiosa, reencontrando a riqueza e o equilíbrio de nossa narração bíblica”, diz-se no ponto 78.
O Documento também chama a desenvolver uma cultura vocacional, criando “as condições para que em todas as comunidades cristãs, a partir da consciência batismal de seus membros, desenvolva-se uma verdadeira e específica cultura vocacional e um constante compromisso de oração pelas vocações”.
O Sínodo recorda que a vocação batismal é para todos, sem excluir ninguém do “chamado à santidade”. “Tal chamado implica necessariamente o convite a participar da missão da Igreja, que tem como finalidade fundamental a comunhão entre Deus e todas as pessoas”, afirma.
De fato, “as vocações eclesiásticas são expressões múltiplas e articuladas por meio das quais a Igreja realiza sua chamada a ser sinal real do Evangelho acolhido em uma comunidade fraterna”.
O ponto 88 fala da vidaconsagrada e afirma que “a missão de muitos consagrados e consagradas que se entregam aos últimos nas periferias do mundo manifesta concretamente a dedicação de uma Igreja em saída”.
“Se em algumas regiões se experimenta a redução numérica e a fadiga do envelhecimento, a vida consagrada continua sendo fecunda e criativa também por meio da corresponsabilidade com tantos leigos que compartilham o espírito e a missão dos diferentes carismas”.
No ponto 89 se destaca que “a Igreja sempre teve um particular cuidado pelas vocações ao ministério da ordem sacerdotal, na consciência de que este último é um elemento constitutivo de sua identidade e necessário para a vida cristã”.
Por tal razão, “sempre cultivou uma atenção específica pela formação e o acompanhamento dos candidatos ao presbiterado. A preocupação de muitas Igrejas por sua queda numérica faz necessária uma renovada reflexão sobre a fascinação sobre a pessoa de Jesus e de sua chamada a fazer-se pastores de seu rebanho”.
Além disso, o Sínodo também reconhece que a condição de solteiro, situação que “pode depender de muitas razões, voluntárias ou involuntárias, e de fatores culturais, religiosos e sociais”, “assumida em uma lógica de fé e de entrega, pode derivar em muitos caminhos por meio dos quais atua a graça do batismo e dirige para essa santidade para a que todos estamos chamados”.
Sexualidade
A sexualidade foi um dos pontos mais debatidos nos trabalhos do Sínodo, embora os padres sinodais teham recordado em todo momento que não se tratava de um Sínodo sobre a sexualidade em específico, mas sobre os jovens.
No ponto 149 indica que a Igreja trabalha “para transmitir a beleza da visão cristã da corporeidade e da sexualidade”, tal e como emerge das Sagradas Escrituras e da Tradição e do Magistério dos últimos Papas.
Não obstante, chama-se a atenção também sobre a necessidade urgente de procurar modalidades mais adequadas para transmiti-la. “É preciso propor aos jovens uma antropologia da afetividade e da sexualidade capaz também de dar o valor justo à castidade”.
Para isso, “é necessário cuidar a formação dos agentes pastorais para que sejam críveis, a partir do amadurecimento de sua própria dimensão afetiva e sexual”.
O acompanhamento pastoral às pessoas homossexuais é abordado no ponto 150. Este recorda que “Deus ama a cada pessoa, e assim o faz a Igreja, renovando seu compromisso contra toda discriminação e violência por motivos sexuais”.
“Igualmente, reafirma a determinante relevância antropológica da diferença e da reciprocidade entre o homem e a mulher, e considera redutivo definir a identidade das pessoas a partir, unicamente, de sua orientação sexual”.
Neste sentido, põe o acento em que “já existem em muitas comunidades cristãs caminhos de acompanhamento na fé de pessoas homossexuais: o Sínodo recomenda favorecer tais percursos”.
A mulher na Igreja
O ponto 13 indica que a diferença entre homens e mulheres “pode ser um âmbito no qual nascem formas de domínio, exclusão e discriminação, dos quais a sociedade e a Igreja mesma precisam libertar-se”.
O documento também faz insistência em que entre os jovens existe a vontade de “que haja um maior reconhecimento e valorização da mulher na sociedade e na Igreja”.
“Muitas mulheres desempenham um papel insubstituível na comunidade cristã, mas em muitos lugares há uma resistência a outorgar-lhes seu espaço nos processos de tomada de decisões, inclusive quando não se exige de forma específica uma responsabilidade ministerial”.
Lamenta-se, além disso, que “a ausência da voz e do olhar feminino empobreça o debate e o caminho da Igreja, subtraindo do discernimento uma contribuição preciosa”. Por isso, “o Sínodo recomenda que todos sejam mais conscientes da urgência de uma mudança iniludível, também a partir de uma reflexão antropológica e teológica sobre a reciprocidade entre homens e mulheres”.
Abusos
O tema dos abusos de poder, econômicos, de consciência e sexuais no seio da Igreja também tem uma importante presença no Documento Final da reunião dos bispos.
No ponto 29 se reconhece que “os diversos tipos de abusos cometidos por alguns bispos, sacerdotes, religiosos e leigos provocam naqueles que são vítimas, entre os quais há muitos jovens, sofrimentos que podem durar toda a vida”.
Recorda-se que esse fenômeno que “está difundido na sociedade, afeta também à Igreja e representa um sério obstáculo para sua missão. O Sínodo reitera seu firme compromisso para a adoção de medidas rigorosas de prevenção que impeçam o que se repita a partir da seleção e da formação daqueles aos que se confiarão responsabilidades educativas”.
O Sínodo pede atuar na raiz do problema (ponto 30): “o desejo de domínio, a falta de diálogo e de transparência, as formas de dupla vida, o vazio espiritual, assim como a fragilidade psicológica”.
Também agradece a todo aquele “tem a valentia de denunciar este mal rapidamente: estes ajudam a Igreja a tomar consciência do que aconteceu e da necessidade de atuar com decisão”.
Formação ao sacerdócio, pastoral juvenil e matrimônio
O Documento Final também aborda a formação dos candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada, a importância dos centros católicos e a preparação dos jovens como agentes pastorais e sua preparação para o sacramento do matrimônio.
Sobre o primeiro, os padres sinodais assinalaram que a formação dos futuros sacerdotes e consagrados é “um desafio importante para a Igreja”. Não só basta escolher formadores “culturalmente preparados”, e sim capazes de “relações fraternas, de uma escuta empática e de profunda liberdade interior”.
Além disso, pediram que a formação tenha presente a experiência prévia dos candidatos ao sacerdócio ou vida consagrada. Indicaram que ignorá-la afeta o crescimento da pessoa e o desenvolvimento dos dons de Deus e da conversão do coração.
Do mesmo modo, indicaram que o caminho sinodal insistiu no desejo de dar espaço ao protagonismo juvenil no trabalho missionário. É evidente que este apostolado “não pode ser improvisado, mas deve ser fruto de um caminho formativo sério e adequado”, assinalaram.
O documento afirma que muitos jovens expressaram o desejo de “conhecer melhor sua fé” através “do descobrimento das raízes bíblicas, compreender o desenvolvimento histórico da doutrina, o sentido dos dogmas, a riqueza da liturgia”.
Além disso, o Sínodo anima as igrejas particulares, congregações religiosas, movimentos e outras realidades eclesiásticas, a “oferecer aos jovens uma experiência de acompanhamento em vista ao discernimento”. Tal experiência “se pode qualificar como um tempo destinado ao amadurecimento da vida cristã adulta”, afirmou.
Igualmente se anima a acompanhar os noivos no “caminho de preparação ao matrimônio”, para que contem com “os elementos necessários para receber (o sacramento) com as melhores disposições” e iniciar com solidez a vida familiar. O acompanhamento, indicaram os pais sinodales, deve seguir sobre tudo nos primeiros anos do matrimônio, ajudando-os a formar “parte ativa da comunidade cristã”.
Sinodalidade
No Documento se sublinha, no ponto 119, que a Igreja decidiu ocupar-se dos jovens e “considera esta missão uma prioridade pastoral desta época na qual deve-se investir tempo, energias e recursos”.
Como mostra dessa eleição, o Sínodo optou desde o começo por envolver os jovens para que se sintam co-protagonistas da vida da missão da Igreja”.
Os padres sinodais reconhecem nessa experiência “um fruto do Espírito que renova continuamente a Igreja e a chama a praticar a sinodalidade como um modo de ser e de atuar, promovendo a participação de todos os batizados”.
Sobre essa sinodalidade, o Documento assinala que a experiência vivida fez os participantes no Sínodo conscientes da importância de uma forma sinodal de a Igreja realizar “o anúncio e a transmissão da fé”.
No texto se insiste na aposta pela sinodalidade, ao dizer que esta “caracteriza tanto a vida como a missão da Igreja, que é o Povo de Deus formado por jovens e idosos, homens e mulheres de toda cultura e horizonte, e o Corpo de Cristo, do qual somos membros”.
ACI Digital

domingo, 28 de outubro de 2018

30° Domingo do Tempo Comum – Ano B

A liturgia do 30° Domingo do Tempo Comum fala-nos da preocupação de Deus em que o homem alcance a vida verdadeira e aponta o caminho que é preciso seguir para atingir essa meta. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, o homem chega à vida plena, aderindo a Jesus e acolhendo a proposta de salvação que Ele nos veio apresentar.
A primeira leitura afirma que, mesmo nos momentos mais dramáticos da caminhada histórica de Israel, quando o Povo parecia privado definitivamente de luz e de liberdade, Deus estava lá, preocupando-se em libertar o seu Povo e em conduzi-lo pela mão, com amor de pai, ao encontro da liberdade e da vida plena.
A segunda leitura apresenta Jesus como o sumo-sacerdote que o Pai chamou e enviou ao mundo a fim de conduzir os homens à comunhão com Deus. Com esta apresentação, o autor deste texto sugere, antes de mais, o amor de Deus pelo seu Povo; e, em segundo lugar, pede aos crentes que “acreditem” em Jesus – isto é, que escutem atentamente as propostas que Ele veio fazer, que as acolham no coração e que as transformem em gestos concretos de vida.
No Evangelho, o catequista Marcos propõe-nos o caminho de Deus para libertar o homem das trevas e para o fazer nascer para a luz. Como Bartimeu, o cego, os crentes são convidados a acolher a proposta que Jesus lhes veio trazer, a deixar decididamente a vida velha e a seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. Dessa forma, garante-nos Marcos, poderemos passar da escravidão à liberdade, da morte à vida.
LEITURA I- Jr 31, 7 - 9.
LEITURA II- Hb 5, 1 - 6.
EVANGELHO – Mc 10, 46 - 52.

http://www.dehonianos.org

domingo, 21 de outubro de 2018

29º Domingo do Tempo Comum – Ano B

A liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum lembra-nos, mais uma vez, que a lógica de Deus é diferente da lógica do mundo. Convida-nos a prescindir dos nossos projetos pessoais de poder e de grandeza e a fazer da nossa vida um serviço aos irmãos. É no amor e na entrega de quem serve humildemente os irmãos que Deus oferece aos homens a vida eterna e verdadeira.
A primeira leitura apresenta-nos a figura de um “Servo de Deus”, insignificante e desprezado pelos homens, mas através do qual se revela a vida e a salvação de Deus. Lembra-nos que uma vida vivida na simplicidade, na humildade, no sacrifício, na entrega e no dom de si mesmo não é, aos olhos de Deus, uma vida maldita, perdida, fracassada; mas é uma vida fecunda e plenamente realizada, que trará libertação e esperança ao mundo e aos homens.
No Evangelho, Jesus convida os discípulos a não se deixarem manipular por sonhos pessoais de ambição, de grandeza, de poder e de domínio, mas a fazerem da sua vida um dom de amor e de serviço. Chamados a seguir o Filho do Homem “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida”, os discípulos devem dar testemunho de uma nova ordem e propor, com o seu exemplo, um mundo livre do poder que escraviza.
Na segunda leitura, o autor da Carta aos Hebreus fala-nos de um Deus que ama o homem com um amor sem limites e que, por isso, está disposto a assumir a fragilidade dos homens, a descer ao seu nível, a partilhar a sua condição. Ele não Se esconde atrás do seu poder e da sua omnipotência, mas aceita descer ao encontro.
Leitura I: Is 53, 10-11 - Leitura II: Hb 4, 14-16 - Evangelho: Mc 10, 35-45.
Dehonianos

domingo, 14 de outubro de 2018

28º Domingo do Tempo Comum: Discípulos-Missionários Santos

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Nós estamos celebrando este Domingo do Tempo Comum, em profunda comunhão com o Santo Padre, o Papa Francisco, e com os Bispos que participam do Sínodo sobre os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional, iniciado no Vaticano, dia 03 de outubro. Unidos, como Igreja, nós bendizemos a Deus pelo Sínodo e pela canonização de sete santos, neste domingo, dentre os quais, o Papa Paulo VI, falecido em 1978; Dom Oscar Romero, Arcebispo de San Salvador, na América Latina, assassinado em 1980, enquanto celebrava a missa; e o jovem operário italiano Nunzio Sulprizio, falecido em 1836, com 19 anos. A canonização durante o Sínodo nos recorda a vocação à santidade de todo o Povo de Deus, especialmente dos jovens, chamados a serem santos no mundo de hoje. Somos todos chamados à santidade, através do discipulado e da missão, cada um segundo a vocação recebida. Os santos são verdadeiros discípulos-missionários, especialmente pelo testemunho cotidiano da fé e do amor ao próximo.
O Evangelho nos apresenta uma pergunta que continua a ecoar ao longo dos séculos: “que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (Mc 10,17). A resposta de Jesus pode ser resumida na expressão “Vem e segue-me” (Mc 10,21). Em Jesus Cristo, o discípulo encontra o Caminho, a Verdade e a Vida. Ao responder à pergunta daquele homem, Jesus “olhou para ele com amor”, propondo duas atitudes fundamentais: a vivência dos mandamentos e a partilha dos bens para obter um tesouro no céu. O apego aos bens materiais torna difícil entrar no reino de Deus, através do seguimento de Jesus. O discípulo não conseguirá trilhar o caminho carregado de bens materiais. Na primeira leitura, o Livro da Sabedoria nos recorda o valor maior a ser cultivado que é a “sabedoria” e não o poder e as riquezas.
O diálogo entre Pedro e Jesus ilumina a questão do desapego a ser cultivado pelo discípulo. Enquanto Pedro fala em “deixar e seguir” (Mc 10,28), Jesus se refere a “deixar e receber” (Mc 10,29-30). A visão de Pedro a respeito parece negativa, acentuando aquilo que se deixa para seguir Jesus. A resposta de Jesus a Pedro se refere ao muito que o discípulo recebe, “cem vezes mais”, já na vida presente, e no futuro, a vida eterna. Contudo, a vida dos discípulos nunca será fácil, cômoda. Jesus menciona também as “perseguições”, que se tornam um critério fundamental para definir um verdadeiro discípulo de Cristo.
A Carta aos Hebreus proclama que a “a Palavra de Deus é viva e eficaz”. Sua força criadora, renovadora, é experimentada por aqueles que a acolhem e testemunham, fazendo-se discípulos-missionários do Senhor. Para ser discípulo-missionário santo, é preciso ter sempre “coração de discípulo”, que se coloca continuamente à escuta do Senhor.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Papa Francisco canonizou Paulo VI, Dom Óscar Romero e outros cinco novos santos

Missa de canonização do Papa Paulo VI, Dom Oscar Romero e outros novos cinco Santos -
Foto: Captura de tela (Vatican Media)
Vaticano, 14 Out. 18 / 08:13 am (ACI).- O Papa Francisco canonizou neste domingo 14 de outubro o Papa Paulo VI, Dom Oscar Romero e outros novos cinco Santos, durante a multitudinária Missa que se celebra na Praça de São Pedro.
Além do novo Papa canonizado e do Arcebispo de San Salvador, assassinado em plena missa, também foram canonizados os sacerdotes italianos Francesco Spinelli e Vincenzo Romano, as religiosas Maria Catarina Kasper e Nazaria Ignacia de Santa Teresa de Jesus March Mesa, e o leigo italiano Nunzio Sulprizio.
O Santo Padre leu a fórmula de canonização logo depois da solicitude do Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal Giovanni Angelo Becciu, para que os sete beatos sejam inscritos no livro dos Santos e da tradicional leitura de uma breve resenha biográfica de cada um.
Na Missa solene, que terminou há pouco no Vaticano, o Pontífice usou a férula (o cajado do pastor, semehante ao báculo que usam os bispos) que Paulo VI usou em seu pontificado, assim como o pálio deste seu predecessor. Além disso contemplou uma relíquia do Dom Romero presente na missa: o cíngulo que usou o dia em que foi assassinado em San Salvador e que ainda está manchado de sangue.
Do mesmo modo, durante a Consagração, o Papa Francisco usou o cálice de Paulo VI.
Na Missa que se celebra estão pressentem as seguintes relíquias: a camisa que Paulo VI usava por baixo da batina no dia do atentado que sofreu nas Filipinas, fragmentos ósseos de Dom Romero, Francesco Spinelli, Vincenzo Romano, Nunzio Sulprizio e Maria Catarina Kasper, e uma mecha de cabelo de Nazaria Ignacia.
Durante a homilia, o Pontífice destacou aos fiéis uma característica comum dos novos santos que é o fato de terem sabido amar Jesus com radicalidade.
Francisco recordou que Jesus não se conforma com receber pouco. “Jesus é radical. Ele dá tudo e pede tudo: dá um amor total e pede um coração indiviso”, afirmou.
“A Ele, que nos oferece a vida eterna, não podemos dar um pouco do nosso tempo restante. Jesus não se conforma com uma ‘porcentagem de amor’: não podemos amá-lo a vinte, cinqüenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada”, assinalou.
ACI Digital

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Em um dia como hoje, São João XXIII inaugurou o Concílio Vaticano II

Concílio Vaticano II / Foto: Lothar Wolleh (CC-BY-SA-3.0)
REDAÇÃO CENTRAL, 11 Out. 18 / 09:20 am (ACI).- Neste dia 11 de outubro, completa-se 56 anos da abertura do Concílio Vaticano II, o grande evento mundial e eclesial impulsionado por São João Paulo II para buscar o “aggiornamento”, ou seja, a atualização da Igreja para aproximá-la do mundo atual.
O Concílio ecumênico foi inaugurado em 11 de outubro de 1962 e se dividiu em quatro etapas. Participaram cerca de 2 mil Padres Conciliares de todo o mundo.
Antes de inaugurar o Concílio, João XXIII criou em 1960 o Secretariado para a promoção da unidade dos cristãos, uma comissão preparatória que mais tarde se tornaria o Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos. Foi a primeira vez que a Santa Sé criava uma estrutura para tratar de temas ecumênicos.
Para a presidência desse organismo, o Pontífice nomeou o Cardeal Augusto Bea, que depois se tornaria uma importante figura do Concílio.
Desde a abertura do Concílio Vaticano II, o Papa Bom destacou a natureza pastoral de seus objetivos: não se tratava de definir novas verdades nem condenar erros, mas era necessário renovar a Igreja para fazê-la capaz de transmitir o Evangelho nos novos tempos, buscar os caminhos de unidade com as outras confissões cristãs, buscar o bom dos novos tempos e estabelecer um diálogo com o mundo moderno, centrando-se primeiro “no que nos une e não no que nos separa”.
Ao Concílio foram convidados como observadores membros de diversos credos desde muçulmanos até índios americanos, assim como membros de todas as igrejas cristãs: ortodoxos, anglicanos, quacres e protestantes em geral, incluindo evangélicos, metodistas e calvinistas não presentes em Roma desde o tempo dos cismas.
Assim, o Concílio Vaticano II se tornou o fato mais decisivo da história da Igreja no século XX. São João XXIII não pôde ver a conclusão porque faleceu em 3 de junho de 1963.
Que prosseguiu com o Concílio foi o Beato Paulo VI, que em breve será declarado santo, e que foi eleito Sucessor de São Pedro em 21 de junho de 1963.
O Concílio Vaticano II foi encerrado em 8 de dezembro de 1965 e deixou como legado uma série de importantes documentos que seguem sendo de grande atualidade.
Quatro Constituições: Dei VerbumLumen GentiumSacrosanctum ConciliumGaudium et Spes; três Declarações: Gravissimum EducationisNostra AetateDignitatis Humanae; e nove decretos: Ad GentesPresbyterorum OrdinisApostolicam ActuositatemOptatam TotiusPerfectae CaritatisChristus DominusUnitatis RedintegratioOrientalium Ecclesiarum e Inter Mirifica.
ACI Digital

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Sínodo trabalha para que a Igreja recupere a credibilidade ante os jovens

Coletiva de imprensa dos Padres Sinodais no Vaticano. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano, 09 Out. 18 / 01:00 pm (ACI).- As sessões de trabalho dos Círculos Menores do Sínodo dos Bispos estão tratando de temas que, como o da credibilidade da hierarquia eclesiástica ante os jovens devido às turbulências internas da Cúria ou os escândalos dos abusos, se dirigem ao mais profundo das problemáticas que a Igreja atual atravessa.
Durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, 9 de outubro, no Vaticano, o Cardeal Gérald Cyprien Lacroix, Arcebispo de Quebec, Padre Sinodal e Membro da Comissão para a redação do Documento Final do Sínodo, reconheceu que nos Círculos Menores foi mencionado o assunto das turbulências dentro da Cúria romana.
“Sim, mencionados porque faz parte da realidade atual, mas também há temas mais importantes”, explicou. “Claro, não evitamos o tema”.
Nesse sentido, assinalou que a função dos pastores da Igreja, e também dos leigos, é transmitir o Evangelho: “Todos os membros da Igreja, não só os membros do clero, todos os membros da Igreja devem testemunhar a fé. Não estaríamos nesta situação de corrupção se testemunhássemos verdadeiramente a fé”.Também se referiu ao tema dos abusos sexuais, que continua estando muito presente nos trabalhos do Sínodo: “Em nossos grupos de debate, temos dito que temos que dar uma formação melhor aos religiosos, aos movimentos, às associações, sobre a sexualidade”.
“Precisamos fazer um chamado à conversão, começando por nós mesmos. Porque se não começarmos por nós mesmos, seria palavras vazias. A fé que queremos é esta. Não temos que temer falar aos jovens”.
“É preciso enfrentar os problemas cara a cara com os jovens”, continuou. “É preciso ganhar novamente a estima, a confiança dos jovens. É preciso falar diretamente aos jovens. E nós deveríamos reconhecer nossas faltas. A conversão é importante, porque na falta de uma conversão verdadeira, estas são palavras vazias. Somente o testemunho verdadeiro pode funcionar”.
Sobre este tema, também se expressou o Cardeal Oswald Gracias, Arcebispo de Bombaim, Índia, presidente da Conferência Episcopal da Índia e Padre Sinodal.
Afirmou que “a Igreja não quer estar em situação defensiva” sobre este tema e assegurou que existe entre os Bispos a vontade de “falar desta questão”.
É precisamente essa vontade de falar o que está levando este tema a se tornar um dos mais debatidos nos trabalhos sinodais. “Temos debatido esta questão de forma profunda. Queremos uma Igreja autêntica e os jovens também. Queremos uma vida mais autêntica dos membros da Igreja e viver com honestidade. Esse é nosso objetivo”.
Outros temas
Durante a coletiva de imprensa também participaram o Cardeal Désiré Tsarahazana, Arcebispo de Toamasina, Madagascar, Padre Sinodal e presidente delegado da atual Assembleia Sinodal; e a religiosa Nathalie Becquart, auditora no Sínodo, ex-diretora do Serviço Nacional para a Evangelização dos Jovens e para as Vocações da Conferência Episcopal da França.
Além dos temas expostos, tiveram especial presença outros assuntos, como o papel da mulher na Igreja, a situação de insegurança social e econômica em que vivem os jovens em países em desenvolvimento, o interesse pela liturgia e o envolvimento dos jovens na tomada de decisões da Igreja.
ACI Digital

domingo, 7 de outubro de 2018

27º Domingo do Tempo Comum: Uma só Carne

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Concluímos recentemente o Mês da Bíblia, com renovada disposição de ter sempre mais a Bíblia nas mãos, a Palavra de Deus no coração e os pés na missão. Somos chamados a partilhar com os irmãos, o dom da Palavra que ouvimos e acolhemos. Somos chamados a participar da missão evangelizadora da Igreja, através do anúncio e do testemunho cristão na vida cotidiana. Iniciando o mês dedicado especialmente às missões, nós bendizemos a Deus pela fé que recebemos e procuramos assumir, com maior esforço, o compromisso de testemunhar e compartilhar a fé recebida.
A fé cristã, iluminada pela Palavra de Deus e fortalecida pela Eucaristia, deve animar toda a nossa vida, a começar da nossa casa. A família, tendo como base o matrimônio cristão, é fundamental para a vivência e a transmissão da fé. O trecho do Evangelho segundo Marcos, hoje meditado, nos recorda o valor do matrimônio indissolúvel, a ser vivido na fidelidade, como “uma só carne”, segundo a vontade do Criador (Mc 10,7), conforme o ensinamento de Jesus aos seus discípulos. O texto da Criação, mencionado pelo Evangelho, aparece na primeira leitura, destacando a unidade inseparável que une homem e mulher na vida conjugal. “O que Deus uniu, o homem não separe” (Mt 10,9), declara Jesus.
A Carta aos Hebreus anuncia a vitória de Jesus, “coroado de glória e honra por ter sofrido a morte” (Hb 2,9), mostrando-se solidário conosco, seus irmãos. Pela graça de Cristo, o casal pode cumprir o desígnio do Criador, vivendo o amor fiel, nas diversas situações, e educando os filhos na fé.
Teve início, no Vaticano, dia 03 de outubro, a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, tendo como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. A Assembleia Sinodal se estenderá até o dia 28 de outubro, reunindo bispos representantes de todas as Conferências Episcopais, com o Papa Francisco. Esperamos valorizar mais a presença dos jovens na Igreja, compartilhando com eles a alegria do Evangelho e contando com eles na evangelização dos próprios jovens, nas diferentes situações em que se encontram. Rezemos pelo Sínodo dos Bispos!
Neste domingo, em que acontecem as Eleições, rezemos especialmente pelo Brasil, procurando valorizar este momento de grande importância para a vida do país e tratar a todos de modo respeitoso e pacífico. A convivência respeitosa entre as pessoas é sinal de amor ao próximo e consequência da fé. As Eleições possam transcorrer na paz desejada, com o empenho e o testemunho dos que creem em Cristo, chamados a ser “sal da terra” e “luz do mundo”.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Da Regra Pastoral, de São Gregório Magno, papa

(Lib. 2,4: PL 77,30-31)                (Séc.VI)

O pastor seja discreto no silêncio, útil na palavra
Seja o pastor discreto no silêncio, útil na fala, para não falar o que deve calar, nem calar o que deve dizer. Pois da mesma forma que uma palavra inconsiderada arrasta ao erro, o silêncio inoportuno deixa no erro aqueles a quem poderia instruir. Muitas vezes, pastores imprudentes, temendo perder as boas graças dos homens, têm medo de falar abertamente o que é reto. E segundo a palavra da Verdade, absolutamente não guardam o rebanho com solicitude de pastor, mas, por se esconderem no silêncio, agem como mercenários que fogem à vinda do lobo. 
O Senhor, pelo Profeta, repreende estes tais dizendo: Cães mudos que não conseguem ladrar (Is 56,10). De novo queixa-se: Não vos levantastes contra nem opusestes um muro de defesa da casa de Israel, de modo a entrardes em luta no dia do Senhor (Ez 13,5). Levantar-se contra é contradizer sem rebuços aos poderosos do mundo em defesa do rebanho. E entrar em luta no dia do Senhor quer dizer: por amor à justiça resistir aos que lutam pelo erro. 
Quando o pastor tem medo de dizer o que é reto, não é o mesmo que dar as costas, calando-se? É claro que se, pelo rebanho, se expõe, opõe um muro contra os inimigos em defesa da casa de Israel. Outra vez, se diz ao povo pecador: Teus profetas viram em teu favor coisas falsas e estultas; não revelavam tua iniquidade a fim de provocar à penitência (Lm 2,14). Na Sagrada Escritura algumas vezes os profetas são chamados de doutores porque, enquanto mostram ser transitórias as coisas presentes, manifestam as que são futuras. A palavra divina censura aqueles que veem falsidades, porque, por medo de corrigir as faltas, lisonjeiam os culpados com vãs promessas de segurança; não revelam de modo nenhuma iniquidade dos pecadores porque calam a palavra de censura.
Por conseguinte, a chave que abre é a palavra da correção porque, ao repreender, revela a falta a quem a cometeu, pois muitas vezes dela não tem consciência. Daí Paulo dizer: Que seja poderoso para exortar na sã doutrina e para convencer os contraditores (Tt 1,9). E Malaquias: Guardem os lábios do sacerdote a ciência; e esperem de sua boca a lei porque é um mensageiro do Senhor dos exércitos(Ml 2,7). Daí o Senhor admoestar por meio de Isaías: Clama, não cesses; qual trombeta ergue tua voz (Is 58,1). 
Quem quer que entre para o sacerdócio, recebe o ofício de arauto, porque caminha à frente, proclamando a vinda do rigoroso juiz, que se aproxima. Portanto, se o sacerdote não sabe pregar, que protesto elevará o arauto mudo? Daí se vê por que sobre os primeiros pastores o Espírito Santo pousou em forma de línguas; com efeito, imediatamente impele a falar sobre ele aqueles que inunda de luzes.

Responsório Sl 50(51),15.16b-17

R. Ensinarei vossos caminhos aos pecadores
e para vós se voltarão os transviados;
* Minha língua exaltará vossa justiça.
V. Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar
e minha boca anunciará vosso louvor. * Minha língua.

www.liturgiadashoras.org

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Protomártires do Brasil

REDAÇÃO CENTRAL, 03 Out. 18 / 05:00 am (ACI).- “Mártires da fé, filhos do Rio Grande, homens e mulheres, jovens e meninos. Pelo bom pastor deram o seu sangue, nossa Igreja em festa canta os seus hinos”, diz o refrão do hino dedicado aos Protomártires do Brasil, os quais celebramos neste dia 3 de outubro.

Padre André de Soveral, Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e outros 27 companheiros morreram por defender a fé diante daqueles que queriam impedi-los de praticá-la.
A história desses homens remonta ao período em que holandeses calvinistas ocuparam territórios do nordeste do Brasil, entre 1630 e 1654. Na época, quiseram obrigar os católicos a se converterem ao calvinismo e proibiram a celebração da Santa Missa.
Então, em 16 de julho de 1645, o Pe. André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por 200 soldados holandeses e índios potiguares. Eles participavam da Missa na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, município de Canguaretama (RN).
Três meses depois, em 3 de outubro de 1645, houve o massacre em Uruaçu, onde foram mortos Padre Ambrósio Francisco Ferro e o leigo Mateus Moreira, o qual, segundo relatos, teve o coração arrancado pelas costas, mas, antes de morrer pôde gritar em alta voz: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”.
O nome de protomártires foi dado na ocasião da visita do Papa João Paulo II, em 13 de outubro de 1991, na Missa de encerramento do XII Congresso Eucarístico, ocorrido em Natal.
Padre André de Soveral, Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e outros 27 companheiros foram beatificados por São João Paulo II, em 5 de março de 2000.
Em 15 de outubro de 2017, os protomártires foram canonizados junto com outros 5 beatos pelo Papa Francisco, em Missa na Praça de São Pedro, no Vaticano, quando destacou que “eles não disseram ‘sim’ ao amor com palavras e por um certo tempo, mas com a vida e até ao fim”.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF