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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Sete coisas sobre os arcanjos Gabriel, Rafael e Miguel que talvez você não saiba

Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel / Foto: joelespinoza.blogspot.pe

REDAÇÃO CENTRAL, 29 Set. 16 / 12:00 pm (ACI).- A cada 29 de setembro, aIgreja Católica celebra a festa de três Santos Arcanjos: São Miguel, São Gabriel e São Rafael.

Confira a seguir sete coisas que talvez não sabia deles:
1. São os mais próximos aos humanos
Desde Pseudo-Dionisio, Padre da Igreja do século VI, está acostumado a se enumerar três hierarquias de anjos. Na primeira estão os Serafins, Querubins e Tronos. Depois vem as Dominações, Virtudes e Potestades. Enquanto que na terceira hierarquia estão os Principados, Arcanjos e Anjos. Estes últimos são os que estão mais próximos às necessidades dos seres humanos.
. São mensageiros de anúncios importantes
A palavra Arcanjo provém das palavras gregas “Arc” que significa “principal” e “anjo” que é “mensageiro de Deus”. Vejamos o que diz São Gregório Magno:
“Deveis saber que a palavra ‘Anjo’ designa uma função, não uma natureza. Na verdade, aqueles santos espíritos da pátria celeste são sempre espíritos, mas nem sempre se podem chamar Anjos. Só são Anjos quando exercem a função de mensageiros. Os que transmitem mensagens de menor importância chamam-se Anjos; os que transmitem mensagens de maior transcendência chamam-se Arcanjos.
3. Existem sete Arcanjos segundo a Bíblia
No livro do Tobias (12,15), São Rafael se apresenta como “um dos sete anjos que estão diante da glória do Senhor e têm acesso a sua presença”. Enquanto que no livro do Apocalipse (8,2), São João descreve: “vi os sete Anjos que estavam diante de Deus, e eles receberam sete trombetas”. Por estas duas citações bíblicas, afirma-se que são sete Arcanjos.
4. Somente conhecemos três nomes
A Bíblia somente menciona o nome de três Arcanjos: Miguel, Rafael e Gabriel. Os outros nomes (Uriel, Barachiel ou Baraquiel, Jehudiel, Saeltiel) aparecem em livros apócrifos de Enoc, o quarto livro do Esdras e em literatura rabínica. Entretanto, a Igreja somente reconhece os três nomes que estão nas Sagradas Escrituras. Os outros podem servir como referência, mas não são doutrina.
5.  Gabriel significa “a força de Deus”
No Antigo Testamento, São Gabriel Arcanjo aparece no livro sagrado de Daniel explicando ao profeta uma visão do carneiro e o cabrito (Det. 8), assim como instruindo-o nas coisas futuras (Det. 9,21-27).  Nos Evangelhos, São Lucas (1,11-20) o menciona anunciando a Zacarias o nascimento de São João Batista e à Maria (Lucas 1,26-38) que conceberia e daria a luz Jesus.
São Gabriel Arcanjo é conhecido como o “anjo mensageiro”, representado com uma vara de perfumada açucena e é padroeiro das comunicações e dos comunicadores, pois através da Anunciação trouxe ao mundo a mais bela notícia.
6. Rafael em hebreu é “Deus cura”
O único livro sagrado que menciona a São Rafael Arcanjo é o de Tobias e figura em vários capítulos. Ali se lê que Deus envia este Arcanjo para que acompanhe a Tobias em uma viagem, na qual se casou com Sara.
Da mesma maneira, São Rafael indicou a Tobias como devolver a visão ao seu pai. Por esta razão é invocado para afastar doenças e conseguir terminar bem as viagens.
7. Miguel significa “Quem como Deus”
O nome do Arcanjo Miguel vem do hebreu “Mija-El” que significa “Quem como Deus ” e que, segundo a tradição, foi o grito de guerra em defesa dos direitos de Deus quando Lúcifer se opôs aos planos salvíficos e de amor do Criador.
A Igreja Católica teve sempre uma grande devoção ao Arcanjo São Miguel, especialmente a fim de pedir-lhe que nos liberte dos ataques do demônio e dos espíritos infernais. Costuma ser representado com a roupa de guerreiro ou soldado centurião pondo seu calcanhar sobre a cabeça do inimigo.
AciDigital

domingo, 25 de setembro de 2016

Bispo alerta: a Ideologia de Gênero é caminho de autodestruição


MADRI, 22 Set. 16 / 07:00 pm (ACI).- O Arcebispo de Pamplona-Tudela (Espanha), Dom Francisco Pérez, explica em uma recente carta pastoral o quanto é importante que a Europa recorde as suas raízes cristãs, alertando sobre a ideologia de gênero que se expande pelo continente, qualificando-a como caminho de “autodestruição”.
Dom Fernández explica em sua carta as consequências negativas de “centralizar tudo em uma sociedade de bem-estar material”, e entre elas destaca “a ideologia subjacente que pretende marginalizar e eliminar a Deus” e o fato de que a ideologia de gênero tenha “transtornado e deslocado a pessoa da sua própria identidade”.
Desta maneira, “desvaloriza-se tanto a pessoa que se converte em um puro objeto” para “os desejos de cada um”. Segundo esta filosofia “o sexo já não é um dado originário da natureza, que o ser humano deve aceitar e encher pessoalmente de sentido, e sim um papel social sobre o qual se decide autonomamente, quando antes era a sociedade que decidia. A falácia profunda desta teoria e da revolução antropológica que subjaze nela é evidente”.
Uma ideologia que “desnaturaliza e paralisa a família” se tornará, nas palavras do prelado, “um caminho de autodestruição se continuar sendo animada e potencializada”.
“A unidade europeia -recorda- não se pode construir só com a economia; a Europa tem necessidade de uma alma, da alma cristã”.
Por isso, exorta a todos os que vivem no continente a “não se complexar por seguir identificando-se com o aquilo que são. Descobrir suas próprias origens e avivar suas raízes é um fruto da sabedoria”.
“Na luta pela família está em jogo o homem mesmo. E se faz evidente que, quando se nega Deus, dissolve-se a dignidade do homem”. “Quem defende Deus, defende o homem”, sublinha.
AciDigital

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Nota da CNBB sobre ação no STF que inclui a questão do aborto

Consep aprovou mensagem em defesa da integridade da vida
O Conselho Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nesta quarta-feira, 21 de setembro de 2016, Nota Oficial para manifestar a posição do episcopado com relação a Ação Direta de Inconstitucionalidade-ADI 5581 que tramita no Supremo Tribunal Federal-STF. Essa ADI questiona a lei 13.301/2016 que trata da adoção de medidas de vigilância em saúde, relativas ao vírus da dengue, chikungunya e zika.
Os bispos concordam que é urgente “que o Governo implemente políticas públicas para enfrentar efetivamente o vírus da zika, como, por exemplo, um eficiente diagnóstico e acompanhamento na rede pública de saúde”. No entanto, consideram estranho e indigno que se introduza nesse contexto da ADI a questão do aborto: “É uma incoerência que ela defenda os direitos da criança afetada pela síndrome congênita e, ao mesmo tempo, elimine seu direito de nascer”.
Intitulada "Em defesa da integridade da vida", a Nota da CNBB destaca a posição tradicional da Igreja sobre o aborto e traz uma denúncia sobre os interesses de grupos que que se aproveitam para colocar a questão do aborto no contexto do debate da ADI: “Repudiamos o aborto e quaisquer iniciativas que atentam contra a vida, particularmente, as que se aproveitam das situações de fragilidade que atingem as famílias. São atitudes que utilizam os mais vulneráveis para colocar em prática interesses de grupos que mostram desprezo pela integridade da vida humana”.
Os membros do Conselho apontaram para o exemplo das paralimpíadas: “As paralimpíadas trouxeram uma lição a ser assimilada por todos. O sentimento humano que brota da realidade dos atletas paralímpicos, particularmente das crianças que participaram das cerimônias festivas, nasce da certeza de que a humanidade se revela ainda mais na fragilidade”.  E os bispos concluem pedindo para que as comunidades cristãs ofereçam acolhimento e apoio às vítimas da microcefalia: “Solidarizamo-nos com as famílias que convivem com a realidade da microcefalia e pedimos às nossas comunidades que lhes ofereçam acolhida e apoio”.
CNBB

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

"O aborto é a violação do direito à vida do nascituro", afirma dom Cipollini

Artigo do bispo de Santo André (SP) aborda orientações da Igreja sobre legalização do aborto.

O debate acerca da legalização do aborto voltou à tona nas últimas semanas por conta de uma enquete do portal e-Cidadania do Senado Federal a respeito de uma sugestão para regular a interrupção voluntária da gravidez, dentro das doze primeiras semanas de gestação, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Pedro Carlos Cipollini, escreveu um artigo, que foi publicado no site da entidade, com a orientação da Igreja aos católicos.
“A orientação da Igreja é a favor da vida. Há valores que não se podem desprezar sob pena de se pagar um preço alto”, afirmou o bispo, que lembrou o mandamento de não matar. “Se a vontade do povo, o capricho de alguns, o interesse de poucos, constituísse o direito, poderíamos então criar o direito ao roubo, latrocínio, etc. Aqui é preciso considerar que a luz de milhões de velas não corresponde à luz de um único sol”, refletiu.
A proposta apresentada no portal legislativo que permite a apresentação de ideias e a votação sobre as matérias por parte dos internautas já alcançou mais de 358 mil votos desde setembro de 2014, quando foi aberta – até o fim daquele ano, quando a sugestão foi encaminhada para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado e começou a tramitar, foram contabilizados pouco mais de 20 mil votos.
Dom Cipollini afirma que o real objetivo da proposta é legalizar o aborto, mas que isso não é possível. “O direito à vida é uma cláusula pétrea da constituição (Art. 5). O aborto é a violação do direito à vida do nascituro”, sustenta. O bispo ainda lembra que as campanhas em favor do aborto reduzem a questão somente ao aspecto da saúde. “Estão de costas para o povo, com a falácia de que defendem o próprio povo. A democracia supõe o direito à dignidade da pessoa humana. A pedra fundamental da dignidade humana é o direito à vida, sua defesa principalmente onde se encontra ameaçada, e justo ali onde não tem como se defender”, completa.

Descarte

No artigo, dom Cipollini questiona o porquê de as soluções dos problemas sociais terem de passar sempre pela morte dos mais fracos e não pela promoção da vida e por que não usar a mesma diligência para promover leis que favoreçam a educação, saneamento básico e uma justa distribuição de renda, reafirmando um questionamento do papa Francisco a respeito.
“Não parece factível um caminho educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam, que de repente nos atrapalham e são inoportunos, se não protegemos um embrião humano, embora sua chegada nos ocasione desconfortos e dificuldades”, disse Francisco em junho de 2015. “Em vez de resolver os problemas dos pobres e de pensar num mundo diferente, algumas pessoas propõem a redução da natalidade”, lamentou o pontífice naquela ocasião.
O artigo de dom Cipollini segue a mesma linha de reflexão, quando aponta para a ação de grupos de países ricos, cientistas e estudiosos motivados por instituições interessadas na diminuição da população pobre. 
CNBB

domingo, 18 de setembro de 2016

Reflexão dominical: "Não se pode servir a dois senhores"

Cidade do Vaticano (RV) - «Neste domingo nosso relacionamento com Deus é analisado para que possa crescer em maturidade e intensidade.
 Com certeza interferirá de modo muito forte nosso relacionamento com o irmão. Deus, como o Pai, tem como muito importante para que nossa relação com Ele “vá de vento em popa” nossa relação com o irmão, principalmente com aquele que é carente de algum dom para que tenha uma vida feliz. Estar bem com Deus, supõe estar bem com o irmão. Egoísmo, egocentrismo não encontra espaço no relacionamento com o Senhor. Já quando os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a rezar, lhes deu como modelo a oração do Pai-Nosso. Portanto quem quer rezar bem, deve ter um bom relacionamento com o outro, só assim poderá falar com o Outro.
A leitura da Profecia de Amós critica severamente aquele que maltrata o irmão, que olha a vida com olhos oportunistas para tirar proveito da situação adversa em que está o carente.
O Evangelho mostra a esperteza de um administrador corrupto que não soube agir de modo previdente quando foi informado da chegada do momento de prestação de contas ao proprietário. Ele não se desculpa com o patrão, mas age de modo inteligente para com os devedores. Na verdade, todos são devedores em relação ao patrão.
Tanto as pessoas que haviam feito empréstimos, como o administrador que não correspondeu às promessas da contratação. Ele teve para com os devedores uma atitude amiga e envolvente que os tornassem gratos á sua ação.
Jesus o elogia porque ele soube agir de modo excelente com os bens materiais e não ficar na “rua da amargura” quando chegasse a hora de prestar contas.
Todos nós somos esse mau administrador, que não fomos fiéis às promessas batismais, especialmente ao amor a Deus e ao Próximo. Sabendo chegar nosso fim – mais cedo ou mais tarde nos encontraremos diante do Senhor e deveremos prestar contas de nossa vida, de tudo de bom que tivemos e nos foi proporcionado – tenhamos feito amigos com o que não nos pertence, ou seja, todos os bens são dons de Deus.
Se usarmos esses bens em favor do carente, estaremos transformando aquilo que é material em espiritual e além da “gratidão” de Deus porque “fizemos o bem ao menor de seus irmãos”, teremos esses carentes, gratos, rogando ao Senhor que perdoe nossas faltas. E o primeiro a rogar a Deus por nós, para que nos perdoe, será o próprio Jesus, o Filho de Deus que se fez irmão de todos os homens, especialmente dos carentes». (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XXV Domingo do Tempo Comum).
Radio Vaticano

domingo, 11 de setembro de 2016

Jovens seminaristas contam como foi 'o chamado' para ser padres

Em um mundo tomado pela competitividade e pelo desejo de satisfação pessoal, existem jovens que decidem ter uma vida diferente.

Isaac, David, Cristian e Vinícius poderiam ter seguido a vida sem tantas restrições, mas, cada um com sua história, atenderam ao chamado de Deus.
Eles são rapazes comuns, de carne e osso, com medos, dúvidas, desejos e vontades. Mas uma escolha fez com que a vida deles fosse bastante diferente. Sem baladas, bebidas ou namoros. Entraram para o universo religioso, convictos de que a vocação deles é serem padres. A missão de se preparar a fim de levar Deus ao mundo continua a mesma para os seminaristas desde 1563 — quando a Igreja Católica oficializou as "escolas" de formação sacerdotal, mas o dia a dia deles ficou bem mais complicado. “Na nossa época, a juventude era diferente. Hoje, para ser casto e religioso, tem que superar internet, WhatsApp, pornografia. As solicitações do mundo, agora, são maiores”, explica o reitor do Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater, padre Juan José Armendáriz.

O seminário de padre Juan, no Lago Sul, é um dos três arquidiocesanos existentes no Distrito Federal. Os outros dois — o Nossa Senhora de Fátima, também no Lago Sul, e Propedêutico, em Taguatinga — são essencialmente para a formação de sacerdotes paroquiais. O Redemptoris Mater é o único missionário, ou seja, ordena religiosos que necessariamente viajarão pelo planeta para espalhar a palavra de Deus. O local já mandou padres para China, Estados Unidos e Chile, entre outros.

Quatro estudantes do seminário contaram ao Correio os desafios e a razão para escolherem a vida religiosa. David Ezequiel Mariano, 25 anos, é argentino e chegou recentemente a Brasília. Cursa o 1º ano. Por isso, inclusive, ainda não usa a roupa preta tradicional. Só poderá vesti-la depois de seis anos de estudo, quando passar pelo período de itinerância, em que o seminarista mora três anos em diferentes locais, em missão religiosa. “Eu recebi uma educação cristã, criei uma relação própria com Deus aos 14 anos. Mas a vida que eu estava construindo não estava certa. Não me fazia feliz”, revela David. Aos 23, assim que terminou a faculdade de história, estava determinado a seguir doutorado e mestrado. Também conheceu uma garota. “Mesmo assim, nada fazia sentido. Eu não estava no mundo para fazer aquelas coisas, porque elas não me preenchiam”, justifica. Então, David juntou dinheiro para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, em 2013. Lá, recebeu o chamado. “Foi um presente de Deus. Ele me chamou e me mostrou o caminho. É uma intuição profunda dentro de nós”, indica.

Há cerca de nove anos, Isaac Silva Rocha, 28, procurou esse caminho. Em 12 meses estará pronto para a missão de ser padre. Caçula de seis irmãos e apaixonado por futebol, ele é filho de um militar e de uma dona de casa. Teve educação rigorosa, mas um abuso sofrido aos 3 anos fez com que ele fosse tentado a seguir para o lado do mal. “Eu lembrava disso e me dava uma revolta, uma raiva, queria matar as pessoas. Comecei a buscar afeto em namoradas e muitas me fizeram mal. Eu estava violento na escola e, acima de tudo, sentia um vazio. Minha existência não tinha sentido”, revela. Mesmo com esses sentimentos, em 2006, Isaac resolveu entrar para o seminário, mas foi uma viagem para Israel, dois anos depois, que o fez crer na vocação. “Lá foi onde eu senti, de verdade e de forma profunda, esse amor de Deus. Experimentei algo que não conhecia. E, se eu não tivesse carregado essa tristeza anteriormente, não teria encontrado o Senhor”, afirma.
Reportagem do Correio Braziliense, postado em 16/08/2015.

Angelus: nenhuma pessoa é irrecuperável. Deus nos regenera

 

 Cidade do Vaticano (RV) – “Não há pecado em que caímos do qual, com a graça de Deus, não podemos nos reerguer”: para o Papa Francisco, esta é a síntese do Evangelho proposto para este domingo, 24º do Tempo Comum.

Diante de milhares de fiéis e peregrinos que vieram à Praça S. Pedro para rezar a oração mariana do Angelus, o Papa comentou o capítulo 15 do Evangelho de Lucas, considerado o capítulo da misericórdia, que reúne três parábolas com as quais Jesus responde aos murmúrios dos escribas e dos fariseus.
Com essas três narrações, afirmou Francisco, Jesus quer explicar que Deus é o primeiro a ter em relação aos pecadores uma atitude acolhedora e misericordiosa. Na primeira parábola, Deus é apresentado como um pastor que deixa as 99 ovelhas para ir em busca daquela perdida. Na segunda, é comparado a uma mulher que perdeu uma moeda e a busca até que não a encontra. Na terceira parábola, Deus é imaginado como um pai que acolhe o filho que tinha se afastado.
O Pontífice nota que um elemento comum dessas parábolas é expresso pelos verbos que significam alegrar-se em companhia, festejar. Esta festa de Deus por aqueles que voltam a Ele arrependidos está em sintonia com o Ano Jubilar que estamos vivendo, como diz o próprio termo “jubileu”!
“Com essas três parábolas, Jesus nos apresenta a verdadeira face de Deus, um Pai de braços abertos, que trata os pecadores com ternura e compaixão. A parábola que mais comove, porque manifesta o infinito amor de Deus, é a do pai que se lança e abraça o filho reencontrado. O que impressiona nem é tanto a triste história de um jovem que cai em desgraça, mas suas palavras decisivas: ‘Vou-me embora, procurar o meu pai’.”
A fraqueza de Deus
Francisco destacou que o caminho de volta para casa é o caminho da esperança e da vida nova. “Deus nos aguarda com paciência, nos vê quando ainda estamos distantes, corre ao nosso encontro, nos abraça, nos beija e nos perdoa. Assim é Deus. E o seu perdão cancela o passado e nos regenera no amor. Aliás esta é a fraqueza de Deus: quando nos abraça, nos perdoa, perde a memória. Esquece o passado.”
Ninguém é irrecuperável
Quando nos convertemos, prosseguiu o Papa, Deus nos acolhe novamente em casa com festa e alegria. Francisco se dirigiu aos fiéis para perguntar: “Vocês já pensaram que toda vez que nos aproximamos do confessionário há alegria e festa no Céu? Já pensaram nisso? É belo. Isso nos infunde grande esperança, porque não há pecado em que caímos do qual, com a graça de Deus, não podemos nos reerguer; não há uma pessoa irrecuperável, ninguém é irrecuperável! Porque Deus jamais deixa de querer o nosso bem, inclusive quando pecamos! Que a Virgem Maria, refúgio dos pecadores, faça brotar nos nossos corações a confiança que se acendeu no coração do filho pródigo: ‘Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei’”. 
(bf)


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Francisco: "Evangelizar não é se exibir, é dar testemunho de vida"

Rádio Vaticano (RV) - Não reduzir a evangelização ao funcionalismo nem a um simples ‘passeio’: é o convite feito pelo Papa Francisco na homilia da manhã da sexta-feira (09/09), na Casa Santa Marta.
O Pontífice destacou a importância que o testemunho deve assumir na vida dos cristãos, alertando para a tentação de fazer proselitismo ou convencer à força de palavras.
O que significa evangelizar e como podemos fazê-lo? Francisco se inspirou na Carta de São Paulo aos Coríntios e questionou sobre o significado de dar testemunho de Cristo. Primeiramente, explicou o que não é evangelizar: ‘reduzi-la a uma função’.
Evangelizar não é se exibir
Infelizmente – disse – hoje, em algumas paróquias, este serviço é vivido como uma função. Leigos e sacerdotes se exibem sobre o que fazem:

“Isto é ostentação: é se exibir”; reduzir o Evangelho a uma função ou a uma ostentação. “Eu vou evangelizar e levo a Igreja a muitos”. É fazer proselitismo, que é também uma exibição. Evangelizar não é fazer proselitismo e nem fazer um passeio, nem reduzir o Evangelho a uma função. Isto é o que Paulo diz: “Para mim não é um motivo de exibição, para mim é uma necessidade que se impõe”. O cristão tem obrigações, mas com a força da necessidade de levar o nome de Jesus, a que vem de seu coração”.
Mas qual seria então o “estilo” da evangelização?, pergunta-se o Papa. “Como posso estar certo de não fazer o passeio, de não fazer proselitismo e não reduzir a evangelização a um funcionalismo?”
O estilo, responde Francisco, “é fazer tudo a todos”, é “ir e compartilhar a vida com os outros, acompanhar no caminho de fé, fazer crescer no caminho da fé”.
Evangelizar é dar testemunho, sem perguntas demais
Devemos colocar-nos na condição do outro: “Se ele está doente, me aproximo e não o tormento com argumentos”, é “estar próximo, assistir, ajudar”. Evangeliza-se “com este comportamento de misericórdia: fazer tudo a todos; é este o testemunho que leva a Palavra”.
Enfim, Francisco recordou que durante o almoço com os jovens, na JMJ de Cracóvia, um jovem lhe perguntou o que deveria dizer a um seu amigo querido, ateu.
“É uma boa pergunta! Todos conhecemos pessoas que estão afastadas da Igreja: o que devemos dizer a elas? E eu respondi: ‘A última coisa que deve fazer é dizer algo! Começa a fazer e ele verá o que tu fazes e te perguntará; e quando te perguntar, tu dizes”. Evangelizar é dar este testemunho: eu vivo assim, porque creio em Jesus Cristo; eu reacendo em ti a curiosidade da pergunta ‘mas porque fazes estas coisas?’. Porque creio em Jesus Cristo e anuncio Jesus Cristo e não somente com a Palavra – se deve anunciá-lo com a Palavra – mas com a vida”.
Este evangelizar, disse o Papa, “também isto se faz gratuitamente”, “porque recebemos de graça o Evangelho”, “a graça, a salvação não se compra nem se vende: é grátis! E de graça devemos dá-la”.
Viver a fé
Assim o Papa recordou São Pedro Claver, que a Igreja celebra nesta sexta-feira. Um missionário, pontuou, que “foi anunciar o Evangelho”. Talvez, refletiu, “ele pensava que seu futuro seria pregar: no seu futuro o Senhor pediu-lhe que estivesse próximo, junto aos descartados daquele tempo, aos escravos, aos negros, que chegavam lá da África para ser vendidos”:
“E este homem não passeou, dizendo que evangelizava; não reduziu a evangelização a um funcionalismo e tampouco a um proselitismo: anunciou Jesus Cristo com gestos, falando aos escravos, vivendo com eles, vivendo como eles! E como ele na Igreja existem tantos! Tantos que anulam a si mesmos para anunciar Jesus Cristo. E também todos nós, irmãos e irmãs, temos a obrigação de evangelizar, que não é bater à porta do vizinho ou da vizinha e dizer: ‘Cristo ressuscitou’. É viver a fé, é falar da fé com docilidade, com amor, sem vontade de convencer ninguém, mas gratuitamente. É dar de graça aquilo que Deus nos deu gratuitamente: isto é evangelizar”.
(cm/rb)
Fonte: Radio Vaticano

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF